2005/05/31

 
O resultado do "NON" francês ao TC europeu teve resposta imediata por parte
Jacques Chirac, que substituiu Raffarin por Dominique de Villepin na chefia do seu
Governo. Trata-se apenas de um paliativo para atenuar as ondas de choque que
abalaram a V República. Vamos ver se o movimento do "NON" não vai exigir mais
que isso, isto é, se vai querer eleições legislativas antecipadas. Se isto acontecer,
é de esperar que a direita saia do poder, complicando-se ainda mais as expectativas
dos que, em França e no resto da Europa, anseiam pela continuidade da construção
europeia. Isto porque, neste momento, os partidos de direita e de esquerda estão
divididos, sendo muito dificil conseguir uma maioria de votos para governar o país.
Entretanto, com ou sem eleições antecipadas, a França vai continuar a perder mais
postos de trabalho, a fechar mais fábricas, a deslocar mais produção, como acontece
na Alemanha, na Holanda, em Inglaterra, em Portugal. O capital procura lucros, e
hoje em dia, ele não encontra barreiras nem fronteiras para expandir-se. Vejamos
o quotidiano de um cidadão americano, habituado a viver com os problemas que
agora estão a preocupar os europeus: a globalização, a imigração, o outsourcing.

Cruzes numa praia de Santa Mónica, Califórnia, a assinalar o Memorial Day.

Joe Smith, acordou às 7 da manhã com o despertador "made in Japan", dirigiu-se
à cozinha e colocou ao lume a cafeteira "made in China". Depois foi arranjar-se e
barbeou-se com a maquina "made in Hong Kong". Vestiu uma camisa "made in
Sri Lanka", umas calças "made in Singapura" e calçou uns ténis "made in Korea".
Ligou a torradeira "made in India" e tomou o seu pequeno almoço. Verificou se
a calculadora "made in Mexico" tinha carga, colocou no pulso o relógio "made in
Taiwan" e saiu de casa, à procura de emprego. Entrou no carro "made in Germany"
ligou o auto-rádio "made in India", e foi para a cidade. Ao fim do dia regressa a casa
estafado, calça umas sandálias "made in Brasil", enche um copo de vinho "made in
France", senta-se num sofá "made in Italia" e liga a TV "made in Indonesia" para
assistir ao jogo final da NBA... Comodamente instalado, Joe Smith goza a posse de
todas as comodidades... só não compreende por que razão a América não lhe dá
um emprego! (Pode ler esta e outras histórias geradas pela globalização, aqui).

O céu por baixo de terra... Na estação de metro Shinjuku, em Tóquio.

2005/05/30

 
Vivemos tempos muito dificeis. Porque a crise económica atinge a maioria dos
países que, até há poucos anos, tinham economias a crescer e o consumo interno
a subir. Neste momento, a crise alastra não só aos países subdesenvolvidos como
áqueles que, há cinco anos, viviam alegres tempos de crescimento económico e de
bem-estar social. Nestes dias, a angústia invade a Europa, os EUA, o Canadá e ainda
a longínqua Austrália. A França está atemorizada com o futuro, com a invasão dos
imigrantes, a falta de emprego, o corte nas despesas sociais. A Holanda, que esteve
sempre na vanguarda da tolerância e no acolhimento de estrangeiros, está a viver
uma psicose com medo de que os turcos, polacos e romenos tomem conta do país
das tulipas. Os franceses, para alem de quererem vingar-se em Chirac e Raffarin,
estão a rejeitar o inevitável, alinhando com as teses da FN de Le Pen-- contra quem
tiveram que travar uma batalha dramática nas últimas eleições presidenciais, para
que a extrema-direita fosse derrotada, e conseguissem eleger Jacques Chirac...
No meio da grave crise económica, não faltou a "granada de mão" lançada pela CE,
para provocar mais ondas no eleitorado francês: refiro-me à directiva Bolkenstein.
Resta assinalar o papel de alguns oportunistas, que utilizaram a campanha do
referendo ao TC para se promoverem e guerrearem entre si, como seja Zarkosky
contra Chirac, no campo da direita e Fabius contra Holland, na esquerda e ambos
do Partido Socialista. Em vez de esclarecerem, acirraram os sentimentos de
desprezo que o eleitorado tem por políticos oportunistas, corruptos e desonestos.

Aconteceu o NÃO, mas a roda da vida continua em movimento, pelo que não
devemos considerar esse facto como o fim de um sonho. A crise económica que
vivemos, irá ser aprofundada, por efeito da actual globalização, a vida das pessoas
continuará a piorar, até que a inovação e o engenho dos políticos consiga alterar
o actual processo de desenvolvimento, ajudando a definir um novo rumo para a
produção, e criação de riqueza, mantendo parte do actual sistema social europeu.
Enquanto isso não chega, resta manter a esperança e confiar na vontade esclarecida
de alguns dirigentes europeus. Sem tempo, nada de notável e real se consegue.
E não tenhamos dúvidas, a crise económica e social vai agravar-se ainda mais, em
França e nos outros parceiros. Não por causa directa do "NON", mas sim porque
a instabilidade causada pela globalização na indústria, vai acentuar-se por mais
alguns anos, até que os europeus, depois de terem abandonado a velha produção,
passem a produzir "alta qualidade", a par de novas indústrias. O mercado interno,
vai saturar-se de "produtos ligeiros", manufactura barata, e passará a comprar o
exclusivo, a melhor marca, a melhor qualidade. Estará aqui a saída para a crise
provocada pela "deslocalização", pelo outsourcing, pela produção em massa...

Nos Estados Unidos, o dia de hoje, é reservado ao Memorial Day, para
homenagear os americanos mortos em combate durante a Guerre Civil, na
II GG, no Vietname, no Iraque... Na imagem alguns participantes vestem
os fardamentos da época de Lincoln, enquanto passa um motoqueiro vindo
de longe, da Califórnia para se juntar aos veteranos do Vietname.

2005/05/29

 
António Barreto não passa de um demagogo. Barreto tem todos os tiques de
um ditador, e o mau-génio de um tirano. Todo o seu discurso apresenta reflexos
de demagogia populista. Pior ainda, porque esse discurso quer apresentar-se como
pedagógico, mas não passa de poesia grotesca em forma de verso branco. O delírio
de Barreto é tanto, que o leva a acusar José Sócrates de incompetente e mentiroso.
Barreto procede como o Dr. Vasco, crítica com ressentimento e raiva por não estar
no poder... onde já estiveram ambos, mas cujo poder os condenou ao ostracismo,
votado pelos seus partidos, o PS e o PSD, respectivamente. Este complexo edipiano
marca a crítica cega exercida por estes dois comentadores do paleolítico político
português pós-25-Abril. Este país, amargurado e endividado, que vive dias difíceis,
em lugar de analistas esclarecidos, isentos e corajosos, tem esta gente mesquinha
cheia de complexos freudianos que não escreve com intuição, mas apenas com o fel.

Pois o demagogo tirano das palavras, António Barreto, vem hoje no "Público"
a desejar o pior para Portugal e os portugueses. Depois de referir-se à actual ficção
de Sócrates, cuja política parece-se cada vez mais com uma actividade delinquente,
Barreto, ex-ministro do PS, que legislou sobre a "Reforma Agrária", deixando para
a história a "Lei Barreto", anseia o seguinte: "Instaure-se um processo contra o
Estado português por abuso e desperdício de recursos públicos; que os tribunais e
o BCE executem o conjunto de sanções previstas, a começar pelas multas e acabar
na suspensão de fundos de coesão; peça-se à UE um embargo sobre fundos em
curso de utilização; peça-se às agências de rating que Portugal pague mais caro
pelas suas loucuras". -- Então este delírio, não é de gente louca! E mais (como diria
Barreto, que aprendeu com JMF): isto não é apenas um acto de loucura, é tambem
um acto cobardia e de traição. Então agora, que isto vai entrar nos carris, é que o
estremunhado pensador Barreto vem pedir sanções contra os portugueses!... Mas
o homem ensandeceu, gripou ou começa a sentir que lhe falta o tempo perdido!...
Por onde andou este assarapantado, que chegou agora? Que eu saiba, já há muitos
anos deixou de "meditar" na Casa de Mateus, onde se deliciava a perorar sobre as
vantagens da CEE, em jantares e almoços regados com os melhores tintos do Douro.
Nesta hora que passa, o país está cheio de profetas e de comentadores adulterados.

Malmequeres para Barreto cortar pétalas... mal-me-quer, bem-me-quer....
Não é verdade, para bem da natureza. Trata-se de frágeis flores existentes
em Badwater Basin, no Dead Valey National Park, na Califórnia, uma bacia
situada a 86 metros abaixo do nível do mar. Caprichos da mãe Natureza.

2005/05/28

 
A votação de amanhã em França, sobre o Tratado Constitucional da UE, pode
ser um travão à integração política dos 25 países. Há os que se contentam apenas
com a integração económica, mas a Europa precisa mais do que isso. A emergência
de novas potências económicas, como a China, a Índia e o Brasil, coloca um grande
desafio a todos os países da UE: dos actuais 25 países, nenhum consegue ter força
nem dimensão para contrabalançar o poder político e conómico daquelas novas
potências. A Europa precisa estar unida. Precisamos ter uma identidade jurídica,
consubstanciada no Tratado Constitucional, para termos peso nos organismos de
decisão internacional como seja a ONU, a OMC, o FMI, o BM, etc.. A globalização
não se compadece com os "pequenos", com as divisões, com as micro-economias.
Para que a União Europeia se afirme como grande potência económica, política e
militar, ela precisa ter uma "identidade jurídica", e uma só voz quando se trata de
competir com as restantes potências mundiais. E não tenhamos ilusões bairristas,
a criação de blocos de nações associadas, vai chegar mais cedo do que se pensa.

Na Ásia haverá dois blocos: um liderado pela China, outro pela Índia ou Austrália.
Nas Américas, teremos os EUA e Canadá a norte, e o Brasil e Argentina a liderar
o Mercosul nos países do centro e sul-América. A Rússia terá relevo com os países
da CEI. No Golfo Pérsico poderá ficar a séde da Comunidade dos Países Árabes, e
a Nigéria pode vir a ser a séde da União Africana. A tendência, é para a união.
Por tudo isto, penso que, se amanhã o NÃO vencer em França, a Europa vai-se
atrasar na implementação dos objectivos que se tornam essenciais para conseguir
ter um papel importante no mundo de amanhã. Mas a democracia tem destas
coisas: há momentos em que vencem os timoratos, mas os visionários tambem
acabam por ter a sua hora de glória. Vamos esperar pelo OUI francês.

Raios e relâmpagos cairam segunda-feira sobre Istambul, Turquia.
Deseja-se que o mau tempo tenha passado... e que não seja mau agoiro.

2005/05/27

 
As medidas tomadas pelo Governo no sentido de travar e reduzir o aumento do
défice nas contas públicas, merecem a aprovação dos mais desencontrados analistas,
economistas e dirigentes partidários, excepto os "vencidos da vida", como Medina
Carreira e Vasco Pulido Valente. Até o "comissário" Luis Delgado --pasme- se!-- dá
o benefício da dúvida às medidas apresentadas no Parlamento por José Sócrates,
só o azedo e mal-dizente Vasco Valente, na crónica de quarto de página no jornal
Público, continua a dizer que "nenhuma das medidas impede a subida das despesas
ou contribui para o aumento das receitas.
Definitivamente, o Dr. Vasco, continua a botar no seu quarto de página não apenas
o seu fel, mas tambem as doenças de que padece e o azedume que não o larga. O
homem está insane, e, se alguem ler os seus escritos, vai acabar por ensandecer
tambem. Cuidado com o desânimo, a inveja e o ressentimento. Minam a saúde da
árvore, como parasitas. Sejamos exigentes sim, mas com honestidade moral.

"A verdadeira identidade do Piano Man poderá estar em vias de ser descoberta.
O vagabundo que foi encontrado em Sheerness, na Grã-Bretanha, pode ser o antigo
líder do CDS-PP, Paulo Portas. Segundo relatos das pessoas que acompanham o
misterioso homem, este, após ter desenhado um piano de cauda, voltou a pedir
uma folha de papel e desenhou uma figura parecida com Freitas do Amaral montado
num submarino. O desenho mostrou curiosidade na comunidade portuguesa
radicada em Inglaterra que trabalha na apanha de morangos nas Terras Altas da
Escócia. Um imigrante terá mesmo dado o alerta às autoridades inglesas de que o
"Piano Man" tinha vestido uma t-shirt com a inscrição OGMA e explicou que se
tratavam de umas ofocinas de armamento em Portugal, onde muita gente aproveita
para a inspecção aos automóveis. No entanto, os britânicos estão relutantes em
seguir esta pista, uma vez que o homem possui alguns objectos e roupas que não
têm qualquer ligação com Portugal, tais como uma medalha do Pentágono e a
chave de um Jaguar". (Se não aconteceu, podia ter acontecido. O Inimigo Público).

Por cá, dois dias de sol e praia, para depois termos este dia cinzento, com
chuvinha miúda para regar malmequeres. Na costa leste dos States, Gloucester,
no Massechusetts, tem havido borrasca da forte. Não dá para surfar. Vamos ver
se amanhã e depois dá para praiar... Mas sol, sol a valer, só na segunda-feira.

2005/05/24

 
Chegou o momento de agarrar o "monstro" pelos cornos e acabar de vez com
as tropelias que ele tem causado à saúde financeira do OE. É altura de José Sócrates
e o seu Governo arregaçarem mangas e tomarem medidas no sentido de pôr fim
à escalada da despesa do Estado, e subir impostos e equilibrar as contas públicas.
Não podemos perder tempo a adiar o futuro, nem recear o mesmo. O país precisa
de um Governo forte, que tome medidas drásticas, sem se preocupar com eleições,
mas apenas com o futuro dos portugueses. É preciso ter coragem, ter honestidade
moral e cívica para fazer o que é preciso, não olhando ao que foi dito, não ficando
agarrado a promessas feitas, porque a situação de hoje é perigosamente diferente
da que era ontem. Não há que ter medo de eleições futuras; se o Governo de José
Sócrates for capaz de tomar medidas de fundo, dolorosas que sejam, mas eficazes
no combate ao défice, o eleitorado saberá recompensar o PS pela radicalidade das
medidas a tomar, que se espera sejam eficazes e irão marcar uma nova era política
em Portugal. A maioria dos portugueses está preparada para retraçar o "monstro".

Continuando o país na zona euro, o fantasma da Argentina não será repetido
em Portugal, mas é para nós um exemplo daquilo que pode acontecer a este país,
se continuar a gastar mais do que produzimos. Temos taxas de juro baixas e
estáveis, sem a asfixia do FMI, mas isso não evita a falência do "estado social".
E se o Estado deixar de pagar aos reformados, aos funcionários públicos, e deixar
de prestar assistência aos doentes, é razão para todos perguntarmos: Quem foram
os incompetentes que desgovernaram o país? Quem foram os ladrões que roubaram
o Estado? Em que é que gastaram os dinheiros públicos? Que país é este, que não
tem gente capaz, honesta e competente para governar um pequeno Estado?...
Se assim acontecesse, teriamos uma rebelião, com os cidadãos na rua a protestar.

Para que as crianças continuem a sonhar, brincando com bolas de sabão, e ter
confiança num mundo melhor, compete a todos nós, agora, não desperdiçar
no presente, o que elas esperam ter no futuro -- e que lhes pertence.
Seaira Hardy, 6 anos, expressa a sua alegria e os seus sonhos, brincando sem
preocupações pois, na sua idade, todos os seres crêem num futuro próspero.


Eu acredito na redenção, na regeneração e na coragem do povo português,
e sinto que, neste momento, temos governantes capazes e decididos para acabar de
vez com a anarquia do descontrolo financeiro do OE. Acredito que, neste momento,
todos nós, estamos à espera que o Governo tome as medidas que se impõem para
sairmos de vez do tunel onde nos encontramos. Acredito ainda que, tomadas as
medidas draconianas de combate ao despesismo, à fuga de impostos e à evasão
fiscal, e corte nos dinheiros para as autarquias, dentro de um ano teremos sinais
de contenção da despesa e melhoria das perspectivas económicas. Estou confiante.



2005/05/23

 
Depois do alarido que ontem estremeceu o país inteiro, por causa de um empate
com que o "glorioso" ganhou o título de campeão, esperemos que a produtividade
nacional aumente, que o desempregue baixe e que a economia nacional se afirme.
Isto continua a ser um país de "futebol e Fátima" -- como dantes -- mas agora sem
"fado", que foi substituido pelas consolas japonesas e pelas sequelas das StarsWars.
Continuamos a ser um país de desequilíbrios. Uma parte da população acredita em
milagres, outra parte vive enebriada com as vitórias nos relvados, e a maioria dos
jovens, em vez de estudarem e aprenderam a ser "empreendedores" e criativos,
entretêm-se com os jogos de consola e com a indústria cinematográfica americana.
Por este país, poucos querem fazer alguma coisa. Fomos habituados a esperar pelo
que vem de fora, pelo que produzem os outros, e por cá vamos ruminando pipocas
nos cinemas e aplaudindo a cultura norte-americana, como a saga das StarWars...

Depois do dia 13, não foi registado nenhum milagre, e com o empate ganhador
do "glorioso", tambem não é de esperar melhorias na produtividade económica do
país. Quanto aos sonhos guerreiros, vendidos pela indústria americana de cinema
e pelas consolas nipónicas, apenas se espera um maior agravamento da balança
comercial. Entre os que acreditam em milagres e os que deliram com a taça na mão,
prefiro zurzir nos consumidores de consolas, nos harrypotianos e nos produtores
de fitas em computador. As consolas, com os seus jogos, não passam de analgésicos
para mentes limitadas; os harrypotianos, idem (quem agradece é sua majestade:
depois da mina dos Beatles, tem agora o Harry Poter); os produtores de cinema,
deixaram de o ser, ao transformarem uma Arte em imagens virtuais, sem história
nem emoção, sem interpretes humanos que eram quem mais valorizava os filmes.
Está tudo desvirtuado, por causa do dinheiro (o novo deus), do lucro, da ganância,
da soberba. Entretanto, os sonhadores, pagam para ver guerras virtuais...

As cadeias multinacionais de hipermercados, aproveitam a maré de
publicidade gratuita, feita pelos "media" na promoção das "StarWars", para
apanharem o combóio dos lucros, criando os hipermercados "StoreWars" .

(Via Paulo Pereira, incansável animador do Fórum Social Português).

2005/05/22

 
O assarapantado comentador do "Público", António Barreto, faz hoje o seu
"Retrato da Semana" a pensar numa revolução. Como se isso fosse possivel, nos
dias que correm, com satélites espiões, e-mails filtrados, Echellon à escuta, e a net
a escrutinar. Mas Barreto sonha, deseja uma nova revolução social no país de Abril.
E apresenta uma teoria, com a qual pinta o "Retrato da Semana", baseando-se em
meia dúzia de premissas. No entanto não consegue com elas alcançar um resultado.
Falha no raciocínio, baseado em silogismos baratos. Aliás o retrato da semana que
António Barreto pinta, não passa de uma tela borrada, como eram as de Jackson
Pollock e toda a obra de Andy Wharol, ou não fosse esta feita numa "Factory". Mas
adiante. As premissas de A. Barreto são estas: a) a crise económica é flagrante;
b) a crise financeira é fenomenal; c) a situação social é grave; d) o clima moral e
psicológico é mau; e) a promiscuidade nunca terá sido tão profunda; f) a Igreja
Católica está agonizante; and so on: (as cartas estão viciadas; o tabuleiro de xadrez
está inclinado; a carta de copas mudou de côr; não há sal na cozinha; o pepsodent
sabe mal; o cão do vizinho não ladra; etc., etc.) Isto é "dadaísta", abstruzo, branco
no preto, non-stopping, etc. e tal, mas é por isso mesmo que, o assarapantado
pintor do "Público", António Barreto, embora sonhe com uma nova revolução,
nada consegue concluir das suas premissas; se vamos ter insurreições, desordens
e motins. Porque o "retrato" pintado por Barreto está uma borrada, pior que as
telas de Pollock -- que atirava latas de tinta para uma tela, cuspia-lhe em cima,
esfregava tudo com um pau, pincel ou à mão, e os críticos rendiam-se à sua arte!

Pollock em acção... A sua pintura é uma inspiração para os neuro-caóticos.

"A verdade, todavia, é que parece não haver revolução nem revolta", conclui
António Barreto, acrescentando que isso se deve à não existência de militares à
altura, à Igreja não ter poder social, à 'almofada' da União Europeia, ao euro.
"Não temos, pois, de acordo com as tradições académicas, revolução, revolta ou
insurreição. O pior é que elas são sempre imprevissíveis", acaba por concluir
o académico António Barreto, que tanto se esforçou por encontrar uma saída
para a nova "revolução", chegando a fazer um "check-list" (arrolamento) de
questões para elaborar meia dúzia de premissas, e acabou vencido e gasto pelo
seu inútil trabalho "académico". Este opinador, tal como o Dr. Vasco, vivem
fora deste nosso tempo; ficaram agarrados ao passado, como a lapa se agarra às
rochas, quando é confrontada com a violência do mar, com as ondas da maré.

2005/05/21

 
Entre o span que todos os dias inunda a caixa de correio, chamou-me à atenção
um mail enviado por Isabel Silva, com o título "Corrupção na televisão do Estado?".
Após breve leitura, fiquei a saber que o crítico Pedro Fiel, havia escrito há poucas
semanas num jornal semanário, a peça "Quem dorme na RTP?", na qual manifesta
a sua estranheza por o canal de serviço público continuar a repetir programas de
entretenimento familiar, como é o caso do concurso "Um Contra Todos", concurso
que tem uma mecânica rígida e repetitiva, levando, por isso mesmo, à saturação dos
telespectadores. Isabel Silva chama a atenção para o facto de a RTP, em Outubro,
voltar a repetir "Quem Quer Ser Milionário?", outro programa velhinho, de formato
anquilosado. Note-se que os copyright destes concursos são detidos pela Endemol,
dirigida por Piet Hein. Daí que, tanto Pedro Fiel como Isabel Silva, tenham dúvidas
sobre a continuação destes entretenimentos, que parecem beneficiar Piet Hein em
detrimento dos restantes produtores, nacionais e estrangeiros, tanto mais quando
o mercado é pequeno e os players de conteúdos lutam para vender o seu produto.´
Eu deixei de ver a RTP porque, de serviço público, não me oferece nada, e depois,
a sua programação, é feita em concorrência com a SIC e TVI, em termos que me
causam náusea... A SIC, abre com 2 minutos de futebol, vai a RPT e alinha com 10
minnutos do mesmo; a TVI, abriu as notícias com uma cena de facadas, vai a RTP
e alinha com dois casos de faca e alguidar. A RTP porta-se irresponsávelmente...

Mas quando uns não gostam, estão outros que adoram. É o caso do inefável
Eduardo Prado Coelho que, no "Público" de quinta-feira, dedicou a sua coluna
O Fio do Horizonte a tecer lôas ao concurso "Um Contra Todos", ou, pour cause
deste, a um tal José Carlos Malato, que eu tenho ideia de ser um senhor com ar
de mufi islamita -- sempre vestido de preto -- e estar convencido que é um astro!
Confesso, não esperava ver o intelectual Eduardo PC, a escrever lôas a um
comediante, nem a um concurso dito de "prova de conhecimento". Mas na vida,
cada um toma os caminhos que mais gosta, e não aqueles que devia tomar em
função do seu estatuto social. Estão a imaginar, o Eduardo PC, sentado no sofá,
de pantufas, à espera de um concurso televisivo?... Meu Deus, que pachôrra!
EPC, confessa que, "notável foi a forma dramática com que [Malato] contou a
história do galo de Barcelos (que eu [EPC] desconhecia)"... Falou do candidato
Paulo Caseirito, que vinha do Alentejo, para ganhar dinheiro para uma casa. Mas
"da casa, Malato passou ao casamento e transformou a namorada Ana em noiva,
acabando Caseirito por pedir ali a noiva em casamento"... Eduardo PC acaba o
seu ramalhete à RTP, via Malato , com a seguinte tirada, que muito vai irritar
a Isabel Silva e o Pedro Fiel: "Como sempre desejámos que o serviço público
televisivo nos desse mais programas como este!".
(A RTP ainda tem "bons telespectadores". Que ela continue a dar-lhes o que
gostam, programas como o 1-2-3, o Preço do Gordo em Euros, o Preço Errado,
o Preço Mais Baixo, Adivinhe quantos são, etc. E tambem a Heidi, o Bonanza).

Eu prefiro olhar para a Natureza. Junto ao tecto do mundo, em Srinagar,
Caxemira, florescem agora os gerâneos. É um dos mais belos locais do planeta,
mas tem estado inacessível, por causa do terrorismo entre o lado paquistanês
e o lado indiano. Um local onde a paz parece estar assegurada agora, depois
dos acordos firmados entre os dois países. Será que o "Paraíso" vai ter paz?

2005/05/20

 
VEMOS, OUVIMOS E LEMOS...
Anda para aí uma maré de gente frustrada com o silêncio do primeiro-ministro.
Sobretudo os comentadores, de Vasco Pulido Valente ao mais recém-chegado da
espécie, não conseguem conformar-se com a contenção de José Sócrates. Compre-
ende-se o seu problema: um primeiro-ministro que não abre a boca, excepto se
tiver alguma coisa para dizer, é um primeiro-ministro menos vulnerável à asneira;
e, sem asneiras do primeiro-ministro, faltam matérias para comentário.
(Miguel Sousa Tavares, no "Público" de hoje, sobre "O silêncio de Sócrates").

O défice de 7 por cento não foi uma surpresa, foi uma repetição do melodrama
de Barroso. [...] A ideia [do PS] é deslocar a "culpa" da "austeridade" de Sócrates
para Santana e Barroso, como antes Barroso o deslocou para Guterres. Suponho
que o PS contém idiotas capazes de pensar, contra o senso e a experiência, que
desta maneira salvam alguns votos. [...] O défice não é uma questão económica
e financeira, corrigida com medidas de retalho e os "sacrifícios" do costume. É um
sintoma de ingovernabilidade do país. Quem não percebe isto não perceba nada.
(Valente, Vasco Pulido, no quarto de página de hoje, no "Público" -- só ele sabe.)

É evidente que os défices desta natureza significam que medididas que os
anteriores Governos tomaram não foram suficientes para combater o défice.
(José Ribeiro e Castro, em declarações ao "Público", adiantando este jornal que
"o CDS pretende pedir uma reunião de trabalho com o primeiro-ministro depois
da divulgação do valor do défice para demonstrar a sua atitude de colaboração
na resolução do problema, que, disse, é um problema do país e não do Governo").

Parte da Antárida à deriva... Icebergue com 788 km2, o tamanho da
ilha de Malta, pode observar-se perto da costa australiana. Este icebergue
saiu da calote polar na área denominada Ross Ice Shelt em Maio de 2000...

2005/05/19

 
"Não é por nada mas não gosto que nos tomem a todos por parvos" (Quem será
o ressabiado, que assim escreve?). "E parece-me mais que claro que é isso que o
Governo está a fazer com as manobras a propósito do défice
"(Quem assim escreve,
é o abrupto historiador J. Pacheco Pereira que, para alem de andar desconfiado com
a conversa do défice, anda tambem a fazer campanha pelo Não ao Tratado da U.E..
"Este que vos escreve não é economista" -- diz o abrupto JPP antes de explicar a
"tramóia" do défice."Este que vos escreve considera já há muito tempo ter a doença
pela obsessão do défice
" -- declara JPP, afirmando que, "meter todos no mesmo
saco - Manuela Ferreira Leite e Santana Lopes - faz parte da propaganda política em
curso". (Já algum tempo que JPP aparenta sinais de doença. Afinal, o abrupto, vem
agora dizer que tem a doença da obsessão do défice). "O problema é que Manuela
Ferreira Leite viu a sua política ferida
", quando Durão Barroso lhe tirou o tapete, e
fugiu para Bruxelas -- acusa "aquele que vos escreve". Depois, rangendo os dentes,
diz: "Muito bem. A essência da operação da propaganda em curso é que afinal o
défice está muito acima do que se previa". Como é que se pode falar de disparo do
défice neste ano, esquecendo que os socialistas já têm de ser chamados a assumir
parte dessa responsabilidade. Este esquecimento é que mostra a manipulação da
opinião
" -- conclui JPP a finalizar o seu desabafo.

Não há dúvida que o abrupto JPP está a perder o norte. Tenho para mim que,
JPP não está acamado pelas maleitas causados pela "obsessão do défice", mas sim
por ter ensaiado uma luta consigo mesmo. Na verdade JPP não tem mais aonde
chegar; ele fala na TSF, bota discurso nas televisões, escreve nos jornais, ecoa na
blogosfera com o Abrupto. Só falta a Pacheco entrar na vertigem do parafuso, e
transformar a sua personalidade abruptamente num incontável e louco número
de heterónimos. Se assim não fizer, JPP arrisca-se a dizer hoje NÃO, quando ainda
ontém dissera SIM. E já que ele confessou estar apanhado por uma doença, que
geralmente ataca os "tios Patinhas", o melhor é ele perder o amor ao dinheiro e
tratar-se, enquanto a vida lho consente. E que não se meta em mais campanhas
pelo NÃO ao Tratado da UE; o que ele devia ter feito, quando ainda era deputado
no Parlamento Europeu, era esclarecer os portugueses sobre o que representa
para eles aquele documento. Mas não, nessa altura, embora não se queixasse da
sua actual doença, ele preferia escrever sobre o frio, a chuva e o nevoeiro sitos
em Estrasburgo, sobre a pintura de Vermeer, os sóis de Van Gogh, os atrasos
nos vôos para Lisboa, ou então os ecléticos "early morning posts"...

O beijo entre namorados góticos... espécie humana que JPP abomina.

Não haverá lugar para JPP num jornal desportivo, onde ele pudesse escrever
barbaridades sobre penáltis, sobre os árbitros, o fiscal de linha, mais as bolas que
bateram na trave? Aí, JPP poderia escrever sobre tudo e nada, que ninguem lhe
ligaria patavina. Na imprensa de opinião, na rádio e tv, JPP já está fora de prazo.
Se queremos "renovar" a política e os políticos, tambem devemos exigir outros
comentadores, outros analistas. Já estamos cansados dos "opinion-makers" que
remontam ao Jurássico superior. Venham outros, mais objectivos, mais ágeis e
com certificado de validade, já que alguns dos dinossauros, sofrem de artrose e
doenças "obsessivas", como é o caso de JPP. Ele mesmo o confessa.

2005/05/18

 
O CDS está a passar um momento doloroso. Compreende-se o silêncio de parte
dos seus ex-dirigentes, nomeadamente Nobre Guedes e Telmo Correia, para não
falar de Paulo Portas, que sempre disse pôr as mãos no lume pelos seus ministros
no Governo de Santana Lopes, chegando a afirmar que eles foram os mais sérios, os
mais competentes, os mais dedicados à causa pública.Pelo que vamos sabendo, todo
o panegírico e apologia feitos por Paulo Portas aos seus ministros, não passava de
populismo e demagogia barata. Portas elencava as virtudes de pessoas que, nas suas
costas, cuidavam melhor das finanças do PP-cds do que da arte de bem governar
com ética, honestidade e transparência de meios. Ainda se esperam mais surpresas,
e elas podem estar ligadas à OGMA e à compra de helicópetros. Quanto à "salvação"
do negócio com a canadiana Bombardier, que Portas apontava como a jóia da coroa
na manutenção de postos de trabalho, ficámos ontem a saber que na realidade não
passou de uma mentira tudo o que Paulo Portas andou a dizer sobre o caso durante
a campanha eleitoral das legislativas de 20 de Fevereiro. Um demagogo populista.

Os boatos de sexta-feira passada, sobre a possivel falência de um banco europeu
envolvido em negócios de hedge funds (fundos de alto risco), não passou de boato.
Aliás, nos mercados internacionais, seja na cotação de divisas, acções ou petróleo,
todos os dias se vive de boatos: de manhã, sobe com receio das refinarias naõ serem
capazes de satisfazer a procura; à tarde, desce com reservas dos EUA superiores
ao esperado; ou ainda: as bolsas europeias, caiem com receio do desemprego nos
EUA; à tarde, as bolsas europeias, sobem ligeiramente, com índices americanos
a abrir em alta... Todos os dias é apresentado um motivo para o comportamento
dos mercados; todos os dias se fazem negócios, em que todos parecem ganhar...
Quanto ao "boato" de sexta-feira, o que se passou foi que, após o falhanço da OPA
lançada pela Bolsa alemã sobre a Bolsa de Londres, dois Fundos internacionais,
accionistas da Deutsche Borse, conseguiram demitir os gestores da Bolsa alemã.
Os bancos alemães reagiram e Schroeder teve que tomar medidas para que os
hedge funds não dêem ainda mais problemas à economia alemã. Vai tomar medidas
para que a "agressividade" de alguns fundos não conduza a negócios desastrosos.

La Fala... A artista russa, Gruznya Brown, observa com curiosidade uma
peça fálica. Exposição a decorrer no Centro de Arte Contemporânea, Moscovo.

2005/05/17

 
Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és -- diz a sabedoria popular.
O ex-refugiado Nino Vieira, antigo presidente da Guiné-Bissau, esteve asilado
em Portugal, graças ao acolhimento dado por Valentim Loureiro, "major-autarca"
e "confrade-mor" do futebol português. Ora, todos sabemos quem é, e como se
comporta o major Valentim (quantos são, quantos são?). E todos sabemos que o
nosso major, se não esteve na terra dos balantas, pelo menos foi cônsul da Guiné
durante alguns anos. Não admira que, entre o major e o ex-asilado, para além dos
interesses comerciais, houvesse tambem empatia e amizade. Ambos são dados à
pancadaria, antiga lei do far-west. Daí que, Nino Vieira, no seu regresso à Guiné-
Bissau, tenha procedido à major (quantos são, quantos são?), viajando num avião
fretado na Guiné-Conakri, e entrado no espaço aéreo guineense sem dar cavaco
a ninguem. A República é ele, e, além disso, a Guiné nem nem tem anti-aérea...

Outro democrata da estirpe de Nino, mas talvez um pouco mais desequilibrado,
é o teólogo-filósofo-jurista, Kumba Ialá. Para este balanta, democracia é coisa que
só ele conhece. Aliás, tem em Portugal autarcas que lhe servem de exemplo. Não
admira, por isso, que seja admirador do nosso major Valentim e do tio Isaltino.
Estes grandes democratas portugueses, são verdadeiros faróis para Kumba Ialá,
que estudou em Portugal e segue de perto a carreira dos "democratas" em quem
ele, Kumba, se inspira. Lá, como cá, Ialá segue o exemplo do nosso major Valente
e do tio Isaltino: "não me deixaram acabar o mandato, por isso quero terminar
a minha missão" -- terá dito Kumba aos seus apaniguados. Falta saber como vai
ser entronizado no antigo Palácio do Governador, e se, uma vez mais, as tropas
daquela ex-colónia portuguesa, trinta anos após a independência, vão continuar a
brincar à cadeira do poder -- e se a comunidade internacional vai continuar com
a ajuda a um país que passa o tempo a fazer golpes e contra-golpes militares.
(Infeliz e desgraçada pátria que tais filhos tem).

NEM TUDO SÃO ROSAS NO SHOW-BIZ...

Kylie Minogue, pop-star australiana de 36 anos de idade, cancelou a sua
digressão mundial, ao saber que tem uma terrível doença: o cancro da mama.
Em plena flor da vida, ninguem devia ser castigado desta maneira. Mas a vida
de alguns, em determinado momento, é colocada à prova de fé e resistência.
A medicina tem registo de doenças malígnas, que foram vencidas não apenas
com fármacos e terapia, mas sobretudo pela força e vontade dos doentes, que
conseguem superar a dôr e o sofrimento, e voltam a viver saudavelmente...



2005/05/16

 
Vivemos tempos muito difíceis. Ninguem pode garantir nada a curto prazo.
O Governo prepara-se para legislar no sentido travar o endividamento das familias.
Não vai ser fácil, já que temos vivido de "cartão de crédito na mão". Ninguem pensa
em poupar, dadas as facilidades de crédito e com um juro tão baixo. Está-se a gastar
o dinheiro que ainda não ganhámos. A maioria das famílias tem mais de oito cartões,
sendo dois a tres de multibanco, cinco de crédito, e mais uma meia dúzia oferecidos
por hipermercados, bombas de gasolina, Ikea, Makros, Cofides e Moviflor, etc....
Nos últimos cinco anos, a maior parte da economia tem crescido graças ao consumo
interno, mas neste momento -- quando há sinais de "estoiros" financeiros -- convém
alertar as pessoas para os riscos que correm, se continuarem a consumir "aquilo"
que ainda não ganharam. Vamos aguardar para ver quais as medidas do Governo.

A principal causa do endividamento dos consumidores é o crédito à habitação.
Com os juros baixos, quase todas as famílias tem um empréstimo bancário a vinte,
trinta anos ou mais. Há mesmo muitas famílias com segunda casa de habitação.
Hoje as cidades estão atulhadas de carros. O nosso parque automóvel tem qualidade
semelhante à maioria dos países europeus. Os portugueses compram carros, barcos
e electrodomésticos a crédito. Fazem férias e viajam para o estrangeiro recorrendo
ao crédito. Ora, isto não pode continuar assim, eternamente. Há uma altura em que
será preciso travar o andamento do consumo a crédito, e nessa altura os juros vão
subir, tornando as prestações da casa mais caras. Coontinuando o desemprego a
aumentar, pode acontecer que, em muitos casos, a fonte de rendimento familiar
falhe, por desemprego do marido e/ou da mulher, ficando as suas vidas futuras
num cáos... E há muitos sinais de que mais uma "bolha" esteja para acontecer.

Em Inglaterra, onde nos últimos anos a compra e venda de casa foi um negócio
fulgurante, com a subida dos juros no último ano, os contratos cairam mais de
trinta por cento e o negócio entrou em recessão. Os preços podem descer a ponto
de causar um "estoiro" que, aliado à subida de juros, pode levar muita gente a ficar
com a corda na garganta. Já nos EUA, sobretudo na Califórnia -- que é conhecida
como o BUBBLEState -- os preços não têm parado de subir. Uma casa comprada
há 50 anos por 17.500 dolares é comprada agora por 900.000. Os juros, que
estiveram a 1,25 pontos, continuam a subir, e já estão nos 2,75 por cento, acima da
zona euro, devendo aproximar-se dos 4,50 no final de 2006. Nos últimos 5 anos,
os EUA perderam cerca de tres milhões de empregos e, nos próximos dez, perderá
mais 14,1 milhões devido ao outsourcing, segundo estudo da Universidade da
Califórnia-Berkley. Além disso, a deslocalização de empresas, vai continuar.

Este fim de semana correram boatos sobre o "estoiro" na Europa de um ou
mais "hedge funds" -- fundos de alto risco -- o que contribuiu para acentuar a
queda das bolsas europeias e americanas, e aumentar as preocupações. Mas sobre
isto muito haveria para contar, até porque nos States não páram os escândalos e
poderá estar para acontecer o que aconteceu em 1998 (?) com o LTCM-Long Term
Capital Management que, para não levar ao colapso os principais bancos de
investimento nele envolvidos, teve que ser ancorado pela Reserva Federal. Eram
números na ordem das centenas de biliões de dolares. A coisa está preta, e acaba
sempre como o efeito do tsunami: as ondas chegam até nós... O petróleo continua
a encher a barriga de muitos especuladores, as bolsas seguem em "yo-yo" e, este
ano, já perderam o que ganharam em Janeiro. O índice Dow-Jones perde 7 por
cento, eo NASDAQ 10 por cento. Nna Europa idem, só o CAC40 tem ganhos.
A General Motors e a Ford apresentam prejuizos acentuados e os empréstimos que
têm em obrigações, são considerados "junk bonds", lixo. Assim, com o rating que
lhe é atribuido pelas empresas de análise de risco, como é que aquela empresas
gigantes vão pagar as dívidas, com juro de 14 por cento?... E os défices de Bush?...
O horizonte está carregado de incertezas, convém não gastar o que se não tem.

2005/05/15

 
Quando todos nós exigimos da justiça celeridade no andamento dos processos,
mas desconhecemos a realidade em que a mesma se move, eis que a Procuradora
Geral Adjunta, Maria José Morgado, vem hoje no "Público", contar-nos parte da
"realidade mesquinha do dia-a-dia num tribunal superior". Quando a Procuradora
é colocada no Tribunal da Relação de Lisboa e tem necessidade urgente de entregar
um processo para despacho, verifica que o Desembargador residente não tem um
gabinete para despacho: "o senhor Desembargador não tem gabinete no tribunal,
temos o telefone de casa para urgências, e o processo está no monte dos processos
da «volta» da próxima semana" -- respondeu o funcionário do TRL à Procuradora.
(Quer dizer, os processos demoram na justiça, porque andam às «voltas»...).

"A «volta» é um instituto originado pela falta de gabinetes para os senhores
Desembargadores da Relação de Lisboa, e consiste na distribuição-recolha semanal
dos processos para despachar e despachados, pela casa de cada um deles... Para o
efeito, os processos a distribuir são colocados pachorrentamente num monte, pela
secção, e transportados depois, para o seu destino quando finalmente chega o dia
da «volta». [...] Um outra realidade deste tribunal superior diz respeito à mochila
com rodas. É usada por quem não beneficia deste instituto da «volta» por morar
fora do raio territorial das entregas. [...] À «volta» tambem se pode acrescentar a
«voltinha» entre a Sede as instalações acrescentadas, sitas no fim da rua [Ars
enal]".

É uma vergonha, tudo isto. O Estado não tem instalações para os tribunais
superiores funcionarem e cumprirem a sua missão. Isto é um país de faz-de-conta
que somos ricos: construiram-se 10 estádios, onde foram gastos milhões de euros,
para benefício dos "Donos da Bola", e não temos dinheiro para construir tribunais
ou alugar edifícios onde os magistrados possam desempenhar as suas funções em
plenitude e com produtividade. É uma vergonha saber que, a justiça é administrada
não em locais próprios, mas em ambiente familiar de magistrado; que a justiça seja
lenta, não apenas por haver muitos processos, mas tambem porque estes têm que
cumprir a rotina da «volta», da «voltinha» e da «mochila de quatro rodas»; que o
Estado (os governantes) tenham conhecimento das carências logísticas da justiça,
e não providenciem soluções, quando o Estado tem tantos edifícios (militares e
civis) que poderiam ser utilizados para resolver estas situações caricatas...
Este país de novos-ricos, maravilha-se com os estádios de futebol às moscas, mas
não consegue ter um Duarte Pacheco, um Marquês de Pombal, um Fontes Pereira
de Melo para olhar em frente, renovar o que está usado e construir o que falta.
Para isso, fora os loucos do futebol, não aparece ninguem a reivindicar obra social.

2005/05/14

 
Esta manhã, ao pegar no "Público", o meu jornal de sempre, e que é tido como
um "jornal de referência", fiquei preocupado e confuso. É que, metade da primeira
página, era reservada a um jogo de bola; a segunda página, era sobre o referido;
a terceira página, era a continuação do mesmo; a quarta, a quinta, a sexta, a sétima
até à nona página, era só futebol... Pensei cá para comigo: o jornal é impresso na
Mirandela, onde são impressos outros jornais; deve ter havido erro na montagem
dos fotolitos, que pertenciam a jornais desportivos e foram parar à maquete do
"Público". Mas não, era mesmo assim. O jornal de "referência", tinha virado folha
desportiva. O "Público" abastardou-se. A sua direcção ensandeceu. Perdeu o tino,
e veio fazer concorrência desleal aos pasquins do mundo negro do futebol. Ao que
isto chegou, senhores! Se eu quizesse saber das tácticas da bola, dos nomes dos
boladores, dos estádios e dos donos do esférico, não era o "Público" que ia comprar;
era o Jogo, a Bola, o 24 Horas, o Diário da Mânha, o Penalty ou o Frangueiro!...
Nunca o "Público", o tal "jornal de referência". Isto mostra a terrível insanidade
que acometeu o bom jornalismo. Já não se distingue a informação da propaganda;
confunde-se obscenidade com espectáculo; vende-se gato por lebre; cultiva-se a
linguagem rasca, ordinária e violenta dos estádios de futebol trazendo-a para as
conversas do dia-a-dia de cada um, em lugar da amena conversa sobre a vida e
e a familia de cada qual; fomenta-se a alienação dos espectadores nas arenas do
futebol, porque essa é a atitude mais vantajosa para o Governo, para os patrões
e para familias desavindas, que não querem as "massas" em esquizofrenia. Todos
fazem como na antiga Roma: para alegria do povo, enfeita-se arena e lançam-se
para a contenda "águias e lagartos". No final, um deles sai derrotado, sangrando
até morrer. A assistência berra frenéticamente até ao fim do espectáculo. No fim
abandona a arena, e sai estafada, ululante, mas mansa. No dia seguinte, o mundo
continua na mesma, e meia dúzia de senhores fazem o balanço da tesouraria. Foi
um bom espectáculo, diz o tesoureiro. Vamos à UEFA, rematam "os Donos da Bola".

O toiro é um simbolo de força, mas vive a sua vida pacificamente.

2005/05/13

 
O Dr. Vasco continua a ser um privilegiado. O Dr. Vasco Pulido Valente escreve
no "Público". Sempre na última página, que é um espaço nobre e tão valioso quanto
é o da primeira dita. O Dr. Vasco Valente dispõe de um quarto de página. E, só por
isso, as suas pregações exorcistas têm algum relevo. Só por isso, doutra maneira
os escritos críticos não seriam notados pela maior parte dos leitores. Menos ainda
pelos analistas avençados, que se entretêm a replicar o trabalho do amargurado
crítico. O que eles replicam, é o eco do Dr. Vasco, não as suas ideias, que não tem.
"O Dr. Cavaco apresentou quarta-feira neste jornal a sua receita para salvar a
pátria". (Assim começa a prédica do Dr. Vasco). "Não se percebe bem onde ele
[Cavaco] quer chegar com este novo artigo 'A ideia chave'--prossegue o Dr. Vasco.
"O artigo de quarta-feira não responde. Não responde, no fundo, aoq ue o país se
pergunta"-- conclui o Dr. Vasco , a finalizar a sua prédica. (Brilhante, este crítico).
Todos percebemos que o artigo de Cavaco Silva, numa análise sumária, apresenta
os caminhos e a acção que o Governo deve tomar para resolver o impasse em que
o país se encontra -- análise que corresponde à acção política de José Sócrates --
e com a qual Cavaco Silva pretende cativar o eleitorado do PS, para a sua campanha
eleitoral como candidato à PR. Todos percebemos isso. Só o ressabiado cronista
Vasco Valente, é que não percebeu, e continua a assobiar para o lado...

Andou o "Paulinho das Feiras", nestes tres últimos anos, a criar uma imagem
de estadista, e agora, depois de medalhado pelo amigo Rumsfeld e depois de ter
gozado umas mini-férias no Bahrein, chega a Portugal e é confrontado com uma
situação em que os seus ex-ministros estão sendo arguidos num processo por
tráfico de influências... Isto não deveria acontecer, já que Portas sempre se disse
devoto e protegido por Nossa Senhora de Fátima. Algum pecado feio terá sido
cometido por Portas, ou então entrou em rota de colisão com as leis divinas.
Ao ser condecorado com uma medalha do Império, Nossa Senhora sentiu que
Portas queria estar de bem com Deus e com o Diabo. Ora, isto não é possivel, cá
na Terra. Ou se está do lado do amor e da compaixão, conforme manda os
evangelhos, ou com o ódio e a raiva, que são os diabólicos sentimentos do Mal.
Para Portas, o que está a passar-se no CDS, deve ser uma vergonha. Se é que
ele a tem. Passou a campanha eleitoral a tecer lôas aos seus ministros, apontando
as suas qualidades, falando de competência, honestidade, seriedade, calmaria...
E o outro, o ex-primeiro (que anda por aí), disse que de nada sabia... Até porque,
a sua assinatura, não consta nos despachos dos sobreiros, disse o ingénuo...
Aquilo não era um Governo, mas sim uma trapalhada de gente desgovernada.

No Afganistão, tres anos após a queda dos 'taliban', quase tudo continua
por fazer. A reconstrução do país tarda, e muita coisa há para fazer. Este
velho palácio, aguarda por financiamento para a sua reconstrução, e nele
ficará a funcionar o Parlamento. Daqui até lá, outras infraestruturas têm
prioridade, como escolas, hospitais, estradas, abastecimento de água, gaz,
electricidade, telefones, etc. Será preciso uma geração para mudar o país.

2005/05/12

 
O abrupto José Pacheco Pereira, homem de muitos novelos, observador de
objectos esquisitos e das palavras escritas em sms, utiliza o seu espaço semanal
do "Público" para falar do "Caminho presidencial" de Cavaco Silva. Repare-se no
seu raciocínio arrevesso, nas suas conclusões euclidianas: "Se nas presidenciais
tivermos, como caminham as coisas, Cavaco e Alegre," teremos um confronto
interessante e umas eleições «pregnantes». "Sendo Portugal o que é, - prossegue -
a probabilidade de ser interessante é sempre mais pequena do que o seu contrário,
mas mesmo assim existe". (Profundo e claro raciocínio). Mais adiante, esclarece
JPP: "O PS tem que gerir a não correspondência do «lugar» em que quer ter o
Governo e o «lugar» onde tem que travar o combate presidencial". (O "lugar" de
que fala JPP, só ele sabe onde fica). Mas o abrupto JPP, que parece dedicado às
práticas místicas, chega a dar um conselho a Cavaco Silva: "Só uma coisa pode dar
substância à candidatura de Cavaco: construir a sua candidatura a partir de uma
meditação (!) sobre as ingovernabilidades do sistema político e do papel presidencial
na sua superação". (JPP desconhece que, meditar é não pensar...abstracção total).
Depois de botar ao papel tamanhos pensamentos, JPP entra no vácuo político:
"A tentação do vazio é o pior adversário de Cavaco... Se as coisas correrem muito
mal, alguem acabará por encher esse vazio; se, mesmo assim correrem bem,
Cavaco tem o dilema clássico: [estar] entre o «influente» e o «interveniente».
Este tipo de esquizofrenia política não beneficia nem a Cavaco nem ao país".
(Tudo claro, escuro, irreal. Quando acabei de ler o "Caminho presidencial" que o
abrupto JPP descreveu no "Público", senti-me enganado, confuso, sem norte).

O país precisa de uma profunda desinfestação no sentido de acabar com todos
os parasitas que medram no crime por tráfico de influências, fuga aos impostos e
utilização abusiva dos dinheiros e bens públicos. A investigação que está em curso
por causa do negócios dos sobreiros, mostra que há pessoas sem escrúpulos dentro
da máquina do Estado. Prende-se um deficientes por não pagar, a pronto e na
totalidade, 135 euros, e não se encontram culpados pelos crímes de lesa Estado...
Assim, não é possivel mudar as mentalidades, não é possivel convencer quem paga
os seus impostos, de que o Estado é pessoa de bem, justa e que cuida do que é
de todos nós. Exige-se que seja feita justiça de todos os casos em curso: clubes de
futebol, que não pagam as dívidas e gastam milhões; nas autarquias, onde sejam
conhecidos casos de tráfico de influência; no executivo, sempre que haja suspeitas
como o caso dos sobreiros, ou das compras do sistema de comunicações (SIRESP).

Trovões sobre Kerbala, lugar santo do Iman al-Hussein. Os trovões são
sinal de tempestade, mas no Iraque já ninguem se importa com isso. O que
preocupa todos, é a violência dos ataques suicidas que todos os dias acontece
nas principais cidades. Nas últimas semanas morreram cerca de 300 civis e
ficaram feridos mais de 1.200 pessoas. A violência banalizou-se, relativizou-se
e quase já não tem eco nos "media" internacionais. No Iraque, está a acontecer
o pior do que era de esperar. Até quando ninguem sabe, e a poucos incomoda.

2005/05/11

 
Anibal Cavaco Silva está em movimento. Um movimento que o vai conduzir
até à Presidência da República. Hoje vem explicar, no "Público", o que pensa sobre
a actual situação económica do país. Em cinco, cinco pontos, aponta os males (sem
acusar ninguem) e indica quais as soluções convenientes para resgatar Portugal do
marasmo económico: a) o aumento da produção nacional de bens, b) o crescimento
das exportações, c) incluindo os serviços de turismo. "Sem o reforço da capacidade
das nossas empresas para enfrentarem a concorrência da produção estrangeira,
quer no mercado interno quer no externo, não será possivel melhorar as condições
de vida da população, combater a pobreza e a exclusão social, garantir crescimento
das pensões de reforma e alcançar uma efectiva igualdade de oportunidades tanto
na educação como na saúde". Para Cavaco Silva é importante que haja um "discurso
político" que dê ênfase ao "aumento da capacidade competitiva das empresas". E
que esse discurso seja uma constante junto dos "agentes políticos, económicos,
sociais, científicos e culturais" e das "elites profissionais, dos líderes de opinião, dos
portugueses em geral" para todos interiorizarem a importância deste objectivo.


A análise feita por Cavaco Silva não anda longe daquilo que tem sido o discurso
de José Sócrates. Cavaco Silva tambem se refere às componentes de inovação,
investigação, desenvolvimento tecnológico, software, tecnologias de informação
e comunicação e educação superior, que podem dar ênfase ao dircurso político das
ideias-chave em volta da competitividade das nossas empresas. Com este discurso,
Cavaco Silva torna a sua candidatura à PR mais abrangente, pelo que, na hora de
votar, muitos eleitores, não sendo do PSD, podem dar o seu voto a Cavaco Silva,
tanto mais que ele tem sabido estar calado e falar apenas nos momentos certos.
Além disso, Cavaco Silva ajudou a correr com a medíocridade de Santana Lopes
e sempre se demarcou das campanhas e dos conclaves do PSD com Santana.
Como PR, Cavaco Silva, poderá trazer um discurso mais adequado ao momento
de crise económica em que vivemos. Seria até interessante que, ao contrário do
que tivemos até agora, as "Presidências Abertas" passassem a ser marcadas por
um discurso desafiante, técnico, virado não para o povo de rua, mas para o mundo
do trabalho, com empresários, dirigentes sindicais e empresariais, com star-ups,
designers, cientistas, universidades, ICEP e Agência Portuguesa de Investimentos.

Estas mulheres de armas, poderiam ser as avózinhas do blasfemo JM, mas
não, elas pertencem à linhagem das "padeiras". São duas veteranas da IIGG,
numa cerimónia realizada em Kiev, na Ucrânia. Lutadoras, mães e avós.

2005/05/10

 
O director do "Público" -- grande entusiasta da cultura dos States -- tambem
veio botar discurso sobre as comemorações de Moscovo: "É claro que o aperto de
mão não desanuviou o ambiente tenso que marcou as comemorações em Moscovo".
José Manuel Fernandes (JMF) referia-se ao encontro de Bush com Putin. Só JMF
viu aquilo que ninguem viu. O que vimos foi George Bush ao lado de Putin, todo
sorridente, a conduzir um "Volga" de 1956. JMF escreveu nada sobre os 60 anos
da capitulação nazi, e quase nada sobre a Rússia, embora tenha puxado pela escrita
de Marie Mendras: "Tres quartos dos russos até podem ter uma ideia positiva da
União Europeia, mas isso não os faz sentir europeus: 55 por cento afirmam que
nunca se sentiram minimamente como tal". JMF persiste em misturar alhos com
bugalhos, e esta data não devia servir para isso. Grande número de pessoas fala
da Rússia como quem fala de Portugal -- embora poucos falem da nossa realidade.
Ora, a Rússia, não é só a parte europeia, que vai de Moscovo aos Montes Urais.
A Rússia tem mais de 17 milhões de km2, é quase duas vezes maior que os States,
30 vezes mais que a França, 200 vezes este rectangulo pequenino que é Portugal.
A Rússia estende-se de Moscovo até Vladivostok e, mais a norte, até ao estreito de
Bering, que separa o Alasca da Ásia. Falamos do país mais extenso do mundo, que
tem povos de 57 nacionalidades em território próprio e 95 nacionalidades sem área
geográfica definida. Conhecer esta realidade imensa, é muito dificil para alguem
como nós, que somos pequeninos... mas julgamos ser os maiores, cá neste planeta.
A Rússia é o nosso grande vizinho euro-asiático, com quem devemos viver, e a
quem precisamos conhecer melhor, para acabar de vez com a mini-visão que
temos de uma Rússia europeia; ela é euro-asiática, muito diversificada, e tem
característica muito próprias de quem vive os grandes espaços geográficos.


Decorre em Brasília, até amanhã, a Cimeira Árabe-Sulamericana. O Brasil
impõe-se como potência regional, e mostra que o mundo está a mudar. Por agora,
fala-se de estreitamento de relações económicas e culturais, mas o Brasil de Lula
procura apoios para ser eleito membro permanente do Conselho de Segurança da
ONU. Quando chegar a altura da nova reforma das Nações Unidas, onde outros
países assumirão maior papel como o Japão, a Índia, o Brasil, a Africa do Sul, e
a entidade União Europeia, caso o Tratado Constitucional seja aprovado.
Em Brasília estão reunidos 10 países sul-americanos e mais 22 países árabes.
Entre estes, destaca-se a Arábia Saudita, Bahrain, Kuwait, Oman, EAU, Síria,
Jordânia, Iraque, Palestina, Egipto, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Argélia, Sudão,
Somália, Qatar, Iemen, Djibuti, Comores. Sul-americanos estão, Brasil, Argentina,
Venezuela, Chile, Paraguai, Uruguai, Colômbia, Perú, Bolívia e Guiana Francesa.
Fala-se na constituição, entre Brasil, Venezuela e Argentina de uma Petrosul --
uma companhia internacional para pesquisa, extracção e refinação de petróleo.
No desenvolvimento de culturas em zonas áridas, como são os países árabes e
o sertão brasileiro. O Brasil tem competência e tecnologia para esse fim. Vamos
aguardar pelo final da cimeira. Quem está desconfiado, são os States, por verem
que os países menos desenvolvidos começam a arrepiar caminho...

Há muitos árabes a viver nos países sul-americanos.

2005/05/09

 
Quando o mundo comemora os 60 anos sobre o fim do pesadelo nazi, e quando,
finalmente, começa a fazer-se justiça ao Exército Vermelho pelo sua valorosa luta
contra as tropas nazis em diversas frentes de batalha até à libertação da Europa,
eis que surgem os farizeus da história, ensinando que, com a libertação, deu-se um
passo atrás, ao permitir que novas ditaduras se implantassem... É discutível, esta
nova tese, mas só os acordos firmados em Yalta poderão fazer luz sobre esta teoria.
No entanto, é curioso verificar como a direita tenta ofuscar com esta tese, o valor
que o Exército Vermelho teve na capitulação das forças nazis.
Há um facto que a direita esquece, e esse sim, é importante realçar. É bom não
esquecermos, que o povo alemão tambem foi libertado. É bom não esquermos que,
os vertriebenen foram empurrados para Heimatlosigkeit. Sim, milhões de alemães
foram expulsos dos países onde viviam, e acabaram por ficar sem pátria. Sem nada.
Apenas com a roupa que tinham no corpo. Muito há para recordar e não esquecer.
A guerra, quando vem, vira tudo ao contrário e torna as nossas vidas num cáos.

Destruição e morte em Berlim, como resultado da guerra.

Este fim-de-semana estiveram reunidos os confederados do BE. Apenas sei
que foi eleito líder, que já era, Francisco Louçã. Não sei quais foram as conclusões
do partido, se é que o bloco para a designar-se partido. Ou a montanha pariu um
rato, ou então os bloquistas -- que a imprensa sempre acarinhou -- não foi capaz
de passar à comunicação social, a mensagem do conclave. Uma ideia me acudiu:
os confederados, maoístas, trotzkistas, leninistas, comunistas recauchutados,
da Quarta ou da Primeira Internacional, chegaram a um lugar que não lhes é
agradável. De contestatários, passaram a viver com o sistema. São as angústias
causadas pelo exercício do poder. O Bloco, iniciou a sua fragmentação em grãos
de areia. Não tarda muito tempo. A unidade na diversidade, ao nivel de pessoas,
é impossivel. Mais tarde ou mais cedo, o divórcio acaba por tomar conta de todos.
Não tem paralelo com o PRD. Este, era um partido de desavindos do PS. No Bloco,
trata-se de uma diversidade de tendências e ideologias antagónicas.

Nenhum santo anda assim, com uma força de guarda-costas. Nenhum
profecta ou homem de paz, anda assim protegido por agentes policiais, longe
das pessoas e da vida que palpita nas cidades, nas aldeias ou nos campos.
Assim protegido, só os chefes de Estado das superpotências, só os que têm
amigos e inimigos, e não confiam em ninguem -- nem na protecção divina.

2005/05/08

 
A CAPITULAÇÃO DA ALEMANHA NAZI...

Estão a decorrer as comemorações dos 60 anos da queda do nazismo.
O culminar das cerimónias será amanhã, na Praça Vermelha, em Moscovo, com
a representação de 50 países. Numa altura em que a Europa caminha para uma
União entre países desta área geográfica, quando a guerra fria já mais não é do
que uma breve e expressiva memória na divisão das duas Coreias, e agora que o
destino europeu parece seguir em paz e entendimento com a grande Rússia, será
bom reafirmar o seguinte: a queda do nazismo começou com a rendição das tropas
hitlerianas em Leningrado; a queda de Berlim, aconteceu a 30 de Abril de 1945
com o avanço do Exército Vermelho a tomar o Reichstag; a capitulação dos nazis
é anunciada a 8 de Maio, por Eisenhower, mas a assinatura do acordo é feita no
dia 9, em Berlim, perante o Exército Vermelho e os dignatários nazis. Temos de
reconhecer o esforço imenso e heróico do Exército Vermelho, e do povo russo.

Oblisco monumental erguido aos Heróis de Minsk, capital da Bielorússia.

"Na URSS os nazis destruiram 1.710 cidades, 70 mil aldeias, 32 mil empresas
industriais, 100 mil empresas agrícolas. Desapareceram 65 mil kms de vias
férreas, 16 mil automotoras, 428 mil vagons. A Alemanha perdeu na sua guerra
contra a URSS o correspondente a 3/4 das suas baixas totais. Na frente soviética
o exército japonês perdeu 677 mil homens ( na sua maioria prisioneiros). Em todos
os cenários da II Guerra morreram 250 mil norte-americanos, 600 mil ingleses, e
27 milhões... de soviéticos (3 milhões dos quais membros do PC). As riquezas da
URSS foram reduzidas em mais de 30 por cento. No território dos EUA, excepção
feita a Pearl Harbour, não caiu uma só bomba, não se disparou um único tiro...
Até começos de 1944 na frente sovietico-alemã operaram, em permanência, de
153 a 201 divisões nazis. Na frente ocidental, no mesmo período, de 2 a 21 (!).
Em 1945 a mesma proporção era de 313 para 118. De Julho a Agosto de 1944,
início da Operação Overlord, as tropas fascistas perderam entre mortos, feridos
e desaparecidos, 917 mil na frente Leste e 294 mil na frente ocidental".
(Esta resenha é da autoria de António Vilarigues, mas na Internet já se encontra
muita documentação sobre a devastação da II Guerra, até agora vista apenas do
lado de cá. Não esqueçamos que Salazar aguardou até ao fim pela vitória nazista).

Monte da Glória, em Minsk, Bielorússia. Para que a memória não se perca.

2005/05/07

 
"O homem é politicamente desprezível: a encarnação do populismo no seu pior".
É assim que o iconoclasta e exegeta Valente (como ele gosta de indicar os outros pelo sobrenome), se refere a Tony Blair, na crónica de "quarto de página" no Público
de hoje. O Charlatão, é o título da crónica de Vasco Pulido, contra Tony Blair. Só um
idiota australopitecus poderia trazer a crítica a um nível tão baixo. É que o Valente,
Vasco Pulido, é tido como o guru no terreno da crítica politiqueira. Por isso, era de
esperar que o historiador Vasco fizesse uso do verbo justo e elevado na sabedoria
sempre que criticasse alguma coisa. Mas não, à laia dos "vencidos da vida", Pulido
faz acusações e juizos de valor a raiar os costumes do Santo Ofício. E, no entanto,
sempre diz umas meias-verdades que devem ser apontadas, mas que acabam por
ficar relativizadas pela baixeza da forma como Vasco Valente exerce a sua crítica.
Blair "meteu o país na guerra do Iraque com a ameaça de um perigo inexistente. E
mesmo assim ganhou ontem um terceiro mandato. Falo, claro está, de Tony Blair.
Toda a gente o detestava e o considerava um charlatão sem graça e sem desculpa
e, no entanto, ele ganhou". Pois, o povo, na sua infinita sabedoria, sabe escolher.

Digam o que disserem, Tony Blair ganhou, mas perdeu 60 deputados.
Derrotado saiu Michael Howard, com menos 71 deputados. Ganhador foi Charles
Kennedy, com mais 10 deputados. Em termos de votação esta análise é falsa, pois
o sistema eleitoral inglês não respeita o método de Hondt. E só assim se justifica
que o partido trabalhista ganhasse a maioria, com apenas 35,3 por cento de votos.
Como europeu, estou contente, porque Tony Blair, neste terceiro mandato, em
vez de dividir a Europa e meter-se em mais guerras injustas, irá certamente
cumprir com o seu empenhamento na unidade europeia. Tem o referendo do
Tratado Constitucional para ractificar, e, se quizer atribuir à Inglaterra um papel
mais relevante nas decisões da UE, tem que convencer os ingleses a entrar para
a moeda única. Aliás, por vontade dos industriais britânicos, esta decisão já devia
ter sido tomada há muito tempo. Vamos esperar por Gordon Brown, já que Tony
Blair não deve ter credibilidade interna para levar estas duas tarefas até ao fim.

O "Airbus A380" já efectuou segundo vôo com eficiência e segurança..

2005/05/06

 
O poder corrompe, é costume afirmar-se, mas eu penso que o poder -- usado
pelos oportunistas -- tem outros males para alem da corrupção que é praticada
por quantos se deixam inebriar pelo erxercício do mando. É a adulteração das leis,
para alcançarem os fins em vista; é a sedução do dinheiro, pelo qual lutam todos os
gananciosos; é a perversão dos princípios éticos, através do receber e conceder
mordomias; é a desvirtuação da lógica democrática, com a eternização de mandatos.
Na verdade, para "servir" o Estado (o bem público), seria necessário proceder a
uma avaliação prévia dos candidatos a cargos de eleição. Só assim poderiamos
ter presidentes de juntas de freguesia, presidentes de câmaras, deputados e
ministros com um padrão mínimo de competência, honestidade e valores éticos.

A existência mostra-nos como tudo é perfeito. Esta ùbere e generosa mãe
cadela, amamenta o filhote e dois tigres bebés... A mãe destes, não produz
leite suficiente para os criar. A natureza é equilibrada.


Os casos de Isaltino Morais, em Oeiras, e do major Valentim Loureiro em
Gondomar, são o paradigma das criaturas que, chegadas ao poder, tomaram-lhe
o gosto e não mais querem largar o "tacho". O seu apetite pelo poder, leva-os a
cometer os piores actos para se manterem em função. A sua propensão para o
caciquismo, é inata e tudo fazem para continuarem a mandar. Perdem a cabeça,
o tino e o juizo, quando vêem fugir-lhes a cadeira do poder. Só a insensatez, o
desvario e a ambição desregrada pode levar sujeitos, --por quem ainda há pouco
tempo tinhamos um certo respeito e deferência-- a cometer na praça pública o
seu acto de hara-kiri político. Eles vão lá, vão usar caminhos ínvios para chegar
ao poder, mas dificilmente sairão vencedores. Quem sai prejudicado é o partido
onde militam, e a praxis política que deve ter em conta as regras partidárias,
democráticamente instituidas e votadas. A menos que aqueles dois sujeitos não
saibam fazer outra coisa na sua vida, a atitude que tomaram contra o seu prório
partido é reveladora de vingança, rancôr e indisfarcável sede de poder.

Basílica de Nossa Senhora da Paz, em Yamoussukro, na Costa do Marfim.
Construida à imagem e dimensões da Praça de S. Pedro, no Vaticano, nos anos
1986 a 1989. Por vontade do presidente Houphouet Boigny, que disse pagar do
seu bolso os 400 milhões de dolares da obra. A megalomania dos governantes de
África, leva a que façam obras faraónicas, deixando o povo na miséria.


OS CONFEDERADOS...

"Uma névoa de incerteza, expectativa e fumo do cachimbo de Fernando Rosas
domina o arranque do IV Conclave do Bloco de Esquerda deste fim-de-semana.
Até à hora do fecho desta edição, ninguem conseguiu afirmar com certeza quem
vai liderar o partido a partir de domingo. Francisco Loucã chega ao Fórum Lisboa
com resultados impressionantes: uma vida gerada, tres pontos de avanço sobre
o Sporting e um grupo parlamentar de oito deputados".
(Desta vez vai acontecer, em Lisboa. Relatado por "O Inimigo Público".)

2005/05/04

 
A direita não está satisfeita. É evidente o seu desconforto. Nos jornais, na rádio,
na televisão e na blogosfera. O que se lê, ouve e diz é um desafabo de desilusão.
Porque nem o Congresso do Pombal anunciou a boa nova, nem tão pouco o conclave
do partido de Portas conseguiu guinar mais à direita, que era o desejo de alguns dos
jovens turcos acantonados no Caldas. Estes, esperavam uma deriva do partido para
o lado do liberalismo puro e duro. Como lhes saiu da cartola um Ribeiro e Castro de
raíz democrata-cristão, apostado em direccionar o CDS para o centro-direita, já há
quem se sinta enfastiado com o regresso ao passado. Só lhes resta o alistamento no
PND de Manuel Monteiro. Que nunca foi poder e pode ser repensado nas suas
linhas programáticas. É uma hipótese que deve ser tentada por todos aqueles que
não se sentem bem no CDS. Por todos quantos adoram a instabilidade, o frenezim
a que Santana e Portas os habituou. De resto, como se verá amanhã em Inglaterra,
o liberalismo democrático está a evoluir, e pode ser um bom parceiro para formar
um governo de coligação. Desde que o seu líder não seja populista e demagogo...

Carson Douglas, gosta de emoções fortes. Para isso dedica-se a andar pelos
rodeos de Nevada, onde luta corpo a corpo com os bichos, agarrando os brutus
pelos cornos. No final, a colecta dá para umas cervejolas, mas fica manso.


Um dos apóstolos que defendeu a invasão do Iraque, o José Manuel Fernandes,
está a prestar um serviço à direita nacional, "vendendo" a sua revista "Atlântico".
Para atingir esse fim, vem hoje dizer no seu editorial do "Público" que, ao fim de
40 anos de publicação ininterrupta, acabou a The Public Interest, fundada em
1965, em Nova Iorque, por Irving Kristol, um dos "neocons" que mais influência
teve sobre George Bush durante os preparativos para a invasão do Iraque. Pois,
o JMF, mais uma vez, vem dar-nos conta dos "pensadores" norte-americanos.
Claro que cita dois ou tres casos de revistas nacionais: a Finisterra, a Vértice, a
Manifesto, e, naturalmente, a novel "Atlântico" onde Maria de Fátima Bonifácio
escreveu um artigo sobre "A nostalgia fracturante". Chegados aqui, somos levados
a crer que JMF, tambem anda entediado, e prefere o "pão, pão; queijo, queijo",
i.e., JMF acha que isto não vai bem sem "trapalhadas" nem "confrontos verbais".
Ele quer fracturas, dialética, cansaço verbal... e chegar ao fim, sem nada resolver.
Mas isso não importa, o importante é confrontar, gralhar, dialecticar, zunzar...
Como dizia o sábio, "as pessoas falam, falam, e acabam sempre confusas".
"Para moleza já chegam os partidos que, depois da onda de renovação nas suas
lideranças, ainda parecem mais acantonados ao centro do que antes", JMF dixit.

A nossa direita faz muito barulho, muita poeira, mas não passa disso.
Deixemos pousar a poeira, como acontece em Al Asad, no Iraque. Mas leva
tempo a passar, cerca de 45 minutos. Todos os males fossem este. Hoje, mais
uma carnificina num centro de recrutamento: 45 mortos e 150 feridos...

2005/05/03

 
FEIRA DAS VAIDADES...

Como aqui ficou dito, o patrão do Pentágono, Donald Rumsfeld, não esqueceria
os serviços prestados pelo cabo de guerra Paulo Portas. Não por serviços prestados
em combate, mas por ter sido ministro das tropas do país anfitrião da "Cimeira dos
Açores", onde foi acertado o dia para a invasão do Iraque. Paulo Portas vai receber
a medalha "Distinguishous Public Service Award". Rumsfeld tem muitas para dar,
a outros servidores e amigos da guerra, mas Portas sentirá no seu ego, que Donald
Rumsfeld é mesmo seu amigo... Certamente esperava mais, mas os tempos não
correm de feição, pelo que Portas deverá contentar-se com a medalha, e não com
o emprego que sempre sonhou ter nos States. Mas a medalha prova que Rumsfeld
simpatizou com o valoroso combatente, e ex-ministro da Defesa de Portugal.
Ainda espero ver Paulo Portas numa manifestação de Antigos Combatentes, com
a medalha ao peito atribuida pelo dono do Pentágono. Empertigado e vaidoso.

Mas já que Paulo Portas foi agraciado como ex-governante, o seu parceiro
das trapalhadas, Santana Lopes, tambem veio mostrar que a sua "competência e
e eficácia" vão ser compensadas. Santana Lopes não podia ficar atrás de Portas.
Logo, veio dizer o seguinte: "Vou voltar a exercer advocacia, que é a minha
profissão, vou dar uma aulas e vou trabalhar para um grupo financeiro na área
internacional. Um ex-primeiro ministro conhece muita gente, em África, na
Europa, na América Latina". Portas fica com uma medalha, e Santana vai para
um "grupo financeiro na área internacional". Como se vê, a Santana Lopes está
reservado um futuro mais generoso. Mas qual será o "grupo" (muito gostam eles
de grupos) que se disponibiliza a ceder uma secretária e uma cadeira a Santana?
Será que tudo isso ficou acordado no Pombal, aquando da votação da moção de
António Borges? Ou Santana vai para S. Tomé e Príncipe, fazer relatórios sobre
furos off-shore na área atribuida à Petrogal? A ver vamos, já que ele vai "andar
por aí". Mas pergunto: que importa isso, ao país, à Sic, a todos nós? Isto não é
informação, é espectáculo obsceno. Que serve a vaidade e o ego de Santana Lopes.

Eles não largam o poder. Querem continuar em palco. Querem ter aplausos.
Portas e Santana estão fora de palco. Deixem-nos com a imprensa "côr de rosa".
Mas há mais quem ande por aí, e alguns são amigos dos mesmos. Marques Mendes
arredou o "tio Isaltino" de Oeiras. Mas no norte, em Gondomar, ainda tem um
bico de obra para resolver. O "nosso major", aquele que deu guarida ao Nino da
Guiné Bissau, continua a dar cabeçadas em quem se mete com ele. E o choramingão
do Menezes de Gaia, para tramar Marques Mendes, mobilizou toda a gente da
Distrital para apoiar a candidatura do major Valentim à Câmara de Gondomar.
O Menezes é vingativo, e é com gente desta que o "nosso major " se dá bem. Se
Marques Mendes ceder, até os que "andam por aí" se vão rir de vingança, como
seja Santana, Isaltino, o soba da Madeira e toda a "máquina" do aparelho que votou
em Menezes -- Menezes que dirige o combate através de Marco António...
De facto alguns políticos, estão no poder, não para servir o povo, mas sim para
se servirem a si, através do exercício da função, ou pelos conhecimentos que têm
de "muita gente , em África, na Europa, na América Latina".

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