2006/01/31

 
O BLOQUEIO CRIATIVO...

Hoje fiquei a saber, através do DN, que a inibição criativa, pode atingir qualquer
um de nós. Tambem fiquei a saber que as causas do embargo são várias e podem
acontecer em qualquer idade. Portanto, as origens do problema são insondáveis e
muito diversificadas, pelo que as "alterações climáticas"--como aqui referi ontem--
são apenas uma milésima parte a influir no bloqueio criativo. O DN cita a entrevista
exclusiva de Gabriel Garcia Márquez a La Vanguardia, a publicar no domingo, para
dizer que em 2005, o Prémio Nobel da Literatura de 1982, "não escreveu uma linha
sequer". "À beira dos 79 anos [o autor de Cem Anos de Solidão], conhece por fim as
agruras de um pousio forçado" -- resume o DN nesta bela e sapiente frase.

Vulcão Augustine, no Alaska, entrou em actividade, explindo fumos...

Todos nós, com mais ou menos intensidade, já sentimos a angústia causada pelo
"bloqueio criativo". Quando tal acontece, por mais que nos esforcemos, não somos
capazes de encontrar a ideia, a palavra, a inspiração, o princípio e o fim do novelo...
A escritora Hélia Correia critica os autores que publicam obras em demasia, num
"processo de ganância", julgando eles que o "milagre" [da inspiração] se repete.
"Pura ilusão: o facto de entrarmos uma vez na Casa de Deus não implica que ele
nos dê a chave". Não vou por aí, mas de facto a criatividade mais genial e mais
assombrosa tem a ver com algo de muito profundo, uma espécie de luz interior,
que ilumina o nosso pensamento e coloca enormes quantidades de informação na
nossa memória, em conformidade com a vontade por nós expressa préviamente.
Esta fonte de inspiração (ou de luz), depende muito do estado físico e espiritual do
indivíduo criativo. Uma qualquer patologia, um choque emocional avassalador, o
estado de ansiedade, vivido e causado por algo que está para acontecer, penaliza
a função criadora... Se existir um bloqueio criativo, a melhor atitude a tomar é
não forçar as coisas, é saber encontrar as causas que determinam tal efeito...
Há criativos que, na época do "pousio", continuam a produzir... Mas a sua obra,
o resultado final, pode ser uma expressão de azedume, violência, desespero...
Há muita "obra artística" que é produto da luta travada no íntimo do seu autor.
Não tem beleza estética, atormenta as pessoas... mas o mercado tudo negoceia.

A neve e o cão... Imagem captada pela Reuters em Mira de Aire, near Fátima,
como refere o Sidney Morning Herald que a publicou na edição de ontem.

2006/01/30

 
Ontem tivemos borrasca forte, com vento, neve e chuva... Hoje (Grande Lisboa),
tivemos um dia soalheiro, seco, ameno de temperatura e sem ventos polares. Não
há dúvida que o clima está doente. E faz com que as pessoas, na sua maioria, sejam
afectadas física e psicológicamente. Até na blogosfera podemos verificar os efeitos
depressivos provocados pela imponderabilidade do "clima"... Ou não será a falta
de produtividade editorial um efeito das depressões climáticas? Ora vejamos o que
vai por aí: o Paulo Gorjão, quase não posta, por ter dúvidas existenciais; o pessoal
do Bolero, depois do sprint de 22, quase não dá sinal, eles que eram galhofeiros!
O João Tunes, embora vá postando, fá-lo com pouco ardor e parece ter dúvidas
quanto ao MIC; o Miguel Silva, depois de atacar os assassinos, quedou-se por uma
ou duas linhas (ex. "Corram aos PPRs!") e agora até escreve sobre penalties, golos
e faltas na grande área...; a Constança, apelou ao Vasco, mas ele não parece fadado
para escrever na web; o Tugir, depois do 2º. Aniversário, limita-se a pouca coisa,
excepto ter listado o rol de amigos que lhe endereçaram os Parabens; verifico ainda
que os causídicos, depois do dia 22, deixaram o barco à mercê de Ana Gomes, que
navega com terra à vista; e o Teixeira Pinto, fechou a porta em 9/12... mas deixou
o contador a funcionar: a despesa da Guerra no Iraque já soma 237.443 milhões...

Corrida de trenós nas montanhas de Orlicke na República Checa.
É considerada uma das mais duras provas na Europa ... (Coitados dos cães!).


Mas a falta de produtividade na blogosfera não é geral. Há blogonautas que vão
postando diariamente. É o caso de Eduardo Graça, que todos os dias publica uma
imagem certeira com o texto escolhido -- geralmente refere-se à obra de Camus;
o Nuno Mendes, consegue alinhavar, todos os dias, um bom texto político, para dar
picadas no chefe da oposição (Ganda Nóia!); outro "trabalhador" incansável, é o
Jumento, que todos os dias dá "despacho" a numerosa papelada, e ainda arranja
tempo para uma conversa na tasca do seu palheiro... Ao fazer aqui referência à
produtividade do Jumento, não quero dizer com isso, que o trabalho seja bom
p'ra burro, nada disso. Nem quero ofender o Cais da Linha e tão pouco o Absorto.
Constato, com isto, que a influenzza climática não afecta a todos por igual; ataca
a maioria, mas deixa indiferentes os outros. Ainda bem, para que a vida prossiga.
Na imprensa, é o incrível Luis Delgado quem parece ser imune às imtempéries
do tempo. Mas tambem se lamenta: "Triste vida, a deste país" -- escreve hoje
nas páginas de opinião do DN, imitando o Pacheco Pereira. E queixa-se porquê?
Por causa das "escutas"... mas sempre vai dizendo que os States -- o paraíso cá
na Terra -- tem o Echelon e a NSA... (Os States que se cuidem, porque o choque
Tecnológico português, é mais avançado! -- sugere o LD, com medo das escutas).

Danúbio Azul... 70 a 90 por cento deste rio europeu está coberto de gelo.

Como diria o amigo Bernardo: então está bem... Mas espero que os amigos
dos blogues que me acompanham, não esmoreçam, nem desistam. Caramba, o
clima não explica tudo, existem outras variáveis que influenciam o nosso estado
de alma, como por exemplo um penalty, uma derrota, ou um empate... Mesmo
assim, não devemos esquecer que a vida é feita de bipolaridade. Para haver o
justo equilíbrio, temos que aceitar vitórias e derrotas, frio e calor, sol e chuva.

O comandante-chefe já não pode ouvir falar em armas nucleares.

2006/01/29

 
AS ESCUTAS....

Depois dos aplausos a Duarte Lima no Parlamento, veio agora António Barreto
botar discurso sobre as "escutas", pronunciando-se "veementemento contra",
mas acabando por dizer que elas têm vantagens. Ficamos, assim, sem saber qual
é a opinião final do esclarecido comentador. Quanto aos deputados que aplaudiram
Duarte Lima -- com excepção dos comunistas -- não deram conta de que estavam
a avalizar uma proposta que isentava os crimes de branqueamento de capitais, de
tráfico de influências políticas, e de espionagem industrial. Depois os mais emotivos
viram a asneira, mas o registo lá ficou. O problema das escutas telefónicas reside
no controlo dos limites em que deve ser feito, e em quem deve ser delegado esse
trabalho de investigação. Não tenhamos dúvidas: as escutas telefónicas são muito
importantes na investigação policial. Esta arma será, no futuro, cada vez mais útil
e necessária no combate ao crime organizado, ao terrorismo internacional, etc.
Hoje nenhum país dispensa esse meio de prevenção. "Habituem-se", como dizia o
outro. De resto, quem não deve não teme. Preocupem-se antes com o seu controlo.

Soldados chineses na região de Hefei Anhui, formam caracteres para
dizer "Feliz Festival da Primavera", ontem, na chegada do Ano Lunar.



Grupo de chineses em Dalian, nordeste da China, esforçam-se por
tocar no caracter "FU", saliente num painel onde constam 1o mil
caracteres "fu" minúsculos, que significam sorte, benção, fortuna.


Permito-me transcrever daqui, duas quadras do amigo Bernardo Quintela:
Manuel Alegre não sabe/O que há-de fazer aos votos.../Um partido? Isso não
cabe/Nem nos projectos remotos...
Se quer uma sugestão/Que lhe deixa os olhos tortos,/Em vez de Associação/
Clube dos Poetas Mortos.../.
(É uma sugestão muito oportuna... Os poetas têm ideias brilhantes.).

2006/01/28

 
Só não vê quem não quer... As reformas necessárias à mudança estão em curso, o
Governo avança, o primeiro-ministro José Sócrates não desiste nem foge à luta.
Vimo-lo ontem na Assembleia da República, durante a apresentação de inovadoras
medidas destinadas a atacar a burocracia, facilitar a vida dos cidadãos, a dinamizar
a criação de empresas e simplicar alguns registos da gestão empresarial, banindo os
centenários livros Diário-Razão-Blancetes. Já não era sem tempo. A informática
produz hoje todos esses reportes em suporte magnético ou digital. Alguns gestores
e empresários começam a estar animados, o investimento estrangeiro vai chegando,
como se tem visto últimamente. Na economia começam a surgir indicadores de que
algo começa a mudar, para melhor. Vamos aguardar mais umas semanas para ver
até que ponto esses sinais indicam uma alteração no rumo da economia portuguesa.

Lá por fora, continuamos a assistir ao desabar da política de wishful thinking
George Bush e seus correligionários. Na Palestina desejavam a morte do laico
Arafat porque, diziam, seria mais fácil alcançar a paz... Agora, após decorrer um
processo democrático de eleições, donde sairam vencedores com maioria absoluta
os fundamentalistas do Hamas, pretendem negar os resultados do povo soberano,
recusando-se a negociar com os vencedores do escrutínio eleitoral. Exigem que o
Irão renuncie ao enriquecimento de Urânio, mas Israel -- que nunca assinou o
Tratado de Não Proliferação de armas atómicas -- tem um arsenal nuclear no
deserto do Negueve e nem se quer admite a sua existência. Sendo o Paquistão
um país islâmico e uma potênca nuclear, que vendeu tecnologia ao Irão e à Coreia
do Norte, pensam que os mísseis não chegarão, um dia, às mãos dos talibans ou
acólitos de Bin Laden... Mas insiste-se na marginalização de King Il Jung, e agora
que o Japão vai preparando-se para enriquecer Urânio -- enquanto se arma --
aqui del-rei que o perigo nipónico está a renascer. Exigem ao Japão que desista.
Vamos ver. Tenho confiança no diálogo... e na mudança de políticas que outros
dirigentes mundiais levarão a cabo, quando chegar a hora de mudança. Enquanto
isto, na China, centenas de milhões de pessoas vão comemorar, amanhã, a chegada
do Ano do Cão -- que simbolicamente representa a guarda, a fidelidade, segurança.

Parabens ao Tugir pelo segundo aniversário. Parabens ao Luis Novaes Tito e
ao Carlos Manuel Castro, editores do Tugir. O trabalho destes dois blogonautas
tem sido brilhante, diversificado, plural. Nenhum deles é o duplicado do outro,
ambos pensam, observam, criticam e lêem o mundo de acordo com o seu cristal.
E isso é muito bom, porque a unanimidade não leva à discussão nem à procura
da verdade. Continuem, pois o Tugir vai além fronteiras; ainda gostava de saber
o significado desta palavra em islandês... O Google mostra, mas não explica.

Dança do Leão em Pequim para animar o Festival da Primavera
que em toda a China assinala a chegada do novo Ano Lunar. Amanhã,
dia 29, é o inicío do Ano do Cão. Vai ser um ano seguro, dizem eles.

2006/01/27

 
Os dados sobre a execução do Orçamento de 2005 começam a estar disponíveis.
E por aquilo que já se conhece, podemos esperar uma agradável surpresa: é quase
certo termos um défice inferior aos 6 por cento. Faltam ainda alguns dados sobre a
despesa, designadamente a das autarquias, e é precisamente aqui, onde as dúvidas
subsistem. Como tem sido noticiado, um bom número de Câmaras Municipais vive
em agonia, devido ao excesso de dívida. São largas centenas de milhões de euros.
O caso mais dramático tem a ver com a Câmara de Ourique, que está à beira da
falência, com dívidas que podem ultrapassar os 20 milhões de euros. Esta Câmara
tem os bens penhorados, por acções executivas em curso. Aos seus fornecedores,
deve 5 milhões; deve 10 milhões por empréstimos de médio e longo prazo; deve
1,7 milhões à PT, EDP, CGA, Segurança Social, etc. A Câmara já não obtem crédito
no Alentejo e em Espanha... Corre o risco de ter que devolver à UE, verbas gastas
em obras financiadas, se estas não forem concluidas dentro dos prazos...

O calote da Câmara de Ourique é exagerado, pois trata-se de um município
com poucos recursos, mas o anterior executivo, liderado por Raul dos Santos,
não se preocupou com o futuro. Esteve oito anos à frente da Câmara, e podemos
avaliar a sua gestão pelo episódio ocorrido hà dois anos, quando o autarca abusou
do seu poder, utilizando viatura com condutor da Câmara para ir até ao Algarve,
onde se passeou pelos bares... Como não pagava o que bebia, por não ter cheta,
acabou por ter que responder na polícia, onde se apresentou com elevado teor
alcoólico no sangue... Um episódio negro na vida de um autarca pobre, a gerir
um concelho paupérrimo. Agora, Raul dos Santos, vive como deputado da Nação.
O Governo devia criar regras de conduta ética e normas de controlo financeiro
nas autarquias, responsabilizando os presidentes de Câmara pela sua execução.
Como acontece nas empresas privadas, os autarcas devem ser responsabilizados
pela gestão dos dinheiros públicos, e devem ser julgados como qualquer gestor,
seja ele da ENRO, da WorldCom, da CP, da EMEF, da TAP ou de uma Câmara.

A minha modesta homenagem ao maior génio da música, nascido
hà 250 anos, baptizado como Wolfgang Amadeus Mozart, e que hoje
serve de "marca" para tudo, desde bonbons a óculos, lingerie e toys.


Parabens ao Jumento...

O palheiro do Jerico foi remodelado. Não admira, pois há tempos que aderiu
ao marketing. Até faz colecção de gadgets e posters dos maiores designers
e publicitários mundiais... O Jerico não é burro de todo, ele sabe que, para
ter sucesso, precisa estar na vanguarda do progresso. E consegue manter o
seu palheiro sempre ornamentado com as últimas novidades. Desta vez até
se decidiu por uma nova albarda, mais leve, mais prática e mais inovadora.
Confessa agora que votou Super-Mário... Deixa lá, Jerico. Uma cartada mal
jogada não é sinal de derrota, é um sinal de que o jogo pode continuar...
Mas já é uma derrota, quando se perde um leitor atento e interventivo, como
é o amigo Bernardo, que agora surfa na blogosfera por conta própria... É a vida.
Mas o Bernardo, como todos nós, não dispensa uma visita ao palheiro do Jerico,
já que o Jumento consta nos links do Então está bem... e espera retribuição!
Outro leitor do Jerico é o David, que esteve parado por causa da NetCabo, mas
logo postou sobre dois temas importantes. A tertúlia do Alto da Barra é fixe!

A China alcançou o 5º. lugar no ranking das maiores economias.
Mas não só, no desporto tambem está a bater recordes. Venceu ontem
o Open da Austrália, com a dupla Yan Zy (D) e Zheng Jie (E), contra Lisa
Raymond (USA) e Samantha Storus (Austrália) nos courts de Sidney...

2006/01/26

 
A Igreja católica sempre reprimiu o sexo, para dominar os crentes, pois é sabido
que o sexo é uma força da Natureza, que tudo move e leva à rebeldia os amantes
que por ele se deixam arrebatar. Por ele se fizeram guerras, assassínios, traições
e os piores crimes contra a vida. De sexo, muito poucos sabiam que se tratava de
uma força da natureza, intrínseca a cada ser vivo, registada no código genético de
cada indivíduo. É a actividade sexual, forçada pelas hormonas que lhe dá origem,
que move todo o ser vivo, conduzindo-o à procriação. Ninguem foge a esta força.
Mas os "representantes dos deuses" cá na Terra, para reverterem a rebeldia dos
amantes na submissão dos crentes, inventaram o "pecado" que diziam estar ligado
aos orgãos sexuais. Sabemos ao que isto conduziu, na Idade Média e ainda agora.
Muitos dos males da nossa sociedade, e de cada indivíduo, reside na "castração"
da força sexual, acarretando, por via disso, à deficiente formação de carácter, a
taras sexuais, e até a potenciais assassinos. Tudo por renegarem a sua natureza.

Vem este ligeiro introito, a propósito de duas notícias de hoje, publicadas no DN.
A senhora Crawford (este nome soa-me mal, a Rancho de George Bush), novel
evangelista do sexo em folhetins, vai publicar os seus conselhos aos domingos,
para os leitores do DN... Parece que a senhora Crawford já tinha um programa
tele-evangelista, uma espécie de Machado Vaz -- deitado-sentado num sofá --
onde tinha grande audiência, e agora vem conquistar terreno na imprensa. Mais
uma oportunista a viver à custo do sexo, daquilo que foi negado a muitos homens
e mulheres, durante a formação da respectiva personalidade. Muito antes destes
evangelistas sexuais, já havia o senhor Heffner, criador da revista Playboy; depois
chegaram os "industriais" da pornografia cinematográfica, as lojas de aluguer de
filmes hard-core, etc. Todos a viver à custa do "pecado" inventado pela Igreja...
Tanto esta instituição como os referidos "comerciantes/industriais do sexo", zelam
pela interdição deste, e defendem a ideia do "pecado"... porque, no dia em que nos
libertarmos do "pecado", deixa de haver "mercado" para os que vivem do sexo.

A segunda notícia relacionada com o sexo, tem a ver com a primeira encíclica
(carta-circular) de Beneditus XVI, intitulada Deus caritas est (Deus é amor).
Um sufista diria o contrário: que "O Amor é Deus", porque amor, é êxtase...
Claro que o "amor" da encíclica de Beneditus XVI, é tambem este e muito mais.
A Igreja sempre confundiu "o amor e o sexo", se bem que fale muitas vezes de
compaixão, amor fraterno, amor espiritual... São coisas diferentes: o amor, é um
estado de êxtase, de compaixão; o sexo, é um ímpeto causado pelas hormonas.
Não se deve negar nem fugir ao sexo; ele é a força e a origem da vida. Ninguem
deve ser "castrado" dessa força, dessa energia. Falar de amor entre homem e
mulher, é falar de dependência. Não é amor, é atracção, são as hormonas em
ebulição... Muitos casais vivem juntos apenas por serem dependentes... um não
é capaz de viver sem o outro, por sentido de posse, carencia de afectos, submissão
ao outro, incapacidade de arriscar. A dependência económica ainda é mais forte.
É preciso acabar com o "mercado" do sexo. A educação sexual deve começar na
escola, para que os jovens de amanhã não tenham que aprender a "curar" certas
disfunções sexuais, através de tele-evangelistas ou "especialistas em sexo"...

Os mercenários da Guarda Suiça ao serviço do Vaticano estão a
comemorar os 500 anos da sua fundação com renovado aprumo.

2006/01/25

 
Na blogosfera e nos media tradicionais continua a ser feita abundante análise aos
resultados eleitorais de domingo. Encontramos de tudo, para todos os gostos. Pouca
objectividade, muita efabulação, excesso de verborreia. Leia-se o que diz professor
universitário Vasco Graça Moura: "[Cavaco Silva] disse o que pensava sobre o País
e sobre o exercício dos poderes presidenciais. O povo gostou. Está farto de tretas
manhosas, de pantominas ranhosas e de demagogias farfalhudas". (Eu nunca seria
capaz de escrever com tão rude e bárbaro vocabulário. Mas trata-se do professor,
escritor, poeta, tradutor, jornalista, deputado europeu, militante do PSD... Quem
sou eu, para o criticar! Mas que o sujeito lembra um tribuno da Pedra Lascada, isso
lembra. Ou então anda a traduzir, para basco, o panfletário Fialho de Almeida...).

Tempo para desportos de inverno... Corrida de ski em St. Mauritz.

Marcelo Rebelo de Sousa diz hoje, no DN, que "O Soarismo morreu". Sempre
achei que o professor daria um excelente pregador de púlpito evangélico, mas não
o imaginava na actividade de coveiro, a enterrar "ismos", para o que parece estar
inclinado. Um "ismo" nunca se enterra, arquiva-se, para registo da história. MRS
mostra-se charmoso para com "o simpático Jerónimo de Sousa" e o "voluntarioso
Francisco Louçã". Fala do "combatente Manuel Alegre" , mas não classifica Mário
Soares... De facto, não é de bom tom dizer mal do defunto, que Marcelo enterrou.
Tambem a Joaninha, escreve um extenso post sob o título: "E agora?". Quanto a
mim, estes ilustres comentadores, não querem dizer a verdade sobre o resultado
obtido por MS. E a verdade está, quanto a mim, na vingança que MA preparou
para derrotar MS. MA não esqueceu Zenha, avançou com a candidatura e venceu,
aquele que o atropelou... Neste atropelo, quem saiu mais ferido, foi o PS... O tempo
fará luz sobre este caso. Quanto a um possivel confronto Cavaco-Sócrates, não
creio que venha a acontecer. São duas pessoas diferentes, mas ambas têm espírito
de missão, que é servir Portugal. Teimosos, não gostam de "vassalos" à sua volta.

Exótico gato turco com um olho azul e outro ambar.

O novo DN está a dar grande relevância à blogosfera. E com inteligência,
pois o futuro dos media vai correr por aqui... Muito investimento está a ser
aplicado na Internet para desenvolver novas formas de edição, novos suportes
de informação, novos meios de leitura e consulta. Não admira, portanto, que os
grandes diários da imprensa internacional acompanhem a actividade dos blogues,
e disponibilizem, eles prórios, espaço para discussão e edição. O DN tem feito eco
nas suas páginas de opinião de alguns dos mais lidos blogues portugueses. Todos
os dias são citados 3 a 4 blogues. Hoje coube a vez ao Abrangente ser citado pelo
DN, a propósito da "derrota de Mário Soares", o nosso "pai da democracia".
Espero ver citados no DN outros blogues, designadamente aqueles a quem
consulto diáriamente, e que me acompanham na coluna dos Links.

Mount Washington Observatory, em New Hampshire, USA,
coberto de gelo formado pelas gotículas de nevoeiro e frio costeiro.

2006/01/24

 
Estamos no rescaldo das eleições presidenciais. Agora começa a ser feita a análise
aos resultados, dentro dos partidos da esquerda. Na direita, para já, não se espera
nenhum terramoto, pois tanto o menino-guerreiro como o sobrinho de Rumsfeld
estão fora de jogo, andam por aí, a penar as suas mágoas. Na esquerda, Jerónimo
de Sousa está tranquilo, e Manuel Alegre não quer fundar nenhum partido. Mas o
candidato da cidadania não vai ter a vida facilitada dentro do PS. O problema será
incómodo para Manuel Alegre, e não tanto para o PS. Mais à esquerda, no Bloco de
Francisco Louçã, poderá haver muitas críticas e acusações entre os seus militantes,
tudo por causa da Joaninha... Joana Amaral Dias, apoiou Mário Soares, na intenção
de poder vir a desempenhar uma função importante, se acaso Soares ganhasse a
PR. Joana Amaral Dias arriscou, jogou, mas perdeu. Agora, com que cara vai entrar
na séde do BE? Ou será que não vai aguentar a pressão e acaba por aderir ao PS?
Como vai ser a vida da Joaninha, depois do afundamento político de Super-Mário?

Fui almoçar a Lisboa com gente que muito prezo e estimo. Depois de uma
visita à Bertrand, no Chiado, para umas comprinhas, encaminhei-me para o Cais
do Sodré, e regressar de comboio a Oeiras, pois o dia esteve tristonho, cinzento e
frio... Dizem que estes dias assim, levam as pessoas a ficar tristes, pessimistas,
com sentimentos negativos, puxando para o suicídio... E não é que, ao entrar na
estação da CP, deparo com uma multidão em movimento desordenado, com dois
comboios na linha de partida completamente cheios? Um vinha até Oeiras, mas
já estava com 15 minutos de atraso; outro vinha a parar em Santos, Alcântara e
Oeiras, até Cascais, já estava com 10 minutos de atraso... Entrei no semi-rápido,
consegui um lugar sentado e aguardei pelo sururu... "Um sujeito pendurou-se
na Ponte 25 de Abril, e ameaça deitar-se à linha do comboio, logo que passe o
primeiro" -- dizia alguem no meio da chinfrineira geral. Não me incomodei: abri
o saco da Bertrand, e optei pelo Bilhete de Identidade da Filó... Quando dei
por mim, o comboio começou a andar, passada que foi uma hora. Não sei o que
aconteceu ao "desesperado", mas sei que me lembro da Filó, no tempo em que,
na Praia da Conceição, em Cascais, havia sítios para gente da finesse e sítios para
os plebeus... Vou continuar a ler. O mundo é pequeno, e a gente só muito tarde
se dá conta do que passou ao nosso lado. A juventude não gosta de barreiras.


P.S. - "Hoje ao fim da tarde estive a conversar com Mário Soares. Falamos quase
do futuro. Com o tempo à nossa frente". (Não acredito que Medeiros Ferreira tenha
falado mais de futuro. Melhor seria que falasse do presente, pois um octagenário, mais
que do futuro, deve preocupar-se em viver o presente -- em paz, sabedoria, bondade).


Para o futuro partiu o veículo "Novos Horizontes", colocado no espaço pelo
foguetão Atlas V, para uma viagem longa... Chegará a Neptuno em 2015...

2006/01/23

 
Cavaco Silva festejou a sua vitória nas eleições presidênciais no Centro Cultural
de Belém, onde havia apresentado o manifesto da sua campanha, e justamente no
edifício mais emblemático dos tempos do cavaquismo. Para os que dizem que o ex-
primeiro-ministro nunca teve preocupações com a cultura, o CCB prova o contrário.
O programa das actividades culturais realizadas nos últimos dez anos no CCB são
a prova de que a cidade de Lisboa e o país tinham necessidade de um centro de
artes de nível europeu e enriquecedor do conjunto arquitectónico dos Jerónimos.

As pessoas esforçam-se por satisfazer os seus desejos, por conquistar um lugar
ao sol, por ganhar um prémio ou colher mais vantagens na vida. É humano, é assim
que as pessoas triunfam, acabam por ter sucesso. No caso das eleições direi que,
cada um de nós, à sua maneira e segundo os seus valores, pretende eleger o melhor
candidato, aquele que lhe inspira mais confiança, aquele com quem mais simpatiza,
o que poderá ser mais isento, honesto e cumpridor. Para esse fim, o eleitor escolhe,
vota no seu candidato ideal. O resultado final será o somatório dessa convergência
de anseios e opções. Só um pode sair vencedor; será esse o eleito. A partir daí, os
eleitores perdedores devem arrear bandeiras e aguardar por outro escrutínio.
Agora é tempo de trabalhar e estar atento, para avaliar o desempenho do novo PR.
Em democracia é assim. O país precisa do esforço de todos nós. Não desertemos.

Passarelle de modelos Cavalera nos Jardins de Ipiranga...
A "Fashion World" de S. Paulo, está no top mundial do melhor
que se faz em inovação de tecidos, cores e design de vestuário.


Numa altura em que o Governo pede mais sacrifícios aos portugueses, exige
deles melhor cumprimento no pagamento de impostos, e restringe os aumentos
salariais, uma classe de portugueses -- os juizes -- teima em fujir ao pagamento
de impostos sobre 770 euros, emitindo acordãos "no sentido de que o subsídio de
renda de casa, que recebem juntamente com o ordenado, não seja considerado
rendimento de trabalho colectável em sede de IRS". É o que se diz "ser juiz em
causa própria". Esta regalia corporativa existe desde 1926, se bem que grande
parte dos juizes viva em residências próprias. Só um Governo forte pode alterar
este estado de coisas... As corporações continuam a travar o progresso do país.

A parte nordeste da China continua a sofrer os efeitos da neve
e do gelo neste inverno atípico. Em Jilin, cidade a norte da península
da Coreia, a neve é intensa e nem as árvores escapam à congelação.

2006/01/22

 
... Cumpriu-se o fado português: a pluralidade, a alternância, a co-habitação
chegaram à democracia portuguesa. Fechou-se o ciclo de lutas pela implantação
das instituições democráticas, pela adesão ao projecto europeu, pela modernização
do país. Iniciámos agora o ciclo do desenvolvimento económico, com um Governo
do PS e um Presidente da República do centro-direita. O Professor Doutor Anibal
Cavaco Silva conhece o país, é conhecido nos países da UE, sabe o que falta fazer
para que Portugal ultrapasse a crise económica. Mais do que qualquer outro ex-
primeiro-ministro, o novo PR sabe que Portugal, para se desenvolver, precisa
de um governo estável. Cavaco Silva ajudará o Governo a gerir os problemas.

Quanto aos candidatos da esquerda, quero assinalar a derrota de Mário Soares,
que não foi surpresa para ninguem. Não digo o que já aqui foi dito em Setembro,
mas chocou-me ver o "pai da democracia" cansado, amargurado, desiludido, mas
ainda assim, fazer um discurso onde sobressaiu a arrogância, a falta de bom senso,
ao mesmo tempo que ameaçou voltar à política, e prosseguindo na lenga-lenga
do passado, notando que deixara semente para dar frutos, etc., etc.. Sempre tive
receio de ver Mário Soares acabar assim: derrotado, amargurado, sem glória.
Quanto a Manuel Alegre, que teve um excelente resultado eleitoral, só espero
que ele próprio, e os seus apoiantes, não tenha a ideia de fundar um novo PRD,
fragilizando mais o PS, dividindo mais a esquerda -- que precisa penitenciar-se.

Efeitos do frio polar na Russia... Ruas cheias de neve, árvores cobertas de gelo.

2006/01/21

 
Após o almoço no Estoril, regressei a Oeiras pela Marginal para gozar a paisagem,
e sentir a felicidade espelhada na cara dos que iam em sentido contrário, fazendo
o "passeio dos tristes". Esteve um dia ameno, com sol, sem vento. Quando assim é,
no inverno, o pessoal vai até Cascais ou praia do Guincho. Por lá vivi mais de trinta
anos, mas aquela vila perdeu o encanto de outrora, e Oeiras passou-lhe à frente.
Ao chegarmos a S. Julião da Barra, vindos de Cascais, a paisagem altera-se logo: as
palmeiras rodeiam a Marginal, a construção não se vê, as praias e jardins mostram
zelo e trabalhos de conservação. De Cascais até Carcavelos, do lado do mar temos
"varandas" para ver a paisagem; do outro lado, temos a linha do comboio, prédios
e blocos de apartamentos a cem metros da orla costeira... um panorama sórdido
de betão e cimento, pouco mais. A frente marítima de Oeiras foi preservada, com
duas excepções: os blocos frente à praia de Santo Amaro de Oeiras e a "gaiola" de
Tê zeros junto à Estação da CP em Paço de Arcos, duas mostruosidades edificadas
na década de 1970/80, quando não havia preocupações ambientais. O crescimento
de Oeiras tem sido para o interior, onde foi criado o Tagus Park, a Fonte Nova, e
o Lagoas Park, destinados ao empresariado, star-ups de biotecnologia, nanotecno-
logia, investigação e ciência, agentes financeiros, etc.
Neste dia ameno e de reflexão, na praia de Oeiras, vi pais e filhos a correr na areia
molhando os pés nas imperceptíveis ondas que chegavam à praia. Um dia feliz!...

O péssimismo dos portugueses, durante a semana de trabalho, é sentido por
muitos de nós. Não só porque a crise económica está aí, mas tambem porque não
sentem o "pulsar" do país, alimentando com isso, uma falta de auto-estima, tão
necessária a todos nós. Hoje o DN, através da sua revista "Notícias Sabado",
deu-me a conhecer o retrato de cinco jovens cientistas portugueses, que "andam
com a cabeça no espaço". Tres deles trabalham na "European Space Agency", na
Holanda, um outro trabalhou na NASA e o quinto, depois de trabalhar na ESA,
regressou a Portugal e fundou uma empresa, a Active Space Technologies. Cinco
cientistas e investigadores, a demonstrar que somos capazes de fazer o melhor,
em todos os campos da ciência, até na indústria aeronáutica e espacial...Vão longe.

Da Austrália, chega-me a notícia de que a Mariza fez dois espectáculos no
Sidney Opera House, e foi entrevistada pelo Sidney Morning Herald, a quem
explicou o significado do Fado: "We could sing about love, passion, jealousy, lost
loves. We could sing about wine, our beautiful Lisbon, the river." Com bilhetes a
pagar 55-75 dolares australianos, Mariza apresentou-se ontem e hoje a solo no
Sidney Opera House com bastante sucesso e muita curiosidade dos espectadores
acerca da canção que tem a ver com a palavra saudade, que poucos povos são
capazes de sentir, pois não experimentaram descobrir mundos, longe do seu país.
Mais uma vez cabe perguntar: onde estão os nossos media, que não trazem novas
da Mariza, nem dos investigadores espaciais portugueses, que "brilham" na ESA,
e tambem na NASA?... Preferem os temas de lana caprina, de faca e alguidar...
temas que rendem audições, vendem jornais, anestesiam os portugueses... Nós
precisamos é de auto-estima, para combater o péssimismo que nos atrofia.


P.S. - A Lolita ao fazer um enorme "Retrato de um artista enquanto Homem de direita"
em 72 linhas de texto (coisa nunca vista!), -- só para dar um grande raspanete ao
Alonso ! -- vem agora dizer que, se soubesse que os "38 nãos" a Cavaco, iam ter eco no
DN, tinha escrito muitos mais... talvez uns 500. A Lolita tem alergia a Cavaco. É pena.

2006/01/20

 
Agora sou leitor do DN, o jornal dos "manos Oliveira", activo e propriedade
da Controlinveste, holding dos "donos da bola", a começar pela SportTV que traz
os chutos dos estádios para a sala de cada um (dos que gostam de jogos a onze)...
Para mim, enquanto o jornal da Sonaecom não melhorar, o DN é que está a dar.
Para alem do jornal, tenho um verdadeiro Suplemento de Economia que, a preços
de mercado, vale por si só os 85 cêntimos, que é o custo do DN a côres. A primeira
página da edição de hoje, apresenta os "6 magníficos actores 6" destas eleições.
Todos eles descontraídos, ensaiados, esfuziantes, confiantes na vitória de domingo.

China, área de Zhenghou: fortes nevões têm atingido o norte da China,
paralizando o transporte automóvel e ferroviário. Na auto-estrada 107, para
Henan, estão paralizados hà 30 horas, cerca de 40 mil veículos, numa extensão
de cerca de 40 quilómetros, lutando com falta de água e de alimentos.


O candidato Super-Mário "garante que vai haver segunda volta", e, se isso
acontecer, é mais um desperdício, neste país de gastos supérfluos e absurdos.
Enquanto o Vitorino fala de "desejos e realidades", a Zézinha discorre sobre "a
primeira volta". Já na 21ª. página, o Bin Laden faz "ameaças de terror" ao sheriff
dos States, e messieur Chirac adapta a linha gaullista "contra todos os azimutes"
às ameaças terroristas. Na 23ª. diz-se que os "avôs metralha" acusam morto em
tribunal de ser o autor dos assaltos cometidos. A seguir sou imformado de que os
portugueses jogaram ontem 35 milhões de euros no jackpot do dito. Ao lado vêm
dizer que os "tribunais deixam água e luz por pagar".... Informam na 31ª. sobre
médica que matou a filha, e na seguinte que o "porto de recreio de Faro" ficará
situado no local possivel... Tudo isto, enquanto Santarém viverá o fim de semana
a cavalo, e informam de Madrid que desapareceu "obra de 30 toneladas", do
escultor americano Richard Serra... Na última página a Ana Sá Lopes escreve
sobre "o amor, o horror e o sexo", um folhetim sobre a Vanessa, enquanto o
cartoon de Bandeira informa que o "ACP prevê revolta dos automobilistas"...

Dois dias de tempestade de neve paralizaram os comboios. Na estação
de Zhengzhou 70 mil pessoas estão bloqueadas. Em Pequim, na Estação Oeste
dos caminhos de ferro, o cáos é total, como se percebe nesta imagem de hoje.
O Ano Lunar na China tem início no dia 29 de Janeiro, levando a uma migração
de centenas de milhões de chineses que vão ao encontro dos familiares nas
terras de origem para aí comemorarem a chegado do Ano do Cão.


Chega. Do importante não vou falar. Amanhã é dia de "reflexão", dizem.
Eu prefiro a "introspecção", a "meditação transcendental", e é isso que vou fazer.
Não porque eu tenha dúvidas, mas porque me faz bem "olhar" para o interior do
meu corpo, do meu espírito. Para esquecer a "multidão", a esquizofrenia e toda
a poluição verbal que atiram para cima de nós. Que querem, eu sou asssim.Sinto
que já "vivi" lá para os lados da Mongólia, a norte da China. É para lá que vai o
meu pensamento, é de lá que vem o grande frémito humano, é de lá que chega
o sol, rompe a aurora da manhã; é para lá que eu estou indo, em pensamentos.

Estudantes graduados procuram emprego na Feira do Trabalho em
Hengzhou, China, em 19-01-2006. Mais de 4,1 milhões de novos graduados
chegaram ao mercado do trabalho em 2005, ultrapassando o ano anterior
em mais de 700 mil. A "fábrica do mundo" está em ebulição...


P.S. - O DN cita o Blogamemucho e transcreve uma mão cheia de "nãos" sobre
o candidato Cavaco Silva. Eu sei que a prosa é da Lolita. Não me vou aborrecer
com isso... mas é preciso fôlego e desvario para mencionar 38 "nãos". Chiça!...

2006/01/19

 
A tres dias do escrutínio das presidenciais os portugueses, para já, estão mais
interessados no sorteio dos 125 milhões a realizar na noite de sexta-feira. Depois,
no domingo, vamos ter mais um jogo, desta vez de aposta simples, que poderá ser
uma espécie de "terminação" para aqueles que não ganharam no Euromilhões, mas
acertaram no candidato vencedor. Entretanto, o Governo apresenta-se cheio de
"energia", mesmo antes de saber o resultado eleitoral de domingo, que poderá não
ser favorável ao aparelho partidário do PS, por derrota do candidato Mário Soares.
O Governo, sem esperar pelo "futuro", avança com licenças e projectos de energia
eólica no valor de milhões de euros, a implantar pela iniciativa privada, e com vista
a reduzir a factura energética. O país consome 62% de electricidade produzida a
partir do petróleo; apenas temos 2% de energia hidráulica... Não admira, por isso,
que o Governo esteja com "energia" para dotar o país de energias alternativas.

No plano internacional, para alem das guerras inacabadas do sheriff texano,
e das ameaças feitas por Bin Laden (ou os seus fantasmas), existe o perigo real
de uma grande pandemia provocada pelas aves migratórias, tendo Jirinovsky
sugerido na Duma, que seja mobilizado o Exército Vermelho para atacar todas as
aves que entrem no espaço territorial da Rússia... Enquanto isto, o petróleo vai
continuando a subir, e as praças financeiras internacionais recuam. Mas ainda
estava para acontecer o imprevisível: ontem, a Bolsa de Tóquio provocou um
verdadeiro tsunami, perdendo 5,7 porcento (uns 300 mil milhoões de dolares),
e as vagas estenderam-se por todo o globo, afundando as praças internacionais.
Tudo por causa da star-up Livedoor, uma empresa de Internet, que estava a ser
investigada pela entidade reguladora de mercado nipónico, por ilegalidades.
Resultado: A Bolsa fechou 20 minutos mais cedo, por incapacidade do sistema.
Em 57 anos, nunca tal coisa aconteceu. O sistema preparado para aguentar 45
milhões de transações, falhou... E o trader, de 38 anos, acabou por suicidar-se no
quarto de um hotel, para não perder a honra... Faz lembrar os filmes Korozawa.


AGRADECIMENTOS

Ao LeonelVicente, que tambem quiz estar presente na hora de prestar
solidariedade com a minha dor. Sempre contei com o Memória Virtual,
desde os primórdios do boom na blogosfera. E estarei sempre com ele.
Agradeço tambem as palavras do grande amigo, Armando Pereira, leitor
regular deste blogue, que foi meu colega na Esso; desse ponto, chegam-me
tambem palavras de conforto e amizade enviadas pela Genas e pela Noémia,
amigas que nunca esqueço, pois marcaram a minha vida profissional e cultural.

2006/01/18

 
Durante a presente campanha eleitoral podemos verificar que, a esquerda,
não gosta de mudança. Prefere continuar a viver no passado, com as memórias
de outros tempos, com aquilo que já conhece. A mudança provoca-lhe sentimentos
de insegurança, desconforto e incerteza. Mas não é apenas na esquerda política
que sentimos essa rejeição pela mudança. Tambem a direita e o centro têm algumas
fobias contra a mudança. E o cidadão comum, empregado por conta de outrem, ou o
pequeno comerciante e industrial, tambem não gostam de mudança, não conseguem
perceber que a vida é mudança, constante transformação, tal como acontece com as
células do noso corpo. Todavia, quando uma sociedade vive em estado comatoso,
quando as nossas vidas se tornam cinzentas e sem sentido, não haverá receita mais
apropriada para os males de que padecemos, que uma mudança profunda na linha
de rumo das nossas vidas, do ambiente em que vivemos, dos medos acarretados.
Precisamos de mudança. A esquerda, trinta anos depois, não se pode acomodar às
certezas do passado, tem que aprender a viver com os seus fantasmas... A eleição
de Cavaco Silva para a PR não é o fim da República, nem um golpe militar, nem tão
pouco o regresso do sidonismo. A esquerda política tem que aprender a viver com
um Governo socialista e um PR social-democrata, se assim ditar o voto da maioria
dos portugueses. Para o PS seria mais cómodo governar com um PR socialista, mas
isso aconteceu durante vinte anos...levando à acomodação dos governos, e sem que
o país tenha sido beneficiado por isso. Apenas "amoleceu" a acção dos governos PS.

Apesar dos -20 graus negativos este pescador aventura-se na
bruma da manhã para ir pescar no Lago Chiemsee, na Alemanha.


Os nossos empresários ligados à actividade turística estão desiludidos com a
BTL-Bolsa de Turismo de Lisboa. Querem outra coisa, mas não sabem bem o quê.
Dizem que a BTL -- a decorrer na FIL até dia 22 -- favorece a saída de turistas, e
o que eles pretendem é a "entrada" de turistas estrangeiros. É estranho que só
agora venham reclamar mudança, quando a BTL se vem realizando desde 1988...
A Confederação do Turismo, a Associação dos Hoteleiros e a Agência Portuguesa dos
Agentes de Viagem acusam a BTL de ser uma "feira para vender espaços" e pouco
mais. Querem chamar turistas a Portugal, mas pouco ou nada fazem; estão neste
negócio e não sabem com que linhas se cosem. Esperam pela ajuda do Governo, do
ICEP e outros organismos, para que tragam turistas a Portugal. Ora, com gestores
e empresários destes, como pode o país desenvolver-se? Não têm iniciativa, não
conseguem fazer nada sem o Estado. Então, para que querem as associações de
classe e de corporação? Querem trazer turistas (em vez de exportar), muito bem:
juntem esforços, contratem uma agência de publicidade, façam feiras e exposições
nas grandes capitais dos países mais rentáveis, mostrem o que fazem, e têm para
oferecer. Trabalhem, porque o futuro de Portugal, em conjunto com Espanha, vai
ser "a região de turismo" para todos os europeus... Deixem-se de lamúrias, façam
alguma coisa pelo país, exijam profissionais com formação, vejam o que está a ser
feito noutros países, copiem, inovem, e esqueçam o protesto contra os galheteiros.

PROTOCOLO DE QUIOTO...

Quando tomou posse, em 2001, George Bush recusou parte dos
protocolos aceites por Clinton, um deles sobre o aquecimento global.
Depois do furacão Katrina ter varrido New Orleans, Bush sentiu que era
a hora de mudar... mas à sua maneira. Convocou meia dúzia de países para
uma reunião na Australia, a Asia Pacific Partnership on Clean Developement
and Climate, e, tal como se fosse Moisés a libertar a indústria poluidora, lá
foi com os seguidores, a caminho da "Terra Prometida", reunir em Sidney.


Após dois dias de discussões, Bush não conseguiu obter uma alternativa
ao Protocolo de Quioto, apesar de prometer milhões de dolares aos gestores
das maiores indústrias poluidoras: extracção de carvão, gas, petróleo, ferro,
níquel, alumínio, urânio, cobre, diamantes, etc.. A ideia de Bush era passar a
responsabilidade à grande indústria extractiva, financiando parte dos custos
dos "novos processos de extracção limpa" de diversas matérias primas. Pelos
relatos chegados da Austrália, parece que os "velhos métodos" vão continuar...

2006/01/17

 
As estatísticas mostram que em Portugal é cada vez maior o intervalo entre
ricos e pobres. Nós sentimos que os pobres e a classe média estão cada vez mais
pobres em relação aos parceiros da UE. E sabemos muito bem que em Portugal,
os gestores públicos e privados, os quadros superiores, os políticos e os grandes
empresários ganham ao nível da UE. E tambem sabemos que existem alguns
novo-ricos, que enriqueceram sem se saber como nem porquê. Com os cortes na
despesa pública tomados pelo Governo de José Sócrates, viemos a conhecer as
escandalosas regalias e benesses dos gestores públicos da CGD, EDP, BdP, etc.
Nas autarquias, quando não é o tráfico de influências, é o gastar à tripa forra. Já
em 2003, quando Santana Lopes dirigia a CML, a blogosfera denunciou um caso
paradigmático do despesismo autárquico, que volta agora a ser notícia nos media:
Santana Lopes comprou, com o dinheiro dos contribuintes, um carro topo de gama
por 115 mil euros... uma limusine desportiva, blindada e de vidros fumados. Um
Audi A8, com motor de 8 cilindros em V, caixa automática e seis velocidades. O
"menino-guerreiro" não fazia a coisa por menos... Agora foi à praça para venda em
hasta pública e ninguem o quiz por 62.500 euros... A máquina gasta 17,5 litros de
gasolina aos 100. Carmona Rodrigues, actual presidente da CML, não quer herdar
o carro que era do Pedro. Prefere um Peugeot 407, ou a sua mota particular...
Esta é uma situação de abuso, num país onde uns têm tudo, e outros nada têm.

A China decretou a abolição da taxa agrícola que vigorava há 2.600 anos,
para incentivar os camponeses a produzir e melhorarem o nível de vida.


A propósito dos dinheiros públicos desbaratados pelos políticos, das benesses
que usufruem e do património que adquirem, enquanto servidores do Estado,
li hoje o que é conhecido sobre o património de Mário Soares, e que muitos blogues
comentaram no início da pré-campanha eleitoral. Tomei conhecimento do assunto
através do Cais da Linha, num post titulado os "Desabafos do Zé Povinho", onde
são feitas citações de Mário Soares: "O 25 de Abril fez-se tambem para trazer
liberdade, mais igualdade e justiça social. [...] Lamento que Portugal seja um país
tão desigual, onde há fortunas colossais que se fizeram em poucos anos à custa
do Estado e dos subsídios mal empregados". (O discurso é bonito, mas a prática
é diferente. Para quem tem casas, prédios, moradias em Nafarros, Algarve e
Setubal; para tem grande parte de um Colégio Moderno; para quem tem acções,
fundos de investimento, obrigações, fundos de poupança... e vem falar naqueles
que têm "fortunas colossais", tudo isto cheira a hipocrisia. Leia-se o referido post.
Atenção que eu não sou fundamentalista, não renuncio à riqueza em favor da
pobreza. Quanto mais riqueza se "produzir", mais impostos cobrará o Estado. E
quanto aos "criadores de riqueza", veja-se o caso do homem mais rico do mundo:
Bill Gates, da Microsoft, ganha muito dinheiro, mas todos os anos distribui parte
do que ganha: pelas ONGs internacionais, contra a fome em África, contra o HIV
em todo o mundo, contra a poliomielite, etc. Que eu saiba, os nossos políticos,
os mais ricos, não "criam" riqueza, apenas utilizam o Estado para enriquecerem
ainda mais -- salvo raras excepções, porque ainda há homens impolutos).

O pastor da Igreja Shembe e os seus crentes - África do Sul.

POST SCRIPTUM: O Miguel correu tanto para os PPRs que ficou cansado,
adormeceu frente ao computador, mas hoje acordou de alma e coração para
zurzir em George Bush e quantos o ajudaram a montar a cabala das "armas
de destruição maciça" para invadir o Iraque. (Obrigado Miguel, pelas palavras
de compreensão e coragem que me endereças-te).
Agradeço tambem ao Nuno Mendes, vizinho e blogonauta de Oeiras, que me
enviou uma mensagem sentida e cheia de generosidade nas suas palavras.

Este cartoon de George Bush a cortar relva (insurgentes), acolitado
pelo amigo australiano, John Haward, é dedicado ao Miguel Silva, para
complementar o post sobre o sheriff das "armas de destruição maciça".

2006/01/16

 
AGRADECIMENTOS...

A amizade na blogosfera não é palavra vã. Testemunhei isso, mais uma vez,
ao debruçar-me aqui, na sexta-feira, sobre o tema a vida e a morte, a propósito
do passamento de minha mãe. Nunca pensei que, ao fazer uma pequena adenda,
a informar porque razão não postava naquele dia, viesse depois receber tantas
provas de amizade vindas dos blogonautas que me acompanham e visitam. Uns
fizeram-no por e-mail, outros por registo postado nas páginas dos seus blogues.
Já não é a primeira vez que recebo o feed-back desta amizade, uma espécie de
bálsamo virtual vindo do éter, que me leva a pensar no quão útil e importante é
o papel desempenhado pela blogosfera. Ela é útil para o conhecimento, para a
discussão, para a troca de ideias, para mobilizar vontades, para servir de elo
de ligação entre pessoas de diferentes países, com diferentes culturas e povos.

Agradeço a fraternal amizade de todos, bem como as suas palavras de ânimo.
Desde o simples "Força, Evaristo", do Humberto Coelho, até ao mais sentido e
sincero abraço do Besugo: "...quando for a minha vez de devolver quem me deu
tudo, Evaristo venha aqui dar-me um abraço tão apertado e tão inútil como este
que aqui lhe deixo. Aceite o meu abraço como eu lhe dou e devolva-mo, nos
mesmos moldes, se for o caso, quando achar que sou eu a precisar", escreve este
meu amigo, sob o título "Coisas mesmo importantes". (Devolvo-lhe um forte e
caloroso abraço, amigo Besugo. E conte comigo, sempre).
O amigo João Tunes escreve para dirigir um "agradecimento pela sua partilha
que me permite estar com ele sem incomodar o recolhimento do seu luto". (São
palavras fortes, escritas de forma elegante e de suave tradição nortenha. Tenho,
por este amigo, uma relação de quase irmão -- graças à blogosfera).
Outro amigo de longa data, é o Luis Tito, que encaminhou o seu post 032/2006
para o Abrangente. Não era preciso mais. Eu sei que o LNT anda atarefadíssimo.
Um amigo mais recente, o Octávio Lima, dirigiu-me um e-mail. O seu blogue
é distinto, menos intimista, muito diferente do meu. Compreendo que o Ondas
deve manter a sua linha editorial. Os problemas da ecologia e ambiente merecem.
Quero ainda referir as mensagens dos amigos António David, Bernardo Quintela
e Manuel Gomes, todos pertencentes à tertúlia do Alto da Barra.

A terminar, permito-me recordar aqui algumas das palavras proferidas
por Miguel Sousa Tavares no funeral de sua mãe, a poetisa Sophia de Mello
Breyner Andresen: "... Acredito que nada do que é importante se perde
verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos
instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os
amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada,
apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre".
(Coincidência ou não, "A ilusão do ser humano", foi o tema debatido pela tribo
acampada aqui, à qual fui convidado a aderir um dia antes do meu post sobre
a vida e a morte. A discussão continua, o acampamento tribal merece uma visita).

A amizade entre as pessoas, é uma ponte para ligar as nossas vidas.

2006/01/13

 
A VIDA, É UM AI QUE MAL SOA...

...Tão breve e tão frágil que não resiste à chegada da morte. De surpresa ou após
longo intervalo, ela aparece quando menos se espera. A morte é a única coisa de
que o homem pode ter a certeza... A vida coloca-nos muitas dúvidas, e não deixa
tempo para termos certezas. Só a morte está assegurada. Mas ninguem conhece
o caminho por onde ela chega, nem o caminho que a ela conduz.Uns dizem que nós
entramos num tunel para chegar até ela, outros dizem que a morte não aparece,
pois ela está sempre presente... A vida passeia-se ao lado da morte, compete a
todos nós estar atentos, preparados para a receber, em paz e sem angústias...

Vou até às origens, acompanhar aquela que me gerou e deu vida. Vou levá-la
até ao local onde vai repousar em paz: na terra que a há-de consumir. A Terra
Mãe, que tudo nos dá e tudo nos há-de consumir. Aquilo que nos deu, é aquilo
que de nós espera, pois no espaço cósmico nada se perde, tudo se transforma...

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