2004/07/30

 
A família socialista, como todas as famílias numerosas, está dividida
na hora em que se prepara para escolher o novo líder. É natural que assim seja,
porque cada membro da família tem a sua individualidade, os seus gostos, os
seus arquétipos, a sua ideia de qual será o melhor líder do PS. Mas já não se
compreende, porque é que se criticam com azedume e se enxovalham uns aos
outros, quando criticam os outros partidos por usarem os mesmos processos.
Compararem Sócrates a Santana, é puro disparate, cegueira e intriga. Todos
devem saber que Sócrates já foi ministro, deixou obra feita e provou ser capaz
de liderar um governo. Compará-lo a Santana, é desvalorizar a boçalidade e a
vacuidade mental do actual primeiro-ministro. Fazer frente a Socrates com a
figura respeitável de um poeta, lírico mas deslocado da realidade actual, acaba
por "queimar-se" o poeta Alegre, como aconteceu a Vasco Graça Moura. De
resto, Alegre diz não querer ser primeiro-ministro, pelo que os eleitores votam
nele e depois o PS arranja um primeiro-ministro não eleito... Mas não foi por
isso que o PS recusou Santana a primeiro-ministro, por não ter sido eleito?
Onde está a coerência? E o que é o "Estado estratega", "as falhas do mercado",
"as áreas qualificantes"? -- E a economia, pergunto eu? E como criar postos de
trabalho, aumentar o PIB, competir com os outros mercados? Ou continuamos
a viver de subsídios? A poesia tem o seu lugar, mas não serve para combater
o atraso científico, cultural e económico de um povo. Para isso é preciso outra
forma de pensar, de saber e de trabalhar -- e ser capaz de competir com outros.

O Governo de suas majestades imperiais, Peter & Paul, reune amanhã
na "muy nobre y leal cidade do Porto", em conformidade com a régia vontade
de Peter Santana Lopes, que se prepara para visitar algumas das cidades deste
país, a fim de arrigimentar apoios e ouvir aplausos que tão parcos têm sido na
capital do reino. Ao mesmo tempo e aproveitando a época estival, Peter & Paul
vão a banhos nas termas do Bussaco, Vidago, Caldas e Monfortinho. Ambos
procuram tratamento para a gôta, reumático , maleitas do fígado e baço --
doenças incómodas que atacam os corpos depois dos 45 anos, devido às
noitadas no Lux e ambientes de gin tónicos e cerveja a rôdos, como é a zona
de Alcantâra, mais própriamente a área das Docas. O orçamento de Estado
não tem verbas previstas para estas deslocações, mas para Peter & Paul isso
não constitui problema, pois o Tesouro se encarregará de pagar, já que suas
majestades, para bem pensarem e viverem com o coração no seu povo, acham
que não devem preocupar-se com ninharias que só aos plebeus metem medo.

Mais de dois anos após a libertação de Cabul, as populações do
Afeganistão continuam em viver miseravelmente e sem segurança.




2004/07/29

 
A economia de mercado chegou às rodas da Volta a Portugal em bicicleta.
Este ano temos uma amostra daquilo que já foi o nosso Tour. Com um percurso
de 1507 kms, 10 etapas, 18 equipas -- 9 portuguesas, 4 italianas, 3 espanholas,
1 polaca e 1 russa -- esta "amostra" da Volta só percorre as estradas do país
para norte das margens do rio Tejo. Ainda assim, o itinerário da prova, é feito
aos saltinhos, com a bicicleta às costas entre o Cartaxo e a Batalha.O "show",
o circo está a corromper a maior parte das modalidades desportivas, da política
e dos bons costumes. Tudo por causa da "rentabilidade", do lucro, do dinheiro.
O desporto deixou de ser livre, participativo, imprevisível... Agora tudo é
planeado com antecedência, para designar o vencedor,quem vai ser o herói--
inventado a partir do trabalho de sapa feito por outros heróis sem glória. Como
acontece com o "Tour de France", onde meia dúzia de "ciclistas-obreiros" vão
atacando e trabalhando para a vitória do "vencedor" préviamente designado. 

O espectáculo da Volta a Portugal já não encanta nem anima as estradas
do nosso país. Longe vão os tempos de Alves Barbosa e Joaquim Agostinho,
quando o povo ia para a estrada ver passar os ciclistas. Nas cidades, vilas e
aldeias, qualquer lugarejo por onde passasse a Volta, o povo acorria para ver
passar a caravana dos ciclistas. Porque havia verdade, entusiasmo e sentia-se
que o vencedor seria sempre o melhor, o mais regular, o mais apto. Agora,
temos uma mini-volta para facturar os patrocínios, fazer propaganda de marcas
e patentes, receber gente VIP em mega-camiões com ar-condicionado, vindos
do fim de festa do Tour de France. É uma festa dos VIPs, que não esquecem
o povinho consumidor, reservando a este a parte do arraial com febras na brasa,
vinho e cerveja a granel, mais o play-back de musica "pimba" em altos decíbeis.

Angelo de la Cruz, motorista filipino em serviço no Iraque, deve a sua
vida à presidente Gloria Arroyo, e ao povo que se mobilizou pressionando-a
a retirar os 59 cooperantes civis daquele vespeiro. Outros estão e estiveram
ameçados de morte. O rapto de civis e militares continua a verificar-se por
todo o Iraque, que é certamente o lugar mais perigoso do mundo para viver.
Perante uma situação como a que enfrentou Gloria Arroyo, não devemos ser
nós a julga-la pelo que fez. Devemos é perguntar a Bush e Blair, como foi
possivel o Iraque transformar-se no atoleiro de violência infernal em que se
encontra? E, apesar do seu poderio militar, são incapazes de lhe pôr fim.


2004/07/28

 
Terminou ontem, em São Tomé e Príncipe, a V Cimeira da CPLP, à qual
só não compareceu Eduardo dos Santos, presidente de Angola, por estar a
ultimar o calendário para as eleições de 2006. Há quem não veja relevância
na CPLP, como refere Paulo Gorjão nos seus posts 1617 e 1622, por a mesma
querer ser liderada por Portugal e Brasil. O Brasil, na ausência de Portugal, tem
feito muito pelo fortalecimento da CPLP. Nós olhamos mais para a UE,
esquecendo parte da nossa identidade, que está em África. O problema é não
haver condições políticas nem Governo capaz para incrementar a CPLP.
Repara-se que, Santana Lopes e o seu Governo, parece que nem sabem o que
é a CPLP. Nem mesmo ontem, na Assembleia da República, se lembraram de que
Jorge Sampaio estava em São Tomé, assistindo à reunião dos oito PALOPs....


Esta mulher, que pode vir a ocupar a Casa Branca, está a galvanizar a
Convenção Democrata em Boston. Ontem foi longamente aplaudida, depois de
discursar a favor do candidato John Kerry, seu marido, mas fazendo-o de modo
inédito, em cinco idiomas: inglês, francês, espanhol, italiano e português!
A partir de 2005, o idioma português poderá ser ouvido na Casa Branca.


O Jumento, tem por hábito diário, largar o seu palheiro e fazer uma
visita, sem arreata, à Blogosfera, para avaliar a qualidade da "palha" que vai
sendo consumida. Ontem entrou no T0 do Abrangente, olhou para as paredes e
ficou de orelhas ao alto ao topar com uma foto "Comece o dia com um sorriso", destinada a "enriquecer" o texto sobre o Governo "pimba" de Santana Lopes.
E logo fez questão de ter uma cópia para o acervo do seu palheiro.
O Jumento continua a ser o blogue mais activo, mais diversificado e de maior
audiência na Blogosfera. A sua energia e dinamismo contribuem para o sucesso
diário das suas análisas críticas. A par do resumo feito sobre os principais
acontecimentos diários, o Jumento opina, analisa, disseca e zurze sobre os
males e defeitos da "coisa pública", com acutilância e sem rodeios, com
frontalidade e conhecimento de causa. O Jumento é um estímulo para todos nós.
Uma visita diário ao palheiro do Jumento, é coisa de ser inteligente!

Imagem retirada do acervo do Jumento sobre o tema "xalavar". Eu diria
que este quadro representa o "governo dos apóstolos Pedro e Paulo". Andam
todos à pesca, a ver se se governam, mas poucos sabem pescar ou xalavar.



2004/07/27

 
Da Rua da Judiaria veio um apelo, aliás dois via e-mail, para que seja divulgada a situação humanitária dos sudaneses deslocados na região de
Darfur. Como já todos nós sabemos, através da imprensa e da televisão,
verifica-se ali uma violação grave dos direitos humanos, com populações 
em fuga, atacadas por grupos rebeldes que têm exercido as maiores
barbaridades sobre os refugiados. Fala-se em cerca de 30 mil mortos e mais
de 100 mil deslocados em fuga. Mas o problema já se arrasta de há muito tempo.
O Abrangente já em Abril chamou aqui a atenção para o que se estava a passar, publicando uma foto bem expressiva da trágica situação humanitária.

Poucos dias após a publicação da foto, outros houve que se lamentaram,
escrevendo que "estava agora em moda falar-se de Darfur, quando a maioria
das pessoas nunca ouvi falar daquela região e nem se quer sabem muito muito
onde fica". Na verdade, o nosso mundo é pequeno, e, com a Internet e as
cadeias de televisão globais, a dar imagens do que se passa em todo o lado
e a qualquer hora, só não está informado quem não quer ou não se interessa
pelo que se passa a seu lado. Mas o que a mim muito me estranha, é que seja
a Rua da Judiaria a fazer o apelo a favor de Darfur...
É estranho, e a minha intuição diz-me que alguma coisa não bate certo. Gosto
de estar bem acompanhado, e, por isso, sempre ignorei a Rua da Judiaria (se
bem que haja muitas em cidades e vilas de Portugal). Mas o Nuno Guerreiro,
está sempre do lado de Israel, e não parece ouvir os mais fracos. Tenta
confundir-nos, falando mais na barreira (fence) e pouco ou nada no Muro (wall)
-- que é a muralha da China dos tempos modernos. A maior extensão da obra
chama-se Muro e não Barreira...

É estranho que a Rua da Judiaria só agora venha apelar por Darfur, quando o
poderia ter feito há já alguns meses. Agora, que os EUA se preparam para
"atacar" o poder em Kartum, e vingar a "procura de urânio" da Al-Qaeda
naquele país? Querem ver que vamos ter mais uma guerra preventiva? Será
que tudo foi "conduzido" para uma intervenção dos EUA, nesta altura de
convenções, e quando não há novidades sobre o paradeiro de Bin Laden?
É este o receio do representante do Sudão, Usman al-Said, na reunião dos
53 estados da União Africana a decorrer em Kartum, quando vem
dizer que "os EUA estão a usar a crise de Darfur para derrubarem o governo
do Sudão". As coincidências são muitas, e, de hipocrisia e perversão
estamos todos fartos. A questão colocada pela Rua da Judiaria deveria ter
outra fim: que a Blogosfera enviasse a Kofi Annan e a Javier Solana dezenas
de e-mails para que as Nações Unidas interviessem junto de Kartum e da
União Africana para acabarem com o genocídio e darem condições de vida
aos milhares de refugiados em trânsito no Darfur. Seria um apêlo justo.


2004/07/26

 
O Governo formado por Santana Lopes é o executivo mais desconchavado
que tivemos até hoje. É esdrúxulo, na medida em que as competências de um ministério colidem com as de outro; é bizarro, por ter 19 ministros e 38 secretários. (Na EU há países cinco ou seis vezes maiores que Portugal e têm menos ministérios); é imprevísivel, dado que, a maioria dos seus ministros e secretários, não tem experiência política; é um Governo "pimba" mas janota -- coisa que de nada lhe valerá já que, fatos às riscas e gravatas largas não fazem um bom governante. Mas vamos esperar para ver.

O facto de termos um governo "pimba", tem muito a ver com a deserção das élites do Partido Social Democrata. Preferem estar à mesa do poder económico do que aturar os avelinos, os narcisos e os jardins deste país. Grande parte dos dirigentes do PSD, puzeram de lado os ideais da social democracia, preferindo viver no limbo do liberalismo económico, gerindo os seus próprios negócios, criando SGPSes, ganhando assim, vinte, cinquenta ou cem vezes mais do que ganha um ministro da república... É um sinal dos tempos. Dos tempos em que deixou de haver "almoços grátis" porque o que conta é ganhar dinheiro, muito dinheiro.

Não admira, portanto, que tenha chegado a hora dos políticos "pimba". Não admira pois, que o Governo de Santana+Portas do Mar, represente o mais baixo nível de isenção, competência, rigôr e ética política. Pior que isto, só o Jardim das Ponchas, cada vez mais "barraqueiro" e bebedolas. Ontem, durante as festas no Chão lagonês, bebeu cerveja, verdelho, licôr de eucalipto, imperial, aguardente, vinho vicentino, licôr de tangerina, cidra, poncha, mais cerveja... Depois de tudo isto, ainda há quem lhe dê ouvidos! Assim, depois de bebericar em todas as barracas da Lagoa do Chão, como é que ele há-de dizer coisa com coisa?! Mandem esse alarve, grotesco e bebedolas Jardim para uma clínica de desintoxicação. Pode ser que ainda recupere alguma saúde física e mental.


2004/07/23

 
Já tudo foi dito e redito sobre o Governo dos apóstolos Pedro e Paulo.
Resta agora ver como vai ser o respectivo programa e saber até que ponto
ele terá ou não viabilidade para alcançar os objectivos nele definidos. Por
outro lado, vamos ver se o primeiro-ministro vai governar sem ceder às
reivindicações dos autarcas, que estão a pressionar para Santana Lopes
abrir os cordôes à bolsa. Quanto elennco governativo, veremos se é capaz.

No maior partido da Oposição, o PS, começam a definir-se estratégias
para oCongresso. É bom haver mais que um candidato a líder, para podermos
clarificar e alinhar as "tendências". O PS é um partido plural, e, por isso, não
admira que haja diversos candidatos. O que surpreende, nos tempos que
correm, -- quando os mais novos tomam o poder mais cedo -- é ver aqueles
que o tempo consumiu, quererem "segurar" o futuro do PS, como se este
não fôsse feito por pessoas, que evoluem conforme o tempo vai rodando...

Continuam a morrer soldados americanos em terras do Iraque.

Neste intervalo, enquanto o Governo dos apóstolos Pedro e Paulo
não apresenta resultados, o importante é concentrarmo-nos no "tufão"
em desenvolvimento nos Estados Unidos da América, na esperança de que,
com a sua "passagem", deixe o terreno livre para os democratas governarem,
poupando o resto do mundo a "jogos de guerra" -- que em nada contribuem
para a paz, para o entendimento entre as nações, e para o desenvolvimento
das economias ocidentais que, como se está a ver, não se dão bem com
dirigentes conflituosos... A economia vai retirar Bush da Casa Branca.

No Iraque, um país que abastece de petróleo o mercado mundial, a
maioria da sua população continua a queimar lenha para cozinhar, por não
ter outro combustivel, e como se fôsse uma região de muitas florestas.


 

2004/07/22

 

Ai, que o Santana vai deixar este país de pantanas!

Durão, dizia que tinha encontrado o país de "tanga" -- mas pouco ou nada fez

para deixar este, ao menos de "camisinha lavada". Agora, Santana Lopes

deixa adivinhar, pelo seu passado, um resultado ainda pior. É que, na Câmara

de Lisboa, -- onde Santana não conseguiu deixar obra feita -- o ex-autarca

fechou o ano de 2003 com uma dívida de mais de 105 milhões de euros

aos fornecedores. Gastou mais, e não conseguiur gerar mais receitas... Anos

antes, no Sporting, abandonou o cargo de presidente a meio do mandato e

deixou o clube com um passivo de cerca de 2 milhões de contos. Ele mesmo,

Santana Lopes, ficou "sem vintém", com "uma conta a zeros e uma outra com

apenas 50 contos"... Valeu-lhe a reforma de deputado no montante de 360

contos. Santana não parece fadado para ser um dirigente de sucesso...

Santana Lopes pode ter sorte aos amores, mas em questões de

dinheiro foge-lhe a sina para o azar. Resta-lhe sempre o reconforto de

ser amado por um punhado de noivas... Quanto a nós, vai deixar-nos

mais pobres, sem amores nem paciência para aturar mais populistas.

 



2004/07/20

 

Afinal, a montanha pariu um rato. Da reunião magna do Governo liderado

por Santana Lopes não saiu nenhuma medida bombástica, apenas uma lista

com as prioridades de Santana Lopes, que parece ter adoptado o estilo

barrôco, talvez por influência das "Quatro estações" de Vivaldi. Por agora,

e porque estamos no verão, há que cuidar da "época balnear, do combate a

incêndios, da prevenção rodoviária e dos horários dos professores"... No

Outono, haverá outras prioridades. Santana Lopes pediu ainda "um ponto da

situação" sobre "o que são as preocupações das famílias portuguesas nesta

altura do ano". Não há dúvida que, em todo este "trabalho de casa", o que

mais se torna evidente, é a vontade de Santana Lopes agradar às famílias,

ao seu futuro eleitorado... Isto é, simplesmente, populismo.

Como populista nato, Santana Lopes quiz "associar o início das funções

como primeiro-ministro à memória" de Sá Carneiro. Um gesto de "artista".

É que, não se trata de recordar o político pela obra feita ou a data da sua

morte, mas tão só porque, se fôsse vivo, faria 70 anos. Apenas uma data,

apara Santana mostrar a sua fé no ex-PPD e, mais uma vez, promover-se

como "herdeiro" de Sá Carneiro. Santana Lopes podia fazê-lo em privado,

sem câmaras de televisão nem fotógrafos. Como o fez Santana, até os

fantasmas vizinhos do homenageado, terão tido vontade de protestar

contra aquele espectáculo, mediático e cheio de hipocrisia.

Deixemos os mortos em paz e cuidemos dos que estão vivos.

 



2004/07/19

 
Ainda é muito cedo para avaliar o desempenho do Governo da Coligação.
Mas não me parece que faça história por "obras valerosas" ou por esforços
"mais do que permita a força humana". Não me parece capaz de merecer
uma crónica a lembrar Azurara e muito menos ao estilo épico de Camões.
Porque o nosso primeiro-ministro teve uma "entrada de leão", mas depois, 
no remate final, faltou-lhe habilidade, engenho e mestria na formação da sua
equipa governamental. Santana Lopes escolheu a sua "equipa" em dois
tempos: no primeiro, apresentou quatro atacantes fortes e credíveis, talvez
para agradar ao "árbitro"; no segundo, sabe Deus porquê, apressou-se na
finalização da equipa, apresentando um conjunto diversificado de ministros
estilo "menor denominador comum" como é hábito dizer-se agora.

Na formação apressada desta "equipa" governamental, vejo semelhanças
do estilo "futebolês" ainda em memória e dos tempos em que Santana Lopes,
além de comentar a "redondinha" na televisão, foi presidente do Sporting,
donde saiu intempestivamente, deixando aquele clube de futebol perto da
falência... e sem que os resultados do campeonato fossem relevantes...
Desejo, apesar de tudo, que os portugueses não venham a ter, com Santana
Lopes ao leme da governação, o destino que teve o Sporting...
É admirável saber que, Paulo Portas, ministro de Estado, da Defesa e dos
Assuntos do Mar, vai deixar de fazer "briefings" em São Julião da Barra. No
futuro, as reuniões com os chefes de estado-maior das Forças Armadas,
serão efectuadas a bordo de um submarino, nas águas profundas da nossa
costa, para que os 500 milhões de euros gastos na aquisição de dois
submergíveis tenham alguma utilidade.

O Iraque e o Mundo estão agora mais seguros, continua a dizer
George Bush aos americanos nos comícios da sua campanha eleitoral.

 
 
 
 
 
 
 
 

2004/07/16

 
Enquanto uma parte da esquerda, sofrida e magoada, vai curando
as suas feridas, outra parte da mesma, começa agora a ver sinais de esperança,
com a definição dos candidatos à liderança do PS. José Sócrates é o candidato
mais bem colocado e com credibilidade para ganhar a corrida ao cargo de
secretário-geral. Outros deverão concorrer até para mostrar que o "unanimismo"
dentro do PS já fez carreira. Mas existe controvérsia,  como não podia deixar
de ser. É o caso dos "históricos", que não querem a "evolução" do partido, o seu "aggiornamento", para enfrentar os desafios políticos do futuro. Manuel Alegre
seria avisado se não tentasse obstruir o caminho dos socialistas mais jovens e
procurasse entender o tempo que passa... pois o futuro constroi-se "para e pelos"
 mais jovens, mas a palavra e o conselho dos velhos (mais sábios), é aceite e
ouvida por aqueles -- desde que se trate de "sapiência" e não de imposição de
ideologias e regras anquilosadas. O antigo não tem futuro, quando luta pela
defesa do passado. A existência é uma roda, e não pára.

Enquanto a esquerda vai lambemdo as suas feridas, o designado
primeiro-ministro, está ciente de que não pode errar. Como não está certo
da matéria estudada, lá vai indo, como caloiro inseguro, apresentando o seu
Governo em folhetins diários ao Presidente da República, sempre na esperança
de que possa passar na prova... e, até agora, tem acertado, nos desideratos,
não só do PR, mas tambem dos empresários e dos políticos ligados à
Coligação. A verdade é que, até agora, Santana Lopes, tem-se revelado uma
autêntica surpresa, não só pela "pose" de estadista, mas sobretudo pelos
ministeriáveis que até agora apresentou. Bagão Félix, António Monteiro,
Alvaro Barreto e António Mexia. Vamos ver se ainda haverá mais surpresas.
Quanto à governância, é imprevisivel qual vai ser o resultado. Esperemos
que o PS, depois do Congresso, possa vigiar a acção do Governo.

Sem água não poderiamos viver. É o elemento mais importante, mais
indispensável para toda a existência deste planeta. É tambem o elemento
onde os humanos se sentem mais perto do ambiente em que nasceram:
o ventre materno. É tempo de gozar a beleza das águas, doces ou salgadas,
no meio das quais podemos alcançar a memória que nos recorde o indelével
toque do ventre em que fomos gerados. É tempo de férias...






2004/07/13

 
"Dona Constança" não aceita a liderança, pelo que já não haverá
"festa nem festança" no actual aparelho partidário do PS. É tempo
de apresentar alternativas, com gente disposta a lutar pelos ideais
da solidariedade, mas tambem com visão das questões que se colocam à
sociedade de hoje, que são muito diferentes de há uma ou duas décadas.



É desolador ver como a política, que já foi uma paixão de homens
competentíssimos, dedicados à causa pública, está sendo, cada vez
mais, invadida pelos medíocres, pelos que nada mais sabem fazer do
que "fazer política", à maneira deles e não conforme aos manuais da
ciência política. É a hora dos populistas, dos arrivistas, dos que
vieram do futebol e do caciquismo... Como é possivel que os mais
competentes, com experiência, com anos de carreira, desistam de lutar?
Que leva esses eleitos, a desencantarem-se da carreira política?





2004/07/12

 
O momento que vivemos requere de todos nós serenidade e reflexão.
Não é altura para "chover no molhado". Nem para "colher a fruta antes
do tempo". Deixemos a poeira poisar, para ver o que temos pela frente.
Elevemos o nosso espírito, para não agirmos de forma rasteira. Subindo
mais alto, poderemos alcarçar uma visão mais completa da conjuntura
política. O momento requere de todos nós, capacidade de discernimento
e esperança em dias melhores.

Não é avisado, na presente hora, querer emigrar, desistir, aceitar
a derrota. Menos ainda --quando o governo dinástico não está formado--
andar já a forjar moções de confiança ou desconfiança. Lá para o final
do ano, quando o Orçamento de Estado subir a plenário, e quando os
sindicatos começarem a reivindicar, será altura para a Oposição iniciar
o arranque das hostilidades. Faze-lo agora, não faz sentido nenhum,
apenas serviria aos interesses da Coligação, que não deixaria de
acusar a Oposição de ter mau perder, ser revanchista e procurar
sabotar um Governo antes de este começar a governar.

De resto, a Oposição está fragilizada, enfraquecida pelo lado
do PS, com a deserção de Ferro Rodrigues. É preciso tempo para curar
as feridas e promover um Congresso para escolher um líder respeitado.
Mas que não seja uma figura apontada pelo aparelho do partido, como
mostra o apêlo dirigido a Jorge Coelho. Atenção, o homem já disse
que não pretende candidatar-se -- por questões de saúde! Não queiram
eleger uma pessoa doente, fragilizada, correndo o risco de colapso.
Dêem ouvidos e saibam ler o estado de alma dos candidatos a líder!




2004/07/11

 
ECOS SOBRE A DECISÃO POLÍTICA TOMADA PELO "ÁRBITRO"

João Tunes acha que a demissão de Ferro Rodrigues foi "o único
resultado positivo da burrice sampaiana", e, por isso, "talvez a
Esquerda um dia venha a agradecer-lhe". Quanto a Santana Lopes, o
João espera "ver que gajas ele nos arranja". Com este desiderato do
João, parece que vamos ter um governo de "artistas de Parque Mayer".

Já o blasfemo PMF escalpeliza a frase atribuida a Boaventura Santos,
quando este "relaciona a morte da Eng. Lurdes Pintassilgo com a recusa
de Jorge Sampaio em não convocar eleições antecipadas". PMF classifica
a sentença de Boaventura Santos de "irracional, incoerente e mal
controlada na quebra do verniz da [nossa] esquerda bem pensante".

O Roncinante está ressabiado. De tal modo que, no seu palheiro, mais
do que zurrar, se ouve agora o latir da "canzoada", sem trela e em
matilha. Recorda "o cão de Bush, o cão de Ferro, as gajas que têm cão".
Escreve sobre "grandes gajos e boas gajas", acabando o Jumento por
citar a voz do povo: "cão de raça e gaja boa têm sempre dono". Faço
votos para o Jumento não desista das batalhas que aí vêm. Pode dar
uns coices de raiva, zurrar e recusar a palha, mas não perca o norte.

O Dr. Besugo, conheceu a decisão de Sampaio e soube da demissão de
Ferro Rodrigues, durante o turno de serviço hospitalar, e por entre
"uma cardiomiopatia dilatada em anasarca, uma intoxicação [provocada]
por benzodiazepinas e umas hematemeses". O Dr. Besugo acha que Sampaio
decidiu bem. Quanto a FR, diz que é um homem de bem, "o genérico dum
anti-depressivo" e, aconselha-o a não desistir, a ir à luta, a
"sufragar-se no Congresso" do PS a realizar em Novembro. Já a Lolita,
deixou a sua marca de jurista, ao comentar "A forma e a Matéria" da
questão, dizendo que Sampaio foi "cordato, simpático e pacificador",
embora tivesse "fundamento constitucional bastante para tomar a
decisão contrária". Pacificadora, esta bloguista.

O Luis Tito, continua no Tugir a defender Ferro Rodrigues, a quem
aponta como o "líder mais sério, combatente, resistente, competente,
determinado, honrado, humanista". O Luis tinha e tem confiança em
Ferro Rodrigues. Ele é dos poucos que continua leal e admirador do
ex-secretário-geral do PS, tal como o Besugo, que desafia FR a
"sufragar-se no Congresso" de Novembro. Ferro parece não estar só.
Os laços de amizade que unem as pessoas, fazem com que estas, na
defesa das suas convicções, se separem de outras realidades.

O marinheiro PC, do Mar Salgado, pergunta: "Quem é amigo?", para
logo responder: "excelente decisão para os interesses do PS [ao levar]
à demissão de um líder desgastado, fragilizado e sem discurso".
Será que Jorge Sampaio tem uma intuição que a nós nos escapa? Só
o tempo poderá desculpar todos, e dizer-nos quem tinha mais razão.




2004/07/09

 
Acabou-se a expeculação quanto a eleições antecipadas. A coligação
do actual governo vai manter-se, tendo como primeiro-ministro o edil
Pedro Santana Lopes. Será um governo vigiado pelos "barões" do PSD,
com acompanhamento crítico de Jorge Sampaio. A coligação passa a ter
condições para completar a legislatura, e os partidos da oposição vão
amadurecer as suas alternativas. Os agentes económicos deixam de ter
desculpas para não criarem riqueza e os políticos oportunistas perdem
terreno. Daqui a menos de dois anos, os eleitores vão poder escolher
outro governo, se este não tiver correspondido às expectativas.

Por aquela altura, haverá todas as condições para uma alternativa
da esquerda -- que hoje se mostrou ressabiada e azeda com a decisão
tomada pelo Presidente da República. Ferro Rodrigues não se portou
bem, ao dizer o que disse na conferência de imprensa, e muito menos
ao "saltar para fora do barco" numa altura destas. Como não ganhou
com a ajuda presidencial, não quer esperar pelo Congresso do PS em
Novembro. Derrota por derrota, aceita esta, demitindo-se e acusando
Jorge Sampaio, "o seu amigo de longa data", pela infeliz decisão de
não convocar eleições -- sendo ele, FR, o actual mandante do PS.
Eu penso que os próximos 20 meses vão clarificar muita coisa, e os
políticos que agora se perfilam para formar governo, deixarão poucas
saudades aos portugueses, pelo que a oposição deve preparar-se para
estar em condições de ganhar as próximas eleições e governar o país.




 
Após a euforia do "Euro 2004", o país continua de bandeira hasteada,
na esperança de que alguma coisa venha a acontecer e possa de novo
sair para a rua festejar. Na Blogosfera, o debate e o balanço sobre
a nossa "desGrécia" na final do Euro, já acabou.
Agora procura-se advinhar qual será o pensamento de Jorge Sampaio. A
maioria dos blogueiros não aceita a "Sa(n)tanização" do país. Preferem
eleições antecipadas. Logo saberemos qual é a decisão do Presidente
da República. Não é caso para desistirmos de gozar o fim-de-semana.

Entretanto, aqui ao lado, em Pamplona, decorrem as festas de San
Fermin, com os "brutus" na rua, para alegria daqueles que gostam
de os enfrentar, como parece ser o caso do amigo João Tunes.


A provar que o tempo é de lazer e de festa, aqui fica esta imagem
de arte popular: esculturas de areia apresentadas na cidade
alemã de Luebeke, onde decorre pela terceira vez o "World Sand".
Representa Aquiles e a sua amada, por quem jurou amor eterno e
estar sempre com ela, em qualquer lugar aonde o vento os levasse...


Num mundo de amor e ódio, o "buldozer" Ariel Sharon, não parece
saber o que são as emoções humanas, os sentimentos que nos unem,
a irrelevância da guerra como fim último de uma nação... Toda a
raiva, a cólera e o medo serão enterrados e consumidos debaixo do
solo. Nem os "muros" construidos para dividir as pessoas, as cidades,
os povos e as famílias vão restar em pé, porque não é dividindo que
que se cria Unidade, harmonia e paz entre os povos: é com tolerância.

Como é habitual, aos costumes e às leis, Sharon disse nada.



2004/07/08

 
Não consigo descortinar o futuro político do meu país, depois
do abandono de Durão Barroso do cargo de primeiro-ministro para ir
desempenhar o lugar de presidente da Comissão da UE. É uma situação
imprevista para todos nós, mas tambem um caso de orfandade para todos
quantos votaram PSD em 2002. Durão Barroso fez bem em aceitar o cargo
para que foi indigitado. Mas fez mal ao designar como seu sucessor, o
edil Santana Lopes, para dar continuidade à legistatura da coligação.
Como disse o professor Marcelo, Santana Lopes seria uma solução lógica
como presidente do PSD, mas nunca como primeiro-ministro. E é neste
ponto crítico que o PR pode ser induzido a convocar eleições antecipadas.
O professor Marcelo terá sido avisado para "não criticar o indigitado
Santana Lopes" mas, como já referi anteriormente, Marcelo é demasiado
espontâneo, pelo que, mais tarde ou mais cedo, vai falar bem e direito.
E já o fez, embora indirectamente: para Marcelo, Santa Lopes será um
bom presidente do PSD mas, para primeiro-ministro, deve aceitar uma
outra figura com mais experiência, mais credibilidade, mais rigôr.

A grande questão, quanto a mim, está na escolha feita pelos social-
democratas, ao indicarem para primeiro-ministro o edil Santana Lopes,
quando podiam e deviam indicar outro nome, já que o nome do actual
edil de Lisboa, está desgastado e não tem credibilidade para ser
primeiro-ministro de um governo sujeito às regras do PEC decididas
pela UE. O PSD não foi avisado nem esclarecido sobre as exigências
desta política. O professor Marcelo vem agora dizer aquilo que todos
nós sempre sentimos com evidência, que Santana Lopes poderia ser um
dirigente partidário apropriado, mas nunca um bom chefe de governo.
É pena que o professor Marcelo não tenha referido esta sentença
nas suas "missas dominicais da TVI" em tempo apropriado, e venha só
agora "recomendar" a solução inteligente -- quando tudo já está decidido.

Com a incapacidade demonstrada pelos conselheiros do PSD em escolher
um político com perfil adequado ao momento que passa, e em face da
crescente onda de activistas a pedir "eleições já", tudo leva a crer
que a lógica presidencial poderá ser inclinada para o lado que ,
neste momento, mais razões objectivas apresenta para que a solução
da presente crise política leve à convocação de eleições antecipadas.
Do ponto de vista económico é complicado, mas já que as coisas estão
no ponto de "sa(n)tanização" política, é preferivel antecipar a
consulta popular -- mesmo com dirigentes partidários frágeis e com
pouca credibilidade. É o tempo de fracos resultados...









2004/07/05

 
Cada dia me sinto mais distante deste blogue. Não por cansaço,
embora já conte um ano de edição, mas porque começo a dar valor a
outras formas de viver, onde a Natureza, para mim, conta mais do que
os costumes farisaicos e hipocritas de grande parte dos nossos políticos.
Compreendo muito bem a atitude de Herculano, ao retirar-se para Vale
de Lobos. Com os tempos que aí vêm e os políticos que se lhe seguem,
o ar da cidade começa a ensandecer. Não só lá para os lados de S. Bento,
mas tambem por tudo o que seja jornais, televisões e cartazes de rua.
Este país pequenino, cada vez tem menos filhos capazes. Agora é tempo
para a mediocridade, para o "chic-pop", para os "betinhos", para os
agnósticos de ideias, para os ignorantes de princípios, para todos
aqueles que representam a política sem coerência nem sabedoria.

Depois da derrota com os helénicos --mais uma vez nos vimos gregos--
veio o silêncio de rua. As bandeiras ainda se vêem, por todo o lado,
a lembrar esta espécie de guerra do Poloponeso entre atenienses e lusos.
Não foi esta derrota que me deixou deprimido. Numa competição destas,
só pode haver um vencedor. Nós participamos, perdemos, a Grécia soube
ganhar, está de parabens. Foi uma final inesperada, mas vencedora.
O que me causa alergia e desilusão, é a possivel chegada a S. Bento
do edil a quem chamam de "artista de Parque Mayer". Será um sinal de
total perversão de princípios e da moralidade política. A classe
dirigente do PSD, -- quase toda ela abastada e enriquecida à sombra
do "cavaquismo" -- preferiu calar-se e "lavar as mãos", do que opôr-se
à nomeação do populista Santa Lopes. O PSD já não é social-democrata,
passa a ser PPD-Partido Popular Democrata. A extrema-direita tomou
o lugar dos "moderados" dentro do PPD/PSD. Falta apenas a fusão com
o PP-cds. Com as manobras em curso, o espectro partidário nacional
fica empobrecido... E a liderança do PS fragilizada, sem tempo para
o Congresso, onde haveria alternativas fortes e credíveis... Neste
quadro político, o horizonte político apresenta-se muito sombrio.




2004/07/01

 
Daqui a pouco inicia-se o conclave dos sociais-democratas para
referendar o primeiro-ministro Santana Lopes. Enquanto as discussões
se intensificam a nivel partidário, a maioria dos portugueses saboreia
a vitória da nossa Selecção sobre a "laranja mecânica" holandesa, e
aguarda confiante na vitória final. A descompressão veio a calhar...

A nivel mundial todos continuam com os olhos postos na bola.

As vitórias da nossa Selecção são acompanhadas com muito interesse
por todo o mundo da lusofonia, desde Timor até à costa canadiana do
Pacífico, com especial relevo para os irmãos brasileiros que têm
jogadores em Portugal e Scolari, o "Felipão", treinador da Selecção.

O abraço de Maniche a Felipão no gramado de Alvalade XXI.

Noutros lugares deste planeta, onde a guerra não permite a festa
do futebol, como no Iraque, as coisas continuam negras e os novos
senhores procedem como o antigo ditador: aplicação da pena de morte.
É o que espera Saddam Husssein, antigo aliado dos EUA contra o Irão.

"The real criminal is Bush" -- respondeu Saddam.

E porque neste mundo, neste planeta, o espaço já escasseia para
todos os que querem fazer da guerra um modo de vida, ainda bem
que a aventura espacial prossegue, na esperança de que tempo virá,
em que possamos enviar para o Cosmos, bem longe da Terra, todos os
"cruzados" da guerra preventiva para aí darem largas à sua raiva.

Os espíritos guerreiros podem empenhar-se em arranjar meios
para sairem para o espaço sideral à procura de aventuras cheias
de acção e de morte. Mas apressem-se porque, para chegar a Saturno,
a sonda que agora enviou esta imagem, viajou durante sete anos!





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