2004/07/27
Da Rua da Judiaria veio um apelo, aliás dois via e-mail, para que seja divulgada a situação humanitária dos sudaneses deslocados na região de
Darfur. Como já todos nós sabemos, através da imprensa e da televisão,
verifica-se ali uma violação grave dos direitos humanos, com populações
em fuga, atacadas por grupos rebeldes que têm exercido as maiores
barbaridades sobre os refugiados. Fala-se em cerca de 30 mil mortos e mais
de 100 mil deslocados em fuga. Mas o problema já se arrasta de há muito tempo.
O Abrangente já em Abril chamou aqui a atenção para o que se estava a passar, publicando uma foto bem expressiva da trágica situação humanitária.
Poucos dias após a publicação da foto, outros houve que se lamentaram,
escrevendo que "estava agora em moda falar-se de Darfur, quando a maioria
das pessoas nunca ouvi falar daquela região e nem se quer sabem muito muito
onde fica". Na verdade, o nosso mundo é pequeno, e, com a Internet e as
cadeias de televisão globais, a dar imagens do que se passa em todo o lado
e a qualquer hora, só não está informado quem não quer ou não se interessa
pelo que se passa a seu lado. Mas o que a mim muito me estranha, é que seja
a Rua da Judiaria a fazer o apelo a favor de Darfur...
É estranho, e a minha intuição diz-me que alguma coisa não bate certo. Gosto
de estar bem acompanhado, e, por isso, sempre ignorei a Rua da Judiaria (se
bem que haja muitas em cidades e vilas de Portugal). Mas o Nuno Guerreiro,
está sempre do lado de Israel, e não parece ouvir os mais fracos. Tenta
confundir-nos, falando mais na barreira (fence) e pouco ou nada no Muro (wall)
-- que é a muralha da China dos tempos modernos. A maior extensão da obra
chama-se Muro e não Barreira...
É estranho que a Rua da Judiaria só agora venha apelar por Darfur, quando o
poderia ter feito há já alguns meses. Agora, que os EUA se preparam para
"atacar" o poder em Kartum, e vingar a "procura de urânio" da Al-Qaeda
naquele país? Querem ver que vamos ter mais uma guerra preventiva? Será
que tudo foi "conduzido" para uma intervenção dos EUA, nesta altura de
convenções, e quando não há novidades sobre o paradeiro de Bin Laden?
É este o receio do representante do Sudão, Usman al-Said, na reunião dos
53 estados da União Africana a decorrer em Kartum, quando vem
dizer que "os EUA estão a usar a crise de Darfur para derrubarem o governo
do Sudão". As coincidências são muitas, e, de hipocrisia e perversão
estamos todos fartos. A questão colocada pela Rua da Judiaria deveria ter
outra fim: que a Blogosfera enviasse a Kofi Annan e a Javier Solana dezenas
de e-mails para que as Nações Unidas interviessem junto de Kartum e da
União Africana para acabarem com o genocídio e darem condições de vida
aos milhares de refugiados em trânsito no Darfur. Seria um apêlo justo.
Darfur. Como já todos nós sabemos, através da imprensa e da televisão,
verifica-se ali uma violação grave dos direitos humanos, com populações
em fuga, atacadas por grupos rebeldes que têm exercido as maiores
barbaridades sobre os refugiados. Fala-se em cerca de 30 mil mortos e mais
de 100 mil deslocados em fuga. Mas o problema já se arrasta de há muito tempo.
O Abrangente já em Abril chamou aqui a atenção para o que se estava a passar, publicando uma foto bem expressiva da trágica situação humanitária.
Poucos dias após a publicação da foto, outros houve que se lamentaram,
escrevendo que "estava agora em moda falar-se de Darfur, quando a maioria
das pessoas nunca ouvi falar daquela região e nem se quer sabem muito muito
onde fica". Na verdade, o nosso mundo é pequeno, e, com a Internet e as
cadeias de televisão globais, a dar imagens do que se passa em todo o lado
e a qualquer hora, só não está informado quem não quer ou não se interessa
pelo que se passa a seu lado. Mas o que a mim muito me estranha, é que seja
a Rua da Judiaria a fazer o apelo a favor de Darfur...
É estranho, e a minha intuição diz-me que alguma coisa não bate certo. Gosto
de estar bem acompanhado, e, por isso, sempre ignorei a Rua da Judiaria (se
bem que haja muitas em cidades e vilas de Portugal). Mas o Nuno Guerreiro,
está sempre do lado de Israel, e não parece ouvir os mais fracos. Tenta
confundir-nos, falando mais na barreira (fence) e pouco ou nada no Muro (wall)
-- que é a muralha da China dos tempos modernos. A maior extensão da obra
chama-se Muro e não Barreira...
É estranho que a Rua da Judiaria só agora venha apelar por Darfur, quando o
poderia ter feito há já alguns meses. Agora, que os EUA se preparam para
"atacar" o poder em Kartum, e vingar a "procura de urânio" da Al-Qaeda
naquele país? Querem ver que vamos ter mais uma guerra preventiva? Será
que tudo foi "conduzido" para uma intervenção dos EUA, nesta altura de
convenções, e quando não há novidades sobre o paradeiro de Bin Laden?
É este o receio do representante do Sudão, Usman al-Said, na reunião dos
53 estados da União Africana a decorrer em Kartum, quando vem
dizer que "os EUA estão a usar a crise de Darfur para derrubarem o governo
do Sudão". As coincidências são muitas, e, de hipocrisia e perversão
estamos todos fartos. A questão colocada pela Rua da Judiaria deveria ter
outra fim: que a Blogosfera enviasse a Kofi Annan e a Javier Solana dezenas
de e-mails para que as Nações Unidas interviessem junto de Kartum e da
União Africana para acabarem com o genocídio e darem condições de vida
aos milhares de refugiados em trânsito no Darfur. Seria um apêlo justo.
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