2005/01/07

 
O ABRANGENTE vai hibernar até aos últimos dias de Janeiro.
Mas não deixará de acompanhar a actividade editorial dos blogues que
lhe fazem companhia aqui, à esquerda. É mesmo provável que não cumpra
o black-out por inteiro. Depende das condições atmosféricas e da facilidade
em aceder à Net num ciber-café. O tempo frio e seco levam-me para longe.

As listas para deputados às eleições de 20 de Fevereiro estão concluidas.
No caso do PS, lamento a inclusão de Paulo Pedroso no distrito de Setubal.
Não devia ser incluido, enquanto corre o processo Casa Pia, e devia ser ele
próprio, Paulo Pedroso, a renunciar à inclusão do seu nome nas listas. Isso
seria bom para o PS, e o militante PP mostraria assim, ao eleitorado, que
era uma pessoa de bem, isenta e apenas confia na justiça para o julgar...
O país é pequeno, os actos eleitorais têm sido inflacionados, os governos
têm sido muitos e nem sempre cumpriram as legislaturas. Não admira pois
que os candidatos sejam, na maior parte, os "mesmos" de sempre, ou com
pouca ou nenhuma experiência política. As listas do PS, já me desiludiram.
Resta-me confiar no elenco governamental, a escolher por José Sócrates,
e no Programa de Governo em elaboração. Pode ser que o executivo supere
as fraquezas do legislativo, mas para tal é preciso que o PS chegue à maioria
absoluta; se não conseguir esse objectivo, o PS vai fraquejar e adiar o país.

Coragem a todos...Denunciem as notas dissonantes na política.

2005/01/05

 
A formação de listas para deputados às eleições do dia 20 de Fevereiro,
como era de esperar, está a tornar-se num parto doloroso no seio dos partidos
concorrentes. No PSD de Santana, onde as "caras" televisivas têm tomado todo
o espaço, despreza-se a competência para dar lugar a autarcas e charladores
de futebol. No PS, José Sócrates cedeu aos "ferristas", aceitando Paulo Pedroso
em Setubal, num lugar não elegível, mas que poderá vir a penalizar o partido. No
PP de Paulo Portas, nada indica que haja problemas, e a sua grande ambição
é atingir 15 a 20 deputados... Dos restantes partidos, pouco há a referir.
É lamentável que o PS, aceite "dar" deputados a um tal "Movimento Humanista",
seguindo o exemplo do PSD de Santana, que vai "dar" dois deputados aos
Monárquicos e outros dois ao Movimento da Terra...Ísto é uma fraude eleitoral.

Após uma "rave-party" não há nada melhor que um banho quente de imersão...
Algures no norte do Japão, em Yamanouchi Valley, onde a neve chega
no inverno, os símios conhecem bem as vantagens de um mergulho
nas águas termais de um lago de origem vulcânica... Inteligentes!


Continua a onda de solidariedade para com as vítimas do maremoto
do oceano Índico. E o mundo, que tem apelado à paz, condenado a guerra e
anseia pela igualdade de todos no uso dos bens terrenos, não pára de abrir os
cordões á bolsa para ajudar os que agora nada têm...Entretanto, ouvimos alguem
bradar na praça pública contra aqueles que "voltaram a Phi-Phi e Phuket", como
se nada de trágico tivesse acontecido naquelas paragens. Não vale a pena estar
a apontar ninguem; eles tambem sentiram a tragédia, tambem contribuiram para
a ajuda humanitária, já haviam reservado a estadia e pago algumas despesas.
Porque havemos de lhe negar o direito de gozarem a beleza natural das praias
de Phi-Phi? Não é um bem natural, para todo o mundo gozar? Ou deveriam ser
obrigados a permanecer mudos e quedos, a assistir ao horror através das TV?
A vida continua, como continua o Rally Paris-Dakar, os campeonatos de Slalom
na Neve, os torneios de futebol, os preparativos para o Carnaval... Para ajudar,
foram para o terreno as equipas médicas, os enfermeiros, as ONGs para dar
alimentos, artigos de higiene, prestar os primeiros socorros... Deixem eles
trabalhar, deixem o mundo viver, deixem as marés subir e descer...Não devemos
travar os movimentos de energia e vida, que dão continuidade à esperança.

Enquanto a norte do trópico de Capricórnio, sentimos o frio de inverno
nos areias do deserto do Sahara vivem-se emoções escaldantes.



2005/01/04

 
A tragédia causada pelo maremoto ocorrido no sul da Ásia, no dia 26 de
Dezembro de 2004, mostra como a vida humana é frágil e está à mercê das
alterações geológicos do nosso planeta. No olhar de muita gente, houve quem
tirasse ilações sobre a tragédia, afirmando que a causa era devida à exploração
desenfreada dos recursos naturais; outros vêem o caso, como sendo um castigo
divino, devido à poluição ambiental provocada pelo desenvolvimento industrial
no sul da Ásia; até há quem refira que tudo foi arrasado pelo "tesunami", excepto
os templos budistas, as igrejas cristãs, as mesquitas, etc.
Foi apenas um desastre natural, cujos efeitos podiam ter sido reduzidos se os
responsáveis tivessem um sistema de alarme, e fizessem exercício de prevenção
como aliás fazem os japoneses... Tudo o mais que se possa dizer, é chover no
molhado, e o que aconteceu no sul da Ásia, podia ter acontecido na costa da
Califórnia, nas Canárias ou em Honolulu. O risco de maremotos está mapeado.

O que mais impressiona, nesta tragédia, é o sentimento generalizado
de compaixão pelas vítimas, manifestado em todo o mundo. É verdade que houve
países onde essa "onda de compaixão" tardou a manifestar-se, mas nem por isso
deixou de haver solidariedade e ajuda financeira, logo que houve informação
suficiente sobre a extensão de tamanha tragédia humana. É ver como os EUA,
depois da UE, da Noruega, da Alemanha, da França, da Suiça, e da Espanha --
que logo de início avançou com 68 milhões de euros, quando outros avançavam
com 3 e 5 milhões -- vieram agora em força, aumentando a ajuda inicial de 35
para 350 milhões de Usd e colocando os meios próprios de uma superpotência
ao serviço da ajuda e salvamento de pessoas humanas, deslocando vasos de
guerra para acudir às vítimas, utilizando helicópteros para salvamento e entrega
de mantimentos. Uma boa acção, para já...É caso para perguntar: que é feito
da Força Aérea da Indonésia? Onde estão os helicópteros, os aviões, as lanchas
de salvamento? Java não acudiu a Sumatra, porquê? Por entraves do Aceh Livre?

Nascemos para sofrer, porque nascemos com a dôr. Ao nascer, fazem-nos
chorar, para mostrar que "estamos vivos"; a mãe conhece a dôr do parto, e a dôr
nunca mais nos vai abandonar. É na dôr, que a Humanidade se torna menos dura
e consegue viver os actos de maior generosidade. É na dôr que nos tornamos
mais solidários, e chegamos mais próximo dos outros. É nos momentos de
tragédia, que os povos mais se unem, para superar a dôr. Mas ela (a dôr), vai
continuar dentro de nós, adormecida, até ao próximo desastre, para voltar de
novo a mostrar que ainda somos humanos. É um sinal genético, vital para que
todos possamos sobreviver neste mundo, nas horas de infortúnio e de dôr.



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