2004/11/30

 
A situação política do país é desastrosa, mas a situação económica não
é menos e poderá complicar-se de forma dramática se o Governo não conseguir
arrepiar caminho, de maneira a ratificar o Orçamento de Estado que ainda não
foi aprovado na especialidade. A dissolução da Assembleia da República, nesta
fase, traria enormes prejuizos para o Estado. Haveria que utilizar a forma dos
duodécimos, que é uma gestão precária, sem planeamento nem orientação para
os agentes económicos e financeiros. As empresas de rating iriam, mais uma
vez, fazer pressão, os investidores arredariam pé, e a retoma ficaria ainda mais
distante. Numa situação destas os interesses do país devem sobrepor-se aos
interesses partidários. Não é racional querer agravar ainda mais a situação de
crise em que o país se encontra. Não é o momento certo para correr com Pedro
Santana Lopes. Mas está provado que esta coligação não serve, não funciona.

Vamos seguir com atenção o resultado das eleições presidenciais e
legislativas a realizar em Moçambique, donde pode resultar uma nova geografia
partidária, que dê luta ao subdesenvolvimento, mas tambem à corrupção e ao
tráfico de influências no aparelho de Estado. Parece que nós, não deixamos por
lá bons exemplos... mas se os maus exemplos continuam a existir em Portugal,
como podemos nós criticar os moçambicanos? Ainda agora, veja-se a mega-
fraude de 243 milhões de euros descoberta pela Brigada Fiscal da GNR, na
qual estão envolvidos 181 indivíduos e 72 empresas... Dinheiros roubados ao
Estado por "impostos que oneram o àlcool e bebidas alcolólicas, mais o IVA".
A corrupção e a fraude fiscal minam as democracias. Para lhe dar luta, é preciso
um Estado forte, onde a justiça funcione, para que a lei seja cumprida e puna
os prevaricadores. Infelizmente, a nossa justiça, é o reflexo do nosso Governo.

Os governantes falam sempre em "transparência", na luta contra a fraude
fiscal, a corrupção e o tráfico de influências. Mas quando chega a hora de
legislar e agir contra os "lobbies" e "interesses instalados", não conseguem
cumprir o que prometeram, porque o dinheiro fala mais alto, e corrompe...





2004/11/29

 
Este é o tempo dos medíocres, dos aprendizes de feiticeiro, um tempo
que se esvai sem obra feita nem riqueza acrescida. É um "tempo novo" -- dizem
os arautos da "Verdade"-- um virar de página que vai levantar o "astral" do povo,
um povo que é governado por Pedro e Paulo, dois políticos que "andaram em
formação" no Lux e na Kapital. Não admira, portanto, que gostem de aparecer e
falar para a televisão, para as revistas "côr-de-rosa", para os amigos tribais. Só
que esse curriculum, é insuficiente, não serve para ser governante.Daria, quando
muito, para ser figurante num "Quintal de Banalidades" ou para ser orador numa
associação evangélica. É terrivel pensar, como foi possivel chegarmos até aqui!
Com gente medíocre e popularucha a ocupar as instituições nacionais. Tanto pior,
quando se trata do Governo da Nação. Esta gente é demasiado medíocre!

Sobre os episódios satíricos do fim-de-semana, com Henrique Chaves a
demitir-se por "falta de lealdade e verdade" da parte de Santana Lopes, assim
como a "parábola" que este inventou sobre o "bebé prematuro", já tudo foi dito.
José Manuel Fernandes, no "Público", diz que "não é mais possivel saber onde
começa a verdade e terminam as mentiras, os enganos e omissões nas
mensagens que Santana vai transmitindo ao ritmo frenético de um cavalo louco".
Na blogosfera, o Luis Tito fala de "Pontapés e estalos" no post 1408, adiantado
"que o bebé é proveta", que "resulta de manipulação genética", e, "não sendo
prematuro não devia estar numa proveta"; diz mais: o tal bebé prematuro "não
é humano", mas "é mamão"... Já o Paulo Jordão, afirma que "Faltam tres ou
quatro meses para o fim". E, no post 2232, "Prego a Prego" mais o post 2233,
"O último a saber" fala de amizades, traições e inverdades sobre o episódio
da demissão do homem que quiz mandar pela janela fora o DVD do Benfica.
O bebé na incubadora vai-se transformar num folhetim, já que o marinheiro FNC
do Mar Salgado está a escrever as "Cartas de um recém-nascido" com os
depoimentos do naciturno: na incubadora, sózinho, admirado por [o Tio Pedro]
estar "sempre a mudar as enfermeiras e as médicas, mas do que ele gosta é do
primo Paulo que anda de barco com boné". Seguem-se os próximos episódios.

Se não fosse trágico, até dava para rir, mas os artistas do "show" são de
tal modo medíocres e irresponsáveis que devemos evitar os aplausos, para que
o espectáculo acabe o mais breve possivel, porque é um desastre financeiro.



2004/11/26

 
VEMOS, OUVIMOS E LEMOS.... e comparamos com a realidade.

[Portugueses]: "Não contem com mais milagres. Só houve dois: o primeiro
foi o da adesão à União Europeia e o segundo foi a descida das taxas de juro,
o que permitiu ao Estado poupar mais de tres mil milhões de euros. Para vencer
a batalha [do crescimento económico], terão de ser os portugueses a encarar a
realidade nua e crua, pois já não há tempo para passes de mágica..."
O crescimento económico terá de ser feito à custa do aumento das exportações,
uma vez que "o crescimento da procura interna só projecta fogachos e não
conduz a um crescimento sustentado". (Quem o disse, foi o Professor Cavaco
Silva, na conferência "Desafios da Economia Portuguesa", organizada pela
Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), no Porto. Esperemos
que o "pequeno lusito" Santana Lopes não esteja a olhar para as estrelas...

"A solução para o conflito é muito simples: que Israel e o mundo respeitem
os palestinianos como seres humanos com direitos iguais em Israel ou na
Palestina. Num só Estado que seria para judeus e palestinianos. O que temos
neste momento é um Estado-apartheid para os judeus, onde os palestinianos
não têm direitos e estão sob ocupação há muitos anos... O sonho sionista
acabou quando um Estado judaico foi fundado em 1948. Os judeus podem
continuar a vir para cá. O que precisamos agora é que os palestinianos
regressem, os refugiados que vivem em campos há 50 anos... A paz real é
através de um Estado secular para todos. Se continuarem com este Estado
sionista, de apartheid, o conflito continuará. Não é um problema que venha
dos palestinianos. Os judeus é que não estão preparados para um Estado
secular e democrático". (Quem o diz é Mordechai Vanunu, preso durante
18 anos, por "traição" e colocar em causa a segurança do seu próprio país,
conforme acusação feita, por divulgar ao mundo, em 1986, o programa
nuclear de Israel, implantado no deserto de Neguev, em Dimona, onde havia
um arsenal apocalíptico de 200 bombas nucleares. A Mossad perseguiu-o em
Londres e conseguiu prende-lo em Roma, graças à americana Cindy.

Nuvens negras pairam sobre o Monte da Tentação, junto ao Mar Negro,
no colonato "Maale Adumim", em West Bank, Israel. Que nunca sejam por
rebentamento de bombas nucleares, por sorte e para bem de todos nós.


2004/11/25

 
Começou hoje o julgamento do processo de pedofilia da Casa Pia.
É estranho que, nesta data, apareça, mais uma vez, alguem interessado em
atirar areia para os olhos de todos nós, com vista a desacreditar todo o processo.
Outra coisa não poderá ser, já que, até agora, os novos "arautos" tinham estado
calados. Desta vez, são os auto-denominados "Mui Mentirosos" que assumem o
trabalho deixado em "águas de bacalhau" pelo fugitivo "muito mentiroso". Voltam
agora, no início do julgamento, para semear a confusão e branquear algum dos
arguidos. É uma actuação muito suspeita, e não se entende bem com que fins.
Na blogosfera, foi doPortugalprofundo o único a defender o julgamento destinado
a apurar os culpados no processo de pedofilia da Casa Pia, e sempre o fez com
seriedade e à medida que os adiamentos e recusas de juiz iam acontecendo.
Que os tubarões "papam" tudo, já sabemos disso; vamos aguardar pela caça.


Mais uma vez o primeiro-ministro, Santana Lopes, surpreendeu todos
ao baralhar e tornar a dar... Para proteger o amigo Rui, Santana Lopes avançou
com a retirada de Rui Gomes da Silva da frente da linha de combate, para uma
rectaguarda mais protegida, e premiou-o com o cargo de "Ministro-Adjunto" do
Primeiro... Para disfarçar a "carta premiada", Santana Lopes baralhou de novo
e apresentou as mesmas cartas, tendo ainda criado mais burocracia com a
nomeação de mais gente que, à falta de cargos, são designados "Secretário
Adjunto do Ministro Adjunto do Primeiro... Santana continua a ser "espectáculo":
hoje diz uma coisa, amanhã faz outra; hoje afirma na televisão que estamos em
lua-cheia, amanhã diz que saimos de lua-nova... Tudo uma questão de "astral".

O dia dá lugar à noite... Ao fim do dia, o sol dá uma côr de tijolo às nuvens
que pairam sobre Potsdam, realçando ainda mais o quarto-minguante...



2004/11/24

 
O historiador Fernando Rosas, gosta de contar histórias à sua maneira,
como fez hoje no "Público", sobre "o rescaldo do Orçamento". Não adiantou
mais áquilo que, sobre o assunto, já havia dito o PS. Portanto as "histórias" do
historiador Fernando Rosas, servem apenas para zurzir no PS, que não é o autor
deste Orçamento, mas sim o partido que se propôe governar em maioria, sem
a "muleta" dos bloquistas. Por esta razão, o historiador do BE toma como inimigo
a abater, não a coligação PSD/PP, que está a governar mal o país, mas sim o
PS -- que está na oposição, com sentido de Estado, e não alinha em combates
"trotzquistas". O PS está na linha que o vai levar de novo ao poder, por isso, não
deve "parar o comboio", só porque os confederados do BE querem apanhar uma
boleia para chegarem ao Governo. Cuidado com as estratégias trotzquistas...

Aquilo que o historiador Fernando Rosas não diz, é que este Governo
não tem um projecto económico para desenvolver o país. Faz como os "liberais":
deixa tudo por mãos alheias, cada um que se governe, o Estado não interfere
nem orienta -- quem coordena a educação e o ensino superior com/ou para o
desenvolvimento do país? -- o Estado apenas arrecada impostos e distribui os
dinheiros públicos por um rol de ministérios que tanto podem ser 19 como 24
ou 32, mais secretarias de Estado, etc. Enfim, os "liberais" gostam de governar,
desde que haja dinheiros para distribuir, não importa como nem a quem. Mas
se o país não produzir, não for competitivo, não exportar, não vender -- como é
que o país se desenvolve, como é que aumenta o produto interno bruto?...
O Estado deve estar ao leme do barco, para decidir o rumo do país. É o Estado
quem deve apresentar planos e estratégias para o seu desenvolvimento. Os
agentes económicos precisam saber "para onde vai o país". O Governo de
Santana Lopes não tem estratégia económica, navega à vista, sem rumo...

Estamos perto do Natal, com temperaturas amenas, e as chuvas do
Outono sem terem feito estragos. Nos países nórdicos e na Europa central
o frio e a neve causam desconforto e estragos materiais. No fim-de-semana,
em Helsínquia, nevou durante seis horas seguidas e a neve atingiu mais de
40cm de altura. Em Portugal, se não vier chuva, até as barragens vão secar.




2004/11/23

 
Apesar do primeiro-ministro Santana Lopes usar uma pulseira
"magnética", apesar de Santana ter prometido elevar o "astral" dos portugueses,
apesar de ter anunciado a chegada de um "tempo novo", apesar de ter decretado
o fim da "obsessão do défice", apesar de ter afirmado que o país está numa fase
de "crescimento económico", eu continuo descrente de todas as suas promessas
e estou cada vez mais pessimista, pois verifico que o país continua mergulhado
numa triste e cinzenta depressão... Tarda em chegar o efeito do tal tratamento
"astro(lógico)" inventado e prescrito aos portugueses por Pedro Santana Lopes.

A praga chegou a Israel... Vindos de África, atravessaram o Sinai
e invadiram as cidades israelitas. É a praga dos gafanhotos...


Na antiga Mesopotâmia, berço da civilização suméria, onde George Bush
pensava instalar bases militares permanentes para explorar o petróleo iraquiano,
nada corre bem, nem ao invasor nem tão pouco aos sunitas, que têm sido os
mais massacrados pelo "vespeiro" dos insurrectos ligados a Al-Zarqawi ou ao
"franchising" da Al-Qaeda. Já passaram 19 meses após Bush ter declarado o
fim das operações. Ao absurdo dos motivos que levaram à invasão do Iraque,
sucedem agora as medidas apressadas para um processo eleitoral num país
em guerra e com um terço do território ocupado pelos insurrectos... Tudo isto
porque, a mini-coligação de países apoiantes, pretende mandar regressar a
casa as suas tropas ali destacadas. É que a guerra, é um desperdício de
recursos, que nem todos conseguem manter por muito tempo... Só o Império.

Os fins justificam os meios... Este é o novo logotipo do Departamento
de Justiça dos Estados Unidos, a vigorar após a tomada de posse de
George Bush em Janeiro de 2005. Ashcroft deverá manter o cargo.

2004/11/22

 
VEMOS, OUVIMOS E LEMOS..... e cai-nos o queixo de espanto!
"Eis porque nunca mais escreverei uma linha sobre este ex-membro do
Comité Central do PCP. Eis porque nunca mais lhe estenderei a mão".
Quem "decretou" esta "fatwa" contra Domingos Lopes (DL), ex-membro do CC
do PCP, foi o escritor e jornalista Batista Bastos (BB), um homem que chegou a
ser conhecido como um dos intelectuais do PCP. Nos tempos que correm, BB
continua a ter proveito da aura que o PCP lhe deu, mas já há muito tempo que
BB "vendeu a alma ao diabo". Agora até escreve numa "recatada coluna" do
'Jornal de Negócios', onde comentou, "com amena benevolência" a "sumptuosa
entrevista" dada por DL ao jornal à "Capital". Diz BB, que foi com "suave paz
espiritual e infinita curiosidade de espírito" que esquadrinhou "com zelo e
aplicação a longa e medíocre e maçadora entrevista". A estas "estocadas",
respondeu DL no "Público" (de forma contida e moderada). Ontem, foi a vez
de BB desabafar no "Público" (de forma agreste e professoral):"a reconhecida
bondade do meu temperamento, impede-me de troçar da gramática de DL".

Batista Bastos, que sempre cuidou de apresentar-se com uma imagem
distinta, de "suavidade", com o seu "papillon", vem amesquinhar o texto de DL,
por defeito gramatical, esquecendo que, em comunicação, mais importante que
o estilo, é a forma de expressão. De resto, o estilo de BB é, e sempre foi cheio
de arabescos, inflacionado de adjectivos, crú e áspero na linguagem rebuscada.
"O rude sarcasmo" de BB, alterou-lhe "a magnânimidade da [sua] disposição"
perante uma "perfídia" adiantada por DL: "Certo é que ninguem é obrigado a
ser eternamente membro de um partido, mas quem deixar de o ser não deve
ficar tão indisposto com quem entende por consciência continuar membro do
PCP". Perante isto, o "suave" BB perdeu o verniz e as estribeiras de intelectual
"ameno". Considera a frase de DL uma "perfídia", uma "indignidade". Confessa
ainda, que tinha DL como "um bom rapaz", mas que afinal "nele habita uma
atroz e deformada moral" -- pelo que, "nunca mais lhe estenderá a mão"....

Meu Deus, como é vil e mesquinha a condição humana! Um intelectual,
que diz ter "amena benevolência", perde as estribeiras perante a opinião
contrária de quem "presume ser um bom rapaz"! Que falta de serenidade, de
bom-senso, de humildade perante as opiniões alheias! Será isto próprio de um
escritor, de quem se espera lucidez, reflexão profunda e humildade perante os
enganos e fraquezas da condição humana? BB fala de "amena benevolência"
mas, perante o contraditório, procede à boa maneira daqueles que agora vem
criticar. Não admite opiniões contrárias, perde o verniz, bate com o punho na
mesa, aterroriza, barafusta enraivecido, mostra ódio e intolerância...
BB precisa ser tratado, precisa esconjurar os fantasmas do seu passado.

Neste Universo, somos um grão de areia. Em vez de olharmos para
a nossa fragilidade, lutamos uns contra os outros, julgamo-nos muito
poderosos e valentes. Em breve os dias e os anos passam, e muito
de nós não deram se quer pela sua existência... Controlem a raiva!


2004/11/21

 
O MUNDO NÃO GOSTA DE BUSH, MAS ADORA A AMÉRICA...
Como não havemos nós de "perdoar" a esta gente que se exprime assim?






O Mundo mostra-se solidário com os americanos anti-Bush:








Alguns americanos, fizeram as malas e vieram para a "Velha Europa":

Para saber até onde e no que irá resultar deste movimento inédito,
resultante de umas eleições com repercussão mundial, pode visitar
o site sorryeverybody -- Sorry World -- onde encontrará algumas fotos
de portugueses que já aderiram a este movimento de solidariedade.





2004/11/19

 
Alguns dos nossos "opinion-makers" que escrevem no "Público", nos
últimos tempos, mostram tendência para o desnorte e a falta de bom-senso.
É o caso de Miguel Sousa Tavares (MST), que hoje vem discorrer sobre uma
lei a apresentar pelo Governo, para regulamentar os locais onde não vai ser
permitido fumar. Só que, acaba por falar de tudo e mais alguma coisa, e quase
nada sobre os malefícios do tabaco.... MST mistura alhos com bugalhos. Nunca
me lembro de nada assim... Confunde tabagismo com Prevenção Rodoviária,
Ministro da Saúde com Tabaqueira, "bufaria" com polícias, americanos com
irlandeses, álcool com jeropiga... Passa um atestado de analfabetos aos
não-fumadores, acusa a OMS e organismos dedicados ao estudo das doenças
provocadas pelo consumo do tabaco de fomentarem o terror e de mentirem...

MST chega a dizer que, a ser implementada a lei sobre os locais onde
não será permitido fumar, como sejam os cafés, restaurantes e discotecas, isso
levará à falência muita destas casas que, só "existem" e ajudam os seus donos a
ganhar dinheiro graças, exclusivamente, aos clientes fumadores que lhes dão
fama e proveito... Enfim, uma lamúria estilo "conde Castelo Branco"... Lamento
muito o desnorte de MST. Na verdade, os donos e os trabalhadores da indústria
hoteleira, na maioria dos casos, "pagaria" para que, nos seus estabelecimentos
não fosse permitido fumar. Há pessoas a trabalhar em discotecas e em cafés
que sofrem imenso com o fumo de tabaco inalado durante oito horas de trabalho.
É um crime, uma falta de respeito pelos outros, um atentado contra a saúde
pública. Infelizmente um "toxicodependente" -- seja de tabaco, álcool ou droga --
é incapaz de avaliar o sofrimento que causa aos outros. Porque é um doente, um
dependente, e isso requere tratamento, acarreta despesa ao SNS, aos hospitais.

Custa-me ver MST entrar em labirintos donde não pode sair incólume.
O tabagismo é uma questão de saúde pública mundial. E tambem uma questão
de higiene pessoal. Neste momento, a Organização Mundial de Saúde, trabalha
com quase todos os países, para reduzir os estragos causados pelo tabaco.
O MST sabe que ninguem o vai proibir de fumar -- desde que o faça nos locais
onde não deve; vá fumar para a rua, para a varanda, para o "smoking-room"...
A vida sem "fumos", é mais agradável, mais natural. Poupem os não-fumadores.
Eu fumei High-life, Tip-top, Paris, Português Suave, Sintra, SG, Fortuna (rubio),
Ducados (negro), Dunhill, Camel, Puros, Puritos, King Edward, Monte Cristo....
Por fim Mercator, cujo cheiro irritava os colegas do SG e Marlboro. De um dia
para o outro, acabou-se, deixei de fumar, de cheirar a tabaco (a ureia), consegui
ficar despoluido... Hoje, de fumos, nem cheiro!

A figura exuberante de MST está a definhar. Já apresenta duas caras, i.e.
de um lado, apresenta-se normal, de outro, doente; já quase não consegue abrir
um dos olhos. O seu rosto está desfigurado, os seus modos, a sua linguagem
gestual, mostra como está dependente do cigarro, e não só... Longe vai o tempo
em que vendia saúde, simpatia, vigôr. É bom cuidarmos do nosso "coiro", do
nosso corpo, para termos uma mente saudável, e podermos gozar a vida com
saúde, sem muletas, nem necessidade de "andarmos na farmácia", como quem
vai ao supermercado e traz uma saco cheio de remédios... ainda que sejam
genéricos. Saudáveis, para não alimentarmos a "indústria médica e hospitalar".









2004/11/18

 
VEMOS, OUVIMOS E LEMOS..... e aplaudimos!
"A «geração» [de Santana Lopes] é um grupo socialmente homogéneo,
constituido por jovens profissionais liberais, tecnocratas, advogados, urbanos,
lisboetas, os «sulistas e liberais» de segunda linha, que Menezes [o de Gaia]
se esqueceu de atacar desta vez, quando eles chegam efectivamente ao poder.
São quadros feitos pela política e pelo marketing, com um estilo de vida similar
com mais ou menos jet-set, mas com jet-set.
Que sabem do país, pessoas que só conhecem os escritórios de advogados de
Lisboa, e o ciclo de vida que vai da Bica do Sapato, do Lux, das férias no Algarve
Brasil e Cuba, da «neve», do sushi na moda e dos health clubs, e que estão todos
no concerto de Madonna?"--questiona José Pacheco Pereira no Público de hoje.

A gente a que se refere JPP é aquela que escreve, aprova e canta o hino
que foi encomendado para o "Congresso da Verdade", realizado em Barcelos.
Repare-se na grandilequência do verbo, na construção do rítmo, na melodia das
palavras, na radiante mensagem, enfim, no conteúdo que pode elevar o «astral»
de qualquer português: "Somos actores da história/De coragem e de glórias/
Pátrio orgulho do passado/Abraçado pelo mar". "Para vencer os desafios/Desse
povo soberano/Abre a porta do destino/Que o futuro quer entrar". "Queremos
mais Portugal/Grande luso pequenino/Nova força para o mundo/Geração
Portugal". (........) -- É pior do que música 'pimba', inferior a Quim Barreiros, e
faz lembrar o "Conjunto de Maria Albertina". Esta gente tem a cabecinha cheia
de serradura, tem os cabelos encharcados em gel, tresandra a perfumes da
marca Boss, nunca andou à procura de emprego, não conhece o mundo do
trabalho nem o desemprego.... É gente desta que (des)governa este país!...

A "toillete" da Joaninha é uma casa-de-banho móvel, a ser lançada
em breve no mercado, pelo que se recomenda à Central de Compras
do Governo de PSL a aquisição deste activo imobiliário para servir
de apoio aos "conselhos de ministro" em transumãncia neste reino.


2004/11/17

 
VEMOS, OUVIMOS E LEMOS..... e custa-nos a acrediar!
"A reunião do Conselho de Ministros foi preparada com a ajuda de
uma agência de comunicação, a Bairro Alto, contratada pelo Governo para
organizar uma série de iniciativas relacionadas com o mar. À entrada do navio-
-escola "Sagres", os membros do Governo receberam um casaco impermeável
azul-escuro para parecerem ambientados ao cenário. Bandeiras azuis
decoravam o cais da Princesa. Aos jornalistas foram ainda distribuidos
binóculos com o 'slogan' «Novos heróis do mar», que os ministros tambem
ostentavam nos casacos azuis-escuros". in "Público" de hoje.

Custa a acreditar até onde chegou o "reality show" dos "regentes Pedro
e Paulo" que, ao contrário de outros soberanos, passam o tempo a governar
em transumância, gastando os dinheiros do Estado em deslocações pelo país,
exibindo carros de alta cilindrada, utilizando o navio-escola da Armada, os
aviões da Força Aérea, os palácios do IPPAR, etc. Até parece que vivem num
país rico, onde os cidadãos morrem de tédio e necessitam, por isso, que a
"côrte" dos regentes apareça para haver foguetes e arraial nas aldeias....
Depois da "sopa macedónia" servida ao almoço, onde o Paulo disse ao Pedro
que a coligação poderia acabar se continuassem a ouvir-se no PPD as vozes
contra a aliança em funções, já tudo se pode esperar destes "novos heróis do
mar". Até porque, tanto um como o outro, são solteiros ou desquitados, sem
responsabilidades familiares, não conhecendo portanto as dificuldades com
que as famílias portuguesas se debatem. Vivemos a era do "show-biz"...

Consta-se nos "mentideros" que o regente Santana Lopes, para dar
um ar de modernidade ao seu séquito governamental, já mandou fazer
reservas para efectuar um "conselho de ministros" a bordo da nave
"Space Ship One", em viagem a realizar no 4º Trimestre de 2006.


2004/11/15

 
A festa revisionista dos símbolos e logotipos do PPD/psd, que decorreu
em Barcelos em paralelo com a entronização de Santana Lopes, mostrou as
divisões existentes no PSD, bem visíveis nos discursos divergentes, quando não
contraditórios, mas sempre aplaudidos com fervor pelos alegres militantes...
Verificou-se um pouco do que aconteceu no conclave do PP/cds: novas côres e
medidas para a simbologia do partido, nomeação de fieis amigos "santanistas"
para cargos partidários, e dispensa daqueles em cujo curriculo não consta voto
de fidelização a Santana Lopes em congressos anteriores. De fora ficaram, entre
outros, "o nosso major Valentim" [do Apito Dourado] e o autarca de Gaia, Luis
Filipe Menezes, que chegou a pedir a Santana para se lembrar dele mas, pelos
vistos, Santana Lopes não gosta do "autarca chorão". Para choramingar e para
fazer papel de vítima, já basta ele, Pedro Santana Lopes. Nada de imitações...

As festas de Carnaval já estão a ser ensaidas... em Colónia.

É verdade, o primeiro-ministro Santana Lopes, que preside ao Governo
deste país, não foi eleito, não tem legitimidade para o cargo. Do mesmo modo,
Paulo Portas, o actual ministro da Defesa e do Mar, não foi sufragado pelo voto
popular para ocupar o cargo que tem, uma vez que o seu partido não ganhou as
eleições. Foi criada uma coligação pós-eleitoral, e passou a haver uma maioria
parlamentar. É uma verdade, e é constitucionalmente aceite -- mas não deveria
ser assim. As coligações, a fazerem-se, devem ser prèviamente anunciadas,
antes do acto eleitoral. A coligação PSD/PP, foi uma habilidade de antecipação
de Paulo Portas na noite de eleições, que ao verificar a falta de maioria absoluta
de Durão Barroso, ofereceu-se para "casar" o PP com o PSD. Contra natura...
Apesar de tudo isto, e porque a procissão já vai a meio do caminho, não seria
avisado nem inteligente continuarmos a zurzir na mediocridade de Santana
Lopes, acabando por fazer dele um "mártir" aos olhos do eleitorado menos
comprometido. Tenhamos em conta o caso Berlusconi, a campanha de Bush e
a quarta re-eleição de John Howard na Austrália... Não devemos esconder nem
ignorar a "mediocridade" dos que nos governam. Mas tambem não devemos
contribuir para que sejam olhados como "vítimas" -- de cabalas ou da oposição.

Na China festeja-se o fim do Ramadão, com alegria e cara descoberta.
Porque tambem a China é um país de muçulmanos, mas mais tolerantes.




2004/11/14

 
FESTA DO "PARTIDO POPULAR DE MOCRÁTICO" EM BARCELOS

O ressuscitado PPD/psd reuniu este fim-de-semana em Barcelos para
festejar a entronização de Santana Lopes como primeiro-ministro do Governo
liderado em parceria com o PP/cds de Paulo Portas. Do país não se falou, talvez
para não ofuscar o ambiente de festa vivido em torno do regente entronizado.
Para alem do "ruido" causado nos meios de comunicação social, devemos ter
presente os usos e costumes, mas tambem o símbolo da cidade de Barcelos.

A agência contratada por Santana Lopes para cuidar da sua imagem e
dos seus discursos, idealizou um novo "logotipo" para o partido a condizer com
o "show-off" do líder, que anseia por rasgar o passado do PSD de Cavaco Silva.
Mas os "criativos" da agência mostram ter pouca imaginação. E a provar que
que assim é, e que as ideias de hoje são a extensão das ideias de ontem, aqui
fica uma imagem sobre as tendências da "Moda Lisboa" -- da qual Santana é
um fã -- e donde a "agência de imagem" terá plagiado o novo logotipo do PPD.



2004/11/12

 

Vemos, ouvimos e lemos aquilo em que nos custa acreditar:
"O ministro da Defesa, Paulo Portas, deverá adquirir 270 viaturas blindadas
para o Exército e a Marinha à empresa austríaca Steyer, que foi comprada pela
norte-americana General Dynamics".O custo será de 344 milhões de euros".
Contra o desperdício de dinheiros públicos, disse o General Loureiro dos Santos:
"Portugal deve abandonar as forças armadas de modelo convencional pesado,
porque são meios extremamente dispendiosos, susceptíveis de serem prestados
por outros. As ameaças de natureza militar, de outros Estados, são praticamente
inexistentes. As alianças com outros países protegem-nos".
O ministro Paulo Portas brinca com os dinheiros públicos. Obrigou o Estado a
gastar 500 milhões de euros na compra de tres (ou quatro) submarinos, para os
quais não se vê utilidade; agora dispende 344 milhões para as tropas fazerem
treino em Santa Margarida... Isto é uma loucura! Não há no Governo gente com
bom-senso, com honestidade moral e sentido de Estado que trave as aquisições
dispendiosas de material de guerra, que o ministro, sem mandato eleitoral, está
a fazer? Não há ninguem no Estado Maior das Forças Armadas que aconselhe
o compulsivo ministro a não gastar assim os dinheiros públicos em armamento,
que de pouco serve, para o combate ao terrorismo e aos narcotraficantes?...


Por iniciativa do Estaleiro, logo secundada pelo Tugir, e tambem pelo
amigo Jumento, está a correr na blogosfera uma ideia interessante e piedosa
que consiste em enviar um e-mail ao primeiro-ministro Santana Lopes, pedindo
dispensa da prometida carta, na qual tenciona "explicar" o Orçamento do Estado
para 2005, já que tudo naquele documento foi entendido, pelo que as despesas
de porte e expediente da carta, devem ser entregues a uma CERCI à escolha do
governante. É, de facto, uma ideia brilhante, pois as cartas custam dinheiro, que
à CERCI fará muito jeito, já que não têm acesso ao Orçamento de Estado como
tem o ministro Paulo Portas, que anda a gastar milhões em armas de guerra.
Eu já fiz o meu dever: enviei o e-mail para gpm@pm.pt. nos termos em que está
escrito no Tugir ou no Jumento.


Pôr do sol em Ramallah... Depois de sepultado Yasser Arafat, o "pai
da nação", a vida continua... Criança a vender pipocas na praça deserta.





2004/11/11

 
Os "apóstolos" da guerra no Iraque, desencadeada por causa das
"armas de destruição maciça", abandonaram a luta, fugiram e agora correm
o risco de serem incriminados como "desertores de guerra". Encontra-se nesta
situação o José Manuel Fernandes (JMF), o comissário Luis Delgado (LD) e o
José Pacheco Pereira (JPP). O JMF continua a escrever no "Público", mas não
tem feito editoriais sobre os "neo-cons" nem tão pouco sobre "o caminho para
Bagdade"; de vez em quando escreve -- magistralmente -- contra o consulado
de Santana Lopes. Já o comissário DL, como é do conhecimento geral, dedica-
-se agora aos negócios que a PT possui na área dos media, e até já arranjou
comprador para o seu pasquim "Diário Digital" que, por sinal, é a própria PT.
Quanto ao JPP, que foi esconjurado do PSD de Santana Lopes, encontra-se
na situação de aposentado do PE, e passa o tempo a escrever minudências,
como ele gosta de dizer sobre a opinião dos outros. Ainda hoje, no "Público",
vem contar "Histórias do telemóvel", coisa sem interesse, mas que dá para
emitir (?) factura. Eu pasmo ao ver os ex-"apóstolos" da guerra, sem veia nem
lastro, como se tivessem esgotado o estro que os inspirava, falando de coisas
sobre as quais está tudo dito... Nós, em certas alturas, padecemos desse vazio,
mas não temos contas a apresentar a ninguem, e, por isso, estamos isentos de
pecado. Já os ex-"apóstolos" pecam, porque estão investidos de uma missão.

Consta-me que o primeiro-ministro Santana Lopes, está preocupado
com o povinho portugues, a quem gostaria de explicar tim-tim por tim-tim, mas
de forma abreviada, o conteúdo do Orçamento Geral do Estado. Como ele
pensa que o povinho é parvo, vai enviar uma carta a todos os cidadãos, onde
resumirá as virtudes do OGE, e aproveitará para nos desejar Boas Festas.
Sinceramente, acho isto despropositado, porque já todos percebemos o que
vem aí, aquilo que nos foi subtraído e o que nos vai custar o desgoverno de SL.
Por mim, dispenso a carta do primeiro-ministro. E como o gestor das Finanças
é Bagão Félix, que seja este a enviar uma carta a Santana Lopes a explicar bem
os enunciados do OGE. E estou de acordo com o Luis Tito, que recomenda a
Bagão o seguinte: "proponho que [na carta] use linguagem simples e corrente
na tentativa de que ele [Santana Lopes] possa apreender pelo menos, parte da
mensagem. Não se esqueça de lhe explicar que não existem impostos sobre
as pessoas, mas sim sobre os rendimentos das pessoas".


Hoje em dia misturam-se os "fundadores de nações" com mercenários
golpistas que fomentam golpes de Estado. Confunde-se o libertador com o
terrorista, nega-se o papel dos herois que levaram à libertação colonial,
rasga-se a História para branqueá-la. Hoje foi dado como extinto o espírito
de Yasser Arafat. Que a terra lhe seja leve. Ele foi o último herói que obrigou
o mundo a reconhecer o direito do povo palestiniano a ter uma pátria...




2004/11/10

 
O Governo liderado por Santana Lopes, que até agora tem trabalhado
para a comunicação social, está a sentir que o exercício do poder lhe pode fugir
de um momento para o outro. Lá se vão os novos carros de alta cilindrada,
o emprego dos comissários, o fim da "central de informações", o encerramento
das "secretarias deslocalizadas", o cancelamento das passeatas régias feitas
pelo "conselho de ministros" por vilas e cidades, a desocupação do Forte de
Santo António no Estoril -- ocupado por Santana Lopes, por se achar ao nível do
seu ministro das tropas, que ocupa o Forte de S. Julião da Barra, em Oeiras.
Enfim. Seria bom para o país e para o ambiente, que este Governo se demitisse.
Mas como não o faz, e não é capaz de orientar as Finanças do Estado com
rigôr e isenção, torna-se necessário o seu "abate ao activo político", ainda que
se deva contabilizar as "provisões para perdas extraordinárias do exercício".
Com as contas do actual Orçamento do Estado, o país caminha para o colapso.

Não bastava a discussão que por aí vai, sobre "os princípios morais" que
dizem ter sido a principal causa da re-eleição de George Bush, temos ainda a
lendária figura de Rocco Butiglione, o tôsco comissário das "virtudes" que, por
ser amigo do Papa, há quem defenda que devia continuar na Comissão, para
compensar a falta de "referências ao cristinianismo na Constituição Europeia".
Dentro desta linha de pensamento está o professor da Universidade Católica,
Mário Pinto, a cujo nome já há quem acrescente "Butiglione Português". Se ao
gestor da PT, Miguel Horta e Costa, foi dado o título de Barão, não admira que
a Mário Pinto seja atribuido, não um título de nobreza, mas um cognome tal e
qual, como "Butiglione Português", que caracteriza todos os que defendem a
ideia de que "a mulher serve para ter filhos dentro do matrimónio" e que, para
além disso, tudo é pecado, não podendo haver outras espécies de matrimónio.
(Este assunto é demais para a minha inteligência. Passo a palavra ao amigo
Miguel Silva, que em "A 'naturalidade' do casamento" consegue explicar o que
a mim se torna incompreensivel, não conseguindo eu ter verbo para desmontar
com calma e sabedoria, os argumentos de Mario Pinto -- coisa que o Miguel
consegue fazer de forma brilhante em Viva Espanha).


O Pentágono e o seu aliado Allawy, podiam ter adiado o ataque a Falluja
para depois do Ramadão. Não o fizeram, e já chovem acusações contra os
EUA, afirmando que se trata de uma "batalha de pirro" contra a fé do mundo
muçulmano. No "Asia Times", para alem de focarem a questão da guerra
contra o Islão, acusam ainda o Pentágono de "criar o fantasma" jordano
Al-Zarqawy e Bin Laden, como se esta fôsse uma guerra liderada por alguem
como Napoleão ou Bernard Montgomery... Não, é uma guerra contra o Islão,
afirmam. A América ofende os muçulmanos, nesta altura do Ramadão...















2004/11/09

 
A propósito dos 25 anos de carreira literária de António Lobo Antunes, o
"Público" de hoje apresenta-nos uma entrevista com o escritor, conduzida por
Adelino Gomes que merece ser lida com muita atenção porque, através dela,
ficamos a conhecer a mente brilhante do autor do livro "Memória de Elefante".
Lobo Antunes fala do ego, da vaidade, da arrogância, do silêncio. Só um grande
"mestre" consegue assumir em público os seus êrros, as suas vaidades. Só um
escritor atento ao tempo que corre, consegue admitir o conflito que há em si, e,
humildemente, confessa que errou: "olha-se para trás e pensa-se: o que eu podia
ter feito, o que fiz e o que não devia ter feito [...] - Não ter magoado pessoas
que magoei; não ter sido desatento em situações de amor (amor homem-mulher,
amor com os filhos, com os amigos), a pouca disponibilidade para as pessoas,
por exemplo amigos doentes. Eu ia lá muitas vezes. Mas devia ir mais". [..] É
tremendo porque a gente quer exprimir sentimentos em relação a pessoas e as
palavras são gastas e poucas. E depois aquilo que a gente sente é tão mais forte
que as palavras..." O escritor mostra assim, como é dificil, em certas ocasiões,
expressarmos os nossos sentimentos. Cita José Régio: "poderia dizer-te sem
falsidade/Coisas que ditas, já não são verdade". Quem escreve, sabe disto...

Sobre o silêncio, necessário à criatividade, diz Lobo Antunes: "Outro dia
estava eu a ouvir (tanto quanto consigo ouvir) os 'Impromptus' de Schubert, pelo
Alfred Brendel, salvo erro. Aquilo está cheio de silêncio, meus Deus! Se calhar
toda a arte devia tender para o silêncio. Quanto mais silêncio houver num livro,
melhor ele é". Um escritor, "é como se fosse um médium, entre duas instâncias
que lhe escapam. A gente não sabe bem donde é que vêm as coisas. De que
parte nossa. E isso impede-lhe a vaidade, porque o seu único mérito é o de
trabalhar e receber". Sábia conclusão. António Lobo Antunes está vintage. Tem
uma sabedoria que não se encontra em muitos outros escritores. Efectivamente,
o acto de criar, requere silêncio, meditação, abertura espiritual. Só assim, nesta
atitude silenciosa, o "criativo" pode receber a inspiração que vem "não se sabe
de onde". É em silêncio, que nos abrimos para receber o que gira à nossa volta.
Doutra forma, nem o pó deixamos poisar, tanto é o barulho e a agitação. Foi
assim, em abandono, em silêncio, que Curie descobriu a radioactividade... Foi
assim, em total relax, que Arquimedes concluiu: Eureka! Foi assim com Pasteur,
Einstein, e tantos outros cientistas. Na área do pensamento, o que está para
além, chega em silêncio. A criatividade requere o abandono da vaidade, do ego.

Uma ideia persegue Lobo Antunes: quando vai parar de escrever. Fala
da morte e de Deus. "Nunca vi ninguem a morrer e chamar pelo pai. Chamavam
pela mãe ou por Deus". Lobo Antunes gostava de morrer como Tolstoi. Na Fé de
um Deus piedoso. É um bom começo para o fim da sua obra. Um homem não
deve morrer sem fé, sob pena de renegar tudo aquilo em que acreditou.
Esta é a minha singela homenagem a António Lobo Antunes. Uma memória em
poucas linhas, com poucas palavras, incompleta, mas sincera e cristã.

2004/11/08

 
O Governo da coligação PSD/PP-cds, liderado por Santana Lopes,
continua a denunciar as suas fragilidades sempre que trata de tomar medidas
avulsas, como acontece agora com o corte de benefícios fiscais na área da
criatividade: músicos, escritores, actores, designers, escultores, realizadores
de cinema, etc. Todos eles acham que o Governo é mesquinho e injusto, quando
toma uma medida destas e deixa de lado os "profissionais do futebol", que têm
rendimentos fabulosos comparados com os incertos e parcos rendimentos dos
"criativos" ligados às artes. Apenas o "obsoleto" Herman José,-- que ainda está
convencido de que faz humor -- diz que "não tem que ralhar". Está satisfeito, e
não parece solidário com ninguem... A "falta de humor" acaba por embrutecer.

Com a medida agora anunciada, Bagão Félix vai poupar mais uns milhares
de euros, sem contudo resolver a questão do défice e da dívida pública, criando
mais "ruído", que tanto incomoda o primeiro-ministro Santana Lopes, o qual vai
ser certamente "acordado" com a chinfrineira dos "criativos" ligados à cultura,
apostados que estão em lembrar-lhe que o actual sistema foi concedido pelo
ex-primeiro-ministro Anibal Cavaco Silva. Não admira pois que Santana Lopes,
ao "acordar" da sesta, dê o dito por não dito, e tudo fica em águas de bacalhau.
A verificar-se o retrocesso das medidas anunciadas por Bagão, mais uma vez
se confirmará a falta de unidade, coesão e consistência na acção e no programa
de Governo da coligação liderada por Santana Lopes. Entretanto o combate à
fraude e evasão fiscal continua sem meios nem vontades para arrepiar caminho.

A guerra do Iraque nunca foi concluida e continua a ser um atoleiro
para as forças coligadas. O homem dos americanos, Iyad Allawi, deu
ordem para o exército americano, apoiado por forças iraquianas, avançar
sobre Fallujah e acabar com os "terroristas". Adivinha-se um banho de
sangue e a destruição de mais uma cidade... O ódio e a vingança vão
continuar, até à saída dos invasores e a guerra civil entre iraquianos.




2004/11/07

 
À BOA MANEIRA...
"Forças militares da Costa do Marfim mataram ontem nove soldados
franceses. Paris respondeu abatendo dois aviões e enviando um reforço de
tropas para o país". -- procedimento conforme "doutrina" do actual inquilino
evangelista na Casa Branca.


A CRÍTICA ABSURDA DE BARRETO...
"O texto constitucional [da UE] comparado com o da Constituição americana,
mais parece uma lista telefónica diante de um soneto de Camões. São 448
artigos palavrosos, além de 36 protocolos e anexos com centenas de artigos".
-- Nada tem que ser igual às Constituições de há séculos atrás; muito menos
ainda com a dos States, porque hoje o mundo é diferente, tem mais desafios,
mais problemas, que levantam novas questões. O mundo de hoje é complexo.
Só os críticos niilistas, fossilizados pelo tempo, são incapazes de compreender
isso. Preferem negar e rejeitar o que é novo. António Barreto faz crítica a metro
para apresentar factura. Raras vezes é para esclarecer e ajudar a construir
caminhos novos. Para ele, a equipa de juristas liderada por Valery Giscard
d'Estaing, que elaborou o projecto de Cosntituição da UE, não passa de um
grupo de incompetentes, irresponsáveis, demagogos... (Olha, quem fala!...).


O FADO DAS FIDALGUIAS...
O fadista monárquico, Nuno da Câmara Pereira, preparou o assalto ao
castelo de São Jorge, mas afinal as portas estavam abertas, e acabou por
cantar o fado em "Dó sustenido" ao lado da estátua de D. Afonso Henriques.
Acusou a CML de não deixar entrar os carros dentro das muralhas, afirmando
que, com essa medida, o restaurante onde cantava o fado estava às moscas.
Além disso, "nunca foi convidado pela Câmara de Lisboa para um espectáculo.
Nem para as festas de Lisboa Capital da Cultura, nem para as marchas
populares. Para nada". -- desabafou o fadista monárquico. Na verdade, o fado
já não é o que era, e os fadistas, marialvas, nobres, brazonados ou plebeus
tambem sofrem com a falta de empregos... Resta-lhes o fado vadio.



2004/11/05

 
Já Robert Wagner, que em 1853 residia em Zurique, escrevia a um amigo
dizendo que, se vivesse na Andaluzia ou no sul de Itália, as suas obras musicais
seriam mais alegres e divertidas, devido à influência do clima, que naquelas
regiões é mais ameno e mais soalheiro. Em Zurique o clima era muito agreste,
com muita chuva no inverno, muito frio ou então com enormes nevões. Wagner
queria dizer que, o clima influenciava o seu comportamento, pelo que a sua obra
musical reflectia a rigidez e a tristeza do seu estro, diminuido pelo frio helvético.

Não me queixo de tanto, mas a verdade é que, tambem eu, neste outono
cinzento e chuvoso, sinto o meu estro sem ritmo nem chama... Não é tanto pelo
clima, pelas intempéries da época, mas sim pela desilusão sofrida com a
re-eleição de Bush... Até parece que aquilo era coisa nossa, na qual eu podia
participar, tentando mudar o mundo... Tudo não passou de um sonho, que se
transformou num pesadelo, e do qual procuro esquecer-me, lenta, lentamente,
até "recentrar-me" e conseguir fazer a minha vida sem o fantasma do cow-boy.
São dias cinzentos, sombrios, pesados. Mas tudo vai passar, tudo vai esquecer.
Outros dias, outro tempo virá, outras oportunidades haverá. Tudo se transforma.




2004/11/03

 
"THESE ARE THE GLOOMING DAYS"

Acabou-se o sonho.
A América está embushada, com medo de Bin Laden, por via de Bush.
O medo, venceu as eleições.
A nós, que sonhamos com um mundo diferente, resta aceitarmos a opção dos
eleitores americanos.
Que sejam felizes, mas não esperem de nós sacrifícios para resolver os
problemas causados pelo seu presidente.
">
Osama bin Laden, o chefe da Al-Qaeda e autor assumido dos atentados
contra as Torres Gémeas em Nova Iorque e que, por isso, Bush logo prometeu
capturar -- "Dead or alive" -- apareceu na hora de "votar" a favor de Bush.


Para muitos, como eu, os próximos quatro anos vão ser tristes, sombrios,
penosos por saber que, Bush e os seus seguidores, vão prosseguir na sua
cruzada de "guerras preventivas ". Pior ainda: a falta de ética, a ganância,
a mentira descarada e o desprezo pelas leis e tratados internacionais, vão
continuar a fazer parte da praxis política e financeira da administração Bush.,
e os seus amigos e admiradores,-- que os há em diversas latitudes- --, vão
seguir-lhe o rasto, escudando-se no "correctamente político".
Este, é o tempo dos medíocres, dos demagogos e dos iluminados.
Deixem-nos pregar, até que os eleitores se cansem de os ouvir e lhe façam
o manguito. Tempo virá em que o medo vai dar lugar à coragem, à mudança.

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