2006/07/31

 
O inquilino da Vigia não cumpriu com a tradição. Em face do luto, era de esperar
o seu recolhimento, mas todos nos enganámos, pois o senhor foi à festa, ao comício
do Chão da Lagoa. Para proferir uma série de alarvidades, contra os do Contenente
e contra os madeirenses que nele não votam. Parece que, desta vez, não emborcou
nas ponchas, mas esteve em palco com adereços de pop-star, com um microfone
enfiado na orelha, como faz a Madonna, o Prínce ou o Elton John. Para destilar fel
e vituperar em todos os azimutes. Falou de "intrigas e invejas", de "mentiras", de
"aldrabices", de "palhaçadas", de "religião de Estado"... Desancou em "os chamados
colaboracionistas, gente (natural da ilha) que está sem calças e de rabo para o ar
virado para Lisboa"; idem nos "jornalistas, daqui da Madeira, que, em Lisboa, dizem
[escrevem] as maiores mentiras"; idem nos "antifascistas" do Contenente a quem
apelidou de "maricas". Falou em "garrote económico", aplicado à Madeira, etc.
Tendo em consideração a abstinência do chefe, e se disse isto quando estava sóbrio,
é porque a sua sanidade mental está em perigo. Aconselha-se a visita ao psquiatra.


Pondo de lado a crise mental provocada pela geriatria do chefe do Carnaval
madeirense, outros casos merecem nota, mas sem gravidade, já que se trata de
efeitos da silly season. É o caso do venerável João César das Neves, que se debruça
sobre "o conceito de valor", na sua crónica de hoje, no DN. "Desde a Antiguidade
que se ouvem os homens do campo a protestar contra a exploração dos interme-
diários, comparando o preço dos seus vegetais à saída da quinta com o que é pago
pelos clientes. Mas estes protestos não têm em conta que o valor da peça de fruta
no prato é muito superior ao que ela tinha na árvore", formula César das Neves.
(Pois é, faltam-lhe os custos de marketing e de distribuição. Mas o hortelão dos
vegetais, desconhece isso, porque não estudou economia nem procura saber mais).

Época de surf... Em Honolulu, tendo a cratera do monte Cabeça
de Diamante e os hoteis de Waikiki como pano de fundo...


O incrível Luis Delgado é outro dos comentadores do DN que está assolapado
com a silly season. Hoje não fala dos neo-cons americanos, de Condoleeza Rice,
dos rangers do Texas ou das tácticas usadas por Scolari. Hoje vem falar do "outro"
D. Sebastião, um livro escrito por um autor espanhol, pasme-se! Ele, Delgado, que
sempre leu e faz questão de citar só autores americanos, vem hoje citar um autor
da cultura europeia! O que mais impressionou Delgado, foi saber que D. Sebastião,
aos 11 anos, começou "a sofrer de uma disfunção sexual, pouco explicada e de
dificil compreensão, que o levava a desmaios contínuos, febres e prostrações".
Tudo isto para Delgado poder afirmar que, "a nossa loucura colectiva vem de
longe". (É muito estranho, o Delgado a ler biografias, a recomendar um autor da
cultura ibérica, a pôr de lado a "epopeia de Bush na Mesopotâmia" e a não citar
autores americanos -- é porque Delgado apanhou sol a mais na moleirinha, está
em gozo de férias no Algarve, e foi afectado pela silly season na praia do Ancão).

O Conselho de Segurança da ONU, reunido ontem, não foi capaz de
condenar Israel pelo massacre de 54 civis em Canã. Há 1,00 da manhã, o
Tsahal tinha luz verde para avançar no terreno. O cessar-fogo de 48 horas
durou apenas até conhecer-se o resultado da reunião do CS da ONU, que
reuniu de emergência no domingo para condenar o massacre de Canã...
Israel acha que a fruta (o Hezbollah) ainda não está madura para cair por
terra... Até lá, por mais duas semanas, vamos ter mais do mesmo...

2006/07/30

 
ESTILHAÇOS DA GUERRA...

A testosterona dos militares israelitas só é suplantada pelos rockets do Hezbollah.
Mas o combate não deixa adivinhar qual vai ser o vencedor. Entretanto continua a
chacina de civis no Libano, como aconteceu hoje na aldeia de Qana, a Sul do Libano,
onde o Tsahal arrasou tudo, matando 54 civis, 37 dos quais eram crianças. Noutros
tempos, uma chacina com estes contornos, era considerada um "crime de guerra",
como aconteceu em My Li, Sbrnica, Wiriamu, Rwanda e em tantos outros locais de
conflito militar. Hoje, ou não há moralidade, ou a "razão" passou a estar sempre do
lado dos mais poderosos... Os loucos da guerra continuam à solta, a semear a morte
a "alimentar" o ódio e a vingança dos fanáticos do terror, a criar ainda mais inimigos.

O massacre do Tsahal atingiu 54 pessoas, das quais 37 eram crianças.

Se o ataque perpetrado há dias ao posto de observadores da ONU foi intencional,
o massacre de hoje à aldeia de Qana parece mais do que isso, parece um acto de
insanidade mental dos profissionais da guerra. Este acto de guerra criminoso, traz
à memória histórias da guerra do Vietname, designadamente a retratada no filme
Nascido a 4 de Julho, exibido ontem no Canal Hollywood, onde podemos verificar
que, num cenário de guerra de guerrilha, acontecem os combates mais disparatados
e mais cruéis, chegando ao ponto de se fazer pontaria e fogo contra os soldados não
do inimigo, mas do próprio contingente atacante. Acabam a matar-se uns aos outros.

Esta imagem da AP mostra toda a crueldade e brutalidade da guerra.

Tony Blair já viu o erro em que caiu. Correu a avisar George Bush de que não era
sensato deixar Israel continuar o massacre; era preciso um cessar-fogo. A imagem
deixada por Bush & Blair em S. Petersburgo -- ao adiarem o cessar-fogo -- foi um
sinal de aprovação dado a Israel para continuar os bombardeamentos a Beirute...
Este sinal, enraiveceu a maior parte dos políticos do mundo árabe, e alguns deles
acabaram por afirmar que os EUA estavam a favor de Israel e contra os Árabes.
Agora Bush enviou a senhora Rice para a rectaguarda do conflito, a fim de preparar
o terreno para um cessar-fogo, e evitar a ira dos países árabes. Mas o Tsahal foi
rápido a compreender o que estava em jogo, e procurou "sabotar" a agenda de
Condoleeza Rice, cometendo a loucura de bombardear mais um alvo civil no Libano.
Em face deste massacre, Fuad Siniora, PM do Libano, escusou-se a receber a Sra.
Rice, enquanto Emile Lahoud, PR do Libano, considerou o massacre de Qana como
sendo uma "desgraça". E agora, que vai acontecer? Vamos ter mais 2 semanas de
bombardeamentos no Libano, para quê, com que fim?... Para arrasar tudo e colocar
os libaneses contra o Hezbollah? Não parece crível, antes pelo contrário, cada vez
mais a opinião pública dos países árabes (e não só), está a favor do Libano e contra
os EUA, a Inglaterra, a Austrália. E chegámos, outra vez, ao filme Nascido a 4/7,
com manifestações públicas contra os bombardeamentos do Libano, a contecer por
em toda a parte, até nos EUA, com tiros e mortos numa Liga Judaica de Seattle...

No Rancho de Crawford, George Bush passa a mão pelo pêlo dos cavalos,
nas reuniões internacionais, entretem-se a massajar os ombros de Merkel.


Mas afinal, onde está a Mossad, a inteligência israelita para atacar o inimgo
no seu cóio, como nos mostrava o filme Raid em Entebe? Sim, quando Israel
foi ao aeroporto de Kampala, capital do Uganda, resgatar um punhado de reféns.
Foi um ataque feito por comandos israelitas, vitorioso, e sem baixas de efectivos.
Porque não consegue o Tsahal planear raids deste tipo para libertar os seus dois
soldados capturados pelo Hezbollah? Por não detectarem o local onde estão reféns?
Não acredito. Com "aqueles" que andam lá em cima, e com o sistema de escutas
que estão disponíveis (v.g. Echellon), creio que a Mossad podia fazer um brilharete.

2006/07/28

 
A guerra israelo-hizbollahana continua, o calor do verão mata, e amanhã começa
a debanda até às praias algarvias, mas eis que, na capital do país, é decretada mais
uma "guerra". As hostilidades foram anunciadas pelos "profissionais da greve e da
sindocatologia", mediante a assinatura de protocolo entre profissionais ligados à
corrente CGTP, UGT, Independentes, pró-Ordem, pró-Associação, pró-Bloco e
"os-que-nada-querem" com os Federados. Os combatentes são comandados pelo
ex-professor Paulo Sucena (ex-docente do ME), que optou-- há mais de 20 anos--
pela carreira de sindicatologia, mas continua a receber do Estado como sendo um
funcionário público, tem aumentos por mérito e progressão na carreira...Um forró!
Os sindicatologistas não aceitam a revisão do Estatuto da Carreira Docente, falam
em "violação de direitos", "protecção na doença", e acusam o Estado de penalizar
os pais e as mães, por terem filhos. Prometem uma guerra de "acções e lutas", uma
"abertura solene", um dia de "luto nacional", e uma "marcha nacional" (talvez para
lutarem contra a obsidade...). Não será um conflito bélico, mas promete fogacho...

Estilhaços de guerra... Homenagem a Du Zhaoyu, militar chinês morto pela
aviação israelita no Libano. No ataque, morreram 4 observadores da ONU...


A Ordem dos Médicos mostra-se incomodada com a auditoria que a Inspecção-
Geral de Saúde vai promover junto dos médicos que atinjam um maior volume de
receitas de medicamentos. Não vejo razão para contestar aquela auditoria, embora
eu ache que a IGS, com esta medida, está a interferir na "produtividade" laboral
dos profissionais que querem contribuir para a recuperação económica do país,
através do consumo interno... Mas, tendo em consideração que o consumo habitual
de produtos químico-farmaceuticos pode levar à "dependência", à intoxicação e à
morte dos pacientes, acho bem que os médicos apanhados a "exagerar" no uso e
abuso de receituários, passem a desempenhar outras tarefas menos perigosas e
mais "produtivas" para a economia nacional, como por exemplo a plantação de
ervas medicinais, com recolha, tratamento e embalagem destas para exportação.

Estilhaços de guerra... Mãe australiana mostra a foto do filho morto no
Libano. Maner era um voluntário judeu australiano ao serviço do Tsahal...


"M'ESPANTO ÀS VEZES, OUTRAS M'AVERGONHO" pelo que estão fazendo
com o blogue Abrupto de José Pacheco Pereira. Não posso deixar de manifestar a
minha solidariedade ao Abrupto, embora eu não esteja de acordo com a sua linha
editorial, mas nestas alturas, quando um companheiro da bologosfera é alvo de
ataques destrutivos, estilo hezbollah, não podemos calar-nos e pensar que aquilo,
só acontece aos apóstolos de Bush que percorreram o "Caminho para Bagdade".
Não, o que está em causa é o ataque à liberdade de expressão, à criatividade, à
cultura e ao lazer. Desejo sinceramente que Pacheco Pereira resista, vença e por
lá continue entrincheirado, até se conseguir saber quem são, e onde estão os
inimigos do Abrupto. Se ele sair derrotado, a blogosfera perde a liberdade...
(Já agora: "o anti-americanismo [não] é o anti-semitismo dos nossos dias". Eu não sou,
nem nunca fui, anti-americano; sou apenas anti-Bush... Apenas anti-Bush. I love America.
Sempre adorei o Far-West. Ainda agora acabei de ler o V volume do Lucky Luke, editado
pelo Público... Uma história sobre o Daily Star, cujo lema era: "independência sempre,
neutralidade nunca". É literatura de cordel? Pois, mas ensinou-me a gostar da América).

Danças populares... Decorre a campanha eleitoral na República Democrática
do Congo, com diversos candidatos, e capacetes azuis da ONU para manter a
ordem, entre eles um grupo de Fuzileiros portugueses. Os alegres dançarinos
são partidários da candidatura do actual PR, Joseph Kabila.

2006/07/27

 
TESTOSTERONA...

A hormona que dá força, energia, vontade de combater e ir para a guerra, é a
testosterona -- a menos que seja aplicada em exercícios físicos ou jogos de amor.
Digamos que a testosterona deveria ser aplicada na criatividade, e nunca na guerra.
Mas tanto a criatividade como o amor, são inacessíveis a um grande número de
machos que, devido a um excesso de testosterona, se tornam violentos, agressivos,
incapazes de contemplarem o belo. Muito poucos conhecerão o "extâse" do amor.
Para estes, o "extâse" estará na prática da violência, na guerra, na destruição...
Na guerra o "extâse" vem através da explosão de bombas, do fogo de artilharia,
do cenário caótico causado pela destruição maciça de cidades. Com fogos à mistura.
Outro forma de "queimar" a energia da testosterona é a prática do desporto de
alta competição. Mas com os abusos que tem havido, leva a que cada vez mais se
recorra à análise anti-doping, no desporto, uma actividade onde parece não haver
limite para alcançar o "extâse" do prémio final... Mais uma vez o desporto, neste
caso o ciclismo, foi atacado pela "testosterona". Floyd Landis, vencedor da última
volta à França, ganhou o prémio, mas dopado... Competir sim, mas sem doping...

Eis como Martin Rowson, do Guardian, viu a Conferência de Roma.

A guerra no Médio Oriente faz-nos esquecer outras "guerras", algumas delas
dentro do nosso espaço. Refiro-me a Timor-Leste, onde o contingente das tropas
australianas acabou por prender o major Reinado, após ter expirado o prazo para
entrega voluntária de armas. O major Reinado, que vivia numa casa apalaçada
em Ermera, guardado pelos seus fiéis, sempre afirmou que queria entregar as
armas. E fê-lo, foi o primeiro. Mas entregou apenas 11 armas ligeiras, as tais que
haviam "sido distribuidas para matar os inimigos de Alkatiri". Mas eram apenas
onze?... Não. A GNR foi ao local, e encontrou mais armas, enormes quantidades
de munições, granadas de mão, etc. Como a GNR não tem meios para deter seja
quem for, foi chamado o Comando das tropas aussis e levaram o major Reinado
para a prisão... Agora deve encontrar-se lá com o Lobato e outros. Parece que
Xanana ainda tentou intervir, mas nada conseguiu da justiça. Ainda bem que assim
aconteceu. Xanana nunca disse nada sobre a fuga de Reinado, e este sempre disse
jurar fidelidade ao PR Xanana... Agora o major Reinado, que dava entrevistas à
ABC (tv australiana), aos jornais The Age, The Australian, Sidney Morning Herald
já não é "herói" de Timor. Estava acostumado a exibir-se como se fosse uma
"estrela pop-start de Bollywood", e a viver numa antiga mansão colonial em
Ermera, guardado pelos seus guarda-costas, vai agora para os calaboiços... Que
sempre são mais seguros do que as ruas de Díli nos dias do golpe contra Alkatiri.

Há pouco mais de um mês, o major Reinado "reinava" em Ermera...

2006/07/26

 
Os "sáurios" sairam da toca, em bando, para assaltar o poeta Manuel Alegre.
O seu objectivo é denegrir o combatente da liberdade e roubar-lhe uns cêntimos
da sua reforma... Justamente no dia em que o poeta chegou aos Açores para iniciar
as suas férias. A fauna reptiliana composta por camaleões, lagartos, iguanas, cobras,
e dragões komodo vieram para a rua, enraivecidos, ao saberem que o poeta tinha
passado à situação de aposentado, aos 70 anos de idade, com uma reforma de 3.200
euros... Como se isto fosse comparável aos 18.300 euros atribuidos a Mira Amaral,
por dezanove meses de trabalhos na CGD!... A peçonhenta verborreia dos répteis
enfurecidos, destilada contra Manuel Alegre, denuncia a natureza reptiliana desta
espécie, transmutada para mentes humanas, deformadas pelo rancor e pela inveja.
"É a coisa mais miserável que me fizeram na vida. Nem no tempo do Salazar", disse
o poeta, acrescentando que "nunca enriqueci com a política. Nunca ninguem me
comprou nem comprará. Sempre me bati por valores éticos e morais".
Os "sáurios" ultrajaram o poeta. É preciso defender o vate, o ex-candidato à PR,
ex-Vice Presidente da AR, o deputado. Afinal, onde estão os seus apoiantes?...

O dragão de Komodo, no Sulawesi, Indonésia, produz uma baba mortal.

O poeta, escritor, comentador, tradutor de poetas mortos, deputado no PE,
Vasco Graça Moura, vem hoje no DN a atacar "as esquerdas anti-semitas", que
directamente localiza nos "pós-soviéticos". Deste poeta desnaturado, nada de bom
há a esperar, pois trocou o verbo e a rima pela feia linguagem do ataque rasteiro.
Diz o Vasco GM, que andam para aí a branquear o terrorismo... (Depois do que se
tem dito sobre branqueamento de capitais, este poeta dos mortos replicou a
"lavagem" do dinheiro nos meios terroristas, ateus, pós-soviéticos e anti-Bush...)
As esquerdas do Vasco GM, aparecem comprometidas com o poderio americano,
misturadas com os "malabarismos intelectuais", os "genocídios africanos" mais
a "batota totalitária" dos outros, e ainda "a repressão feroz contra os Judeus"
feita por Estaline. O artigo de Vasco GM é um "sermão aos peixes" digno de
antologia. Diz ele que os anti-semitas "fizeram mossa" e "nutrem ódio étnico e
torpe"... Cita a "canalha bundista", um chavão que usa amiudadas vezes nos seus
sermões, assim como "absoluta falta de escrúpulos", etc e tal. Mas o vate admite:
"É verdade que, da parte de Israel, há excessos condenáveis nessa repressão".
E depois ainda diz que, a UE tem "andado a alimentar, pela ajuda humanitária"
as molas reais dos que lutam contra os Judeus. (Absoluta falta de escrúpulos!...)
O Vasco GM bate nos "malandros" bloquistas, e, sobretudo, nos "pós-soviéticos".
Quando um poeta salta do Olimpo para a toca dos sáurios, perde toda a graça...

A International Space Station (ISS) vista do space-shuttle Discovery.

2006/07/25

 
STOP AO BORBARDEAMENTO À PALA DO SIZA...

Não falo dos bombardeamentos a Beirute, do jornalismo de 'T-shirt' banido na
Madeira por 'fatwa' do Jardim; da presença de A ou B na festa-comício do Chão
da Lagoa onde o soba não aceita a presença de Marques Mendes; das "alianças" e
da "falências da dissuação" dissecadas pelos dois melhores analistas políticos deste
país -- José Medeiros Ferreira e Adriano Moreira ; no estranho facto do "elogio de
um filho a um pai" (família José Miguel Júdice) ter que ser manifestado através
de anúncios em jornais; do sermão dominical do evangelista Marcelo onde disse
que "a ministra da Educação é incompetente" -- de um funcionário público, como é
Marcelo, não era de esperar outro comentário -- ou do elogio de Helena Garrido às
"avaliações" de Maria de Lurdes Rodrigues, a compensar o disparate do evangelista
Marcelo; não, o que eu quero é protestar contra o "bombardeamento estéreo" que
está a ser feito sob a "Pala de Siza Viera", no Parques das Nações, em Lisboa. Estive
no local esta tarde, e fiquei horrorizado com o ruído bélico que está a ser feito por
baixo da Pala de Siza. Deve ser um festival de música roqueira, emitida através de
instalação sonora com elevados decíbeis de ruido que faz estremecer tudo naquela
área. Isto, só de loucos... Querem rebentar com a Pala?...Não haverá alguem de bom
senso (e bom ouvido) que sinta o perigo?... A Pala não foi construida para suportar
tamanho ruído, diria mais: aquele "bombardeamento". Atenção ao desabamento!...


O Parque das Nações constitui o conjunto da área utilizada durante a "Expo-98".
É um dos lugares mais bonitos da capital. Tem espaços enormes, com jardins e
avenidas simétricas, muitos vulcões de água, flora dos cinco continentes, cafés e
restaurantes para todos os gostos, uma paisagem soberba do rio Tejo, Alcochete,
Barreiro e Moita... Seja no Inverno, Primavera, Verão ou Outono, a população da
capital e arredores converge para aquele paraíso de largos horizontes e de sublime
beleza, que esteve oculto durante muitas décadas, até final do século XX. Nos dias
de calor, o Parque das Nações enche-se de gente vinda de todos os cantos do mundo.
Ouvimos japoneses, chineses, tailandeses, australianos, sul-coreanos, americanos,
europeus de diversas nacionalidades, russos, brasileiros, muitos brasileiros. É um
ponto de referência turística de Lisboa. Ainda há quinze dias, o patrão da Microsoft,
Bill Gates, que foi um dos patrocinadores da "Expo-98", esteve ali, acompanhado do
filho, numa visita ao Oceanário, que é um dos maiores do mundo e foi concebido pelo
norte-americano Peter Chermayeff. (A oposição ao governo não soube da visita...).
(Breve nota: o melhor rodízio de carnes brasileiras, em Lisboa, está em frente ao Oceanário).

Ontem não postei, porque foi dia de aniversário. Do amigo e ex-colega da Exxon-
Mobil, onde lidámos com os combustíveis de aviação e de marinha, com o fuel-oil,
o gas doméstico e industrial, as benzinas e os propilenos, e, por fim, com as gasolinas.
Iniciada a actividade no aeroporto de Santa Maria, nos anos de 1942, saltou depois
para o continente, com a abertura do aeroporto de Lisboa, até à construção das
instalações portuárias de armazenamento na Trafaria, inauguradas em 1968, mas
nunca visitadas pelo Almirante Tomás, apesar do convite que lhe foi dirigido. À data,
as relações com os EUA eram frias, devido à política de "emancipação dos povos
coloniais" defendida na ONU por maioria de votos e por vontade dos EUA... O nosso
país -- o último -- ainda lutava pela soberania sobre as suas colónias, mantendo uma
guerra contra os movimentos de libertação.
Pois o amigo Armando da Mota Pereira, que sempre foi uma pessoa generosa,
dedica-se agora a dar ânimo àqueles que da vida já nada esperam... Na Associação
O Cantino do Idoso da Pontinha... É verdade, na Pontinha, uma freguesia às portas
de Lisboa, com mais de 24 mil habitantes, pertencente à Câmara de Odivelas, que
é gerida no feminino, por Suzana de Carvalho Amador. O Armando Pereira, que
nunca esteve envolvido em militâncias políticas -- mas estava sempre nas mesas
de voto, a servir os eleitores e o PS -- tem um sonho, que é fazer do Centro de Dia
do Idoso da Pontinha, uma casa de solidariedade onde os mais de 500 utentes se
sintam como uma família, tenham apoio e assistência, refeições e acompanhamento
nos tempos de ócio. Não é pêra doce, mas o Armando Pereira é homem de fortes
convicções e sempre lutou por causas justas. Ele acha que vai conseguir obter o
patrocínio de muita gente, a colaboração da autarquia e o reconhecimento oficial
da obra em desenvolvimento... Do que são capazes as pessoas generosas!...

"A Escola Básica 1 da Pontinha fica situada mesmo, mesmo à entrada de Lisboa.
É muito grande, mas tem pouco espaço para nós brincarmos. Tem nove salas de
aula, uma Cantina, uma Biblioteca, várias casas-de-banho, um ATL e um ginásio"...

2006/07/23

 
A guerra que troveja no Sul do Libano espalha vagas ondulantes até à Síria, Irão
Iraque, Cisjordânia e Faixa de Gaza. O epicentro desta trovoada está em Beirute,
mas o fogo electrizante dos seus trovões é provocado por Isarael, e chega à Europa,
Américas, Sudoeste da Àsia e Oceânia. É uma tempestade que está a causar muitos
estragos, mas a verdade é que Israel está a fazer o combate que a comunidade
internacional e o Libano deviam ter feito, e não tiveram a coragem de o fazer até
agora, que era cumprir a Resolução 1559 da ONU: desarmar o Hezbollah (o Partido
de Deus), que está representado no governo do Libano por dois ministros e tem no
Parlamento uns 15 deputados... O Hezbollah é um partido xiita, que representa
34% da população libanesa, e está mais interessado em servir o Irão do que o povo
do Libano onde há 21% de sunitas, 20% de cristãos maronistas, 19% de outros
cristãos, 5% de drusos e 1% de diversas confissões religiosas.

De ambos os lados da guerra se fazem orações aos deuses antes da batalha.

Condoleeza Rice já estará no Médio Oriente, procurando uma saída para esta
guerra entre Israel e o Hezbollah, mas o processo negocial que irá conduzir a um
cessar-fogo só estará concluido após Israel ter recebido as "bombas inteligentes"
enviadas pelos EUA, e que serão utilizadas nos bombardeamentos cirúrgicos em
locais suspeitos de pertencerem ao Hezbollah. Era o que Israel deveria ter feito
em Beirute, para não causar a destruição em tão larga escala. Mas Israel não tinha
em stock aquele tipo de arma, pelo que recorreram aos EUA, e conseguiram que
o Departamento de Estado desse luz verde à entrega imediata.
Chegam noticias de que o Hezbollah teria aceite trocar os dois soldados israelitas
em seu poder pelo fim das hostilidades, mas ainda é cedo para chegar a este ponto.
O Hezbollah ainda tem muitos mísseis, e Israel ainda espera ganhar a guerra.

Numa guerra nem sempre há vencedores... Vamos esperar para ver.

A vida em Beirute é trágica e penosa. A maior parte da cidade não tem água,
electricidade, recolha de lixo, e o comércio e serviços não funcionam. As pessoas
sentem-se abandonadas, sem trabalho, a viver num país sem futuro. É um viver
trágico e desesperante. Na blogosfera podemos sentir esse desespero, vertido em
html nos blogues que ainda têm acesso à rede. Uns fazem apelos para que parem
os bombardeamentos a Beirute, outros acusam Israel pelos crimes que tem feito,
e poucos parecem simpatizar com o Hezbollah. Para nós, citadinos ocidentais, é
muito dificil avaliar o desespero de quem vive numa cidade desarticulada pelos
bombardeamentos, pela destruição causada nas infraestruturas como pontes,
estradas, escolas, lojas comerciais, com falta de água e de electricidade. Até as
antenas de televisão foram destruidas. Para muitos só resta a emigração...

Verão tórrido... Os "putos" de Xangai ao banho nas águas da cidade.

2006/07/21

 
Israel convocou 6.000 reservistas para fazer a guerra no terreno, no Sul do
Libano, onde o Hezbollah tem marcado pontos. Israel planeava derrotar o inimigo
com bombas lançadas pela aviação e pela artilharia, mas esse plano falhou, como
falhou o sistema anti-míssil Patriot. É um mau sinal, porque o Hezbollah não é um
exército, não pode ser combatido numa frente de batalha. O Hezbollah usa táticas
de guerrilha, não tem linhas de combate. Pior ainda: tem rockects e mísseis em
grande quantidade. Israel vai levar tropas para o terreno, um terreno minado e
cheio de armadilhas do qual não vai sair fácilmente. A guerra vai prolongar-se.

As sondagens mostram que 90% dos israelitas aprovam a incursão no Libano.
Mas no inquérito realizado para auscultar os judeus faltou uma condicionante
que deveria ter sido colocada: e se as tropas forem para o terreno e tardarem em
atingir os objectivos que são, resgatar os dois soldados e desarmar o Hezbollah?
Já há quem diga que o primeiro-ministro israelita, Olmert, não tem experiência
de guerra, e que cometeu um erro ao proceder no Líbano como fizera em Gaza.
Mas a verdade é que, quem dirige as operações do Tsahal, não é o PM Olmert,
mas sim os seus generais, e a estes não falta experiência... Apesar de tudo, até
um general pode cometer erros de estratégia. Neste caso, os generais israelitas,
terão menosprezado o potencial bélico do inimigo, habituados que estão a lutar,
em Gaza e Cisjordânia, com um inimgo sem exército, sem aviões espiões doner,
sem milhares de rockets, sem mísseis, e totalmente cercados pelo Tsahal.

A comunidade internacional começa a inquietar-se perante a morosidade que
o Tsahal está a revelar na conquista dos seus objectivos, que eram o resgate de
dois soldados e o desarmamento do Hezbollah. Ao fim de 10 dias de guerra, (só
ontem foram lançadas 23 toneladas de bombas), Beirute, a capital do Líbano,
continua a ser destruida, arrasada e desarticulada. Ao porto de Beirute todos
os dias acorrem milhares de pessoas para serem repatriadas, sem sucesso, por
falta de meios de resgate. É fácil percebermos, através do relato dos media, e
de uma infinidade de bloggers, que a comunidade internacional não está
preparada para acudir a uma situação de emergência provocada por um conflito
bélico como este, aqui no Mediterrâneo, frente à Europa... Longe vão os tempos
em que, neste mar, andava sempre em manobras a VI Esquadra americana...

Temos visto, neste dias, como a falta de meios de resgate nesta emergência
tem sido um drama humano, e tem mostrado que até as grandes potências, não
têm cuidado dos seus cidadãos, com prontidão e meios de transporte para que
estes abandonem Beirute, uma cidade em guerra, onde falta a electricidade, a
água, e onde o saneamento básico não funciona, nem é feita a recolha de lixo...
A Austrália, que tem um contingente de militares no Iraque, não conseguiu
prestar aos seus cidadãos em viagem por Beirute, a assistência que devia dar,
em tempo útil e de acordo com o estatuto de um país rico e militarmente forte.
A Austrália tinha 750 turistas no Líbano. Tem uma comunidade de libaneses
muito numerosa, que ajudou a desenvolver o país austral durante o início do
século passado. Outros países estão na mesma situação, como é o caso dos EUA,
que só ontem começou a resgatar os seus cidadãos. Foi tudo em sobressalto...

Na Embaixada da Austrália, em Beirute, as chamadas passaram a
ser atendidas pelo sistema de gravação, piorando a angústia e o medo.

2006/07/20

 
Em face daquilo que aqui escrevi ontem, sobre a situação no Médio Oriente,
devo acrescentar que eu não sou fundamentalista, aceito a opinião dos outros, e, se
me derem uma explicação baseada nos factos concretos, a minha consciência aceita
a realidade, não a distorce nem a deita para debaixo do tapete...Foi o que aconteceu
ao ler o artigo do estratega militar Edward Luttwak. Achei que a sua análise sobre
os acontecimentos que levaram à incursão de Israel, são factuais e justificam a acção
bélica do Tsahal, mas nunca com a proporção dos meios utilizados... Senão vejamos:

1)- "Os líderes do Irão, desavindos e rivais entre si, decidiram, através dos seus
actos, rejeitar a oferta de acordo da Europa e dos Estados Unidos [sobre o programa
nuclear iraquiano]. [Mas] desta vez, os EUA e a Europa estão unidos e podem,
efectivamente, privar o Irão do acesso à banca mundial [e não exportar para o Irão].

2)- "Em vez de esperar calmamente pelas sanções, os líderes iranianos decidiram
provocar uma crise no Médio Oriente, organizando ataques contra Israel. [...] A
pretensão iraniana de liderar o mundo muçulmano está a ser minada pelo conflito
no Iraque, onde o Irão apoia as milícias xiitas que estão a matar sunitas".

3)- "A jogada do Irão está planeada numa série de encontros com o Hamas e com
o Hezbollah, no Líbano. Khaled Mashal, o líder supremo do Hamas que vive sobre
protecção síria em Damasco, viajou para Teerão, onde recebeu cerca de 50 milhões
de dólares em dinheiro, de que precisava desesperadamente".

4)- "O Hamas agiu através do aumento dos ataques de rockets no território
vizinho de Israel e através de uma incursão em território israelita que matou dois
soldados e capturou outro. Tal como o Irão pretendia, a retaliação israelita em
resposta à provocação deu início à crise em Gaza."

5)- "[Em Beirute] os partidos libaneses aceitaram que o Hezbollah mantivesse
as suas armas [depois de 2000] mas apenas para combater nessa pequena faixa
[a Sul, nas 'quintas de Sheba'] e na condição de manter a paz no resto da fronteira.
Foi esta condição que Nasrallah [líder do Hezbollah] violou ordenando um ataque
a uma patrulha israelita perto de Sheba e lançando mísseis sobre Israel."

6)- "Ao longo dos anos, o Hezbollah foi recebendo e acumulando milhares de
rockets e cerca de uma centena de mísseis de longo alcance provenientes do Irão.
[...] Israel está a aproveitar esta oportunidade para encontrar e destruir os locais
em que o Hezbollah guarda os seus rockets e mísseis".

7)- "O objectivo político de Israel é destruir a posição do Hezbollah enquanto
partido político legítimo do Líbano, tentando expô-lo como agente pago pelo Irão,
que serve interesses estrangeiros, fazendo com que o Líbano pague por isso um
alto preço".

8)- "Claro que, tanto em Gaza como no Sul do Líbano, o resultado está pré-
determinado pelo desequilíbrio de forças. A única questão em aberto em ambos os
casos é quanta destruição Israel precisará de utilizar para obter novo cessar-fogo".
(Resumo do artigo de Edward Luttwak, estratega militar e membro do Centro de Estudos
Estratégicos e Internacionais de Washington, publicado no PÚBLICO de ontem).

Perante os factos, e aquilo que está a acontecer no terreno, só posso lamentar os civis
inocentes apanhados na teia desta guerra. Desta vez temos o EXODUS de sinal contrário,
com milhares de turistas, imigrantes, familiares e amigos a fugir da morte em Beirute.

Helicópteros da França para resgatar os seus cidadãos de Beirute.

2006/07/19

 
THE SHIT, YET...

No xadrez político do conflito do Médio-Oriente as vítimas são a Palestina e
o Líbano; os agressores são o Hezbollah e Israel. O Hezbollah xiita é armado
pelo Irão; Israel conta com o apoio incondicional dos Estados Unidos.
Por entre o fogo cruzado destes contendores, ficam os civis inocentes, as famílias
destroçadas, os turistas incautos. À margem contabiliza-se a destruição de pontes,
auto-estradas, caminhos-de-ferro, aeroportos, prédios de habitação, linhas de
telefones, abastecimento de águas, electricidade, serviços de higiene e limpeza.
É a cultura do cáos, a negação da vida.

Mas tudo estava previsto, tudo foi estudado. Para isso concorreu a campanha
contra o nuclear iraniano, o desejo do Irão criar o cáos na região, a vontade do
Hezbollah em servir de testa-de-ferro, etc. É o que nos diz hoje, no Público, o
estratega militar, Edward Luttwak, membro do Centro de Estudos Estratégicos
e Internacionais de Washington.

Eu acretido em ti, libanês de Beirute...

2006/07/18

 
BUSH & BLAIR UNPLUGGED...

"Yo, Blair! Thanks for the sweater..."
"What does he [Kofi Annan] think? He thinks if Lebanon turns out fine, if he gets
a solution Israel and Palestine, Irak goes in the right way, he's done it. That's what
this whole things about. It's the same with Iran" -- Tony Blair said.
"What about Kofi Annan? I don't like the sequence of it. His attitude is basically
ceasefire... We're not blaming Israel and we're not blaming lebanese government.
I think Condi [Condoleeza Rice] is going to go [to Middle East] pretty soon"- Bush.
"Right, that's all that matters, it will take some time to get that together" -- Blair.
"See, the irony is what they need to do is get Syria to get Hezbollah to stop doing
this shit and it's over". -- George Bush said.
"Yes, yes". - Blair.
"I'm just going to make it up. I'm not going to talk to damn long like the rest of
them. Some of this guys talk too long". -- George Bush.

Já todos sabemos da conversa entre George Bush e Tony Blair no jantar do
último dia da Cimeira do G-8 em São Petersburgo. Enquanto comia pedacinhos de
pão barrados com manteiga (ou seria caviar?), George Bush foi conversando com
o amigo Tony Blair --que o abordara, como um cão chega junto do dono-- e a quem
agradeceu a oferta de um "sweater"(pura lã escocesa), mas sem parar a mastigação
foi conversando de boca cheia.
George Bush, como é sabido, não tem ideias, não gosta de pensar, e tão pouco de
falar -- a menos que seja de coisas triviais. Por isso não admira que no último dia
da Cimeira estivesse enfadado, ao ver tanta gente com ideias para abordar temas
como a Ronda de Doha, o conflito no Médio-Oriente, o aumento constante do barril
de petróleo, os anseios do G-20 liderado pelo Brasil, o aumento do CO2, etc., etc.
Para desanuviar, valeu-lhe o amigo Tony, que nestas andanças lhe serve de muleta,
e com ele conversou, não como se estivesse numa jantar protocolar, mas sim como
se estivesse num churrasco no Rancho de Crawford... E foi o que se viu e ouviu.

Os anjos da morte... Ensinar as crianças a mandar um SOS por morteiro.

Os "brothers in arms" que fizeram campanha para convencer este mundo de
que havia "armas de destruição maciça" no Iraque, mostraram como são crápulas,
como não têm respeito pelos seus iguais, como têm desprezo pela opinião dos outros
e como são capazes, mesmo na presença dos amigos, traírem a todos, congeminando
e conspirando para alcançarem só, e exclusivamente, os seus interesses políticos...
Depois da campanha de mentiras, dos artifícios e da chantagem descarada, usada
pelos cínicos e hipócritas Bush e Blair, o acaso, o destino ou as circunstâncias vieram
desmascarar o seu comportamento arrogante, toda a sua falsidade. Bush é o que
sempre foi, mas de Blair não se esperava tanto... Sai muito sujo, desta conversa...

2006/07/17

 
ANSIEDADE...

Quem vai pagar os 600 milhões de dolares pelos estragos causados em Beirute,
pelo exército judaico? E as vidas humanas de civis inocentes, mortos sem aviso nem
marcação de hora, tambem serão avaliadas e remidas? Destruir caminhos-de-ferro,
auto-estradas, pontes, aeroportos, centrais eléctricas, ruas e jardins não será um
"acto terrorista"? É concerteza, e nem é preciso citar a Convenção de Genebra para
sentir a dimensão diabólica dos senhores da guerra que cometem estes crimes.

O gosto pelo mecanismos de guerra levam à insanidade mental...

Hoje em dia, o festim da morte celebrado por Israel em terra usurpada aos
palestinianos, é o paradigma das diferenças entre direita e esquerda; entre os que
amam a guerra e os que gostam da paz; entre os que se julgam "eleitos" e os que
toleram a diferença; entre os que têm dois pesos e duas medidas e os que defendem
um único padrão na aplicação da lei. É ver como a direita revanchista, trauliteira,
nacionalista e evangelista defende as posições de Israel e condena todos os árabes.
A esquerda tolerante, solidária, fraterna e defensora da unidade na diversidade,
essa não alinha com a política de "ocupação" e do "olho por olho/dente por dente"
praticada pelos israelitas. Neste conflito a esquerda parece ser muito mais justa...

Os 'media' dos países ligados à Coligação contra o "Eixo do Mal"
dão 'uma no cravo outra na ferradura'. Para eles, são todos iguais...

2006/07/16

 
GUERRAS DO ALECRIM E MANJERONA...

Como neste país poucos conhecem o desconforto e a dor causados pela guerra,
a guerra do napalm e das bombas incendiárias, como acontece no Iraque, Libano
e Faixa de Gaza; como neste país não acontecem tufões nem tempestades tropicais
que destróiem cidades e desfazem vidas de milhares de pessoas; como neste país
vivemos menos mal, mas em paz, sossego e numa brandura de costumes, que nada
tem a ver com o terrorismo da Al-Qaeda, os atentados da ETA ou as bombas dos
separatistas corsos, o "IV Poder" da nossa república deleita-se a inventar guerras
entre o PM, José Sócrates, e sua Excelência o PR, Professor Anibal Cavaco Silva.
A "guerra" sonhada pelo "IV Poder" está escrita nas estrelas, -- afirmam -- e tem a
ver com a análise ao "custo-benefício" do TGV, recomendado pelo PR, e a resposta
dada pelo PM aos inquiridores: TGV até Madrid, para já, e "em força!".


A GUERRA SANGRENTA E MORTAL...
O que está a acontecer no Médio-Oriente, ainda não é o Apocalípse, mas para
lá caminha, a menos que a comunidade internacional tome a iniciativa de chamar
à responsabilidade os demónios envolvidos. A superpotência, que apoia sempre o
lobby israelita, está manietada, por falta de meios e por descrédito das políticas
de guerra seguidas no mandato de George Bush. Até os israelitas já estão a sentir
que os EUA não conseguem lidar com os problemas do Medio-Oriente. Telavive,
à hora em que escrevo, terá mandado recado ao Hezbollah, de forma indirecta,
sugerindo o fim das hostilidades, desde que lhe entreguem os soldados raptados,
e o Hezbollah seja desarmado ou colocado mais a norte, a uns 45kms de distância.
Israel começa a ter em conta os estragos que, no futuro, podem ser provocados
pelos milhares de mísseis em poder do Hezbollah. Temem um ataque à refinaria
de Haifa, e às cidades mais populosas do norte de Israel. Agora o Hezbollah tem
melhores armas. (Lembra os tempos da Guiné, quando o PAIGC começou atacar
as unidades da FAP com mísseis Sting. A partir daí, os aviões ficaram em terra).

Destruição festiva e apocalíptica provocada pelo Tsahal, o exército judaico.
Beirute tinha sido reconstruida nos últimos 15 anos, recebia turistas e gozava
agora a paz e o sossego que não tivera nas guerras das décadas de 1970/1980.


Neste mundo de mudança, há agora muita gente que tem saudades de Arafat,
um líder laico, que não alinhava com o Hamas nem o Hezbollah, e com quem era
mais fácil obter um acordo. Neste momento, há quem pense que afinal se poderia
ter negociado com o Hamas, obrigá-lo a respeitar a democracia, persuadindo os
seus líderes a aceitarem, pouco a pouco, a ideia de palestianianos e judeus viverem
em paz, sem pôr em causa a existência de Israel... Como no Iraque, onde até os
opositores de Saddam Husseim começam a dizer que preferiam viver com um
governo do ditador, na medida em que ele não deixava os líderes religiosos
interferir na gestão do país. Agora xiitas, curdos e sunitas, todos têm dificuldade
em governar sem o apoio dos líderes religiosos, sobretudo os xiitas. E o Iraque
segue em guerra, numa anarquia total, e transformou-se num campo de treino e
recrutamento dos jihadistas da Al-Qaeda. Todos os dias se registam atentados
suicidas, com morte de civis inocentes, com destruição da propriedade alheia...
(Cabe aqui registar o episódio sucedido entre Putin e Bush, antes da Cimeira do
G-8: Bush disse a Putin que gostaria de ver na Russia mais abertura à sociedade
civil, mais democracia. "Mas eu não aceito o modelo de democracia iraquiano",
terá respondido Putin. De facto, "democracia" não é mercadoria que se exporte.)

Prefiro o cenário da "Moda S. Paulo" aos esgares da "Love Parade" de
ontem, em Berlim. Na imagem a beleza fulgurante de Yasmin Brunet.

2006/07/14

 
O BURACO DA ILHA...

As declarações "provocatórias" feitas em Bruxelas pelo ministro das Finanças,
Teixeira dos Santos, em torno do défice das contas públicas da Madeira, revelam
"o ódio e o rancor existente no íntimo daquelas gentes socialistas que governam, e
mal, o rectângulo português". [...] Ao governo da república "exige-se solidariedade
institucional, respeito pelas populações, humildade, espírito de missão e honestidade
política". O ministro das Finanças [do contenente] sofre de "cansaço psicológico e
físico na sua actuação. Compreensível pela sua idade avançada".
Para bem da ilha
da Madeira, a "banda" do PSD local exige a demissão de Teixeira dos Santos, tal
como fizeram aqui, no contenente, os "deserdados" da CAP do CDS/PP, exigindo
a demissão do ministro dos Subsídos Agrícolas, Jaime Silva...
(Não há prá aí uns trocos prájudar às festas e arraiais da Madeira, ilha dirigida e
desgovernada pelo dinossauro Jardim, que está física e psicológicamente cansado?)

Bush antes de ir para o churrasco de javali... Até o bebé se assutou ao ver
o homem mais poderoso do mundo. Desatou a chorar e a pedir o colo da mãe...


Eu sou capaz de ler os cómicos Luis Delgado e Cesar das Neves, mas há outros
"comentadores" de direita que não consigo ler, por me causarem arrepios de pele
e indisposição estomacal. Creio que acontece o mesmo aos portugueses de direita
perante a escrita de um homem de esquerda. Aliás, há uns jornais com pendor de
direita e outros de esquerda, e, portanto, já conhecemos e sabemos quem mete
golos. Vem este intróito a propósito de Baptista-Bastos, que publica no Jornal de
Negócios uma crónica semanal titulada "A Caneta das Sete Léguas", como se os
leitores do JN, interessados em assuntos económicos, se dessem ao cuidado de ler
quem invectiva o capital, o mercado, a competitividade, a sociedade aberta, etc.
Não, o que o JN pretende é cativar os leitores de esquerda, como eu, que algumas
vezes compro o jornal, para ampliar as notícias sobre a actividade dos mercados.
Considero esta incursão, da esquerda em jornais de direita, um anacronismo
obsceno, um aproveitamento de receitas, uma promiscuidade intelectual.
Baptista-Bastos vem desancar na globalização, e cita uma obra de Galbraith, de
1952, para lhe servir de suporte... Em 1952 não havia abertura de mercados,
havia o colonialismo, a guerra fria, a pobreza dos países subdesenvolvidos... Se
fosse hoje, Galbraith seria o primeiro a defender a globalização, a automação
da produção, o alívio de trabalhos pesados, a utilização dos computadores, etc.

Enquanto Blair está enredado com os dinheiros angariados pelos seus
colaboradores para os cofres do Labour, Bush goza a companhia de Angela
Merkel, e esquece as fogueiras do Iraque, Irão, Coreia do Norte, Líbano...


Batista-Bastos chama em defesa da sua causa, o engº. Angelo Correia, que
em entrevista à SIC terá defendido a regulação do comércio livre... Afinal, onde
está a solidariedade desta gente? Não fosse a globalização, a abertura do comércio
aos países subdesenvolvidos, a China e a Índia continuariam a viver pobremente,
não cresceriam económicamente. Isto, para não falar de outros prquenos países.
Então, somos solidários ou não? Com o desenvolvimento daqueles países, mais
tarde, daqui por uns anos, todos nós vamos beneficiar com as transações comer-
ciais entre nações. Aliás já está acontecendo, com a expansão das exportações
para aqueles países. E África? Vamos ou não abrir as portas da Organização
Mundial de Comércio (OMC) aos produtos agrícolas daqueles países? Ou vamos
continuar a "praticar a caridadezinha" através de ajudas, subsídios, o envio de
roupas em segunda-mão, de medicamentos fora de prazo?...
A questão está em
saber como viver neste mundo actual, onde as mudanças acontecem com muita
rapidez, mas o mundo é composto de mudança, de 24 em 24 horas, de minuto
a minuto; parar é ficar para trás, é deixar-se vencer, é perder a realidade.
Porque é a General Motors está em falência? Porque não se adaptou à realidade
deste tempo, do mundo de hoje, em que o petróleo escasseia e atingiu preços
elevadíssimos... Mas a GM continuava a fabricar carros a consumir 18/20 litros.

As bolsas mundiais "estoiraram" pelo segundo dia e o petróleo atinge
os 78 dolares o barril... Com o terrorismo de Estado praticado por Israel
adivinham-se dias negros para as economias ocidentais. Quem vai pagar
os estragos do Tsahal em Beirute? Qual é a política de Bush para o Médio
Oriente? A frágil democracia no Libano vai dar lugar a um santuário do
Hezbolah? Outra vez? Mas afinal, qual é a política de Bush para aquela zona?

2006/07/13

 
LER OS OUTROS...

"Há anos que não entrava no Parlamento. [...] Há dias, a editora de política
deste jornal [Ana Sá Lopes-Vanessa] sugeriu que eu assistisse ao debate do estado
da Nação e contasse o que vi, no meu registo do costume.[...] Tomei algumas notas.
O monárquico Pignatelli Queiroz estava mais imóvel que um marco do correio, à
espera que lhe dessem a palavra para que se pronunciasse sobre a Patuleia. Nuno
Melo lembra um entusiasmo de magala que vai às meninas. Miguel Frasquilho
cultiva uma pilosidade digna dos Habsburgos. João Soares, tal como me tinham
garantido tres taxistas, ostenta um índice de massa corporal em tudo semelhante
ao meu. Alberto Martins usa um tom de tribuno eleito por Viseu em 1922. Há um
socialista que parece uma lojista de Carnide. Há um deputado ecologista com rabo
-de-cavalo. Bernardino Soares nunca foi novo. Fernando Rosas é mais credível de
suspensórios. [...] Eu sou um homem da direita moderada (aquilo que a direita
musculada chama 'um homem de esquerda'). O Governo é um Governo de centro
-esquerda (aquilo a que a esquerda ideológica chama 'um Governo de direita').
Assim, tenho dificuldade em embirrar com este executivo dito socialista. [...] Não
sei exactamente qual é o estado da Nação". (Crónica política pós-modernista, com
sabor a "maxi-burguer" e cheiro a Coca-Cola, escrita por Pedro Mexia, para o DN,
por encomenda da sua editora de política, Ana Sá Lopes-Vanessa. É uma crónica ao
estilo Gato Fedorento, leviana, picaresca e desinteressada do estado da Nação...)

Lavando a 'stupa' e o chão do templo de Borobudur, em Merapi, Indonésia.

Neste fim-de-semana realiza-se em Bissau a Cimeira dos chefes de estado da
CPLP. Para a logística, foi necessário restaurar o antigo Palácio do Governador. Mas
o dirigente libiano, Muhamar Kadafi, tambem contribuiu para a Cimeira, colocando
ao serviço da Guiné meia dúzia de limuzines destinadas à deslocação dos chefes de
Estado do aeroporto para a cidade de Bissau, pois o governo de Nino Vieira apenas
tinha disponíveis dois ou tres Jeeps, já muito rodados e sem manutenção...
Nesta Cimeira não vai estar presente Lula da Silva, pois vai deslocar-se à Rússia,
à cidade de S. Petersburgo, para assistir à reunião do G-8 presidida por Putin...
Nesta cimeira vai participar tambem o G-20, grupo que pretende contrabalançar
o G-8. O G-20 é constituido pelo Brasil, África do Sul, China, Índia e mais outros
dezasseis países sub-desenvolvidos. Aliás, a China foi convidada a fazer parte do
G-8, mas recusou, porque vê mais vantagens em estar no G-20. O convite que lhe
foi dirigido teria em vista enfraquecer e desarticular o G-20. Vamos esperar pelas
resoluções da CPLP, reunida em Bissau, e do G-8, a decorrer no Palácio de Verão
dos antigos czares da Rússia, em S. Petersburgo...Enquanto a Liga Árabe adormece.

PM da China, Wen Jiabao, com Thabo Mbeki, PR da África do Sul em
22 de Junho, durante um périplo por sete países africanos, para assinalar
os 50 anos da presença chinesa em África. A China poderá contribuir para
o real desenvolvimento africano, onde conta com 900 projectos económicos
e sociais; tem 18.000 bolsas de estudo para alunos de 50 países; 16.000
profissionais de medicina em 47 países onde tratam 240 milhões de doentes
e tem 3.000 soldados em missões de paz em diversos países.


Se algum dos países vizinhos de Israel, para se defender ou mostrar que não
respeita a soberania de nenhum país, bombardeasse Telavive por terra, ar e mar,
o que resultaria daí para o Médio Oriente, e o resto do Mundo?... Ficava tudo quedo
e mudo, como acontece agora? Não, certamente que não. Porque o sionismo é uma
realidade, controla a Wall Street, a imprensa americana (e não só), os mercados de
diamantes e do ouro, a banca de investimentos, elegeu-se o "povo eleito", instituiu o
martírio, a guerra santa, banalizou a morte, porque só temos o Paraíso depois desta.
Um dia virá, quando um ou dois países vizinhos da região "perderem a cabeça", e,
numa fuga para a frente, avançam para o terreno, fazendo o jogo dos judeus...
E nós, europeus e americanos, pagaremos as consequências da barbárie e da loucura
com a factura do petróleo a triplicar, racionado e a conta-gotas...

2006/07/12

 
O mundo assistiu a mais uma carnificina, desta vez em Bombaim, cidade com
cerca de 19 milhões de habitantes, capital financeira e do cinema da União Indiana.
A Índia sempre foi um país pacífico, nunca declarou guerra a ninguem, mesmo nas
campanhas contra o Paquistão, apenas se defendeu e procurou armar-se contra as
agressões externas. Teve Mahatma Gandi, o maior pacifista de todos os tempos,
que combateu a violência colonial com acções pacifistas e sem recurso á violência.
No caso de Caxemira, limita-se a defender o seu território e proteger o seu povo.
O ataque de 11 de Julho, virá a confirmar-se, tem todos os sinais da Al-Qaeda. Na
Índia, que tem cerca de 1,100 mil milhões de habitantes, a comunidade islâmica
soma cerca de 120 milhões, e esta nunca mostou simpatia pelas atrocidades que a
Al-Qaeda tem cometido. Mas não podemos esquecer que o Paquistão continua a
ser o ninho da serpente do terrorismo islâmico, com o ensino das escolas corâmicas.
Os seguidores de Bin Laden gostam de números cabalísticos: 11/09 do ano 2001
em Nova Iorque; 11/03 de 2005 em Madrid; 11/07 de 2006 em Bombaim, e, no
caso de Londres, aconteceu a 07/07 de 2005 talvez por necessidade de anticipação.

O modus operandi utilizado em Bombaim é semelhante ao de Londres e Madrid,
e igual ao que foi abortado em Nova Iorque. Curiosa cabala utilizada nas datas...

O mundo nestes seis anos de neo-conservadorismo norte-americano, com as
políticas de George Bush, em vez de avançar no progresso e na paz, transformou-se
num lugar inseguro, instável e cada vez mais dividido. George Bush prometeu uma
cruzada em favor da "democracia" e da "liberdade" dos povos, mas a cada dia que
passa tudo isso se transformou numa miragem. No Afganistão os talibans estão a
ganhar terreno, a produção da papoila do ópio aumenta, e todas as semanas ali são
registadas mortes de soldados da Coligação e da Nato. O Iraque transformou-se
num país ingovernável, o lugar mais perigoso do mundo para viver, e onde todos
os dias morrem soldados e se registam atentados bombistas que matam centenas
de civis inocentes e destróiem bens materiais incalculáveis. O "Road map", esse
chavão inventado por Bush para a Palestina, desapareceu nos escombros feitos
pelos mísseis israelitas na Faixa de Gaza, e, se Ariel Sharon voltasse, ficaria muito
enraivecido com Olmert por este ter regressado com os tanques do Tsahal a Gaza,
voltando tudo ao que era dantes. Como se isto não bastasse, Olmert invadiu agora
o Líbano com tanques, artilharia e aviação -- sem que os EUA ou a ONU fossem
consultados... A ajudar a este descalabro, a Al-Qaeda reina agora na Somália, com
os tribunais a ceder à lei islâmica, e donde Bin Laden poderá atacar a monarquia
Saudita, que fica ali em frente. No Sudão, o enclave do Darfur serve de treino aos
"senhores da guerra", aos jihadistas. Na populosa Nigéria, dividida entre cristãos
e muçulmanos, vive-se uma paz pôdre, enquanto vai jorrando o petróleo...
Assim, com terrorismo de Estado a torto e a direito e o cáos reinante, os jihadistas
e adeptos da Al-Qaeda, têm boas razões e conforto moral para matar na Índia,
em Madrid, Inglaterra, em Bagadade... Como dizia hoje Shmeuel Rosner, na sua
análise política no Haaretz, os EUA usam de hipocrisia ao apoiar Abu Mazen contra
o Hamas, e ao defenderem a "democracia" mas ao mesmo tempo esquecerem que
o Hamas ganhou o poder em eleições livres e justas -- o que não aconteceu no
Egipto. Este país, os países do Golfo, a Síria e o Líbano olham para o lado e o que
vêem não é "liberdade e democracia", mas sim cáos, guerra, e terrorismo...

Zarqaui era uma réplica de Bin Laden... Por que não consegue (ou não quer)
Bush deitar a mão ao mentor e principal líder da Al-Qaeda?... Por pressões da
Arábia Saudita, por cumplicidades familiares entre os Bush e os Bin Laden?...

2006/07/11

 
PROLONGAMENTO...

Afinal o "jogo" ainda não acabou. Estamos agora no prolongamento. Desta vez é
a equipa do FC Porto que vai marcar golos, em S. Bento, no Parlamento da Nação,
amanhã, após o debate do Estado desta. Jaime Gama, presidente da A.R., vai ser
o cicerone do presidente do F.C. do Porto, mister Pinto da Costa. Depois haverá um
jantar com todos, i.e. os jogadores da equipa do Porto, os presidentes Jaime Gama
e Pinto da Costa, mais os deputados (oitenta) adeptos do Porto... Até corre o boato
de que vai ser constituido um novo partido a crismar como Partido do Dragão.
Tudo para vingar a "ofensa e o desprezo" de Scolari pelo clube das Antas, já que
não incluiu, pelo menos meia dúzia de jogadores do FCP, na selecção nacional... É
o desagravo, a guerra da patuleia dos dragonistas contra os sulistas de Alvalade.
No final do "prolongamento" será emitida uma comunicação ao país com o título:
"Quem não é do Dragão não respeita a Constituição", pretendendo ser uma arma
de arremesso contra o outro: "Quem não é do Benfica não é bom chefe de família".

Como se vê, temos no Parlamento 80 deputados inquietos com o final do jogo.
Estão preocupados com o futebol -- não com a vida dos portugueses ou o estado a
que isto chegou -- e, se conseguirem formar o "Partido do Dragão", durante este
prolongamento do jogo, vamos ter, definitivamente, mais futebol no Parlamento...
Assim -- pensam os deputados -- já não têm que faltar para irem a Sevilha, Paris
ou qualquer lugar fora de S. Bento, para poderem assistir a um bom jogo de bola.
Eles mesmo criarão equipas e realizarão jogos nas traseiras do Parlamento, para
promover o "Clube e o Partido do Dragão", sem as arrelias com a "marcação" das
faltas no livro de presenças... Fica tudo mais divertido -- os eleitores que se lixem.

Crianças jogam à bola num bairro pobre de Cabul, Afganistão.

No inicío do campeonato do "W.C. 2006", deixei aqui registado que os donos
do futebol -- o Dr. Madaíl e Cia. -- se a nossa selecção fossem alem dos quartos
de final, iriam pedir ao Governo tudo e mais alguma coisa, incluindo prémios de
jogos e isenção de IRS... Pois bem, eles aí estão, a pedir isenções, medalhas e mais
dinheiro. Como se ganhassem pouco, como se Portugal fosse um país rico, como
se já não houvesse vergonha, moral nem respeito pelos que ganham quase nada,
mas pagam todos os impostos ao Estado... Haja vergonha, meus senhores. Até
agora, valeu a opinião dessassombrada e violenta do fiscalista Saldanha Sanches
e de Medina Carreira, que não aprovam tal pedido e se insurgem contra a falta
de decoro dos senhores da bola, que devem ao Estado 20 milhões de euros, vivem
e gastam à tripa-fôrra, e não conhecem a realidade deste país. Por outro lado, se
o Estado acedesse em perdorar-lhes as "migalhas do IRS", porque não deveria
tambem o Estado dar as mesmas regalias aos nossos campeões da meia maratona,
do salto em comprimento, do hóquei em patins, do salto em altura, da esgrima, ou
do tiro aos pratos?... Perante a Constituição, têm os mesmos direitos!...
Digam ao Dr. Madaíl para ter juizo, para meter a viola no saco e ir cantar fados.

Eyadou Ag Leche, membro da banda tuaregue "Tinariwen", do
Mali, em actuação numa digressão por diversos países africanos.

2006/07/09

 
DEBANDADA... DEPOIS DA FESTA?...

Pergunto: o que está a acontecer na blogosfera?
É uma deserção, uma debandada geral, uma desilusão com o resultado obtido
pela nossa selecção, ou é o cansaço de tres anos a postar na web? Então agora, que
era de esperar mais afinco ao trabalho, um aumento de produtividade, e o arranque
e a expansão da nossa economia, é agora que toda a gente começa a desertar e a
faltar ao trabalho? Afinal, onde estão os patriotas?

Repare-se na situação em que se encontra parte dos blogues que me acompanham:
O Bloguitica fechou a porta, mas avisou que vai sondar o mercado de sponsers, para
ver se consegue obter um patrocínio generoso por forma a remodelar o seu blogue;
Os Filhos da Nação, que adoraram o "W.C.2006", anunciaram o trespasse da loja;
Os trabalhadores do Estaleiro, liderados pelo Humberto, estão paralizados desde o
dia 14 de Abril, ao que consta devido à falta de contratos para "obras públicas";
O Miguel, que parece assustado com a hipótese de vir aí "A hora dos assassinos",
desde 29/6 que não postava, tendo feito, nesse dia, uma citação da "1ª. Epístola
aos Corintians" em que recomenda: "Calem as mulheres nas assembleias". Voltou
ontem, com a gata Matilde, mas parece muito entediado, para continuar a postar;
O João Tunes, aparelhou a canoa e zarpou para os mares do Sul, a 30 de Junho,
não se sabe por que razão, se para festejar a selecção, ou para ir à cata do burrié;
Os hedonistas Inoportunos não dão sinal desde 4 de Junho; terão tropeçado nos
rails de uma ponte kafkiana em Praga, e por lá ficaram, a tentar sair do absurdo.

O Palácio de Potala em Lhasa, capital do Tibet, é Património
Mundial da Humanidade, construido há mais de 1.300 anos...
Lugar aonde acorrem muitos peregrinos durante todo o ano.


Como se vê, por este cenário, a blogosfera está a ficar paralizada, sem ânimo
nem energia para continuar a postar. Sim, eu sei, eu tambem dei pela clonagem,
um trabalho replicante feito pelo Luis Tito. É um caso raro de criatividade. O Luis
Tito, para alem do veterano Tugir, criou o Liga Leve, para anunciar a chegada do
SOBABA, "o blog mais ofídeo de toda a blogosfera". Pelo que li, vai ser um blogue
da má-língua, de cobras-e-lagartos. Vamos aguardar pelo desenvolvimento. Mas
o Luis Tito, que é um entusiasta d"Os Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras"
--e como piloto experiente, que é-- ainda tem tempo para os Penduras, um blogue
destinado aos cardápios agapianos -- almoços e jantares dos pilotos de guerra.
Apesar de tudo, a existência deste raro caso de heterónimos na blogosfera, não
compensa a debandada de alguns, o encerramento de outros, o desejo de trespasse
de uma minoria, ou o desânimo que parece apoderar-se de muitos de nós, e em
particular aqueles que já andam por aqui há mais de tres anos...
Eu tambem começo a sentir-me enfadado.

A "Fábrica do Mundo", a China, foi quem mais lucrou com o "W.C. 2006".
Só na região de Wenzhou, onde são fabricados 70% dos isqueiros do mercado
mundial, alem dos isqueiros para ofertas do "W.C. 2006", foram fabricadas
2,25 milhões de bandeiras para onze países da FIFA, e 1,5 milhões de tapetes
para o primeiro jogo. Para a Adidas, patrocinador do "W.C. 2006", foram
produzidos 850 mil fatos jersey para o campeonato e um total de 2 milhões
para as suas lojas. As roupas para os clubes do Real Madrid, AC Milan e Chelsea
foram produzidas pela chinesa Seduno. Para o mercado mundial foram ainda
concebidos e produzidos uma infinidade de artigos tendo como tema o futebol.




2006/07/07

 
O desoPINAdo MOURA...

No dia 17 de Maio deixei aqui expresso o meu desagrado por o presidente da
Iberdrola, deputado da Nação e membro do PS, Pina de Moura, se ter adiantado
à contratação de 500 candidatos para trabalhar com as Novas Energias Ibéricas,
quando ainda faltavam 60 dias para se conhecer a classificação dos concorrentes
aos projectos das eólicas. Pois bem, ontem foram apurados os consórcios da EDP
e da
GALP. A Iberdrola ficou em terceiro lugar, com uma classificação de cerca
de metade da pontuação obtida pela EDP... Que vai dizer agora Pina de Moura aos
500 candidatos a emprego? Ainda bem que o presidente da Iberdrola em Portugal
não conseguiu ter influência junto do Governo para ser beneficiado no resultado do
concurso das energias eólicas, negócio muito importante para a economia nacional.

A beleza do horizonte, singelo e despoluido dos planaltos do Tibete.

Futebolândia...
Permitam a minha breve incursão no "W.C. 2006" para falar do último jogo da
nossa selecção... Pois se até a Maria Flor Pedroso vem hoje, no DN, opinar sobre
tão magno acontecimento, por que haveria eu de ficar calado? Tem a ver com a
nossa derrota frente à França. Podíamos ir mais longe, mas não tivemos ambição
suficiente para mais... A nossa imprensa já no dia anterior se mostrava satisfeita
e acomodada com o resultado obtido até então. No dia seguinte, a lenga-lenga foi
igual. Da Alemanha chegavam ecos sobre a "vitória" conseguida, e Scolari e Madaíl
já tinham "renovado" o contrato por mais dois anos. Eu próprio fui "invadido" por
um sentimento de acomodação, de "já chega", ganhámos visibilidade. Tanto que
até fui cativado pela opinião do ensaísta Eduardo Lourenço, tendo eu deixado aqui
expressa a parte mais conclusiva da sua crónica, e a frase que, de forma magistral,
ilustrava o momentum da alma lusitana:"Já ganhamos tudo mesmo se perdermos".
Foi a falta de ambição, de todos nós. A selecção, os jogadores e o guarda-redes,
após o penalty, conformaram-se com o resultado; assumiram o fétiche do passado.
Só o "miúdo", o Ronaldo, parecia incorformado, até ao último minuto...

O Taman Safari Park, na Indonesia, tambem é parte da Futebolândia...

É a minha opinião, é o que eu senti. Que me perdôem os entendidos em futebol,
eu reconheço que não devia fazer esta incursão na Futebolândia, mas tambem estou
certo que a minha ousadia não vem ofuscar o brilho dos comentadores de gabarito,
v.g. o Besugo, o Bicho Carpinteiro, o Manuel Alegre, a Fernanda Câncio, a Ana Sá
Lopes-Vanessa, a Maria Flor Pedroso, o autarca Seara, os gajos do Inimigo Público.


Os australianos sentem que podem ser a próxima vítima... Dormem sob
a vigilância e a protecção do PM, John Howard, mas com o inimigo em casa.
... Neste dia, em memória e com respeito pelos inocentes mortos em Londres
no dia 07/07 de 2005, à hora em que os senhores do mundo estavam em
Gleneagles, Escócia, a prometer mundos e fundos para ajudar África...

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Subscrever Mensagens [Atom]