2006/07/12

 
O mundo assistiu a mais uma carnificina, desta vez em Bombaim, cidade com
cerca de 19 milhões de habitantes, capital financeira e do cinema da União Indiana.
A Índia sempre foi um país pacífico, nunca declarou guerra a ninguem, mesmo nas
campanhas contra o Paquistão, apenas se defendeu e procurou armar-se contra as
agressões externas. Teve Mahatma Gandi, o maior pacifista de todos os tempos,
que combateu a violência colonial com acções pacifistas e sem recurso á violência.
No caso de Caxemira, limita-se a defender o seu território e proteger o seu povo.
O ataque de 11 de Julho, virá a confirmar-se, tem todos os sinais da Al-Qaeda. Na
Índia, que tem cerca de 1,100 mil milhões de habitantes, a comunidade islâmica
soma cerca de 120 milhões, e esta nunca mostou simpatia pelas atrocidades que a
Al-Qaeda tem cometido. Mas não podemos esquecer que o Paquistão continua a
ser o ninho da serpente do terrorismo islâmico, com o ensino das escolas corâmicas.
Os seguidores de Bin Laden gostam de números cabalísticos: 11/09 do ano 2001
em Nova Iorque; 11/03 de 2005 em Madrid; 11/07 de 2006 em Bombaim, e, no
caso de Londres, aconteceu a 07/07 de 2005 talvez por necessidade de anticipação.

O modus operandi utilizado em Bombaim é semelhante ao de Londres e Madrid,
e igual ao que foi abortado em Nova Iorque. Curiosa cabala utilizada nas datas...

O mundo nestes seis anos de neo-conservadorismo norte-americano, com as
políticas de George Bush, em vez de avançar no progresso e na paz, transformou-se
num lugar inseguro, instável e cada vez mais dividido. George Bush prometeu uma
cruzada em favor da "democracia" e da "liberdade" dos povos, mas a cada dia que
passa tudo isso se transformou numa miragem. No Afganistão os talibans estão a
ganhar terreno, a produção da papoila do ópio aumenta, e todas as semanas ali são
registadas mortes de soldados da Coligação e da Nato. O Iraque transformou-se
num país ingovernável, o lugar mais perigoso do mundo para viver, e onde todos
os dias morrem soldados e se registam atentados bombistas que matam centenas
de civis inocentes e destróiem bens materiais incalculáveis. O "Road map", esse
chavão inventado por Bush para a Palestina, desapareceu nos escombros feitos
pelos mísseis israelitas na Faixa de Gaza, e, se Ariel Sharon voltasse, ficaria muito
enraivecido com Olmert por este ter regressado com os tanques do Tsahal a Gaza,
voltando tudo ao que era dantes. Como se isto não bastasse, Olmert invadiu agora
o Líbano com tanques, artilharia e aviação -- sem que os EUA ou a ONU fossem
consultados... A ajudar a este descalabro, a Al-Qaeda reina agora na Somália, com
os tribunais a ceder à lei islâmica, e donde Bin Laden poderá atacar a monarquia
Saudita, que fica ali em frente. No Sudão, o enclave do Darfur serve de treino aos
"senhores da guerra", aos jihadistas. Na populosa Nigéria, dividida entre cristãos
e muçulmanos, vive-se uma paz pôdre, enquanto vai jorrando o petróleo...
Assim, com terrorismo de Estado a torto e a direito e o cáos reinante, os jihadistas
e adeptos da Al-Qaeda, têm boas razões e conforto moral para matar na Índia,
em Madrid, Inglaterra, em Bagadade... Como dizia hoje Shmeuel Rosner, na sua
análise política no Haaretz, os EUA usam de hipocrisia ao apoiar Abu Mazen contra
o Hamas, e ao defenderem a "democracia" mas ao mesmo tempo esquecerem que
o Hamas ganhou o poder em eleições livres e justas -- o que não aconteceu no
Egipto. Este país, os países do Golfo, a Síria e o Líbano olham para o lado e o que
vêem não é "liberdade e democracia", mas sim cáos, guerra, e terrorismo...

Zarqaui era uma réplica de Bin Laden... Por que não consegue (ou não quer)
Bush deitar a mão ao mentor e principal líder da Al-Qaeda?... Por pressões da
Arábia Saudita, por cumplicidades familiares entre os Bush e os Bin Laden?...





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