2004/10/31

 
De regresso. Sem cansaço nem fadigas. O percurso que outrora se fazia
em sete a oito horas, com muitas curvas e contra-curvas, subidas e descidas,
atrapalhado pelos camiões TIR, que ocupavam parte da estrada, faz-se agora
em menos de quatro horas. Com dispensa de manobras diversas, de piscas à
direita ou à esquerda, sempre em quinta velocidade, apenas com as mãos no
volante e atenção às placas de sinalização. É verdade que os automóveis hoje
são mais rápidos, mais seguros e poupados no consumo de combustivel. Tudo
isso contribui para uma viagem cómoda e acelarada. Mas, no meio de tudo isto,
a grande vantagem está no traçado e no piso das vias de comunicação. A Scut
ou A-23 que dá acesso ao planalto da Guarda, é uma das novas auto-estradas
que serve o interior das Beiras -- sempre esquecidas -- e proporciona o acesso
rápido àquela capital de distrito, servindo de ligação para o norte do país e para
Espanha. É uma obra muito importante, não apenas pela sua utilidade pública
mas tambem pela engenharia de pontes, tuneis e movimento de enormes áreas
de terrenos. Viajando por ali, sentimos que o país progrediu muito; logo que
saímos, vemos que ainda há muito por fazer nas vias secundárias. Não chegamos
a sentir que já "estamos ao nível europeu" porque, ao sair da A-23 para as vias
secundárias das Beiras, somos confrontados com as "misérias", as carências e
os atrasos na resolução de outros problemas que afectam grande parte das
populações do interior. Aldeias abandonadas, vilas estagnadas, abastecimento
de águas insuficiente, saneamento básico incompleto, lixos sem tratamento, etc.
Ainda não somos iguais aos demais, mas as coisas melhoraram muito.


Dou-me conta que, à semelhança dos States, por cá tambem se festejam
as bruxas (refiro-me ao Halloween). Os tempos são de incógnitas, não se pode
arriscar uma aposta nisto ou naquilo, pelo que o negócio corre a favor dos novos
adivinhos, magos ou bruxos. Até o Luis Tito aproveitou esta quadra de bruxaria
para entrevistar o nosso primeiro Santana Lopes -- via Central de Informações --
não tendo conseguido o pleno. Parte da entrevista publicada no Tugir, foi cortada
e censurada pelo contraditório da referida Central de Propaganda. Apesar de
tudo, merece ser lida nas entrelinhas, pois o entrevistado falou meio ensonado,
pelo que esqueceu as palavras "criptogâmicas", deixando escapar as ideias
que tem para o país, ou seja o controlo da informação para calar os "sicários"
que o atormentam e lhe roubam o descanso das sestas ao fim da tarde...
Perante tudo isto, eu vou entrar em "meditação transcendental" até ao fim deste
"Halloween", continuando até dia 2 de Novembro, na esperança que as bruxas,
os astros, o "mainstream" anti-guerra e o povo americano consigam votar pela
não re-eleição de George Wallker Bush. É uma tarefa ciclópica, mas enquanto
há vida há esperança, e a minha intuição ainda está calma, serena e confiante.


2004/10/25

 
Vou-me ausentar por uns dias. Para regressar às origens, enquanto é
tempo e este me consente a utilização da SCUT para a Guarda, sem pagar as
portagens que o Mexia vai decretar. É uma viagem de saudade, através dos
caminhos do Portugal europeu e do país que Abril renovou. Quando as tricas e
os enrêdos tecidos pela Central de Informações parecem conduzir os portuguses
a um beco sem saída, onde tudo lembra e se reflete na "Quinta das Banalidades"
algures no Ribatejo -- sabe bem a gente afastar-se da vida urbana e ir estrada
fora, ao encontro das "raízes". É um alívio, largar os jornais, as televisões e os
ditos e contraditas do nosso Governo, a que preside o narcísico Santana Lopes.

Membros de um grupo pró-democracia da Birmânia, protestam contra
a visita do General Than Shwe a Nova Delhi, India. É bom não esquecermos
as atrocidades cometidas na Birmânia, actual Myanar, onde uma junta de
generais mantem uma ditadura feroz, com um Prémio Nobel em prisão
domiciliária, onde as prisões e assassínios acontecem com frequência, e
contra a qual nem os poderosos Estados Unidos conseguem combater.
Alem do terror, a Birmânia é um autêntico supermercado de droga, que
enriquece alguns generais e corrempe a maior das instituições de Myanar.




 
A entrevista solicitada, concedida ou dada por Carlos Cruz, publicada
ontem no "Público", com foto na primeira página, faz lembrar os depoimentos
e recados que o mesmo enviava para os tabloides "24 Horas", "Correio da
Manhã" quando estava no regime de prisão preventiva, e quando aqueles jornais
eram considerados honestos por Carlos Cruz. A um mês do início de julgamento
do processo Casa Pia, esta entrevista não era aconselhada, mesmo a pretexto
da publicação de "O Preso 374". Trata-se de uma lavagem da figura do arguido
CC, a quem o "mundo da comunicação social" parece estar devedor. O homem
não se arrepende de nada mas, nas entrelinhas, confessa que "a [sua] prisão foi
importante para ele, porque o levou a acreditar no transcendente". Já é bom...

O arguido CC não quer falar do processo, mas pressiona a justiça dizendo
que a sua "condenação será a destruição completa da confiança que ainda tem
na justiça portuguesa". Para ele, os culpados de tudo, "são alguns mercenários
alcunhados de jornalistas", o "mundo da comunicação social", referindo-se à
"TVI, ao "Correio da Manhã" e ao "Expresso". Procura ainda desviar o rumo da
conversa, acusando a Casa Pia de ter "milhões de contos de orçamento",
"um património imobiliário de que [ele] não fazia a mínima ideia". Chega a dizer
que a casa Pia não tem apenas problemas de abusos sexuais, mas "outros
problemas graves", como droga, interesses altamente convidativos a negociatas.

Enfim, "O Preso 374", para se defender, ataca, insinua, acusa os outros.
Diz que "nunca nos opusemos à memória futura, mas sim aos métodos utilizados
para a sua recolha". Refere que, nos Estados Unidos, a vídeo-conferencia não
é permitida, pelo que em Portugal tambem não o deveria ser. Ele preferia que
"a vítima tivesse que enfrentar o arguido, olhos nos olhos". Sim, talvez como
fazia aos concorrentes do "1-2-3", com o seu olhar fixo, perturbador, ameaçador.
Nisso, CC deve ter prática inquisitorial, e, certamente deixaria as vítimas sem
vontade de falar, em completo desnorte, pelo olhar de carrasco do arguido...
É lamentável que Adelino Gomes se prestasse a fazer esta entrevista, este
serviço a CC. Nesta fase das "manobras dos poderosos", é bom sabermos
mais sobre pedofilia: o Portugal Profundo publicou o "relatório do SIS sobre as
redes pedófilas", que pode ser consultado para entendermos a rede nacional.

2004/10/23

 
O deputado Louçã está a aproveitar a figura de inversão do ónus da prova,
tão cara ao Governo noutras matérias, e exige que seja Santana a provar que
não dormiu a sesta. '-É aqui, no leito da democracia representativa e anfiteatro
do sono dos deputados da República, que o chefe do Governo deve provar que
não anda a dormir', pode ler-se no requerimento do deputado Louçã, que deixa
algumas perguntas incómodas no ar: 'Dormiu ou não dormiu? E, se dormiu,
ressonou? Chuchou no dedo? Balbuciou inadvertidamente segredos de Defesa
nacional? Dormiu sózinho? Babou-se na almofada?. E se não dormiu, como
garante a sua chefe de gabinete, como é que a notícia da sesta chegou ao
"Expresso"? Como é que ela sabe? E se ninguem estava a dormir, o que é que
estavam a fazer?. Como é?" -- Questões pertinentes colocadas por Patrícia
Castanheira e Mário Botequilha na seccão de Política de "O Inimigo Público".

A propósito da Alternativa ao Bloco Central e em seguimento de opiniões
expedidas por e-mail, o amigo Miguel Silva aproveitou a deixa para aprofundar
a sua tese sobre a bondade da criação de mais partidos, a fim dos eleitores
terem uma maior opção de voto em conformidade com os seus ideais, já que
no actual espectro partidário não se vêem representados. Eu, pelo contrário,
sou a favor da não dispersão de votos e penso que, para Portugal, já chegam os
actuais cinco partidos com assento parlamentar. Para o "aggiornamento" destes
partidos, devem contribuir os respectivos militantes e estruturas partidárias. A
análise feita pelo Miguel, e registada no Viva Espanha, merece ser lida com
atenção, porque é serena, didática e contribui para o enriquecimento da
discussão. Aconselho uma visita ao Viva Espanha. Quanto a mim, continuo a
pensar que, na luta partidária, há lugar para todos; para os partidos com vocação
de poder, e para os outros com vocação de contra-poder. Aos primeiros, caberá
executar as políticas e ideias programáticas; aos segundos, caberá o papel de
oposição e contra-poder, e, eventualmente, sonhar com um "governo-sombra".


P.S-Nos últimos dias tenho encontrado muita dificuldade em aceder
ao Blogger, para poder editar os meus posts. Tambem o acesso a outros
sites tem sido negado. Como refere o Luis Tito, estas dificuldades não
têm origem no Blogger, mas sim na Netcabo, que presta um mau serviço.
E confirma-o o facto de, espaçadamente, me enviar e-mails a informar que
determinado "spam" continha um vírus, prontamente eliminado pela Netcabo.
Ora eu nem chego a abrir o "spam". Mas a Netcabo, continua a dizer que
está a trabalhar no sistema para que os "virus" não cheguem ao meu PC.
Por outro lado, a Microsoft recomendou actualizar o PR2 e manter activos
o Norton Antivirus e o Fire-Wall... Haverá alguma ameaça global?...


2004/10/22

 
HAVERÁ ALGUEM QUE QUEIRA FICAR COM ESTA PEÇA?

"É pena que nenhum coleccionador ou ladrão queira levar esta peça",
desabafa o João Nabais Antunes, a propósito da "cópia" do "Grito" de
Edward Munchen, pintor impressionista a quem foi dedicado um museu para
guardar a sua "oeuvre", em Oslo, e donde foi surripiado o "original" daquela
tela por ladrões amantes de peças únicas e valiosas. Com o seu desabafo no
Marasmo do Cáos, o João mostra até que ponto chegou a performance do
nosso primeiro-ministro Santana Lopes que, de desastrada e inconsequente,
tem levado o seu Governo a escorregar para o caixote do lixo político...
"Porque somos donos do nosso pensamento, porque já [ainda] o podemos
expressar livremente, porque ainda o podemos fazemos" -- é o lema do blogue
de João Nabais Antunes. Que assim continue, directo, frontal e irreverente.
Porque vêm aí dias dificeis, e todos nós devemos cerrar fileiras e protestar
contra a obsessão de Santana Lopes impôr a censura ou o "exame prévio".





2004/10/20

 
O MISTÉRIO DO TRIANGULO DAS BERMUDAS

Rui Gomes da Silva, ministro dos Assuntos Parlamentares, ao ser ouvido
pela AACS sobre o "caso Marcelo", falou numa "cabala" contra o Governo que
teria o epicentro no semanário "Expresso", a ressonância no "Público" seguida
de abalo telúrico em Marcelo Rebelo de Sousa. Uma tese que mostra bem ao
ponto a que chegou a paranóia de Santana Lopes, para tentar domesticar as
críticas a si, e ao seu Governo. Um hipotético "Triangulo das Bermudas", urdido
na "Central de Informações", para implementar o "contraditório" correspondente
ao "exame prévio" da Censura usada nos tempos de Caetano. Santana Lopes
tem uma obsessão: fazer com que os media estejam ao serviço da coligação.
Onde está o ministro Portas, que já foi jornalista no "Independente", onde disse
"cobras e lagartos" de Cavaco Silva? Agora, cala-se e ri-se, atrás do reposteiro.

Se o primeiro-ministro pretende calar os seus críticos, dedico-lhe esta
imagem, para poder optar por uma solução barata e eficaz. Como está na
moda o uso de "piercings", pouca gente se preocupará com os condenados.



O actual inquilino da Casa Branca não parece preocupado com o
resultado das sondagens diárias, onde aparece com magra vantagem
sobre o rival John Kerry. É possivel que George Bush perca a reeleição,
mas tambem pode ganhar... apenas por uma unha negra! Receio muito
que o impasse pós-eleitoral de 2000 se repita mais uma vez... Maybe!...






2004/10/19

 
A coisa está esquentada. Houve-se uma cacofonia na praça pública. Não
é contra a guerra do Iraque, tão pouco pelo genocídio no Darfur; muito menos
ainda a discussão do Orçamento de Estado ou do corte dos benefícios fiscais;
nem se quer é sobre o aumento do desemprego ou das pensões de miséria. No
entanto a "plebe" está enfurecida, descontente; a coisa pode descambar para a
porrada, para a desobediência civil ou mesmo para a greve geral... A coisa está
esquentada por causa das diatribes e acusações infundadas entre os "patrões"
do futebol. Sim, do futebol. (A CIP, a UGT, a CCP e a Intersindical, ainda estão a
a entender-se). As coisas da "bola" é que preocupam a maioria do pessoal; tudo
leva a crer que existe "corrupção", nas arbitragens, nos jogadores, e entre os
"donos da bola". Não percebo o que se está a passar, mas deve ser coisa muito
séria, muito grave, pois até foi solicitada a intervenção do primeiro-ministro, do
Presidente da República, do procurador-geral da mesma, da FPF e da UEFA.
Ou será uma "nuvem de fumo" solicitada pela Central de Informações para
"esquecermos" os resultados das eleições regionais dos Açores e da Madeira?
De facto, o primeiro-ministro não vem dizer agora: "não liguem ao ruído"...


Já conheço o paradeiro de "Ali-Babá". Afinal não foi raptado no Iraque.
Está bem de saúde e tenciona voltar ao seu blogue dentro de pouco tempo. É
bom saber dos amigos. E por falar neles, quero aqui rematar uma questão em
aberto com o amigo Miguel Silva, a propósito da Alternativa ao Bloco Central.
O Miguel escreveu-me, para dizer que discorda da minha opinião, quando digo
que a criação de mais um partido, deixa-nos mais divididos. Para ele, a criação
de mais um partido, enriquece a democracia, porque contempla a vontade dos
eleitores que não se revêem nos actuais partidos. Respeito a opinião do Miguel,
mas não vejo vantagens em fundar mais um partido. Somos cerca de 6 milhões
de eleitores, e, para estes, já temos cinco partidos na Assemleia da República.
A multiplicidade de partidos leva à dispersão de votos, e, na maioria dos casos,
esses votos não se traduzem em eleição de deputados -- antes enfraquece os
actuais partidos, tirando-lhes deputados, tanto à direita como à esquerda. Isso
contribui para não haver "maiorias governamentais" com poder para exercer
uma legislatura completa, e executar um plano de reformas úteis e urgentes.
Claro que existe a hipótese de coligações ou acordos parlamentares, mas aqui
o programa de governo fica-se sempre pelo "possivel" entre as partes e não
pelo "desejável" para o país profundo. Acaba tudo por ficar a meio caminho,
com adiamentos sucessivos, passando para as calendras gregas, até esquecer.
Em democracia, para mim, não há melhor solução que a "alternância", ainda
que seja com coligações coerentes ou com acordos parlamentares. Seja à
direita ou à esquerda. Alternar, para comtemplar os outros e evitar "jardinadas".

É preciso agitar as águas, para evitar que nelas se desenvolvam as
bactérias que lhe consomem o oxigénio; é preciso força e vontade para
transformar as diferenças e fraquezas sociais numa dinâmica de vitória.






2004/10/18

 
Pronto. Bastou o semanário do arquitecto Saraiva anunciar que, Santana
Lopes tinha feito, quinta-feira à tarde, uma recuperadora "siesta", para cair o
"Carmo e a Trindade". Logo veio a "Central de Informações" dizer que não, que
era mentira, como se uma "siesta" fôsse coisa do outro mundo... A "siesta" é uma
instituição ibérica, sobretudo na Andaluzia e no Alentejo, devido ao sol inclemente
do verão. Não ficava mal ao Governo admitir que Santana Lopes, após a "cóssa"
que levou no Parlamento, necessitava de descanso, sossêgo, e meditação para
estar "airoso" e poder assistir à "passerelle" da Moda-Lisboa, da qual é fã e onde
se sente muito bem. De resto, a "movida" lisboeta, precisa de ter uma "estrela",
que lhe dê brilho, já que o conde Castelo Branco, o "marchant" dos diamantes,
não está disponível. Como é sabido, está "preso" na Quinta das Banalidades.

Esta não é a "passerelle" onde esteve Santana Lopes. Trata-se do
Concurso Europeu de Moda Infantil, realizado em Hilversum, Holanda.


Quanto às eleições regionais, já tudo foi dito. O PS continua a alargar a
sua bse de apoio eleitoral, e, José Sócrates, mostra que tem credibilidade junto
dos portugueses. Estas eleições mostraram a maturidade política do eleitorado
português. Os eleitores inscritos, sabem escolher, não vão em promessas vãs,
nem acreditam em discursos demagógicos. Rejeitaram a "comitiva" do Governo
e as alianças feitas pelo PSD nos Açores, onde esteve Santana Lopes, Paulo
Portas, Morais Sarmento, Mota Amaral e o professor Marcelo da TVI. Todos eles
se "lembraram" de visitar as ilhas em vésperas de eleições, levando promessas
e "oferecendo" cantigas e "rock-and-roll". Os açoreanos acharam graça, até
aplaudiram o espectáculo, mas entregaram o voto a quem lhes pareceu ser
honesto, responsável, capaz de fazer mais.
Na Madeira, o reinado trauliteiro do alberto Jardim, está a definhar. Porque
os madeirenses estão fartos das palhaçadas do "artista" do circo. Os eleitores
estão agora mais virados para um presidente sério, sereno, justo e equilibrado.
Na Madeira, o PS aproxima-se do poder. Os madeirenses merecem o melhor.


Parece que até a Mãe Terra, a Natureza, está contra George Bush,
o "presidente da guerra". Esta imagem mostra as convulsões que o vulcão
Monte de Santa Helena, no estado de Washington, tem estado a registar.
Os cientistas esperam a qualquer momento uma violenta explosão de cinzas.


2004/10/16

 
"Sabe muito bem estar aqui. Sou fã da Moda-Lisboa", confessou Santana
Lopes ao assistir à "passerelle" daquele evento na quinta-feira, depois de ter
sido "acossado" no Parlamento pelo novo líder do PS. De facto, é em cenários
de lingerie, collants negros, jersey, crepes e tafetás que o primeiro-ministro se
sente "bem" e onde consegue exprimir-se com desenvoltura e sem complexos.
Cada um de nós, é dotado para algo, e Santana Lopes, que é chefe de Governo
por "acidente partidário", não foi talhado para as tarefas da governância. Para
ele, isso é uma maçada, um incómodo e uma canseira... Santana Lopes dá-se
bem com as luzes da ribalta, com o néon e os raios laser das discotecas. Gosta
de "trapinhos", com folhos e laços, drapeados em tons suaves ou rosa-choque.
Serralves, Culturgest, CAM ou música de câmara? Nada disso, Santana Lopes
conhece mal o mundo da cultura e teme enganar-se com os violinos de Chopin.

As tropas de Bush no Iraque estão a ficar "amotinadas". Segundo o jornal
"Clarion Ledger" de Jackson, Mississipi, um plotão de 17 soldados foi preso por
ter-se recusado a executar uma "missão suicida". Consta que já não é o primeiro
caso de desobediência às ordens, pelo que desta vez as chefias militares foram
duras na aplicação disciplinar. Alegam os "amotinados" que a coluna militar na
qual estavam integrados para levar mantimentos, água e combustíveis às tropas
em Raji, a 40 kms de Bagadade, não dispunha de meios seguros de protecção,
pelo que estavam sujeitos a ser interceptados pelos grupos suicidas. A logística
é feita com o apoio de helicópetros e Humvees. Desta vez nem todos os meios
de protecção estariam assegurados, pelo que o plotão desobedeceu às ordens.
O caso está a agitar os meios militares e começa a ter impacto nos familiares
e na opinião pública americana, pois é real a insuficiência de meios disponíveis
para dar protecção às tropas ocupadas com a logística das operações.

O "vespeiro" iraquiano não permite que o exército americano repita a
saga "libertadora" traduzida nalgumas das batalhas em que participaram
os seus valorosos soldados, designadamente nas ilhas do Pacífico...


2004/10/15

 
Ontem não tive tempo apropriado para me dedicar a este blogue, devido
a compromissos com amigos de longa data, enquanto outros fizeram palpites
sobre as causas da minha "falta ao serviço" blogosférico. Devo dizer que foi por
uma boa causa. Alem disso, ontem foi um daqueles dias em que as "news" eram
focadas em comportamentos sociais estranhos: a nossa selecção tinha ganho à
Rússia por 7-1; o alberto da Madeira, que anda em campanha eleitoral, inaugurou
obras inacabadas; foram ouvidos 20 arguidos, ligados à indústria das "rolhas",
por associação criminosa e roubo de 30 milhões ao Estado; na cerimónia de
abertura da Academia, em Coimbra, um grupo de 20 estudantes, pôs os pés
onde devia pôr a cabeça, e proclamaram "Morte ao Santana", interropendo a
aula de sapiência; Ivan Dias, arcebispo de Bombaim, disse em Fátima que
"há mais pecados e mais pecadores"; alunos da GNR foram internados em
psiquiatria, por se "recusarem a cortar erva"; "há dias em que tudo dá certo",
disse Scolari a propósito dos 7-1 à Rússia, acrescentado ainda que "jogadores
ficaram picados"; habitantes do Bairro de Alvalade mobilizam-se para evitar a
instalação do "Shopping da Morte" com câmaras frigoríficas e cafetaria; Rui Rio
responsabilizar "a má-fé dos outros" pela crise na Câmara do Porto. Enfim. Foi
um dia aziago em notícias. O pessoal anda todo descarrilado.

Ainda bem que o meu grupo, "O Quarteto do Estoril", cuja amizade
entre os seus membros é, de facto, inoxidável, esteve ausente dos noticiários
para conviver à mesa -- e em sala reservada -- no "Reijos" da Rua Direita, em
Cascais, e saborear uma cataplana de tamboril, acompanhada de um branco
do Douro, DOC, do ano 2001. A entrada era presunto de Chaves e/ou queijo
da Serra, amanteigado. Um pecado sim, mas uma delícia tambem. A cataplana,
encomendada na véspera, estava bem temperada, sortida de gambas e com
alguns fígados do tamboril. A rematar, tivemos um gelado de amêndoa rodeado
de fambroêsas, descongeladas a tempo de parecerem naturais. E depois veio
o resto... Em minha opinião, o serviço prestado foi deficiente, tendo em conta
os preços da casa, e os comeres tambem sairam desvalorizados por pequenas
falhas de confecção. Por exemplo, a cebolada que acompanhava a cataplana
era pré-confeccionada (como faz a McDonalds); as fambroêsas, depois de
descongeladas, ganham bolôr, caso estejam muito tempo fora do frigorífico;
no final, pedida que foi uma aguardente velhíssima (superior em qualidade à
Adega Velha), ia ser servida sem chambrear o cálice e muito menos aquecer
a mesma, para melhor evolução do néctar... Pelo meu reparo, foi rectificado o
procedimento, mas a prática demonstrou o pouco uso dos instrumentos, tanto
que a lamparina não se conseguiu acender... Um serviço que não corresponde
à matriz da casa "Reijos". A verdade deve ser dita. O consumidor tem o direito
de exigir qualidade nos produtos e nos serviços, ainda mais quando paga bem.
A indústria de restauração tem muitas falhas. Para alem da falta de preparação
profissional dos trabalhadores (e dos patrões), há ainda a rotatividade, o uso
demasiado prolongado dos meios de produção, que dão origem à oferta de
produtos mal confeccionados. As ementas não são actualizadas; há restaurantes
a oferecer os mesmos "menus" de há 30 ou 40 anos. Poucas alterações fazem
nas salas de mesa, nas cozinhas, nas máquinas. Porque a mentalidade da maior
parte dos donos de restaurantes, não tem ideia do que seja "higiene e serviço
público". O que lhes interessa é fazer render o "peixe", i.e. a não substituição do
óleo de fritar, a utilização de molhos e outros produtos pré-confeccionados, como
seja as ceboladas, as natas, os chantilies e até mesmo as sopas. Contam com a
indústria da Iglô e da Nestlé... Tudo pré-fabricado, sem sabor nem aromas. Uma
casa com 40 anos de serviço, como o "Reijos", se não evolue, torna-se decrépita.

Iniciou-se o Ramadão, durante o qual os crentes no Profeta vão jejuar
ao longo de trinta dias, não podendo comer desde o nascer do sol até este
dar lugar à noite, e com abstinência das relações sexuais... É a sua fé, são
os seus costumes. Como cristão, espero que todos os muçulmanos tenham
paz de espírito durante o Ramadão e tenham sempre uma mesa com fartura
para alimentarem os seus corpos... Porque, com a barriga vazia, ninguem
é bom conselheiro, mas tambem não está interessado em receber conselhos.










2004/10/13

 
Nestes dias de Outono, cheios de sol e com temperatura amena, vivemos
numa insatisfação tão grande, que nem damos pelo tempo que passa... Estamos
inquietos, infelizes, ressabiados, sem podermos decidir o rumo das coisas que
estão acontecendo. Ele é o Governo que parece acéfalo uns dias, quando nada
resolve; é o primeiro-ministro, que não tem alma nem fôlego para desempenhar
o papel de "chefe de equipa"; são os vários ministros, que falam cada um por si
como se não houvesse programa de Governo; são as declarações "ping-pong"
de Santana Lopes, dizendo agora o contrário do que havia dito ontem; são os
"think-kids" da central de informações, que não conseguem controlar as diatribes
dos ministros PP-cds, do incrível Luis Delgado ou do dinossauro alberto Jardim;
é o desnorte total. Que nos leva à melancolia e desta para a hipocondria e daqui
para a depressão... Mas, atenção: nada de Prozacs! Nada de dependências.
Precisamos olhar para o horizonte, para contemplar a Natureza que, nestes dias
amenos e cheios de luz, irá ajudar-nos a recuperar do pesadelo em que vivemos.

O João Tunes, publicou uma lista de medalhas atribuida aos blogues
que mais gosta de visitar e constam na coluna dos links de Água Lisa. O "top +"
foi atribuido ao Jumento, um blogue original na Blogosfera. Eu sei que o nosso
Roncinante não gosta muito de carregar medalhas, mas como se trata de carga
virtual, estou certo que não vai escoucinhar. Trata-se de um gesto muito próprio
do João Tunes que, pela sua bondade, assim contribui para avivar a Blogosfera.
Já agora, pergunto: alguém sabe do Rui Pedro Silva, que foi para férias em
14 de Agosto e não mais voltou? "É hoje!... É hoje!... Vou ali e já volto... Em
Setembro". -- foi a mensagem do último post. Estamos em Outubro, e dele
nada se sabe. Terá ido ele até Bagdade, e sido feito prisioneiro, só porque se
intitulava o "Ali-Babá" ? Ou terá encontrado a lâmpada de Aladino e fugido com
o tesouro? Nesse caso, poderá estar refém dos "40 amigões".... Sabe-se lá!
É inquietante, esta dúvida... Terá ele aderido à "Alternativa ao Bloco Central"?


George Bush, o "presidente da guerra", distraiu-se com a queda de
Bagdade, esquecendo-se do "combate ao terrorismo" liderado por
Osama Bin Laden. Bush não consegue sair do "atoleiro" do Iraque e,
Bin Laden, em vez de "Wanted, dead or alive", está cada vez mais
fortalecido, com o "franchising" da Al-Qaeda a surgir por todo o lado,
a imitar o "MacDonalds". Agora até editou e distribuiu aos mudjahines
um "Manual de Sobrevivência"... Bush faz lembrar Santana: não leva
as coisas até ao fim, não consegue concluir uma só promessa.






2004/10/12

 
A montanha pariu um rato. A "conversa em família" do primeiro-ministro
Santana Lopes não revelou nada de importante. Apenas banalidades, lugares
comuns da retórica populista. Para além do estilo demodé, a cheirar a Marcelo
Caetano, lembra ainda, pela vacuidade do recado escrito, os discursos ôcos do
Almirante Américo Tomás: "dizem prá aí, que fui o primeiro presidente a entrar
numa mina... Não importa se fui ou não o primeiro, o que importa é que o chefe
do Estado esteja com os portugueses, e se estes estão numa mina, o meu dever
é ir à mina para estar com eles..." Cito de memória o discurso que o Tomás leu
à saída das Minas da Panasqueira, na companhia de pides, legionários, bufos de
ocasião e do pároco da igreja local. Um discurso adequado a Santana Lopes.

È o tempo da política espectáculo, talhada e vendida através dos meios de
comunicação social, alinhavada em papel A4 e difundida em diferido. Santana
Lopes não gosta de ser incomodado com perguntas. Assim, bota discurso sem
contraditório, e esquiva-se às perguntas para as quais não tem resposta ou então,
se a tem, pode faze-lo em duplicado, mas sempre diferente do original. O país
está a ser desgovernado por um primeiro-ministro cooptado, não eleito se quer
pelo seu partido. Os ministros arregimentados para os diversos ministérios são
incompetentes e não conseguem assumir as responsabilidades. O trabalho que
Manuela Ferreira Leite andou a fazer nas Finanças públicas, está a ser esquecido
por este Governo de esbanjadores, que promete fazer milagres, prometendo dar
aquilo que não tem e cortar em impostos que depois faltam nas receitas. Como se
a "retoma" tivesse chegado e a economia estivesse a crescer na ordem dos
3,5 por cento. Este Governo de gente medíocre e de "aparatchiks" encartados,
preocupa-se essencialmente com a sua sobrevivência, à custa de promessas e
balões de ensaio, que não tardarão a cair por terra ou a estoirar por desnorte.


George Bush, o "presidente de guerra", durante estes quatro anos do seu
mandato, mandou às ortigas muitos dos princípios pelos quais fez juramento
solene. E, como cristão, tem cometido muitos pecados, pelos quais um dia terá
de pedir perdão ao prior da sua igreja. Um desses "pecados" é a Mentira, de que
usa e abusa, de tal forma que já ninguem acredita no que ele diz. Agora "fintou"
os Democratas com um golpe rasteiro: no frente-a-frente com Kerry, dissimulou
um rádio-receptor colado nas costas, através do qual recebia indicações do seu
staff, à medida que decorria o debate transmitido pelas cadeias de televisão.
Vivemos um tempo de falta de ética, de moral, de honestidade e lealdade.






2004/10/11

 
No meu post de sexta-feira, procurei dar uma resposta aos subscritores
do "manifesto" QUEREMOS UMA ALTERNATIVA AO BLOCO CENTRAL. Fi-lo
sem pretensões de poder dar a melhor solução aos anseios dos confederados.
Mas apontei um caminho, que me parece ser correcto: é dentro dos partidos que
devemos lutar pela mudança da praxis política. Fora deles, aumenta-se a divisão.
O amigo João Tunes, aproveitou a deixa, e aguarda uma resposta sobre qual o
partido político ideal, onde os seus militantes possam realizar os seus sonhos.
Pede-me ainda "que, se possivel, a [minha] resposta deve acompanhar uma
proposta pronta a assinar e a colar fotografia". Mas eu sei que o João Tunes
não se dá bem com a disciplina partidária, por ser um cidadão livre e não gostar
de constrangimentos de qualquer espécie. Alem disso, é um cidadão atento e
interveniente, bem esclarecido, e sabe muito bem para onde vai o seu voto.
Por isso, "estamos conversados", como replicou o Luis Tito, a quem remeto
um abraço. Quanto ao João Tunes, esqueça a proposta pronta a assinar e com
foto a colar, e aproveite mas é o convite do Besugo para um copo nas terras do
Douro, em Sabrosa, Vila Real ou Santa Marta de Penaguião. Recomendo-lhes
um tinto "Cabeço de Burro" de 1998. No Alentejo, um tinto "Cartuxa" de 1999.

Quanto aos confederados no movimento UMA ALTERNATIVA AO BLOCO
CENTRAL, desejo que não se constituam em mais um partido com pendôr ao
Portugal Positivo, mas sim que consigam encontrar uma plataforma a partir da
qual os partidos tradicionais sejam colocados perante o dilema: ou revovamos
ou os eleitores viram-nos as costas. A vida é movimento. Se os partidos não
conseguirem acompanhar a "corrente" que move os eleitores, a política deixará
de ser um exercício cívico, para se tornar num pântano de águas mortas, onde
a corrupção, o abuso de poder e clientelismo partidário conduzirão o Estado
a uma autêntica "República das Bananas". Já nos basta a República do Jardim.
No Afganistão, onde a pobreza é enorme e onde as agências de publicidade
ou as "centrais de informação" não têm mercado para trabalhar, os cartazes para
a campanha eleitoral foram feitos à mão, com pinturas murais que vão perdurar
nas paredes de Kabul mesmo depois das eleições. Falta ainda conhecer os
resultados, mas tudo indica que vai ficar como estava, para descanso de Bush.






2004/10/08

 
Com a chegada do Outono, vem o cair da folhas, chega o fim de um ciclo,
começa a renovar-se um outro; é a lei natural da vida: desaparece uma força
em fase negativa (em contracção), para logo surgir uma outra em fase positiva
(em expansão). E o ciclo vai repetindo-se, sem que as duas forças se destruam
mutuamente. Pelo contrário, elas tendem a equilibrar-se, renovando-se sempre.

É o que estã acontecendo na vida política nacional. As forças que estão em
contracção -- por efeito dos seus contrários -- encaminham-se inexoravelmente
para o seu termo, dando lugar às forças que, pela contestação, pela luta travada
se encontram perto da sua fase de expansão... Estas forças são, o PS e o seu
novo secretário-geral, José Sócrates, e todos aqueles que, dentro do PSD, se
mostraram inconformados com a nomeação de Pedro Santana Lopes para o
cargo de primeiro-ministro. Perante a desastrada governação de PSL, resta
agora aos social-democratas puxarem o tapete a Santana Lopes durante o
Congresso do PSD a realizar em Dezembro. O exercício do poder não é para
todos, muito menos para quem não se sujeitou a eleições. De resto, já temos
a prova provada de que Pedro Santana Lopes é incapaz, não serve para o lugar.

No meio de todo o desnorte santanista, que tem contribuido para baixar
as nossas esperanças quanto ao futuro do país, verifico que alguns bloguistas
anseiam por uma alternativa ao bloco central, como se estivessemos a ser
governados pelo dito. Mas a verdade é que a coligação que nos governa, é uma
coligação de centro-direita... O Bloco Central existiu há uns 20 anos, no século
passado. Quanto ao "centro", uma vez que caminhamos para uma sociedade
onde as desigualdades se querem menos gritantes, qualquer partido político,
sózinho ou em coligação, não pode fugir do "centro" -- para ser Governo. Mas
a um partido, não podem faltar ideais, substância humanística, ética e cultura
-- entre outros valores. Um partido sem filosofia nem princípios humanistas, não
consegue ter lastro para governar em equilíbrio. Precisa de uma ideologia. E
precisa de um "centro"; sem centro, nada tem equilíbrio. É o "centro" que nos
dá consciência do "eu" e nos torna capazes de decidir por nós. Uma pessoa
"descentrada", está em desequilíbrio constante, não se afirma, não resiste...
Resumindo: perdôem-me esta arenga toda. Eu não tenho a verdade, o saber.
Mas permito-me ainda dizer o seguinte: se querem uma alternativa ao Governo
de Santana Lopes, votem PS nas próximas eleições. Se querem mudar este
mundo ou estes partidos, inscrevam-se neles, participem nas suas actividades,
proponham-lhes alterações, sugiram ideias inovadoras. Porque é "dentro" dos
partidos que se faz a luta, é lá que podem tornar realidade um pouco dos ideais
com que sonham. É bonito ter sonhos, aspirações, anseios, porque foi através
dos sonhadores que a Humanidade deu pulos e avançou. Busquem o futuro.
Ele é para vós, pois como diz o Luis Tito, eu já não tenho idade para isso.







2004/10/07

 
Afinal a censura não existe apenas em Angola, Cuba ou no mundo árabe.
Ela continua a ser usada em Portugal, um membro da UE. Pelo poder político,
através de uma central de informações; pelos membros do Governo, através de
pressões políticas no sector da comunicação social; pelos watchdogs da actual
coligação, que tem como exemplo o "incrível" Luis Delgado; pelos grupos
económicos que não conseguem medrar, sem os favores do Estado.

Pais do Amaral, através da Media Capital, chegou ao mundo das televisões,
comprando os cadáveres e os escombros de um projecto de "Televisão da Igreja"
no qual o Seminário de Cristo Rei e a RR tinham perdido muito dinheiro. Para este
projecto foram seduzidos muitos milhares de cristãos praticantes e de algumas
congregações religiosas que entregaram os seus dinheiros a troco de uns papeis
a que chamavam "acções".Foi um descalabro, um terramoto financeiro. Em breve
a TVI deu lugar a um canal generalista, com filmes "hard-core", concursos pirosos,
telenovelas venezuelanas, etc. Tudo falhou.
Com a entrada da Media Capital, dá-se uma reviravolta na programação
da TVI, com novos concursos, novos albarrâs, novo logotipo da estação, novas
imagens, compram o "Big Brother" e contratam o trunfo de copas: o professor
Marcelo Rebelo de Sousa. As audiências subiram. Pais do Amaral quer mais,
quer entrar no Cabo com canais temáticos, e quer algum espólio da Luso-Mundo.
Mas, para isso, precisa da "compreensão" do Governo. Não o pode hostilizar.
Para mostrar serviço com o qual espera "favores" do Governo, Pais do Amaral
paga o almoço para "domesticar" MRS. Mas o tiro sai-lhe pela culatra... Marcelo
é assim, é palrador, assertivo, contundente -- a ele ninguem o cala! Era o que
faltava, mandarem "recados" ao criador de "cenários políticos". Marcelo Rebelo
de Sousa assumiu-se como democrata, como cidadão livre, e bateu com a porta.

Deu-se a grande bronca! Afinal o Governo de Santana Lopes pretende
acabar com o delito de opinião. É um escândalo que ainda vai dar muita dôr de
cabeça a muita gente. Porque ninguem esperava ser possivel voltar a haver
censura em Portugal. O ministro Gomes da Silva, deu com a língua nos dentes,
Santana Lopes diz que não quer "calar" ninguem, Paulo Portas tenta abafar as
suas gargalhadas atrás do reposteiro... e Marcelo vai voltar às origens.
Um autêntico "circo" de mediocridades. Quanto à TVI prefere negar o que é
óbvio, e para abafar a "origem" deste escândalo Pais do Amaral e a sua querida
televisão, passam a dedicar-se à pecuária... Assim, a patir de agora, as suas
audiências dependem da bicharada existente na "Quinta das Celebridades",
onde a "pivot" Júlia conversa com um jumento, a quem dá o pau e a cenoura.
Pelo meio aparecem as vacas leiteiras, os touros, as cabras, os porcos (olá,
Orwell!), as "strippers", os aventinos, os gays, os broncos, os bácaros, as
galinhas e um cachôrro mimado a defecar dentro da "Casa das Celebridades",
para que tudo cheire a "porcos, feios e maus". Só falta lá o alberto da Madeira.


2004/10/06

 
O Congresso do PS, realizado em Guimarães no qual foi eleito José Sócrates
como Secretário-Geral, ainda é tema para comentários, análises e as opiniões
mais desencontradas, tanto à esquerda como à direita do PS. Ontem foi Eduardo
Prado Coelho (EPC) a dissertar sobre "A esquerda contemporânea", para fugir
ao slogan da campanha socrática "Uma Esquerda Moderna"... E para defender
as teses do BE, conduziu o seu raciocínio até ao "moínho", que são as alianças
pós-eleitorais: "não tendo, como é mais do que provável, maioria absoluta, o
PS prefere aliar-se à direita do PP ou prefere aliar-se à esquerda do BE ou do
PC?" Creio que EPC está a prestar um favor ao BE. Com efeito, nestes 28 anos
de democracia parlamentar, nunca o EPC se mostrou interessado em sugerir
uma aliança do PS com partidos de esquerda, designadamente o PCP. Porque
este partido é o que é, e sempre esteve contra as privatizações, contra a adesão
do país à UE, contra a Nato, contra a reforma do Estado. Porquê então vir agora
a terreiro esgrimir contra o facto de José Sócrates não pensar em alianças pós-
eleitorais (à esquerda ou á direita), mas sim em manter uma dinâmica de vitória
até às eleições em 2006, por forma a obter uma maioria absoluta?

Porque os amigos e colegas universitários que EPC tem no BE, estão a
ver que o voto de protesto contra o PS, e do qual têm beneficiado os bloquistas,
está para acabar. De resto, EPC sabe bem que o BE não é um partido político,
mas sim uma confederação de renegados, vindos da UDP, do PCP(r), do PS
e de ligas onde abundam os gays, as lésbicas, os alter-mundistas, e, sobretudo,
uma esquerda "radical-chique". É uma confederação de interesses, onde cada
um faz o possivel por se "encaixar" e fazer o seu papel de actor à espera de um
bom lugar. É uma confederação que raramente defende os desfavorecidos, os
mais pobres, os reformados e os que vivem à margem dos benefiícios prestados
pelo Estado cobrador de impostos. O BE luta por um lugar ao sol, fazendo uma
cuidadosa rotação dos seus dois/tres deputados na AR, dando a impressão de
que tem dez ou vinte deputados... É um bloco político sem ideologia, sem uma
doutrina ou princípio a defender. Que aliança pode fazer o PS com um grupo de
confederados? E a outra esquerda, monolítica e esclerosada, com a qual o PS
nunca aceitou aliar-se? Não é possivel, ainda mais agora, quando não se sabe
qual vai ser o futuro secretário-geral do PCP.

Da análise feita por EPC resulta, apesar de tudo, uma questão que a ele não
lembrou ou não soube colocar, e que é a seguinte: o PS, deve chamar a si, para
o seu seio, os intelectuais e a inteligenzia do nosso país. Os melhores, em tudo,
precisam ser chamados para as Novas Fronteiras que o PS de José Sócrates
se propõe alcançar. O PS não pode virar-se apenas para aqueles que estão
com o futuro e têm ideias concretas para dotar o país de modernidade. Tambem
deve apelar aos escritores, aos artistas, aos universitários, aos poetas...Porque
é tempo de o PS apresentar mais, para alem de Manuel Alegre e Carrilho. Deve
renovar, recrutar, tornar-se apelativo. Para que o BE não continue a "encaixar"
os desavindos com o sistema e com as políticas partidárias incoerentes.

George Bush preparou a invasão do Iraque para ter acesso a petróleo
mais barato e em maior quantidade, mas os acontecimentos tornaram-se
imprevísiveis e o petróleo está agora acima dos 50 dolares o barril, o dobro
do custo de há um ano, colocando em perigo o crescimento económico
mundial. Nem petróleo barato, nem a prisão de Bin Laben... só terrorismo.




This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Subscrever Mensagens [Atom]