2004/10/19

 
A coisa está esquentada. Houve-se uma cacofonia na praça pública. Não
é contra a guerra do Iraque, tão pouco pelo genocídio no Darfur; muito menos
ainda a discussão do Orçamento de Estado ou do corte dos benefícios fiscais;
nem se quer é sobre o aumento do desemprego ou das pensões de miséria. No
entanto a "plebe" está enfurecida, descontente; a coisa pode descambar para a
porrada, para a desobediência civil ou mesmo para a greve geral... A coisa está
esquentada por causa das diatribes e acusações infundadas entre os "patrões"
do futebol. Sim, do futebol. (A CIP, a UGT, a CCP e a Intersindical, ainda estão a
a entender-se). As coisas da "bola" é que preocupam a maioria do pessoal; tudo
leva a crer que existe "corrupção", nas arbitragens, nos jogadores, e entre os
"donos da bola". Não percebo o que se está a passar, mas deve ser coisa muito
séria, muito grave, pois até foi solicitada a intervenção do primeiro-ministro, do
Presidente da República, do procurador-geral da mesma, da FPF e da UEFA.
Ou será uma "nuvem de fumo" solicitada pela Central de Informações para
"esquecermos" os resultados das eleições regionais dos Açores e da Madeira?
De facto, o primeiro-ministro não vem dizer agora: "não liguem ao ruído"...


Já conheço o paradeiro de "Ali-Babá". Afinal não foi raptado no Iraque.
Está bem de saúde e tenciona voltar ao seu blogue dentro de pouco tempo. É
bom saber dos amigos. E por falar neles, quero aqui rematar uma questão em
aberto com o amigo Miguel Silva, a propósito da Alternativa ao Bloco Central.
O Miguel escreveu-me, para dizer que discorda da minha opinião, quando digo
que a criação de mais um partido, deixa-nos mais divididos. Para ele, a criação
de mais um partido, enriquece a democracia, porque contempla a vontade dos
eleitores que não se revêem nos actuais partidos. Respeito a opinião do Miguel,
mas não vejo vantagens em fundar mais um partido. Somos cerca de 6 milhões
de eleitores, e, para estes, já temos cinco partidos na Assemleia da República.
A multiplicidade de partidos leva à dispersão de votos, e, na maioria dos casos,
esses votos não se traduzem em eleição de deputados -- antes enfraquece os
actuais partidos, tirando-lhes deputados, tanto à direita como à esquerda. Isso
contribui para não haver "maiorias governamentais" com poder para exercer
uma legislatura completa, e executar um plano de reformas úteis e urgentes.
Claro que existe a hipótese de coligações ou acordos parlamentares, mas aqui
o programa de governo fica-se sempre pelo "possivel" entre as partes e não
pelo "desejável" para o país profundo. Acaba tudo por ficar a meio caminho,
com adiamentos sucessivos, passando para as calendras gregas, até esquecer.
Em democracia, para mim, não há melhor solução que a "alternância", ainda
que seja com coligações coerentes ou com acordos parlamentares. Seja à
direita ou à esquerda. Alternar, para comtemplar os outros e evitar "jardinadas".

É preciso agitar as águas, para evitar que nelas se desenvolvam as
bactérias que lhe consomem o oxigénio; é preciso força e vontade para
transformar as diferenças e fraquezas sociais numa dinâmica de vitória.










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