2006/07/14

 
O BURACO DA ILHA...

As declarações "provocatórias" feitas em Bruxelas pelo ministro das Finanças,
Teixeira dos Santos, em torno do défice das contas públicas da Madeira, revelam
"o ódio e o rancor existente no íntimo daquelas gentes socialistas que governam, e
mal, o rectângulo português". [...] Ao governo da república "exige-se solidariedade
institucional, respeito pelas populações, humildade, espírito de missão e honestidade
política". O ministro das Finanças [do contenente] sofre de "cansaço psicológico e
físico na sua actuação. Compreensível pela sua idade avançada".
Para bem da ilha
da Madeira, a "banda" do PSD local exige a demissão de Teixeira dos Santos, tal
como fizeram aqui, no contenente, os "deserdados" da CAP do CDS/PP, exigindo
a demissão do ministro dos Subsídos Agrícolas, Jaime Silva...
(Não há prá aí uns trocos prájudar às festas e arraiais da Madeira, ilha dirigida e
desgovernada pelo dinossauro Jardim, que está física e psicológicamente cansado?)

Bush antes de ir para o churrasco de javali... Até o bebé se assutou ao ver
o homem mais poderoso do mundo. Desatou a chorar e a pedir o colo da mãe...


Eu sou capaz de ler os cómicos Luis Delgado e Cesar das Neves, mas há outros
"comentadores" de direita que não consigo ler, por me causarem arrepios de pele
e indisposição estomacal. Creio que acontece o mesmo aos portugueses de direita
perante a escrita de um homem de esquerda. Aliás, há uns jornais com pendor de
direita e outros de esquerda, e, portanto, já conhecemos e sabemos quem mete
golos. Vem este intróito a propósito de Baptista-Bastos, que publica no Jornal de
Negócios uma crónica semanal titulada "A Caneta das Sete Léguas", como se os
leitores do JN, interessados em assuntos económicos, se dessem ao cuidado de ler
quem invectiva o capital, o mercado, a competitividade, a sociedade aberta, etc.
Não, o que o JN pretende é cativar os leitores de esquerda, como eu, que algumas
vezes compro o jornal, para ampliar as notícias sobre a actividade dos mercados.
Considero esta incursão, da esquerda em jornais de direita, um anacronismo
obsceno, um aproveitamento de receitas, uma promiscuidade intelectual.
Baptista-Bastos vem desancar na globalização, e cita uma obra de Galbraith, de
1952, para lhe servir de suporte... Em 1952 não havia abertura de mercados,
havia o colonialismo, a guerra fria, a pobreza dos países subdesenvolvidos... Se
fosse hoje, Galbraith seria o primeiro a defender a globalização, a automação
da produção, o alívio de trabalhos pesados, a utilização dos computadores, etc.

Enquanto Blair está enredado com os dinheiros angariados pelos seus
colaboradores para os cofres do Labour, Bush goza a companhia de Angela
Merkel, e esquece as fogueiras do Iraque, Irão, Coreia do Norte, Líbano...


Batista-Bastos chama em defesa da sua causa, o engº. Angelo Correia, que
em entrevista à SIC terá defendido a regulação do comércio livre... Afinal, onde
está a solidariedade desta gente? Não fosse a globalização, a abertura do comércio
aos países subdesenvolvidos, a China e a Índia continuariam a viver pobremente,
não cresceriam económicamente. Isto, para não falar de outros prquenos países.
Então, somos solidários ou não? Com o desenvolvimento daqueles países, mais
tarde, daqui por uns anos, todos nós vamos beneficiar com as transações comer-
ciais entre nações. Aliás já está acontecendo, com a expansão das exportações
para aqueles países. E África? Vamos ou não abrir as portas da Organização
Mundial de Comércio (OMC) aos produtos agrícolas daqueles países? Ou vamos
continuar a "praticar a caridadezinha" através de ajudas, subsídios, o envio de
roupas em segunda-mão, de medicamentos fora de prazo?...
A questão está em
saber como viver neste mundo actual, onde as mudanças acontecem com muita
rapidez, mas o mundo é composto de mudança, de 24 em 24 horas, de minuto
a minuto; parar é ficar para trás, é deixar-se vencer, é perder a realidade.
Porque é a General Motors está em falência? Porque não se adaptou à realidade
deste tempo, do mundo de hoje, em que o petróleo escasseia e atingiu preços
elevadíssimos... Mas a GM continuava a fabricar carros a consumir 18/20 litros.

As bolsas mundiais "estoiraram" pelo segundo dia e o petróleo atinge
os 78 dolares o barril... Com o terrorismo de Estado praticado por Israel
adivinham-se dias negros para as economias ocidentais. Quem vai pagar
os estragos do Tsahal em Beirute? Qual é a política de Bush para o Médio
Oriente? A frágil democracia no Libano vai dar lugar a um santuário do
Hezbolah? Outra vez? Mas afinal, qual é a política de Bush para aquela zona?





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