2006/07/30

 
ESTILHAÇOS DA GUERRA...

A testosterona dos militares israelitas só é suplantada pelos rockets do Hezbollah.
Mas o combate não deixa adivinhar qual vai ser o vencedor. Entretanto continua a
chacina de civis no Libano, como aconteceu hoje na aldeia de Qana, a Sul do Libano,
onde o Tsahal arrasou tudo, matando 54 civis, 37 dos quais eram crianças. Noutros
tempos, uma chacina com estes contornos, era considerada um "crime de guerra",
como aconteceu em My Li, Sbrnica, Wiriamu, Rwanda e em tantos outros locais de
conflito militar. Hoje, ou não há moralidade, ou a "razão" passou a estar sempre do
lado dos mais poderosos... Os loucos da guerra continuam à solta, a semear a morte
a "alimentar" o ódio e a vingança dos fanáticos do terror, a criar ainda mais inimigos.

O massacre do Tsahal atingiu 54 pessoas, das quais 37 eram crianças.

Se o ataque perpetrado há dias ao posto de observadores da ONU foi intencional,
o massacre de hoje à aldeia de Qana parece mais do que isso, parece um acto de
insanidade mental dos profissionais da guerra. Este acto de guerra criminoso, traz
à memória histórias da guerra do Vietname, designadamente a retratada no filme
Nascido a 4 de Julho, exibido ontem no Canal Hollywood, onde podemos verificar
que, num cenário de guerra de guerrilha, acontecem os combates mais disparatados
e mais cruéis, chegando ao ponto de se fazer pontaria e fogo contra os soldados não
do inimigo, mas do próprio contingente atacante. Acabam a matar-se uns aos outros.

Esta imagem da AP mostra toda a crueldade e brutalidade da guerra.

Tony Blair já viu o erro em que caiu. Correu a avisar George Bush de que não era
sensato deixar Israel continuar o massacre; era preciso um cessar-fogo. A imagem
deixada por Bush & Blair em S. Petersburgo -- ao adiarem o cessar-fogo -- foi um
sinal de aprovação dado a Israel para continuar os bombardeamentos a Beirute...
Este sinal, enraiveceu a maior parte dos políticos do mundo árabe, e alguns deles
acabaram por afirmar que os EUA estavam a favor de Israel e contra os Árabes.
Agora Bush enviou a senhora Rice para a rectaguarda do conflito, a fim de preparar
o terreno para um cessar-fogo, e evitar a ira dos países árabes. Mas o Tsahal foi
rápido a compreender o que estava em jogo, e procurou "sabotar" a agenda de
Condoleeza Rice, cometendo a loucura de bombardear mais um alvo civil no Libano.
Em face deste massacre, Fuad Siniora, PM do Libano, escusou-se a receber a Sra.
Rice, enquanto Emile Lahoud, PR do Libano, considerou o massacre de Qana como
sendo uma "desgraça". E agora, que vai acontecer? Vamos ter mais 2 semanas de
bombardeamentos no Libano, para quê, com que fim?... Para arrasar tudo e colocar
os libaneses contra o Hezbollah? Não parece crível, antes pelo contrário, cada vez
mais a opinião pública dos países árabes (e não só), está a favor do Libano e contra
os EUA, a Inglaterra, a Austrália. E chegámos, outra vez, ao filme Nascido a 4/7,
com manifestações públicas contra os bombardeamentos do Libano, a contecer por
em toda a parte, até nos EUA, com tiros e mortos numa Liga Judaica de Seattle...

No Rancho de Crawford, George Bush passa a mão pelo pêlo dos cavalos,
nas reuniões internacionais, entretem-se a massajar os ombros de Merkel.


Mas afinal, onde está a Mossad, a inteligência israelita para atacar o inimgo
no seu cóio, como nos mostrava o filme Raid em Entebe? Sim, quando Israel
foi ao aeroporto de Kampala, capital do Uganda, resgatar um punhado de reféns.
Foi um ataque feito por comandos israelitas, vitorioso, e sem baixas de efectivos.
Porque não consegue o Tsahal planear raids deste tipo para libertar os seus dois
soldados capturados pelo Hezbollah? Por não detectarem o local onde estão reféns?
Não acredito. Com "aqueles" que andam lá em cima, e com o sistema de escutas
que estão disponíveis (v.g. Echellon), creio que a Mossad podia fazer um brilharete.





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