2006/07/21

 
Israel convocou 6.000 reservistas para fazer a guerra no terreno, no Sul do
Libano, onde o Hezbollah tem marcado pontos. Israel planeava derrotar o inimigo
com bombas lançadas pela aviação e pela artilharia, mas esse plano falhou, como
falhou o sistema anti-míssil Patriot. É um mau sinal, porque o Hezbollah não é um
exército, não pode ser combatido numa frente de batalha. O Hezbollah usa táticas
de guerrilha, não tem linhas de combate. Pior ainda: tem rockects e mísseis em
grande quantidade. Israel vai levar tropas para o terreno, um terreno minado e
cheio de armadilhas do qual não vai sair fácilmente. A guerra vai prolongar-se.

As sondagens mostram que 90% dos israelitas aprovam a incursão no Libano.
Mas no inquérito realizado para auscultar os judeus faltou uma condicionante
que deveria ter sido colocada: e se as tropas forem para o terreno e tardarem em
atingir os objectivos que são, resgatar os dois soldados e desarmar o Hezbollah?
Já há quem diga que o primeiro-ministro israelita, Olmert, não tem experiência
de guerra, e que cometeu um erro ao proceder no Líbano como fizera em Gaza.
Mas a verdade é que, quem dirige as operações do Tsahal, não é o PM Olmert,
mas sim os seus generais, e a estes não falta experiência... Apesar de tudo, até
um general pode cometer erros de estratégia. Neste caso, os generais israelitas,
terão menosprezado o potencial bélico do inimigo, habituados que estão a lutar,
em Gaza e Cisjordânia, com um inimgo sem exército, sem aviões espiões doner,
sem milhares de rockets, sem mísseis, e totalmente cercados pelo Tsahal.

A comunidade internacional começa a inquietar-se perante a morosidade que
o Tsahal está a revelar na conquista dos seus objectivos, que eram o resgate de
dois soldados e o desarmamento do Hezbollah. Ao fim de 10 dias de guerra, (só
ontem foram lançadas 23 toneladas de bombas), Beirute, a capital do Líbano,
continua a ser destruida, arrasada e desarticulada. Ao porto de Beirute todos
os dias acorrem milhares de pessoas para serem repatriadas, sem sucesso, por
falta de meios de resgate. É fácil percebermos, através do relato dos media, e
de uma infinidade de bloggers, que a comunidade internacional não está
preparada para acudir a uma situação de emergência provocada por um conflito
bélico como este, aqui no Mediterrâneo, frente à Europa... Longe vão os tempos
em que, neste mar, andava sempre em manobras a VI Esquadra americana...

Temos visto, neste dias, como a falta de meios de resgate nesta emergência
tem sido um drama humano, e tem mostrado que até as grandes potências, não
têm cuidado dos seus cidadãos, com prontidão e meios de transporte para que
estes abandonem Beirute, uma cidade em guerra, onde falta a electricidade, a
água, e onde o saneamento básico não funciona, nem é feita a recolha de lixo...
A Austrália, que tem um contingente de militares no Iraque, não conseguiu
prestar aos seus cidadãos em viagem por Beirute, a assistência que devia dar,
em tempo útil e de acordo com o estatuto de um país rico e militarmente forte.
A Austrália tinha 750 turistas no Líbano. Tem uma comunidade de libaneses
muito numerosa, que ajudou a desenvolver o país austral durante o início do
século passado. Outros países estão na mesma situação, como é o caso dos EUA,
que só ontem começou a resgatar os seus cidadãos. Foi tudo em sobressalto...

Na Embaixada da Austrália, em Beirute, as chamadas passaram a
ser atendidas pelo sistema de gravação, piorando a angústia e o medo.





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