2006/07/23

 
A guerra que troveja no Sul do Libano espalha vagas ondulantes até à Síria, Irão
Iraque, Cisjordânia e Faixa de Gaza. O epicentro desta trovoada está em Beirute,
mas o fogo electrizante dos seus trovões é provocado por Isarael, e chega à Europa,
Américas, Sudoeste da Àsia e Oceânia. É uma tempestade que está a causar muitos
estragos, mas a verdade é que Israel está a fazer o combate que a comunidade
internacional e o Libano deviam ter feito, e não tiveram a coragem de o fazer até
agora, que era cumprir a Resolução 1559 da ONU: desarmar o Hezbollah (o Partido
de Deus), que está representado no governo do Libano por dois ministros e tem no
Parlamento uns 15 deputados... O Hezbollah é um partido xiita, que representa
34% da população libanesa, e está mais interessado em servir o Irão do que o povo
do Libano onde há 21% de sunitas, 20% de cristãos maronistas, 19% de outros
cristãos, 5% de drusos e 1% de diversas confissões religiosas.

De ambos os lados da guerra se fazem orações aos deuses antes da batalha.

Condoleeza Rice já estará no Médio Oriente, procurando uma saída para esta
guerra entre Israel e o Hezbollah, mas o processo negocial que irá conduzir a um
cessar-fogo só estará concluido após Israel ter recebido as "bombas inteligentes"
enviadas pelos EUA, e que serão utilizadas nos bombardeamentos cirúrgicos em
locais suspeitos de pertencerem ao Hezbollah. Era o que Israel deveria ter feito
em Beirute, para não causar a destruição em tão larga escala. Mas Israel não tinha
em stock aquele tipo de arma, pelo que recorreram aos EUA, e conseguiram que
o Departamento de Estado desse luz verde à entrega imediata.
Chegam noticias de que o Hezbollah teria aceite trocar os dois soldados israelitas
em seu poder pelo fim das hostilidades, mas ainda é cedo para chegar a este ponto.
O Hezbollah ainda tem muitos mísseis, e Israel ainda espera ganhar a guerra.

Numa guerra nem sempre há vencedores... Vamos esperar para ver.

A vida em Beirute é trágica e penosa. A maior parte da cidade não tem água,
electricidade, recolha de lixo, e o comércio e serviços não funcionam. As pessoas
sentem-se abandonadas, sem trabalho, a viver num país sem futuro. É um viver
trágico e desesperante. Na blogosfera podemos sentir esse desespero, vertido em
html nos blogues que ainda têm acesso à rede. Uns fazem apelos para que parem
os bombardeamentos a Beirute, outros acusam Israel pelos crimes que tem feito,
e poucos parecem simpatizar com o Hezbollah. Para nós, citadinos ocidentais, é
muito dificil avaliar o desespero de quem vive numa cidade desarticulada pelos
bombardeamentos, pela destruição causada nas infraestruturas como pontes,
estradas, escolas, lojas comerciais, com falta de água e de electricidade. Até as
antenas de televisão foram destruidas. Para muitos só resta a emigração...

Verão tórrido... Os "putos" de Xangai ao banho nas águas da cidade.





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