2004/07/08

 
Não consigo descortinar o futuro político do meu país, depois
do abandono de Durão Barroso do cargo de primeiro-ministro para ir
desempenhar o lugar de presidente da Comissão da UE. É uma situação
imprevista para todos nós, mas tambem um caso de orfandade para todos
quantos votaram PSD em 2002. Durão Barroso fez bem em aceitar o cargo
para que foi indigitado. Mas fez mal ao designar como seu sucessor, o
edil Santana Lopes, para dar continuidade à legistatura da coligação.
Como disse o professor Marcelo, Santana Lopes seria uma solução lógica
como presidente do PSD, mas nunca como primeiro-ministro. E é neste
ponto crítico que o PR pode ser induzido a convocar eleições antecipadas.
O professor Marcelo terá sido avisado para "não criticar o indigitado
Santana Lopes" mas, como já referi anteriormente, Marcelo é demasiado
espontâneo, pelo que, mais tarde ou mais cedo, vai falar bem e direito.
E já o fez, embora indirectamente: para Marcelo, Santa Lopes será um
bom presidente do PSD mas, para primeiro-ministro, deve aceitar uma
outra figura com mais experiência, mais credibilidade, mais rigôr.

A grande questão, quanto a mim, está na escolha feita pelos social-
democratas, ao indicarem para primeiro-ministro o edil Santana Lopes,
quando podiam e deviam indicar outro nome, já que o nome do actual
edil de Lisboa, está desgastado e não tem credibilidade para ser
primeiro-ministro de um governo sujeito às regras do PEC decididas
pela UE. O PSD não foi avisado nem esclarecido sobre as exigências
desta política. O professor Marcelo vem agora dizer aquilo que todos
nós sempre sentimos com evidência, que Santana Lopes poderia ser um
dirigente partidário apropriado, mas nunca um bom chefe de governo.
É pena que o professor Marcelo não tenha referido esta sentença
nas suas "missas dominicais da TVI" em tempo apropriado, e venha só
agora "recomendar" a solução inteligente -- quando tudo já está decidido.

Com a incapacidade demonstrada pelos conselheiros do PSD em escolher
um político com perfil adequado ao momento que passa, e em face da
crescente onda de activistas a pedir "eleições já", tudo leva a crer
que a lógica presidencial poderá ser inclinada para o lado que ,
neste momento, mais razões objectivas apresenta para que a solução
da presente crise política leve à convocação de eleições antecipadas.
Do ponto de vista económico é complicado, mas já que as coisas estão
no ponto de "sa(n)tanização" política, é preferivel antecipar a
consulta popular -- mesmo com dirigentes partidários frágeis e com
pouca credibilidade. É o tempo de fracos resultados...













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