2004/07/29
A economia de mercado chegou às rodas da Volta a Portugal em bicicleta.
Este ano temos uma amostra daquilo que já foi o nosso Tour. Com um percurso
de 1507 kms, 10 etapas, 18 equipas -- 9 portuguesas, 4 italianas, 3 espanholas,
1 polaca e 1 russa -- esta "amostra" da Volta só percorre as estradas do país
para norte das margens do rio Tejo. Ainda assim, o itinerário da prova, é feito
aos saltinhos, com a bicicleta às costas entre o Cartaxo e a Batalha.O "show",
o circo está a corromper a maior parte das modalidades desportivas, da política
e dos bons costumes. Tudo por causa da "rentabilidade", do lucro, do dinheiro.
O desporto deixou de ser livre, participativo, imprevisível... Agora tudo é
planeado com antecedência, para designar o vencedor,quem vai ser o herói--
inventado a partir do trabalho de sapa feito por outros heróis sem glória. Como
acontece com o "Tour de France", onde meia dúzia de "ciclistas-obreiros" vão
atacando e trabalhando para a vitória do "vencedor" préviamente designado.
O espectáculo da Volta a Portugal já não encanta nem anima as estradas
do nosso país. Longe vão os tempos de Alves Barbosa e Joaquim Agostinho,
quando o povo ia para a estrada ver passar os ciclistas. Nas cidades, vilas e
aldeias, qualquer lugarejo por onde passasse a Volta, o povo acorria para ver
passar a caravana dos ciclistas. Porque havia verdade, entusiasmo e sentia-se
que o vencedor seria sempre o melhor, o mais regular, o mais apto. Agora,
temos uma mini-volta para facturar os patrocínios, fazer propaganda de marcas
e patentes, receber gente VIP em mega-camiões com ar-condicionado, vindos
do fim de festa do Tour de France. É uma festa dos VIPs, que não esquecem
o povinho consumidor, reservando a este a parte do arraial com febras na brasa,
vinho e cerveja a granel, mais o play-back de musica "pimba" em altos decíbeis.
Angelo de la Cruz, motorista filipino em serviço no Iraque, deve a sua
vida à presidente Gloria Arroyo, e ao povo que se mobilizou pressionando-a
a retirar os 59 cooperantes civis daquele vespeiro. Outros estão e estiveram
ameçados de morte. O rapto de civis e militares continua a verificar-se por
todo o Iraque, que é certamente o lugar mais perigoso do mundo para viver.
Perante uma situação como a que enfrentou Gloria Arroyo, não devemos ser
nós a julga-la pelo que fez. Devemos é perguntar a Bush e Blair, como foi
possivel o Iraque transformar-se no atoleiro de violência infernal em que se
encontra? E, apesar do seu poderio militar, são incapazes de lhe pôr fim.
Este ano temos uma amostra daquilo que já foi o nosso Tour. Com um percurso
de 1507 kms, 10 etapas, 18 equipas -- 9 portuguesas, 4 italianas, 3 espanholas,
1 polaca e 1 russa -- esta "amostra" da Volta só percorre as estradas do país
para norte das margens do rio Tejo. Ainda assim, o itinerário da prova, é feito
aos saltinhos, com a bicicleta às costas entre o Cartaxo e a Batalha.O "show",
o circo está a corromper a maior parte das modalidades desportivas, da política
e dos bons costumes. Tudo por causa da "rentabilidade", do lucro, do dinheiro.
O desporto deixou de ser livre, participativo, imprevisível... Agora tudo é
planeado com antecedência, para designar o vencedor,quem vai ser o herói--
inventado a partir do trabalho de sapa feito por outros heróis sem glória. Como
acontece com o "Tour de France", onde meia dúzia de "ciclistas-obreiros" vão
atacando e trabalhando para a vitória do "vencedor" préviamente designado.
O espectáculo da Volta a Portugal já não encanta nem anima as estradas
do nosso país. Longe vão os tempos de Alves Barbosa e Joaquim Agostinho,
quando o povo ia para a estrada ver passar os ciclistas. Nas cidades, vilas e
aldeias, qualquer lugarejo por onde passasse a Volta, o povo acorria para ver
passar a caravana dos ciclistas. Porque havia verdade, entusiasmo e sentia-se
que o vencedor seria sempre o melhor, o mais regular, o mais apto. Agora,
temos uma mini-volta para facturar os patrocínios, fazer propaganda de marcas
e patentes, receber gente VIP em mega-camiões com ar-condicionado, vindos
do fim de festa do Tour de France. É uma festa dos VIPs, que não esquecem
o povinho consumidor, reservando a este a parte do arraial com febras na brasa,
vinho e cerveja a granel, mais o play-back de musica "pimba" em altos decíbeis.
Angelo de la Cruz, motorista filipino em serviço no Iraque, deve a sua
vida à presidente Gloria Arroyo, e ao povo que se mobilizou pressionando-a
a retirar os 59 cooperantes civis daquele vespeiro. Outros estão e estiveram
ameçados de morte. O rapto de civis e militares continua a verificar-se por
todo o Iraque, que é certamente o lugar mais perigoso do mundo para viver.
Perante uma situação como a que enfrentou Gloria Arroyo, não devemos ser
nós a julga-la pelo que fez. Devemos é perguntar a Bush e Blair, como foi
possivel o Iraque transformar-se no atoleiro de violência infernal em que se
encontra? E, apesar do seu poderio militar, são incapazes de lhe pôr fim.
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