2004/07/20
Afinal, a montanha pariu um rato. Da reunião magna do Governo liderado por Santana Lopes não saiu nenhuma medida bombástica, apenas uma lista com as prioridades de Santana Lopes, que parece ter adoptado o estilo barrôco, talvez por influência das "Quatro estações" de Vivaldi. Por agora, e porque estamos no verão, há que cuidar da "época balnear, do combate a incêndios, da prevenção rodoviária e dos horários dos professores"... No Outono, haverá outras prioridades. Santana Lopes pediu ainda "um ponto da situação" sobre "o que são as preocupações das famílias portuguesas nesta altura do ano". Não há dúvida que, em todo este "trabalho de casa", o que mais se torna evidente, é a vontade de Santana Lopes agradar às famílias, ao seu futuro eleitorado... Isto é, simplesmente, populismo. Como populista nato, Santana Lopes quiz "associar o início das funções como primeiro-ministro à memória" de Sá Carneiro. Um gesto de "artista". É que, não se trata de recordar o político pela obra feita ou a data da sua morte, mas tão só porque, se fôsse vivo, faria 70 anos. Apenas uma data, apara Santana mostrar a sua fé no ex-PPD e, mais uma vez, promover-se como "herdeiro" de Sá Carneiro. Santana Lopes podia fazê-lo em privado, sem câmaras de televisão nem fotógrafos. Como o fez Santana, até os fantasmas vizinhos do homenageado, terão tido vontade de protestar contra aquele espectáculo, mediático e cheio de hipocrisia. Deixemos os mortos em paz e cuidemos dos que estão vivos.
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