2006/01/18

 
Durante a presente campanha eleitoral podemos verificar que, a esquerda,
não gosta de mudança. Prefere continuar a viver no passado, com as memórias
de outros tempos, com aquilo que já conhece. A mudança provoca-lhe sentimentos
de insegurança, desconforto e incerteza. Mas não é apenas na esquerda política
que sentimos essa rejeição pela mudança. Tambem a direita e o centro têm algumas
fobias contra a mudança. E o cidadão comum, empregado por conta de outrem, ou o
pequeno comerciante e industrial, tambem não gostam de mudança, não conseguem
perceber que a vida é mudança, constante transformação, tal como acontece com as
células do noso corpo. Todavia, quando uma sociedade vive em estado comatoso,
quando as nossas vidas se tornam cinzentas e sem sentido, não haverá receita mais
apropriada para os males de que padecemos, que uma mudança profunda na linha
de rumo das nossas vidas, do ambiente em que vivemos, dos medos acarretados.
Precisamos de mudança. A esquerda, trinta anos depois, não se pode acomodar às
certezas do passado, tem que aprender a viver com os seus fantasmas... A eleição
de Cavaco Silva para a PR não é o fim da República, nem um golpe militar, nem tão
pouco o regresso do sidonismo. A esquerda política tem que aprender a viver com
um Governo socialista e um PR social-democrata, se assim ditar o voto da maioria
dos portugueses. Para o PS seria mais cómodo governar com um PR socialista, mas
isso aconteceu durante vinte anos...levando à acomodação dos governos, e sem que
o país tenha sido beneficiado por isso. Apenas "amoleceu" a acção dos governos PS.

Apesar dos -20 graus negativos este pescador aventura-se na
bruma da manhã para ir pescar no Lago Chiemsee, na Alemanha.


Os nossos empresários ligados à actividade turística estão desiludidos com a
BTL-Bolsa de Turismo de Lisboa. Querem outra coisa, mas não sabem bem o quê.
Dizem que a BTL -- a decorrer na FIL até dia 22 -- favorece a saída de turistas, e
o que eles pretendem é a "entrada" de turistas estrangeiros. É estranho que só
agora venham reclamar mudança, quando a BTL se vem realizando desde 1988...
A Confederação do Turismo, a Associação dos Hoteleiros e a Agência Portuguesa dos
Agentes de Viagem acusam a BTL de ser uma "feira para vender espaços" e pouco
mais. Querem chamar turistas a Portugal, mas pouco ou nada fazem; estão neste
negócio e não sabem com que linhas se cosem. Esperam pela ajuda do Governo, do
ICEP e outros organismos, para que tragam turistas a Portugal. Ora, com gestores
e empresários destes, como pode o país desenvolver-se? Não têm iniciativa, não
conseguem fazer nada sem o Estado. Então, para que querem as associações de
classe e de corporação? Querem trazer turistas (em vez de exportar), muito bem:
juntem esforços, contratem uma agência de publicidade, façam feiras e exposições
nas grandes capitais dos países mais rentáveis, mostrem o que fazem, e têm para
oferecer. Trabalhem, porque o futuro de Portugal, em conjunto com Espanha, vai
ser "a região de turismo" para todos os europeus... Deixem-se de lamúrias, façam
alguma coisa pelo país, exijam profissionais com formação, vejam o que está a ser
feito noutros países, copiem, inovem, e esqueçam o protesto contra os galheteiros.

PROTOCOLO DE QUIOTO...

Quando tomou posse, em 2001, George Bush recusou parte dos
protocolos aceites por Clinton, um deles sobre o aquecimento global.
Depois do furacão Katrina ter varrido New Orleans, Bush sentiu que era
a hora de mudar... mas à sua maneira. Convocou meia dúzia de países para
uma reunião na Australia, a Asia Pacific Partnership on Clean Developement
and Climate, e, tal como se fosse Moisés a libertar a indústria poluidora, lá
foi com os seguidores, a caminho da "Terra Prometida", reunir em Sidney.


Após dois dias de discussões, Bush não conseguiu obter uma alternativa
ao Protocolo de Quioto, apesar de prometer milhões de dolares aos gestores
das maiores indústrias poluidoras: extracção de carvão, gas, petróleo, ferro,
níquel, alumínio, urânio, cobre, diamantes, etc.. A ideia de Bush era passar a
responsabilidade à grande indústria extractiva, financiando parte dos custos
dos "novos processos de extracção limpa" de diversas matérias primas. Pelos
relatos chegados da Austrália, parece que os "velhos métodos" vão continuar...





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