2006/01/31

 
O BLOQUEIO CRIATIVO...

Hoje fiquei a saber, através do DN, que a inibição criativa, pode atingir qualquer
um de nós. Tambem fiquei a saber que as causas do embargo são várias e podem
acontecer em qualquer idade. Portanto, as origens do problema são insondáveis e
muito diversificadas, pelo que as "alterações climáticas"--como aqui referi ontem--
são apenas uma milésima parte a influir no bloqueio criativo. O DN cita a entrevista
exclusiva de Gabriel Garcia Márquez a La Vanguardia, a publicar no domingo, para
dizer que em 2005, o Prémio Nobel da Literatura de 1982, "não escreveu uma linha
sequer". "À beira dos 79 anos [o autor de Cem Anos de Solidão], conhece por fim as
agruras de um pousio forçado" -- resume o DN nesta bela e sapiente frase.

Vulcão Augustine, no Alaska, entrou em actividade, explindo fumos...

Todos nós, com mais ou menos intensidade, já sentimos a angústia causada pelo
"bloqueio criativo". Quando tal acontece, por mais que nos esforcemos, não somos
capazes de encontrar a ideia, a palavra, a inspiração, o princípio e o fim do novelo...
A escritora Hélia Correia critica os autores que publicam obras em demasia, num
"processo de ganância", julgando eles que o "milagre" [da inspiração] se repete.
"Pura ilusão: o facto de entrarmos uma vez na Casa de Deus não implica que ele
nos dê a chave". Não vou por aí, mas de facto a criatividade mais genial e mais
assombrosa tem a ver com algo de muito profundo, uma espécie de luz interior,
que ilumina o nosso pensamento e coloca enormes quantidades de informação na
nossa memória, em conformidade com a vontade por nós expressa préviamente.
Esta fonte de inspiração (ou de luz), depende muito do estado físico e espiritual do
indivíduo criativo. Uma qualquer patologia, um choque emocional avassalador, o
estado de ansiedade, vivido e causado por algo que está para acontecer, penaliza
a função criadora... Se existir um bloqueio criativo, a melhor atitude a tomar é
não forçar as coisas, é saber encontrar as causas que determinam tal efeito...
Há criativos que, na época do "pousio", continuam a produzir... Mas a sua obra,
o resultado final, pode ser uma expressão de azedume, violência, desespero...
Há muita "obra artística" que é produto da luta travada no íntimo do seu autor.
Não tem beleza estética, atormenta as pessoas... mas o mercado tudo negoceia.

A neve e o cão... Imagem captada pela Reuters em Mira de Aire, near Fátima,
como refere o Sidney Morning Herald que a publicou na edição de ontem.





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