2005/05/14
Esta manhã, ao pegar no "Público", o meu jornal de sempre, e que é tido como
um "jornal de referência", fiquei preocupado e confuso. É que, metade da primeira
página, era reservada a um jogo de bola; a segunda página, era sobre o referido;
a terceira página, era a continuação do mesmo; a quarta, a quinta, a sexta, a sétima
até à nona página, era só futebol... Pensei cá para comigo: o jornal é impresso na
Mirandela, onde são impressos outros jornais; deve ter havido erro na montagem
dos fotolitos, que pertenciam a jornais desportivos e foram parar à maquete do
"Público". Mas não, era mesmo assim. O jornal de "referência", tinha virado folha
desportiva. O "Público" abastardou-se. A sua direcção ensandeceu. Perdeu o tino,
e veio fazer concorrência desleal aos pasquins do mundo negro do futebol. Ao que
isto chegou, senhores! Se eu quizesse saber das tácticas da bola, dos nomes dos
boladores, dos estádios e dos donos do esférico, não era o "Público" que ia comprar;
era o Jogo, a Bola, o 24 Horas, o Diário da Mânha, o Penalty ou o Frangueiro!...
Nunca o "Público", o tal "jornal de referência". Isto mostra a terrível insanidade
que acometeu o bom jornalismo. Já não se distingue a informação da propaganda;
confunde-se obscenidade com espectáculo; vende-se gato por lebre; cultiva-se a
linguagem rasca, ordinária e violenta dos estádios de futebol trazendo-a para as
conversas do dia-a-dia de cada um, em lugar da amena conversa sobre a vida e
e a familia de cada qual; fomenta-se a alienação dos espectadores nas arenas do
futebol, porque essa é a atitude mais vantajosa para o Governo, para os patrões
e para familias desavindas, que não querem as "massas" em esquizofrenia. Todos
fazem como na antiga Roma: para alegria do povo, enfeita-se arena e lançam-se
para a contenda "águias e lagartos". No final, um deles sai derrotado, sangrando
até morrer. A assistência berra frenéticamente até ao fim do espectáculo. No fim
abandona a arena, e sai estafada, ululante, mas mansa. No dia seguinte, o mundo
continua na mesma, e meia dúzia de senhores fazem o balanço da tesouraria. Foi
um bom espectáculo, diz o tesoureiro. Vamos à UEFA, rematam "os Donos da Bola".
O toiro é um simbolo de força, mas vive a sua vida pacificamente.
um "jornal de referência", fiquei preocupado e confuso. É que, metade da primeira
página, era reservada a um jogo de bola; a segunda página, era sobre o referido;
a terceira página, era a continuação do mesmo; a quarta, a quinta, a sexta, a sétima
até à nona página, era só futebol... Pensei cá para comigo: o jornal é impresso na
Mirandela, onde são impressos outros jornais; deve ter havido erro na montagem
dos fotolitos, que pertenciam a jornais desportivos e foram parar à maquete do
"Público". Mas não, era mesmo assim. O jornal de "referência", tinha virado folha
desportiva. O "Público" abastardou-se. A sua direcção ensandeceu. Perdeu o tino,
e veio fazer concorrência desleal aos pasquins do mundo negro do futebol. Ao que
isto chegou, senhores! Se eu quizesse saber das tácticas da bola, dos nomes dos
boladores, dos estádios e dos donos do esférico, não era o "Público" que ia comprar;
era o Jogo, a Bola, o 24 Horas, o Diário da Mânha, o Penalty ou o Frangueiro!...
Nunca o "Público", o tal "jornal de referência". Isto mostra a terrível insanidade
que acometeu o bom jornalismo. Já não se distingue a informação da propaganda;
confunde-se obscenidade com espectáculo; vende-se gato por lebre; cultiva-se a
linguagem rasca, ordinária e violenta dos estádios de futebol trazendo-a para as
conversas do dia-a-dia de cada um, em lugar da amena conversa sobre a vida e
e a familia de cada qual; fomenta-se a alienação dos espectadores nas arenas do
futebol, porque essa é a atitude mais vantajosa para o Governo, para os patrões
e para familias desavindas, que não querem as "massas" em esquizofrenia. Todos
fazem como na antiga Roma: para alegria do povo, enfeita-se arena e lançam-se
para a contenda "águias e lagartos". No final, um deles sai derrotado, sangrando
até morrer. A assistência berra frenéticamente até ao fim do espectáculo. No fim
abandona a arena, e sai estafada, ululante, mas mansa. No dia seguinte, o mundo
continua na mesma, e meia dúzia de senhores fazem o balanço da tesouraria. Foi
um bom espectáculo, diz o tesoureiro. Vamos à UEFA, rematam "os Donos da Bola".
O toiro é um simbolo de força, mas vive a sua vida pacificamente.
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