2005/05/10

 
O director do "Público" -- grande entusiasta da cultura dos States -- tambem
veio botar discurso sobre as comemorações de Moscovo: "É claro que o aperto de
mão não desanuviou o ambiente tenso que marcou as comemorações em Moscovo".
José Manuel Fernandes (JMF) referia-se ao encontro de Bush com Putin. Só JMF
viu aquilo que ninguem viu. O que vimos foi George Bush ao lado de Putin, todo
sorridente, a conduzir um "Volga" de 1956. JMF escreveu nada sobre os 60 anos
da capitulação nazi, e quase nada sobre a Rússia, embora tenha puxado pela escrita
de Marie Mendras: "Tres quartos dos russos até podem ter uma ideia positiva da
União Europeia, mas isso não os faz sentir europeus: 55 por cento afirmam que
nunca se sentiram minimamente como tal". JMF persiste em misturar alhos com
bugalhos, e esta data não devia servir para isso. Grande número de pessoas fala
da Rússia como quem fala de Portugal -- embora poucos falem da nossa realidade.
Ora, a Rússia, não é só a parte europeia, que vai de Moscovo aos Montes Urais.
A Rússia tem mais de 17 milhões de km2, é quase duas vezes maior que os States,
30 vezes mais que a França, 200 vezes este rectangulo pequenino que é Portugal.
A Rússia estende-se de Moscovo até Vladivostok e, mais a norte, até ao estreito de
Bering, que separa o Alasca da Ásia. Falamos do país mais extenso do mundo, que
tem povos de 57 nacionalidades em território próprio e 95 nacionalidades sem área
geográfica definida. Conhecer esta realidade imensa, é muito dificil para alguem
como nós, que somos pequeninos... mas julgamos ser os maiores, cá neste planeta.
A Rússia é o nosso grande vizinho euro-asiático, com quem devemos viver, e a
quem precisamos conhecer melhor, para acabar de vez com a mini-visão que
temos de uma Rússia europeia; ela é euro-asiática, muito diversificada, e tem
característica muito próprias de quem vive os grandes espaços geográficos.


Decorre em Brasília, até amanhã, a Cimeira Árabe-Sulamericana. O Brasil
impõe-se como potência regional, e mostra que o mundo está a mudar. Por agora,
fala-se de estreitamento de relações económicas e culturais, mas o Brasil de Lula
procura apoios para ser eleito membro permanente do Conselho de Segurança da
ONU. Quando chegar a altura da nova reforma das Nações Unidas, onde outros
países assumirão maior papel como o Japão, a Índia, o Brasil, a Africa do Sul, e
a entidade União Europeia, caso o Tratado Constitucional seja aprovado.
Em Brasília estão reunidos 10 países sul-americanos e mais 22 países árabes.
Entre estes, destaca-se a Arábia Saudita, Bahrain, Kuwait, Oman, EAU, Síria,
Jordânia, Iraque, Palestina, Egipto, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Argélia, Sudão,
Somália, Qatar, Iemen, Djibuti, Comores. Sul-americanos estão, Brasil, Argentina,
Venezuela, Chile, Paraguai, Uruguai, Colômbia, Perú, Bolívia e Guiana Francesa.
Fala-se na constituição, entre Brasil, Venezuela e Argentina de uma Petrosul --
uma companhia internacional para pesquisa, extracção e refinação de petróleo.
No desenvolvimento de culturas em zonas áridas, como são os países árabes e
o sertão brasileiro. O Brasil tem competência e tecnologia para esse fim. Vamos
aguardar pelo final da cimeira. Quem está desconfiado, são os States, por verem
que os países menos desenvolvidos começam a arrepiar caminho...

Há muitos árabes a viver nos países sul-americanos.





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