2005/05/31
O resultado do "NON" francês ao TC europeu teve resposta imediata por parte
Jacques Chirac, que substituiu Raffarin por Dominique de Villepin na chefia do seu
Governo. Trata-se apenas de um paliativo para atenuar as ondas de choque que
abalaram a V República. Vamos ver se o movimento do "NON" não vai exigir mais
que isso, isto é, se vai querer eleições legislativas antecipadas. Se isto acontecer,
é de esperar que a direita saia do poder, complicando-se ainda mais as expectativas
dos que, em França e no resto da Europa, anseiam pela continuidade da construção
europeia. Isto porque, neste momento, os partidos de direita e de esquerda estão
divididos, sendo muito dificil conseguir uma maioria de votos para governar o país.
Entretanto, com ou sem eleições antecipadas, a França vai continuar a perder mais
postos de trabalho, a fechar mais fábricas, a deslocar mais produção, como acontece
na Alemanha, na Holanda, em Inglaterra, em Portugal. O capital procura lucros, e
hoje em dia, ele não encontra barreiras nem fronteiras para expandir-se. Vejamos
o quotidiano de um cidadão americano, habituado a viver com os problemas que
agora estão a preocupar os europeus: a globalização, a imigração, o outsourcing.
Cruzes numa praia de Santa Mónica, Califórnia, a assinalar o Memorial Day.
Joe Smith, acordou às 7 da manhã com o despertador "made in Japan", dirigiu-se
à cozinha e colocou ao lume a cafeteira "made in China". Depois foi arranjar-se e
barbeou-se com a maquina "made in Hong Kong". Vestiu uma camisa "made in
Sri Lanka", umas calças "made in Singapura" e calçou uns ténis "made in Korea".
Ligou a torradeira "made in India" e tomou o seu pequeno almoço. Verificou se
a calculadora "made in Mexico" tinha carga, colocou no pulso o relógio "made in
Taiwan" e saiu de casa, à procura de emprego. Entrou no carro "made in Germany"
ligou o auto-rádio "made in India", e foi para a cidade. Ao fim do dia regressa a casa
estafado, calça umas sandálias "made in Brasil", enche um copo de vinho "made in
France", senta-se num sofá "made in Italia" e liga a TV "made in Indonesia" para
assistir ao jogo final da NBA... Comodamente instalado, Joe Smith goza a posse de
todas as comodidades... só não compreende por que razão a América não lhe dá
um emprego! (Pode ler esta e outras histórias geradas pela globalização, aqui).
O céu por baixo de terra... Na estação de metro Shinjuku, em Tóquio.
Jacques Chirac, que substituiu Raffarin por Dominique de Villepin na chefia do seu
Governo. Trata-se apenas de um paliativo para atenuar as ondas de choque que
abalaram a V República. Vamos ver se o movimento do "NON" não vai exigir mais
que isso, isto é, se vai querer eleições legislativas antecipadas. Se isto acontecer,
é de esperar que a direita saia do poder, complicando-se ainda mais as expectativas
dos que, em França e no resto da Europa, anseiam pela continuidade da construção
europeia. Isto porque, neste momento, os partidos de direita e de esquerda estão
divididos, sendo muito dificil conseguir uma maioria de votos para governar o país.
Entretanto, com ou sem eleições antecipadas, a França vai continuar a perder mais
postos de trabalho, a fechar mais fábricas, a deslocar mais produção, como acontece
na Alemanha, na Holanda, em Inglaterra, em Portugal. O capital procura lucros, e
hoje em dia, ele não encontra barreiras nem fronteiras para expandir-se. Vejamos
o quotidiano de um cidadão americano, habituado a viver com os problemas que
agora estão a preocupar os europeus: a globalização, a imigração, o outsourcing.
Cruzes numa praia de Santa Mónica, Califórnia, a assinalar o Memorial Day.
Joe Smith, acordou às 7 da manhã com o despertador "made in Japan", dirigiu-se
à cozinha e colocou ao lume a cafeteira "made in China". Depois foi arranjar-se e
barbeou-se com a maquina "made in Hong Kong". Vestiu uma camisa "made in
Sri Lanka", umas calças "made in Singapura" e calçou uns ténis "made in Korea".
Ligou a torradeira "made in India" e tomou o seu pequeno almoço. Verificou se
a calculadora "made in Mexico" tinha carga, colocou no pulso o relógio "made in
Taiwan" e saiu de casa, à procura de emprego. Entrou no carro "made in Germany"
ligou o auto-rádio "made in India", e foi para a cidade. Ao fim do dia regressa a casa
estafado, calça umas sandálias "made in Brasil", enche um copo de vinho "made in
France", senta-se num sofá "made in Italia" e liga a TV "made in Indonesia" para
assistir ao jogo final da NBA... Comodamente instalado, Joe Smith goza a posse de
todas as comodidades... só não compreende por que razão a América não lhe dá
um emprego! (Pode ler esta e outras histórias geradas pela globalização, aqui).
O céu por baixo de terra... Na estação de metro Shinjuku, em Tóquio.
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