2004/01/31
O PP/cds não quer "abortar" o futuro da actual coligação governamental
por causa do referendo sobre o aborto. Pelo menos é essa a conclusão a
que chegamos, depois das declarações feitas por Durão Barroso sobre o
assunto, reafirmando que não seria nesta legislatura que se iria repetir
o referendo. Por outro lado, dentro do PP/cds, verifica-se uma tendência
para "arrumar" este caso, antes de um eventual acordo para continuar
com a presente coligação. Trata-se de assunto que incomoda o PP/cds,
mas com o qual Durão Barroso tambem não está tranquilo, temendo que
os seus deputados não respeitem as orientações do PSD numa votação.
Continuamos a assistir a uma série de atentados, não apenas nas terras
da Palestina e Israel -- fonte de todos os terrorismos -- mas ainda no distante
Afganistão e no Iraque ocupado. Em Cabul, têm sido vitimas soldados da Nato,
e cívis inocentes; no Iraque, onde todos os dias morrem civis, são as tropas
da mini-coligação chefiada pelos EUA e Inglaterra, que são atingidas com
mais intensidade. Numa altura em que os EUA procuram passar para a ONU
a responsabilidades do pós-guerra, verificam-se, com intensidade cada vez
maior, atentados em quase todas as principais cidades do país. E tudo leva
a crer que, mesmo depois de eleições, o Iraque pode descambar numa guerra
civil. A ONU vai meter-se num buraco negro, onde ficará muito chamuscada.
As perspectivas para o corrente ano não são muito animadoras. Para os EUA,
a salvação, é largarem o Iraque, mas a ONU vai sair de lá muito prejudicada.
A guerra desastrada, deixou um país sem controlo de fronteiras, deixando as
portas abertas para entrarem os membros da Al-Qaeda, mas tambem os
combatentes da "jhiad" de diversos países islâmicos. A guerra do Iraque
parece ter fortalecido a Al-Qaeda, não apenas no Afeganistão, onde se nota
o reagrupamento dos combatentes, como ainda ganhou entrada no Iraque.
As coisas estão muito complicadas: George Bush quer ganhar a re-eleição,
mas não prendeu Bin Laden; queria apaziguar o Iraque, mas apenas destruiu
a vida da classe média, porque a instabilidade criminosa é agora mais forte
do que era antes da guerra; queria ver a economia do seu país recuperar para
ter um trunfo, mas basta um pequeno atentado, e tudo cai como baralho de
cartas. Não sabemos o que poderá acontecer, daqui até 30 de Junho...
O mundo ocidental anseia por paz e crescimento económico, mas tem George
Bush que pensa mais em fazer a guerra do que recuperar a economia. Noutra
parte do mundo, os "tigres asiáticos", não têm "fazedores de guerras", mas
encontram-se "constipados" por causa dos frangos, patos e galinhas... Não
lhes bastava a SARS, chegou-lhes agora a gripe dos galináceos. Estes dois
fenómenos, são o bastante para não deixarem a economia global avançar
com resultados positivos para todos. Perde o turismo, as companhias de
aviação, os hoteis, restaurantes, supermercados, aviários, exportadores.
Todos ficam a perder, e vão atrasar-se na recuperação, porque muita coisa
vai ficar "contaminada" -- como seja a confiança dos consumidores.
por causa do referendo sobre o aborto. Pelo menos é essa a conclusão a
que chegamos, depois das declarações feitas por Durão Barroso sobre o
assunto, reafirmando que não seria nesta legislatura que se iria repetir
o referendo. Por outro lado, dentro do PP/cds, verifica-se uma tendência
para "arrumar" este caso, antes de um eventual acordo para continuar
com a presente coligação. Trata-se de assunto que incomoda o PP/cds,
mas com o qual Durão Barroso tambem não está tranquilo, temendo que
os seus deputados não respeitem as orientações do PSD numa votação.
Continuamos a assistir a uma série de atentados, não apenas nas terras
da Palestina e Israel -- fonte de todos os terrorismos -- mas ainda no distante
Afganistão e no Iraque ocupado. Em Cabul, têm sido vitimas soldados da Nato,
e cívis inocentes; no Iraque, onde todos os dias morrem civis, são as tropas
da mini-coligação chefiada pelos EUA e Inglaterra, que são atingidas com
mais intensidade. Numa altura em que os EUA procuram passar para a ONU
a responsabilidades do pós-guerra, verificam-se, com intensidade cada vez
maior, atentados em quase todas as principais cidades do país. E tudo leva
a crer que, mesmo depois de eleições, o Iraque pode descambar numa guerra
civil. A ONU vai meter-se num buraco negro, onde ficará muito chamuscada.
As perspectivas para o corrente ano não são muito animadoras. Para os EUA,
a salvação, é largarem o Iraque, mas a ONU vai sair de lá muito prejudicada.
A guerra desastrada, deixou um país sem controlo de fronteiras, deixando as
portas abertas para entrarem os membros da Al-Qaeda, mas tambem os
combatentes da "jhiad" de diversos países islâmicos. A guerra do Iraque
parece ter fortalecido a Al-Qaeda, não apenas no Afeganistão, onde se nota
o reagrupamento dos combatentes, como ainda ganhou entrada no Iraque.
As coisas estão muito complicadas: George Bush quer ganhar a re-eleição,
mas não prendeu Bin Laden; queria apaziguar o Iraque, mas apenas destruiu
a vida da classe média, porque a instabilidade criminosa é agora mais forte
do que era antes da guerra; queria ver a economia do seu país recuperar para
ter um trunfo, mas basta um pequeno atentado, e tudo cai como baralho de
cartas. Não sabemos o que poderá acontecer, daqui até 30 de Junho...
O mundo ocidental anseia por paz e crescimento económico, mas tem George
Bush que pensa mais em fazer a guerra do que recuperar a economia. Noutra
parte do mundo, os "tigres asiáticos", não têm "fazedores de guerras", mas
encontram-se "constipados" por causa dos frangos, patos e galinhas... Não
lhes bastava a SARS, chegou-lhes agora a gripe dos galináceos. Estes dois
fenómenos, são o bastante para não deixarem a economia global avançar
com resultados positivos para todos. Perde o turismo, as companhias de
aviação, os hoteis, restaurantes, supermercados, aviários, exportadores.
Todos ficam a perder, e vão atrasar-se na recuperação, porque muita coisa
vai ficar "contaminada" -- como seja a confiança dos consumidores.
2004/01/30
O discurso político anda tão deprimido, que até os grandes timoneiros
ao serviço do Governo, acabam por encalhar nele. É o caso de Miguel Cadilhe,
administrador da API-Agência Portuguesa para o Investimento, designado por
Durão Barroso, e que ontem considerou a Expo-98, a Porto-2001 e o estádios
do Euro-2004, como um investimento de "novo-riquismo", quando este país
tem carências enormes em sectores de serviço público e falta de investimento
produtivo na indústria nacional. Não era preciso juntar tudo no mesmo saco,
para compreendermos os objectivos de Miguel Cadilhe. É que, com a Expo-98,
o país ganhou visibilidade internacional, mas ganhou tambem a cidade de
Lisboa, com a recuperação da parte oriental da cidade. Além disso, as obras
realizaram-se, em parte, com fundos internacionais ligados à organização que
gere aqueles eventos. Quanto ao resto, podia vir mais tarde, mas já está feito.
Vivemos um tempo de mentiras, uma época onde não se fala de princípos nas
relações entre instituições, um tempo em que na política cada vez mais se sente
a doutrina maquiavelista. Na política, hoje, parece não se olhar aos meios, para
se atingir os fins; os protagonistas, esqueceram os princípios éticos -- "os fins
não justificam os meios". É o que sinto, quando se fala da invasão e ocupação
do Iraque, é o que vejo, depois do relatório Hutton, que acabou por ilibar Tony
Blair e o seu Governo. Maquiavélicamente, foram acusados todos aqueles que,
em princípio, não deveriam arcar com as sanções. Falo da BBC, da imprensa em
geral. Os nossos jornalistas que pensem bem, quanto ao segredo de justiça,
quanto a revelar notícias em primeira mão. Poderão ser acusados, no futuro.
Modas.... Patriots, é o novo modelo de lentes de contacto proposto
por Jayme Quinn, estilista do Maine, Nova Inglaterra, nos EUA.
O patrão dos comerciantes confederados, Vasco da Gama (nada tem a ver
com o homónimo da Vidigueira), ameaça não assinar o acordo de combate à
fraude evasão fiscal. Antes prefere uma "reforma profunda da administração
fiscal e uma fiscalização adequada ao desenvolvimento das empresas". Toda
esta argumentação se destina a adiar, a torpedear, a não aceitar que os seus
confederados paguem os devidos impostos. Mas o Governo, como demonstrou
no caso dos taxistas, é capaz de voltar atrás, e nada fazer. O que é estranho,
dado que este Governo tem a maioria de votos. Se Durão Barroso não conseguir
legislar, pergunta-se: então para quê, governar em "maoria"? Ou será que o
PSD tem um parceiro de coligação incapaz de aceitar a luta contra a fraude e
evasão fiscais? Estará o PSD refém do seu parceiro, o PP/cds?
Refugiados do Sudão, estão a chegar ao vizinho Chade, fugindo
aos bombardeamentos da aviação sudanesa. Como sempre, são as
crianças quem mais sofre com estes conflitos intermináveis.
Não costumo comentar as decisões do actual Papa, porque qause todas elas
têm carácter dogmático e nada têm a ver com a realidade do mundo em que
vivemos. De resto as decisões do Papa, se bem entendo, são tomadas com a
aceitação dos cardeais que o rodeiam, e que tambem, na sua maioria, estão
afastados da vida real. Restam os missionários, de Moçambique, em África,
a Chiapas, no México ou Luzon, nas Filipinas., mas esses, que conhecem a
realidade no terreno, não podem votar nem opinar. No que respeita à sua
última pregação, acusando as multinacionais por não fornecerem medicamentos
para a SIDA, mais baratos, ele tem razão. A Pfizer, a GlaxoSmithKline ou a
Novartis, -- cotadas nas principais Bolsas mundiais -- ganham exageradamente,
por desmesurado lucro, que pode ser da ordem dos 500, 1000 ou mais por
cento. Só após a "morte" da patente é que os preços descem. Não esqueçamos
que a SIDA não é apenas um doença adquirida por via sexual, longe disso.
A África do Sul, lutou contra as multinacionais durante anos, ganhou essa
guerra o ano passado, com os chamados genéricos, ali?ás como fez o Brasil.
ao serviço do Governo, acabam por encalhar nele. É o caso de Miguel Cadilhe,
administrador da API-Agência Portuguesa para o Investimento, designado por
Durão Barroso, e que ontem considerou a Expo-98, a Porto-2001 e o estádios
do Euro-2004, como um investimento de "novo-riquismo", quando este país
tem carências enormes em sectores de serviço público e falta de investimento
produtivo na indústria nacional. Não era preciso juntar tudo no mesmo saco,
para compreendermos os objectivos de Miguel Cadilhe. É que, com a Expo-98,
o país ganhou visibilidade internacional, mas ganhou tambem a cidade de
Lisboa, com a recuperação da parte oriental da cidade. Além disso, as obras
realizaram-se, em parte, com fundos internacionais ligados à organização que
gere aqueles eventos. Quanto ao resto, podia vir mais tarde, mas já está feito.
Vivemos um tempo de mentiras, uma época onde não se fala de princípos nas
relações entre instituições, um tempo em que na política cada vez mais se sente
a doutrina maquiavelista. Na política, hoje, parece não se olhar aos meios, para
se atingir os fins; os protagonistas, esqueceram os princípios éticos -- "os fins
não justificam os meios". É o que sinto, quando se fala da invasão e ocupação
do Iraque, é o que vejo, depois do relatório Hutton, que acabou por ilibar Tony
Blair e o seu Governo. Maquiavélicamente, foram acusados todos aqueles que,
em princípio, não deveriam arcar com as sanções. Falo da BBC, da imprensa em
geral. Os nossos jornalistas que pensem bem, quanto ao segredo de justiça,
quanto a revelar notícias em primeira mão. Poderão ser acusados, no futuro.
Modas.... Patriots, é o novo modelo de lentes de contacto proposto
por Jayme Quinn, estilista do Maine, Nova Inglaterra, nos EUA.
O patrão dos comerciantes confederados, Vasco da Gama (nada tem a ver
com o homónimo da Vidigueira), ameaça não assinar o acordo de combate à
fraude evasão fiscal. Antes prefere uma "reforma profunda da administração
fiscal e uma fiscalização adequada ao desenvolvimento das empresas". Toda
esta argumentação se destina a adiar, a torpedear, a não aceitar que os seus
confederados paguem os devidos impostos. Mas o Governo, como demonstrou
no caso dos taxistas, é capaz de voltar atrás, e nada fazer. O que é estranho,
dado que este Governo tem a maioria de votos. Se Durão Barroso não conseguir
legislar, pergunta-se: então para quê, governar em "maoria"? Ou será que o
PSD tem um parceiro de coligação incapaz de aceitar a luta contra a fraude e
evasão fiscais? Estará o PSD refém do seu parceiro, o PP/cds?
Refugiados do Sudão, estão a chegar ao vizinho Chade, fugindo
aos bombardeamentos da aviação sudanesa. Como sempre, são as
crianças quem mais sofre com estes conflitos intermináveis.
Não costumo comentar as decisões do actual Papa, porque qause todas elas
têm carácter dogmático e nada têm a ver com a realidade do mundo em que
vivemos. De resto as decisões do Papa, se bem entendo, são tomadas com a
aceitação dos cardeais que o rodeiam, e que tambem, na sua maioria, estão
afastados da vida real. Restam os missionários, de Moçambique, em África,
a Chiapas, no México ou Luzon, nas Filipinas., mas esses, que conhecem a
realidade no terreno, não podem votar nem opinar. No que respeita à sua
última pregação, acusando as multinacionais por não fornecerem medicamentos
para a SIDA, mais baratos, ele tem razão. A Pfizer, a GlaxoSmithKline ou a
Novartis, -- cotadas nas principais Bolsas mundiais -- ganham exageradamente,
por desmesurado lucro, que pode ser da ordem dos 500, 1000 ou mais por
cento. Só após a "morte" da patente é que os preços descem. Não esqueçamos
que a SIDA não é apenas um doença adquirida por via sexual, longe disso.
A África do Sul, lutou contra as multinacionais durante anos, ganhou essa
guerra o ano passado, com os chamados genéricos, ali?ás como fez o Brasil.
2004/01/29
A contestar Eduardo Cintra Torres (ECT), pelas referências feitas na sua
crónica de segunda-feira, no "Público", com o título "A imprensa é livre, os
jornalistas não", onde mencionava alguns jornalistas da SIC, vêm hoje os
mesmos ripostar contra aquele crítico de televisão. Mas fazem-no em tais
termos, que o leitor em vez de ficar esclarecido, fica apenas irritado, não
só porque não encontra novos dados, mas por verificar a falta de cortesia
existente entre os jornalistas. Alcides Vieira, director de informação da
SIC, diz que o texto de ECT é "mentiroso e insultuoso" e que "o escriba
voltou a ladrar cheio de raiva"... Alcides Vieira não acredita que "o meio de
trabalho pode exercer influência sobre o indivíduo" e muito menos "pode
constranger a sua liberdade".
Daniel Cruzeiro, editor executivo da SIC e familiar do advogado defensor
de Paulo Pedroso, depois de formular 9 (nove) perguntas começando por:
"Pode um crítico...", acaba por rotular ECT de "crítico tablóide". Mas afirma
que "pediu escusa de tratamento do caso" [da Casa Pia]. Depois vem Sofia
Pinto Coelho (familiar de Jorge Coelho?) dizer que "para proteger a reputação
da SIC... decidiu não ter qualquer intervenção no caso Casa Pia". Finaliza,
pedindo a ECT para, "quando tiver tempo para escrever mais uma linha sobre
mim... aproveite para criticar o meu programa Falar Direito". A fechar, vem
Rita Ferro Rodrigues (familiar de Ferro Rodrigues) dizendo que, em sua opinião,
o autor do texto (ECT), "foi ferido por uma grande dose de ignorância". Mais
adiante, diz que "não fala, nem discute dentro da SIC, com os seus colegas,
o chamado Casa Pia". Declara ainda que, "foi livre de escusa de funções", e
que apenas responde a ECT, "porque, tambem através de mim, tenta atingir
os meus colegas de profissão".
O que está por detrás de todo este frenezim, é o facto de ECT ter referido o
nome de pessoas a trabalhar na SIC, com laços familiares a grande número
de pessoas do processo Casa Pia. Além disso, Carlos Cruz era colaborador
da SIC e Herman José, lá continua. Mas ECT mencionava ainda mais um caso
algo estranho, neste emaranhado de cumplicidades; a SIC entrevistou uma
especialista americana em "falhas de memória infantil", sem revelar que esta
"psicóloga" participava na defesa de Carlos Cruz... De facto, as coincidências
são muitas. Que a SIC, nos últimos meses mostra um desvío na orientação
seguida de ínicio, quando denunciou o escandalo da pedofólia, tambem a
mim parece evidente, sobretudo, a partir da festa dos "Globos de Ouro".
O chocante, em todo este frenezim, é verificar como os profissionais da
informação se tratam uns aos outros, quando têm que desmentir, corrigir ou
pedir direito de resposta. Não admitem os êrros, não têm humildade nem
coragem para ser isentos, e confessar que se enganaram. Mais, mostram como
não se respeitam uns aos outros, como se achincalham, e se odeiam. O director
da SIC diz de ECT: "o escriba voltou a ladrar cheio de raiva"; o Daniel Cruzeiro,
chama a ECT "o crítico tablóide"... Então, meninos, cuidado com os bibes...
"Enganos, não são mentiras" -- diz José Manuel Fernandes (JMF) no editorial
de hoje, no "Público", a propósito da nova estratégia Blair/Bush, para fazerem
esquecer as razões que levaram a fazer a guerra contra tudo e contra todos.
Quer dizer, para JMF é aceitável que um mentiroso, depois de lhe pregar uma
valente peta, se desculpe, dizendo que foi um engano... E tudo fica esclarecido!
Ontem, o Exército de Ariel Sharon, matou nove palestinianos,
que não têm Forças Armadas; hoje os fundamentalistas vingaram-se,
com um ataque suicida perta da residência de Sharon. Dez mortos e
trinta feridos. Não há "potência" com poder, para acabar com isto?
Mais de dois milhões de muçulmanos deslocaram-se a Meca
onde decorrem as cerimónias religiosas, como mostra esta
imagem, com a Kahaba ao centro, onde se conservam as
pedras sagradas do profeta.
crónica de segunda-feira, no "Público", com o título "A imprensa é livre, os
jornalistas não", onde mencionava alguns jornalistas da SIC, vêm hoje os
mesmos ripostar contra aquele crítico de televisão. Mas fazem-no em tais
termos, que o leitor em vez de ficar esclarecido, fica apenas irritado, não
só porque não encontra novos dados, mas por verificar a falta de cortesia
existente entre os jornalistas. Alcides Vieira, director de informação da
SIC, diz que o texto de ECT é "mentiroso e insultuoso" e que "o escriba
voltou a ladrar cheio de raiva"... Alcides Vieira não acredita que "o meio de
trabalho pode exercer influência sobre o indivíduo" e muito menos "pode
constranger a sua liberdade".
Daniel Cruzeiro, editor executivo da SIC e familiar do advogado defensor
de Paulo Pedroso, depois de formular 9 (nove) perguntas começando por:
"Pode um crítico...", acaba por rotular ECT de "crítico tablóide". Mas afirma
que "pediu escusa de tratamento do caso" [da Casa Pia]. Depois vem Sofia
Pinto Coelho (familiar de Jorge Coelho?) dizer que "para proteger a reputação
da SIC... decidiu não ter qualquer intervenção no caso Casa Pia". Finaliza,
pedindo a ECT para, "quando tiver tempo para escrever mais uma linha sobre
mim... aproveite para criticar o meu programa Falar Direito". A fechar, vem
Rita Ferro Rodrigues (familiar de Ferro Rodrigues) dizendo que, em sua opinião,
o autor do texto (ECT), "foi ferido por uma grande dose de ignorância". Mais
adiante, diz que "não fala, nem discute dentro da SIC, com os seus colegas,
o chamado Casa Pia". Declara ainda que, "foi livre de escusa de funções", e
que apenas responde a ECT, "porque, tambem através de mim, tenta atingir
os meus colegas de profissão".
O que está por detrás de todo este frenezim, é o facto de ECT ter referido o
nome de pessoas a trabalhar na SIC, com laços familiares a grande número
de pessoas do processo Casa Pia. Além disso, Carlos Cruz era colaborador
da SIC e Herman José, lá continua. Mas ECT mencionava ainda mais um caso
algo estranho, neste emaranhado de cumplicidades; a SIC entrevistou uma
especialista americana em "falhas de memória infantil", sem revelar que esta
"psicóloga" participava na defesa de Carlos Cruz... De facto, as coincidências
são muitas. Que a SIC, nos últimos meses mostra um desvío na orientação
seguida de ínicio, quando denunciou o escandalo da pedofólia, tambem a
mim parece evidente, sobretudo, a partir da festa dos "Globos de Ouro".
O chocante, em todo este frenezim, é verificar como os profissionais da
informação se tratam uns aos outros, quando têm que desmentir, corrigir ou
pedir direito de resposta. Não admitem os êrros, não têm humildade nem
coragem para ser isentos, e confessar que se enganaram. Mais, mostram como
não se respeitam uns aos outros, como se achincalham, e se odeiam. O director
da SIC diz de ECT: "o escriba voltou a ladrar cheio de raiva"; o Daniel Cruzeiro,
chama a ECT "o crítico tablóide"... Então, meninos, cuidado com os bibes...
"Enganos, não são mentiras" -- diz José Manuel Fernandes (JMF) no editorial
de hoje, no "Público", a propósito da nova estratégia Blair/Bush, para fazerem
esquecer as razões que levaram a fazer a guerra contra tudo e contra todos.
Quer dizer, para JMF é aceitável que um mentiroso, depois de lhe pregar uma
valente peta, se desculpe, dizendo que foi um engano... E tudo fica esclarecido!
Ontem, o Exército de Ariel Sharon, matou nove palestinianos,
que não têm Forças Armadas; hoje os fundamentalistas vingaram-se,
com um ataque suicida perta da residência de Sharon. Dez mortos e
trinta feridos. Não há "potência" com poder, para acabar com isto?
Mais de dois milhões de muçulmanos deslocaram-se a Meca
onde decorrem as cerimónias religiosas, como mostra esta
imagem, com a Kahaba ao centro, onde se conservam as
pedras sagradas do profeta.
2004/01/28
Onde se esperava que houvesse rigôr e justiça, é precisamente donde
chegam as piores noticias: no ministério da Justiça, em 2003, foram retidos
670 mil euros, referentes a descontos para a Segurança Social, efectuados
na folha de ordenados de 582 funcionários judiciais contratados. Quere isto
dizer que, a ministra da Justiça não pagou ao Estado -- ao ministério dirigido
por Bagão Félix -- cerca de 135 mil contos, usados certamente pela Tesouraria
do ministério da Justiça, como fundo de maneio. Mau exemplo, o deste Governo.
O Poder congelado... Estátua do presidente James Garfield, coberta
de neve, frente ao Capitólio, em Whasington, nos Estados Unidos.
Temos uma ministra das Finanças que procura equilibrar as contas do Estado,
um primeiro-ministro interessado em combater a fuga aos impostos e à evasão
fiscal, um ministro da Segurança Social a contar os tostões para distribuir pelos
reformados, trabalhadores com baixa, pelos desempregados e às familias sem
recursos económicos; depois somos confrontados com situações onde existe
falta de rigôr, onde não há transparência, e cujos procedimentos incorrem em
pena de prisão de um a cinco anos. Parece que o Governo não funciona....
Neste país do "desenrascanço" , onde a economia subterrânea floresce, onde
a fuga aos impostos é tratada com benevolência, esperava-se, da parte deste
Governo, que fossem tomadas medidas no sentido de criar nos contribuintes
uma nova atitude perante o Estado, que recebe, mas acaba por distribuir.
A luta contra a evasão fiscal e a fuga aos impostos, foi prometida por Durão
Barroso, mas ao fim de dois anos de Governo, nada foi feito, e parece ter-se
desvanecido a vontade de lutar contra este sistema caloteiro e mafioso.
Cerca de 45 por cento das empresas, funcionam sem pagar impostos; a maior
parte das profissões liberais -- advogados, médicos, arquitectos, etc. -- fazem
sempre as contas por forma a pagar o menos possivel; os nossos taxistas --
que andam de Mercedes, subsidiados pelo Estado -- recusam-se a pagar os
impostos, quaisquer que eles sejam; os camionistas, querem pagar o gasóleo
mais barato, mas os seus balanços anuais apresentam sempre prejuizos para
não pagarem impostos; os feirantes e as tasquinhas, quando muito, pagam
o espaço camarário, porque de outro modo não tinham pousio. Decididamente,
este Governo não quer enfrentar nem hostilizar, a sua base de apoio... Nunca
o PP/cds, aceitaria uma espécie de "cobrador de fraque estatal" para andar de
"porta em porta" a cobrar impostos... mas é capaz de jurar e prometer, em
comícios e feiras, mais altas pensões aos reformados... Com que dinheiro?!
Depois de tudo o que este homem disse sobre o Iraque e as
"armas de destruição maciça prontas a disparar em 45 minutos";
depois de tomar posições políticas que levaram à crispação e à
divisão no seio da UE, depois todas as mentiras agora provadas,
ainda haverá alguem que confie em Tony Blair?
chegam as piores noticias: no ministério da Justiça, em 2003, foram retidos
670 mil euros, referentes a descontos para a Segurança Social, efectuados
na folha de ordenados de 582 funcionários judiciais contratados. Quere isto
dizer que, a ministra da Justiça não pagou ao Estado -- ao ministério dirigido
por Bagão Félix -- cerca de 135 mil contos, usados certamente pela Tesouraria
do ministério da Justiça, como fundo de maneio. Mau exemplo, o deste Governo.
O Poder congelado... Estátua do presidente James Garfield, coberta
de neve, frente ao Capitólio, em Whasington, nos Estados Unidos.
Temos uma ministra das Finanças que procura equilibrar as contas do Estado,
um primeiro-ministro interessado em combater a fuga aos impostos e à evasão
fiscal, um ministro da Segurança Social a contar os tostões para distribuir pelos
reformados, trabalhadores com baixa, pelos desempregados e às familias sem
recursos económicos; depois somos confrontados com situações onde existe
falta de rigôr, onde não há transparência, e cujos procedimentos incorrem em
pena de prisão de um a cinco anos. Parece que o Governo não funciona....
Neste país do "desenrascanço" , onde a economia subterrânea floresce, onde
a fuga aos impostos é tratada com benevolência, esperava-se, da parte deste
Governo, que fossem tomadas medidas no sentido de criar nos contribuintes
uma nova atitude perante o Estado, que recebe, mas acaba por distribuir.
A luta contra a evasão fiscal e a fuga aos impostos, foi prometida por Durão
Barroso, mas ao fim de dois anos de Governo, nada foi feito, e parece ter-se
desvanecido a vontade de lutar contra este sistema caloteiro e mafioso.
Cerca de 45 por cento das empresas, funcionam sem pagar impostos; a maior
parte das profissões liberais -- advogados, médicos, arquitectos, etc. -- fazem
sempre as contas por forma a pagar o menos possivel; os nossos taxistas --
que andam de Mercedes, subsidiados pelo Estado -- recusam-se a pagar os
impostos, quaisquer que eles sejam; os camionistas, querem pagar o gasóleo
mais barato, mas os seus balanços anuais apresentam sempre prejuizos para
não pagarem impostos; os feirantes e as tasquinhas, quando muito, pagam
o espaço camarário, porque de outro modo não tinham pousio. Decididamente,
este Governo não quer enfrentar nem hostilizar, a sua base de apoio... Nunca
o PP/cds, aceitaria uma espécie de "cobrador de fraque estatal" para andar de
"porta em porta" a cobrar impostos... mas é capaz de jurar e prometer, em
comícios e feiras, mais altas pensões aos reformados... Com que dinheiro?!
Depois de tudo o que este homem disse sobre o Iraque e as
"armas de destruição maciça prontas a disparar em 45 minutos";
depois de tomar posições políticas que levaram à crispação e à
divisão no seio da UE, depois todas as mentiras agora provadas,
ainda haverá alguem que confie em Tony Blair?
2004/01/27
Que país é este, onde as televisões, na hora do principal serviço noticioso,
utillizam 45 minutos de antena, com imagens sobre a morte de um jogador
de futebol? Será que toda a gente ensandeceu? Será que todos perderam
o norte? Ou voltámos aos tempos do "Futebol, Fátima e outra coisa em F"?
Não haverá maneira de colocar as emoções no devido lugar?... Coisa assim,
espectáculo como este, só foi visto aquando do ataque às Torres Gémeas,
em Nova Iorque, no 11 de Setembro de 2001. Mas haverá algum paralelo
entre estes dois acontecimentos? Claro, que não há. O que estamos a ver,
é a exploração dos sentimentos daqueles que gostam e amam o futebol,
pelos outros, aqueles que exploram até ao tutano, a desgraça, a dôr e a
morte de um ser humano. O espectáculo macabro, oferecido ontem pelos
tres canais de televisão, mostram até que ponto, a luta pelas audiências,
se pode transformar em espectáculo canibalesco, em vez de termos um
registo noticioso comedido, isento e respeitador dos sentimentos alheios.
É vergonhoso o seguidismo do canal público RTP, alinhando com os outros
canais, na busca de audiências. O assunto em questão, em qualquer canal
de televisão estrangeiro, teria o espaço adequado. Dez minutos, era
demais; 45 minutos, é uma desbunda, só possivel neste país pequenino...
Espera-se lucidez e serenidade da parte de todos, em especial dos dirigentes
do futebol. Mas não vai ser fácil, pelo que se viu ontem, por parte do líder
da Super Liga, major Valentim Loureiro, que se mostrou irritado, e sempre
a defender os clubes, como se estivesse a ser atacado. É um líder exaltado,
trauliteiro -- como sempre -- incapaz de transmitir paz e tranquilidade aos
adeptos do futebol. (Tambem já era tempo, de renovarem os quadros).
Na Blogosfera, viu-se de tudo. Não houve unanimidade, mas o confronto de
ideias foi pacífico na maioria dos blogues. No Mar Salgado, o registo de PC
fala de "os escravos de ouro", referindo-se aos jogadores a quem são pagos
elevados salários, mas que, por via disso, se tornam escravos do sistema;
do mesmo blogue, TRM escreve sobre o objecto de que nunca se falou no
programa para o "Euro 2004" -- o desfibrilhador; no Mata Mouros, LR pinta
o quadro como uma "feira de vaidades", onde aparecem os políticos e todos
aqueles que aproveitam a maré para aparecerem nas televisões; registe-se
ainda a opinião da Rita, no sentido de contra-maré, e que, por isso, parece
ter sido bastante acusada, quando apenas pretendia exprimir outro olhar;
há ainda o caso simples do Vila do Conde-Quási Diário, que apenas fez um
breve registo, como quem apresenta sentidas condolências; e encontrámos
o Intimista que, ao sugerir à sua turma de alunos, em Vizeu, para fazerem
um minuto de silêncio, constatou com surpresa, como a morte é sentida até
pelos mais jovens... que homenagearam Fehér em comovido silêncio.
São Petersburgo, antiga Leninegrado, festejou ontem o 60º aniversário
da libertação da cidade, que resistiu durante 900 dias aos ataques das
forças nazis, acabando por se retirarem e levantar o cerco à cidade.
Ao centro vê-se a Coluna de Alexandre e o Palácio de Inverno ao fundo.
Que surpresa está para vir das eleições primárias em
New Hampshire, onde as sondagens davam como favorito
John Kerry, mas onde as primeiras contagens dão como
vencedor Wesley Clark? Vamos ter mais uma surpresa?
utillizam 45 minutos de antena, com imagens sobre a morte de um jogador
de futebol? Será que toda a gente ensandeceu? Será que todos perderam
o norte? Ou voltámos aos tempos do "Futebol, Fátima e outra coisa em F"?
Não haverá maneira de colocar as emoções no devido lugar?... Coisa assim,
espectáculo como este, só foi visto aquando do ataque às Torres Gémeas,
em Nova Iorque, no 11 de Setembro de 2001. Mas haverá algum paralelo
entre estes dois acontecimentos? Claro, que não há. O que estamos a ver,
é a exploração dos sentimentos daqueles que gostam e amam o futebol,
pelos outros, aqueles que exploram até ao tutano, a desgraça, a dôr e a
morte de um ser humano. O espectáculo macabro, oferecido ontem pelos
tres canais de televisão, mostram até que ponto, a luta pelas audiências,
se pode transformar em espectáculo canibalesco, em vez de termos um
registo noticioso comedido, isento e respeitador dos sentimentos alheios.
É vergonhoso o seguidismo do canal público RTP, alinhando com os outros
canais, na busca de audiências. O assunto em questão, em qualquer canal
de televisão estrangeiro, teria o espaço adequado. Dez minutos, era
demais; 45 minutos, é uma desbunda, só possivel neste país pequenino...
Espera-se lucidez e serenidade da parte de todos, em especial dos dirigentes
do futebol. Mas não vai ser fácil, pelo que se viu ontem, por parte do líder
da Super Liga, major Valentim Loureiro, que se mostrou irritado, e sempre
a defender os clubes, como se estivesse a ser atacado. É um líder exaltado,
trauliteiro -- como sempre -- incapaz de transmitir paz e tranquilidade aos
adeptos do futebol. (Tambem já era tempo, de renovarem os quadros).
Na Blogosfera, viu-se de tudo. Não houve unanimidade, mas o confronto de
ideias foi pacífico na maioria dos blogues. No Mar Salgado, o registo de PC
fala de "os escravos de ouro", referindo-se aos jogadores a quem são pagos
elevados salários, mas que, por via disso, se tornam escravos do sistema;
do mesmo blogue, TRM escreve sobre o objecto de que nunca se falou no
programa para o "Euro 2004" -- o desfibrilhador; no Mata Mouros, LR pinta
o quadro como uma "feira de vaidades", onde aparecem os políticos e todos
aqueles que aproveitam a maré para aparecerem nas televisões; registe-se
ainda a opinião da Rita, no sentido de contra-maré, e que, por isso, parece
ter sido bastante acusada, quando apenas pretendia exprimir outro olhar;
há ainda o caso simples do Vila do Conde-Quási Diário, que apenas fez um
breve registo, como quem apresenta sentidas condolências; e encontrámos
o Intimista que, ao sugerir à sua turma de alunos, em Vizeu, para fazerem
um minuto de silêncio, constatou com surpresa, como a morte é sentida até
pelos mais jovens... que homenagearam Fehér em comovido silêncio.
São Petersburgo, antiga Leninegrado, festejou ontem o 60º aniversário
da libertação da cidade, que resistiu durante 900 dias aos ataques das
forças nazis, acabando por se retirarem e levantar o cerco à cidade.
Ao centro vê-se a Coluna de Alexandre e o Palácio de Inverno ao fundo.
Que surpresa está para vir das eleições primárias em
New Hampshire, onde as sondagens davam como favorito
John Kerry, mas onde as primeiras contagens dão como
vencedor Wesley Clark? Vamos ter mais uma surpresa?
2004/01/26
OS GLADIADORES DA ERA MODERNA
Peço desculpa a todos os adeptos do futebol, que neste momento vivem
com o espírito ensombrado, pela morte súbita de um futebolista durante
o seu desempenho num encontro da I Liga, no Estádio de Guimarães, mas
tambem eu preciso de dizer o que sinto sobre este assunto. Primeiro, porque
estou surpreendido pela dôr manifestada na Blogosfera, pelos adeptos desta
modalidade desportiva, ao assistirem, em directo pela televisão, ao acidente
cardio-vascular, que atingiu mortalmente, o jogador Féher, quase no final do
encontro Vitória de Guimarães-Sport Lisboa e Benfica. Efectivamente, tendo
presente os gestos, a linguagem e o comportamente agressivo da maior parte
dos adeptos do futebol durante os encontros desportivos, onde chegam a
injuriar obscenamente os árbitros, os avançados, os laterais e os defesas,
surpreende muito a dôr e o luto dos que agora choram a perda de um ídolo.
Era bom que, todos os que vão assistir a um jogo de futebol, e "puxam" pela
sua equipa e pelos seus jogadores, tivessem mais moderação e exigissem
menos deles, porque o ser humano é fraco, tem limites e... a vida esvai-se de
um momento para o outro. Sem essa moderação, os campos de futebol dos
nossos dias, não passam de arenas, onde a turba multa assiste, deliciada, à
luta sangrenta dos gladiadores em campo... È verdade que a competição leva
ao estímulo e à melhoria no desempenho das funções que cada um de nós
tem nesta breve passagem pela vida... Mas, quando não se conhecem límites,
quando se exige demais, quando nos esquecemos da fragilidade humana,
estamos a criar condições para a ruptura, para a violência, para a morte dos
nossos ídolos, num campo de futebol, como podia ser numa arena dos tempos
da Roma Antiga. Após a morte, nada resolve chorar pelo ídolo; isso apenas
serve para aliviar a nossa dôr e deixar, para segundo plano, parte da nossa
culpa, por termos levado até ao límite das forças, o nosso ídolo, o nosso herói.
Mas os clubes tambem são responsáveis pela morte dos jogadores em campo,
pois devem conhecer, através dos exames clínicos, os pontos fracos de cada
jogador que colocam na disputa da bola. Devem, por isso, respeitar os límites
e as possibilidades físicas de cada jogador. E creio que, uma equipa de primeira
linha, tem um médico para acompanhar o desempenho dos jogadores. Através
de electro-cardiogramas, com e sem esforço físico, é possivel estabelecer um
quadro clínico, onde seja prevista a hipótese mediata de um acidente cardíaco.
Vamos esperar pelo resultado da autópsia, para avaliarmos em concreto. :-(
Na entrevista de D. Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas,
concedida ao "Público" e Rádio Renascença, D. Januário responde à pergunta
que lhe foi feita sobre a avaliação do "trabalho do padre Vaz Pinto, enquanto
comissário para Imigração e Minorias Étnicas", nos seguintes termos: "Eu não
concordo que os padres funcionem desta forma, aceitando cargos políticos. [...]
"Discordo... a não ser que houvesse uma missão espiritual muito grande que
não é -- é uma missão de competência ligada a um governo". É bom, conhecer
pessoas assim, francas, coerentes, humildes.
Veja-se o que acontece no Haiti, onde o padre baptista Jean-Bertrand Aristide
chegou ao poder, para evitar o regresso da família Duvalier. Foi em 1990. Mas
as coisas correram mal, fugiu para os EUA. Estes, em 1994, repôem a legalidade,
invadindo a capital e colocando Aristide no poder. Nunca mais largou o lugar.
Fez-se eleger em segundo mandato, tendo renunciado aos votos para casar.
É acusado de enriquecimento ilícito, num país paupérrimo, com 55 por cento de
analfabetos e a maior parte da população a viver na miséria. O poder corrompe.
Alta velocidade... Dois caçadores cazaques a galope, carregando duas
águias douradas, durante uma competição no campo, perto da cidade
de Taldy-Kurgan, no Kasaquistão, onde nesta altura do ano cai neve.
Peço desculpa a todos os adeptos do futebol, que neste momento vivem
com o espírito ensombrado, pela morte súbita de um futebolista durante
o seu desempenho num encontro da I Liga, no Estádio de Guimarães, mas
tambem eu preciso de dizer o que sinto sobre este assunto. Primeiro, porque
estou surpreendido pela dôr manifestada na Blogosfera, pelos adeptos desta
modalidade desportiva, ao assistirem, em directo pela televisão, ao acidente
cardio-vascular, que atingiu mortalmente, o jogador Féher, quase no final do
encontro Vitória de Guimarães-Sport Lisboa e Benfica. Efectivamente, tendo
presente os gestos, a linguagem e o comportamente agressivo da maior parte
dos adeptos do futebol durante os encontros desportivos, onde chegam a
injuriar obscenamente os árbitros, os avançados, os laterais e os defesas,
surpreende muito a dôr e o luto dos que agora choram a perda de um ídolo.
Era bom que, todos os que vão assistir a um jogo de futebol, e "puxam" pela
sua equipa e pelos seus jogadores, tivessem mais moderação e exigissem
menos deles, porque o ser humano é fraco, tem limites e... a vida esvai-se de
um momento para o outro. Sem essa moderação, os campos de futebol dos
nossos dias, não passam de arenas, onde a turba multa assiste, deliciada, à
luta sangrenta dos gladiadores em campo... È verdade que a competição leva
ao estímulo e à melhoria no desempenho das funções que cada um de nós
tem nesta breve passagem pela vida... Mas, quando não se conhecem límites,
quando se exige demais, quando nos esquecemos da fragilidade humana,
estamos a criar condições para a ruptura, para a violência, para a morte dos
nossos ídolos, num campo de futebol, como podia ser numa arena dos tempos
da Roma Antiga. Após a morte, nada resolve chorar pelo ídolo; isso apenas
serve para aliviar a nossa dôr e deixar, para segundo plano, parte da nossa
culpa, por termos levado até ao límite das forças, o nosso ídolo, o nosso herói.
Mas os clubes tambem são responsáveis pela morte dos jogadores em campo,
pois devem conhecer, através dos exames clínicos, os pontos fracos de cada
jogador que colocam na disputa da bola. Devem, por isso, respeitar os límites
e as possibilidades físicas de cada jogador. E creio que, uma equipa de primeira
linha, tem um médico para acompanhar o desempenho dos jogadores. Através
de electro-cardiogramas, com e sem esforço físico, é possivel estabelecer um
quadro clínico, onde seja prevista a hipótese mediata de um acidente cardíaco.
Vamos esperar pelo resultado da autópsia, para avaliarmos em concreto. :-(
Na entrevista de D. Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas,
concedida ao "Público" e Rádio Renascença, D. Januário responde à pergunta
que lhe foi feita sobre a avaliação do "trabalho do padre Vaz Pinto, enquanto
comissário para Imigração e Minorias Étnicas", nos seguintes termos: "Eu não
concordo que os padres funcionem desta forma, aceitando cargos políticos. [...]
"Discordo... a não ser que houvesse uma missão espiritual muito grande que
não é -- é uma missão de competência ligada a um governo". É bom, conhecer
pessoas assim, francas, coerentes, humildes.
Veja-se o que acontece no Haiti, onde o padre baptista Jean-Bertrand Aristide
chegou ao poder, para evitar o regresso da família Duvalier. Foi em 1990. Mas
as coisas correram mal, fugiu para os EUA. Estes, em 1994, repôem a legalidade,
invadindo a capital e colocando Aristide no poder. Nunca mais largou o lugar.
Fez-se eleger em segundo mandato, tendo renunciado aos votos para casar.
É acusado de enriquecimento ilícito, num país paupérrimo, com 55 por cento de
analfabetos e a maior parte da população a viver na miséria. O poder corrompe.
Alta velocidade... Dois caçadores cazaques a galope, carregando duas
águias douradas, durante uma competição no campo, perto da cidade
de Taldy-Kurgan, no Kasaquistão, onde nesta altura do ano cai neve.
2004/01/25
Depois de ter lido no "Público" de hoje, o oportuno e bem documentado
trabalho sobre o presídio do Tarrafal, fiquei convencido de que, tambem nós,
os portugueses, durante a ditadura de Oliveira Salazar, tivemos um hediondo
"campo de Auchwitz", conhecido pelo nome de "Campo da morte lenta". Não
era um crematório, mas sim uma infame colónia penal destinada aos presos
de consciência políica, onde os presos eram entregues ao torcionários da PIDE.
Após a leitura desta peça do "Público", resta-me citar Edmundo Pedro:"Quando
ouço hoje alguns historiadores de televisão falar na lenda do Tarrafal e fingir
que não houve fascismo em Portugal... apetece-me ir-lhes à cara".
Mário Mesquita escreve hoje no "Público" sobre "as missas laicas da televisão"
para se referir aos comentadores que opinam sobre assuntos relacionados
com a sua própria acçao política e representam uma promiscuidade absurda
entre "quem" comenta e "quem" é comentado. Mário Mesquita cita "situações
ridículas" como aquela que se verificou "quando a SIC chamou o burgomestre de
Lisboa [Pedro Santana Lopes] na qualidade de comentarista a analizar, sobre a
hora, o discurso do presidenta da República". Efectivamente, situações como esta
são rídiculas, provincianas, destinadas apenas a promover o tal "burgomestre"...
Porque hoje é domingo, fico-me por aqui, dando lugar a um grande país irmão.
O presidente brasileiro, Lula da Silva, encontra-se na Índia para uma estadia
de quatro dias, como convidade de honra, para assistir amanhã às cerimónias
do Dia da República, em Nova Delhi, devendo depois deslocar-se a diversos
outros estados da União Indiana, para contactar com a realidade económica
daquela grande nação asiática, que nos próximos vinte anos deverá conhecer
um desenvolvimento económico espectacular, superado apenas pela China.
A cidade de São Paulo, que tem mais de 10 milhões de habitantes e está
entre as 20 maiores economias do mundo, prepara-se para celebrar com
pompa os 450 anos da sua fundação. A cidade fundada pelos Bandeirantes
tem uma comunidade de 2 milhões de japoneses, a maior fora do Japão.
Imagem da Avenida Paulista, captada a partir de tunel subterrâeo. Esta
zona central da cidade, que hoje é o maior centro financeiro de toda a
América do Sul, era dantes uma zona de palacetes dos senhores do café
e dos industriais poderosos, com fábricas enormes na zonas periféricas.
trabalho sobre o presídio do Tarrafal, fiquei convencido de que, tambem nós,
os portugueses, durante a ditadura de Oliveira Salazar, tivemos um hediondo
"campo de Auchwitz", conhecido pelo nome de "Campo da morte lenta". Não
era um crematório, mas sim uma infame colónia penal destinada aos presos
de consciência políica, onde os presos eram entregues ao torcionários da PIDE.
Após a leitura desta peça do "Público", resta-me citar Edmundo Pedro:"Quando
ouço hoje alguns historiadores de televisão falar na lenda do Tarrafal e fingir
que não houve fascismo em Portugal... apetece-me ir-lhes à cara".
Mário Mesquita escreve hoje no "Público" sobre "as missas laicas da televisão"
para se referir aos comentadores que opinam sobre assuntos relacionados
com a sua própria acçao política e representam uma promiscuidade absurda
entre "quem" comenta e "quem" é comentado. Mário Mesquita cita "situações
ridículas" como aquela que se verificou "quando a SIC chamou o burgomestre de
Lisboa [Pedro Santana Lopes] na qualidade de comentarista a analizar, sobre a
hora, o discurso do presidenta da República". Efectivamente, situações como esta
são rídiculas, provincianas, destinadas apenas a promover o tal "burgomestre"...
Porque hoje é domingo, fico-me por aqui, dando lugar a um grande país irmão.
O presidente brasileiro, Lula da Silva, encontra-se na Índia para uma estadia
de quatro dias, como convidade de honra, para assistir amanhã às cerimónias
do Dia da República, em Nova Delhi, devendo depois deslocar-se a diversos
outros estados da União Indiana, para contactar com a realidade económica
daquela grande nação asiática, que nos próximos vinte anos deverá conhecer
um desenvolvimento económico espectacular, superado apenas pela China.
A cidade de São Paulo, que tem mais de 10 milhões de habitantes e está
entre as 20 maiores economias do mundo, prepara-se para celebrar com
pompa os 450 anos da sua fundação. A cidade fundada pelos Bandeirantes
tem uma comunidade de 2 milhões de japoneses, a maior fora do Japão.
Imagem da Avenida Paulista, captada a partir de tunel subterrâeo. Esta
zona central da cidade, que hoje é o maior centro financeiro de toda a
América do Sul, era dantes uma zona de palacetes dos senhores do café
e dos industriais poderosos, com fábricas enormes na zonas periféricas.
2004/01/24
Pelo registo de Helena Matos, no "Público" de hoje, fiquei a saber que,
"o Tribunal Central Administrativo considerou que a Fundação Berardo
não pode ser obrigada a pagar os mais de 5 milhões de euros que lhe
são exigidos pela administração fiscal, obtidos através do processo que
ficou conhecido pela 'lavagem do cupão'...". Pois é, como são 5 milhões,
não parece mal a quem administra a justiça fiscal, perdoar à faltosa...
Mas a surpresa está neste caso, relatado na primeira pessoa, por Helena
Matos: "Conheço-a há vários anos. É educadora de infância num jardim
infantil público de Lisboa. Os pais de muitas crianças que frequentam esta
instituição reconhecem-lhe o entusiasmo e a competência. Um destes dias
os pais viram-na chorar. A razão era o mais imprevista que se possa supor:
contra ela e contra as outras educadoras desse jardim de infância fora
apresentada uma queixa na Direcção Regional de Educação de Lisboa
(DREL) dando conta da existência de saco azul. Ou seja a contribuição
voluntária dos pais para as tintas, as plasticinas, as fotografias das festas...
vulgarmente designada por mealheiro escolar, fora transformado num saco
azul. O resto da surpresa veio depois quando fomos informados de que o dito
mealheiro é ilegal. Ou seja, se esta educadora se tivesse limitado a cumprir escrupulosamente o seu horário, se não tivesse procurado enriquecido as
actividades que organiza, se, como tantos outros professores e educadores,
tivesse baixado os ombros e declarado 'não me pagam para isso', não teria
cometido qualquer ilegalidade. Nem nunca a DREL se teria interrogado sobre o
seu desempenho. Como não foi esse o caso, vê-se acusada de ter organizado
um mealheiro escolar para pagar os materiais que os orçamentos não cobrem.
Espantosa administração pública esta que persegue quem organiza um mealheiro
escolar para comprar plasticina e folhas de cartolina e não se interroga sobre
a multiplicação dos custos dos estádios de futebol!".
Comentários, para quê? -- perante estes dois casos de burocracia asfixiante.
Esta fotografia mostra o corpo de um homem, conservado graças
às novas técnicas de dissecação, numa exposição em Dresden, que
está a levantar problemas éticos e morais, dado que se trata de um
corpo humano expôsto na total e íntegra forma que os anos lhe deram.
A mostra consta de dezenas de corpos, em diversas cenas da vida,
não se sabendo qual a origem de todos eles, havendo suspeitas que
alguns deles sejam de condenados chineses à pena capital...
Dois anos depois da turbulência na Bolsa de Nova Iorque, motivada
pelos escândalos financeiros, a SEC -- entidade reguladora -- continua
a detectar casos de fraudes, gravosas para os investidores. Na próxima
semana a Massachusetts Financial Services deverá pagar 200 milhões de
dolares e reduzir as despesas nas suas operações de bolsa, para assim
evitar ir a julgamento. Depois seguem-se a La Branche, FleetBoston
Financial Cor., Goldman Sachs e Van der Moolen Holding, operadoras de
fundos americanos, onde se movimentam cerca de 7,2 triliões de dolares.
"o Tribunal Central Administrativo considerou que a Fundação Berardo
não pode ser obrigada a pagar os mais de 5 milhões de euros que lhe
são exigidos pela administração fiscal, obtidos através do processo que
ficou conhecido pela 'lavagem do cupão'...". Pois é, como são 5 milhões,
não parece mal a quem administra a justiça fiscal, perdoar à faltosa...
Mas a surpresa está neste caso, relatado na primeira pessoa, por Helena
Matos: "Conheço-a há vários anos. É educadora de infância num jardim
infantil público de Lisboa. Os pais de muitas crianças que frequentam esta
instituição reconhecem-lhe o entusiasmo e a competência. Um destes dias
os pais viram-na chorar. A razão era o mais imprevista que se possa supor:
contra ela e contra as outras educadoras desse jardim de infância fora
apresentada uma queixa na Direcção Regional de Educação de Lisboa
(DREL) dando conta da existência de saco azul. Ou seja a contribuição
voluntária dos pais para as tintas, as plasticinas, as fotografias das festas...
vulgarmente designada por mealheiro escolar, fora transformado num saco
azul. O resto da surpresa veio depois quando fomos informados de que o dito
mealheiro é ilegal. Ou seja, se esta educadora se tivesse limitado a cumprir escrupulosamente o seu horário, se não tivesse procurado enriquecido as
actividades que organiza, se, como tantos outros professores e educadores,
tivesse baixado os ombros e declarado 'não me pagam para isso', não teria
cometido qualquer ilegalidade. Nem nunca a DREL se teria interrogado sobre o
seu desempenho. Como não foi esse o caso, vê-se acusada de ter organizado
um mealheiro escolar para pagar os materiais que os orçamentos não cobrem.
Espantosa administração pública esta que persegue quem organiza um mealheiro
escolar para comprar plasticina e folhas de cartolina e não se interroga sobre
a multiplicação dos custos dos estádios de futebol!".
Comentários, para quê? -- perante estes dois casos de burocracia asfixiante.
Esta fotografia mostra o corpo de um homem, conservado graças
às novas técnicas de dissecação, numa exposição em Dresden, que
está a levantar problemas éticos e morais, dado que se trata de um
corpo humano expôsto na total e íntegra forma que os anos lhe deram.
A mostra consta de dezenas de corpos, em diversas cenas da vida,
não se sabendo qual a origem de todos eles, havendo suspeitas que
alguns deles sejam de condenados chineses à pena capital...
Dois anos depois da turbulência na Bolsa de Nova Iorque, motivada
pelos escândalos financeiros, a SEC -- entidade reguladora -- continua
a detectar casos de fraudes, gravosas para os investidores. Na próxima
semana a Massachusetts Financial Services deverá pagar 200 milhões de
dolares e reduzir as despesas nas suas operações de bolsa, para assim
evitar ir a julgamento. Depois seguem-se a La Branche, FleetBoston
Financial Cor., Goldman Sachs e Van der Moolen Holding, operadoras de
fundos americanos, onde se movimentam cerca de 7,2 triliões de dolares.
2004/01/23
Eduardo Prado Coelho (EPC) vem hoje, na sua coluna do "Público", falar
sobre "a outra mundialização" -- sem nos dizer qual -- a propósito do Forum
Social Mundial, que decorreu em Bombaím e terminou ontem. Como acontece
com a maioria dos nossos analistas, EPC parece não saber do que está a
falar: "Pode-se simpatizar, pode-se odiar... sem necessáriamente estar de
acordo com tudo embora o ódio, esse, seja mais maciço e homogéneo", diz
de entrada, EPC. Isto, mais parece um monólogo de Wittgenstein do que um
comentário sobre um "happening" social. Por via disso, não chego a saber
se EPC escreve sobre o Forum de Davos ou ácerca do Banco Mundial. Mas,
por outro lado, fala da "confusão e vozearia em Bombaím", segundo relatos
que lhe chegaram. No final, remata, falando do aumento das desigualdades,
pelo que, -- recomenda EPC -- "a esquerda deve manter a causa da liberdade,
mas não pode abandonar os princípios de igualdade, que são a sua última e
mais profunda razão de ser". Não há dúvida, na Blogosfera, podemos encontrar
analistas e comentadores mais objectivos e melhor documentados que a maior
parte dos nossos "opinion makers". Sobre o assunto, veja-se, aqui, o que disse
Paulo Pereira, que tambem acaba por desmontar a argumentação de EPC.
Ao contrário do que escrevi a semana passada, sobre João Bénard da Costa,
que vem hoje escrever no "Público" sobre "O rei, a perna de frango, as coxas
da moça e o apalpão", acho que, desta vez, Bénard da Costa, revivendo o
passado, como é seu costume, apresenta um texto mais leve, com menos
citações de datas e autores. Aliás, o assunto não é assim tão antigo, embora
se relacione com o rei D. João VI, aquele com cara de imbecil e barriga de mulher
grávida, que comia "pernas de frango que tirava dos bolsos, enquanto metia
as mãos pelas saias das raparigas". Bénard da Costa transcreve parte de uma
hipotética entrevista, feita ao conselheiro do rei, que nunca responde direito
às perguntas, fugindo sempre ao fundo da questão. É, de facto, o espelho da
maioria das entrevistas concedidas nestes tempos, pela maioria dos nossos
governantes, políticos e advogados. Muito oportuno, este trabalho de JBC.
Sobre as "Greves às sexta-feiras" levadas a cabo pelos trabalhadores da
Função Pública, eu só espero que haja bom senso e que os sindicatos façam
greves pelas razões convenientes aos associados, em tempo útil, quando seja
razoável a reivindicação, mas nunca em tempo de crise, e jamais quando está
à vista apenas a contestação política e não se vê rigorosamente nenhuma
saída para haver aumentos salariais. Espera-se honestidade da parte dos
dirigentes sindicais, para não descambarmos mais na ausência ao trabalho.
De resto, na Blogosfera,terá sido um dos temas mais comentados, neste dia.
Veja aqui, seis questões do Intimista e aqui, as greves à sexta do Matamouros.
Na Faixa de Gaza, um menino de 11 anos, que andava a caçar
passarinhos na companhia de outros amigos, foi morto pelos
israelitas, sem razão aparente para tamanho assassínio.
Kofi Annan mais uma vez falou dos perigos que ensombram
a paz mundial, desta vez no Forum de Davos, na Suiça. Referiu
as desigualdes sociais, condenou os subsídios à agricultura
dos países ricos, que impedem os países pobres de venderem
os seus produtos. Apelou à luta contra a sida e a fome no mundo.
sobre "a outra mundialização" -- sem nos dizer qual -- a propósito do Forum
Social Mundial, que decorreu em Bombaím e terminou ontem. Como acontece
com a maioria dos nossos analistas, EPC parece não saber do que está a
falar: "Pode-se simpatizar, pode-se odiar... sem necessáriamente estar de
acordo com tudo embora o ódio, esse, seja mais maciço e homogéneo", diz
de entrada, EPC. Isto, mais parece um monólogo de Wittgenstein do que um
comentário sobre um "happening" social. Por via disso, não chego a saber
se EPC escreve sobre o Forum de Davos ou ácerca do Banco Mundial. Mas,
por outro lado, fala da "confusão e vozearia em Bombaím", segundo relatos
que lhe chegaram. No final, remata, falando do aumento das desigualdades,
pelo que, -- recomenda EPC -- "a esquerda deve manter a causa da liberdade,
mas não pode abandonar os princípios de igualdade, que são a sua última e
mais profunda razão de ser". Não há dúvida, na Blogosfera, podemos encontrar
analistas e comentadores mais objectivos e melhor documentados que a maior
parte dos nossos "opinion makers". Sobre o assunto, veja-se, aqui, o que disse
Paulo Pereira, que tambem acaba por desmontar a argumentação de EPC.
Ao contrário do que escrevi a semana passada, sobre João Bénard da Costa,
que vem hoje escrever no "Público" sobre "O rei, a perna de frango, as coxas
da moça e o apalpão", acho que, desta vez, Bénard da Costa, revivendo o
passado, como é seu costume, apresenta um texto mais leve, com menos
citações de datas e autores. Aliás, o assunto não é assim tão antigo, embora
se relacione com o rei D. João VI, aquele com cara de imbecil e barriga de mulher
grávida, que comia "pernas de frango que tirava dos bolsos, enquanto metia
as mãos pelas saias das raparigas". Bénard da Costa transcreve parte de uma
hipotética entrevista, feita ao conselheiro do rei, que nunca responde direito
às perguntas, fugindo sempre ao fundo da questão. É, de facto, o espelho da
maioria das entrevistas concedidas nestes tempos, pela maioria dos nossos
governantes, políticos e advogados. Muito oportuno, este trabalho de JBC.
Sobre as "Greves às sexta-feiras" levadas a cabo pelos trabalhadores da
Função Pública, eu só espero que haja bom senso e que os sindicatos façam
greves pelas razões convenientes aos associados, em tempo útil, quando seja
razoável a reivindicação, mas nunca em tempo de crise, e jamais quando está
à vista apenas a contestação política e não se vê rigorosamente nenhuma
saída para haver aumentos salariais. Espera-se honestidade da parte dos
dirigentes sindicais, para não descambarmos mais na ausência ao trabalho.
De resto, na Blogosfera,terá sido um dos temas mais comentados, neste dia.
Veja aqui, seis questões do Intimista e aqui, as greves à sexta do Matamouros.
Na Faixa de Gaza, um menino de 11 anos, que andava a caçar
passarinhos na companhia de outros amigos, foi morto pelos
israelitas, sem razão aparente para tamanho assassínio.
Kofi Annan mais uma vez falou dos perigos que ensombram
a paz mundial, desta vez no Forum de Davos, na Suiça. Referiu
as desigualdes sociais, condenou os subsídios à agricultura
dos países ricos, que impedem os países pobres de venderem
os seus produtos. Apelou à luta contra a sida e a fome no mundo.
2004/01/22
Voltando à Estratégia Global de Dietas da OMS, referida ontem,
aqui, permito-me transcrever o seguinte registo do "Público" de hoje:
"As despesas médicas atribuidas à obesidade nos EUA atingiram, em 2003,
os 75 mil milhões de dolares, segundo um estudo oficial ontem publicado.
Metade deste valor foi pago pelos contribuintes. [Os efeitos a longo prazo
da obesidade na saúde do nosso país e na nossa economia não devem ser
subestimados] declarou Julie Gerberding, directora do Centro de Controlo e
Prevenção de Doenças, de Atlanta, uma das organizações que participou na
elaboração do estudo. Estima-se que, nos Estados Unidos, 31 por cento dos
adultos sejam obesos e 33 por cento tenham peso a mais".
José Pacheco Pereira (JPP) vem hoje, no "Público", falar sobre os "ismos"
póstumos, um artigo que não vale mais que uma "posta" de qualquer blogue.
Mas os nossos "opinion makers" têm tantos locais para discorrer sobre factos
e ideias que, às tantas, parece nada terem, para preencher as colunas dos
jornais, onde recebem por avença. Com este artigo, JPP faz-me lembrar aquele
profeta, o Fukuyama, ao proclamar o "Fim da História", aquando da queda do
muro de Berlim. Com efeito, JPP ao proclamar o fim dos "ismos", esquece que
os tempos são outros, mas a linguagem tambem o é. Embora os "ismos" de
JPP tenham passado, continua a discussão entre CapitalISMO, LiberalISMO,
ConservadorISMO e SocialISMO. Além disso, com a mudança dos tempos, os
"ismos" de JPP, hoje denominam-se produtivIDADE, racionalIDADE, equiDADE,
iberaliZAÇÃO, globalIZAÇÃO, etc. A sociedade continua enredada numa vasta
série de questões, para as quais nem sempre tem resposta. Hoje, é igual...
Parece-me estranho, que um político comprometido, utilize o espaço nobre de
um jornal diário, para vir falar de coisa nenhuma. Para se falar de coisas sérias,
como seja a cultura em geral, é preciso ser-se objectivo, escolhendo o tema a
abordar. A propósito de um "ismo", vir falar de Estruturalismo, sem tão pouco
citar de forma clara o nome do seu expoente máximo, que foi Claude Lévy-
Strauss, não passa de entretenimento barato. Misturar Garaudy com Althusser
e Saussure, requere uma descrição exaustiva. Para falar de Estruturalismo,
convinha falar de Herbert Marcuse e Theodore Adorno, mas tambem seria
conveniente enquadrá-los na época do Personalismo cristão, de Emmanuel
Mounier. Para falar de Garaudy, não podemos esquecer Henry Lefebvre...
Por aqui, podemos avaliar a deriva de JPP sobre os "ismos" que, à falta de
tempo e espaço (presumo eu), acabou a dizer que Eduardo Prado Coelho foi
um dos que em Portugal discutiu o Estruturalismo com Virgílio Ferreira. Acaba
a dizer que EPC "venceu", "porque há mais Prado Coelho no sistema intelectual,
cultural e pedagógico do que Virgílio Ferreira, mesmo tendo em conta que a
"Aparição" é usada para afastar os alunos da literatura portuguesa.... Mas,
em todos os outros aspectos, o sistema de valores morais, políticos, ideológicos
e a sensibilidade contemporânea estão mais do lado de Virgílio Ferreira, [que
era] rabugento, teimoso... e humanista-- conclui JPP, assim, o seu artigo.
Esperemos que Eduardo Prado Coelho responda, mas de forma clara e breve.
Como era de esperar, José Manuel Fernandes, dedicou o seu editorial
de hoje, no "Público, sob o título "A longa campanha" (lembra a Grande
Marcha, de Mao Tsetung) para bater palmas a George Bush, pelo discurso
sobre o estado da União. Todavia, JMF não me parece nada tranquilo, pois
citou o velho lema de Wall Street: "it's the economy, stupid!". Mas depois
acaba por convencer-se que a retoma da economia americana vai seguir
em frente, pelo que a re-eleição de George Bush, está assegurada. Vamos
ver, só depois de resolvida a questão das eleições no Iraque, poderemos
ter alguma luz ao fundo do tunel. Até lá, nada está seguro -- digo eu.
aqui, permito-me transcrever o seguinte registo do "Público" de hoje:
"As despesas médicas atribuidas à obesidade nos EUA atingiram, em 2003,
os 75 mil milhões de dolares, segundo um estudo oficial ontem publicado.
Metade deste valor foi pago pelos contribuintes. [Os efeitos a longo prazo
da obesidade na saúde do nosso país e na nossa economia não devem ser
subestimados] declarou Julie Gerberding, directora do Centro de Controlo e
Prevenção de Doenças, de Atlanta, uma das organizações que participou na
elaboração do estudo. Estima-se que, nos Estados Unidos, 31 por cento dos
adultos sejam obesos e 33 por cento tenham peso a mais".
José Pacheco Pereira (JPP) vem hoje, no "Público", falar sobre os "ismos"
póstumos, um artigo que não vale mais que uma "posta" de qualquer blogue.
Mas os nossos "opinion makers" têm tantos locais para discorrer sobre factos
e ideias que, às tantas, parece nada terem, para preencher as colunas dos
jornais, onde recebem por avença. Com este artigo, JPP faz-me lembrar aquele
profeta, o Fukuyama, ao proclamar o "Fim da História", aquando da queda do
muro de Berlim. Com efeito, JPP ao proclamar o fim dos "ismos", esquece que
os tempos são outros, mas a linguagem tambem o é. Embora os "ismos" de
JPP tenham passado, continua a discussão entre CapitalISMO, LiberalISMO,
ConservadorISMO e SocialISMO. Além disso, com a mudança dos tempos, os
"ismos" de JPP, hoje denominam-se produtivIDADE, racionalIDADE, equiDADE,
iberaliZAÇÃO, globalIZAÇÃO, etc. A sociedade continua enredada numa vasta
série de questões, para as quais nem sempre tem resposta. Hoje, é igual...
Parece-me estranho, que um político comprometido, utilize o espaço nobre de
um jornal diário, para vir falar de coisa nenhuma. Para se falar de coisas sérias,
como seja a cultura em geral, é preciso ser-se objectivo, escolhendo o tema a
abordar. A propósito de um "ismo", vir falar de Estruturalismo, sem tão pouco
citar de forma clara o nome do seu expoente máximo, que foi Claude Lévy-
Strauss, não passa de entretenimento barato. Misturar Garaudy com Althusser
e Saussure, requere uma descrição exaustiva. Para falar de Estruturalismo,
convinha falar de Herbert Marcuse e Theodore Adorno, mas tambem seria
conveniente enquadrá-los na época do Personalismo cristão, de Emmanuel
Mounier. Para falar de Garaudy, não podemos esquecer Henry Lefebvre...
Por aqui, podemos avaliar a deriva de JPP sobre os "ismos" que, à falta de
tempo e espaço (presumo eu), acabou a dizer que Eduardo Prado Coelho foi
um dos que em Portugal discutiu o Estruturalismo com Virgílio Ferreira. Acaba
a dizer que EPC "venceu", "porque há mais Prado Coelho no sistema intelectual,
cultural e pedagógico do que Virgílio Ferreira, mesmo tendo em conta que a
"Aparição" é usada para afastar os alunos da literatura portuguesa.... Mas,
em todos os outros aspectos, o sistema de valores morais, políticos, ideológicos
e a sensibilidade contemporânea estão mais do lado de Virgílio Ferreira, [que
era] rabugento, teimoso... e humanista-- conclui JPP, assim, o seu artigo.
Esperemos que Eduardo Prado Coelho responda, mas de forma clara e breve.
Como era de esperar, José Manuel Fernandes, dedicou o seu editorial
de hoje, no "Público, sob o título "A longa campanha" (lembra a Grande
Marcha, de Mao Tsetung) para bater palmas a George Bush, pelo discurso
sobre o estado da União. Todavia, JMF não me parece nada tranquilo, pois
citou o velho lema de Wall Street: "it's the economy, stupid!". Mas depois
acaba por convencer-se que a retoma da economia americana vai seguir
em frente, pelo que a re-eleição de George Bush, está assegurada. Vamos
ver, só depois de resolvida a questão das eleições no Iraque, poderemos
ter alguma luz ao fundo do tunel. Até lá, nada está seguro -- digo eu.
2004/01/21
Está feito o quadro sobre o estado da Nação, pintado por George Bush.
Os analistas assinalam as linhas de força do discurso, onde é referida a
queda e a captura de Saddam Hussein, a retoma da economia americana,
as medidas tomadas para cortar nos impostos, e ainda a prescrição de
medicamentos aos beneficiários do Medicare. Mas tambem assinalam que,
George Bush ignorou o desemprego, o enorme défice em crescendo, assim
como esqueceu o Médio-Oriente, o problema de Israel e a Palestina, e por
fim o Patriot Act, através do qual os americanos têm as liberdades limitadas.
Depois deste balanço anual, Bush foi para a estrada, em campanha eleitoral.
Por cá ainda não se ouviram o "cruzado" Luis Delgado e o neo-conservador
José Manuel Fernandes, director do "Público". Possivelmente amanhã, vamos
ter a sua "iluminada" opinião, com muitos elogios a George Bush. Mas quem
marcou pontos, por antecipação, foi o nosso bloquista, Fernando Rosas, que
verberou umas valentes "cachimbadas" naquilo a que ele chama "O impasse
americano". Para Rosas, "um ano depois do altivo e ameaçador discurso sobre
o estado da União de 2003, o presidente George Bush apresentou-se perante
o Congresso carregando a derrota da sua estratégia imperial no Afganistão e
no Iraque, onde nada resultou e onde todos os objectivos pretendidos se
encontram em falência." -- diz Fernando Rosas, na fumarada do seu cachimbo.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), votou ontem, em Genebra, um estudo
recomendando aos governos a Estratégia Global sobre Dietas, Exercício Físico
e Saúde, sem que o documento tivesse sido aceite pelos Estados Unidos, como
é habitual, quando se trata de medidas que podem afectar as suas empresas
multinacionais, como seja a MacDonalds, a Coca-Cola e outras semelhantes,
respondendo que "o documento só terá efeito se os cidadãos quiserem, pois
não caberá ao Estado intervir condenando o tipo de alimentação que a
população faz". O Canadá, a Nova Zelândia e várias nações europeias acham
que a estratégia está bem delineada. Mas já o Paquistão, a Coreia do Sul e
as Filipinas, apoiaram a administração Bush. A Coreia surpreende, os outros
dois países não, porque são superpovoados e parte da população passa fome.
"O texto refere que a obesidade, a diabetes, as doenças cardíacas e certos
tipos de cancro podem ser reduzidos com a dieta certa, ou seja, eliminando os
açucares, gorduras e sal em demasia", le-se no "Público" de hoje. É conhecido
o efeito "fast food", não só na América, onde têm sido movidos processos
contra a MacDonald, por um número cada vez maior de obesos. Na Malásia,
o Estado tem um programa escolar, destinado a esclarecer os riscos que os
alunos correm, ao alimentarem-se nos MacDonald. Isto porque, na Ásia, onde
ainda há poucos anos não se encontravam obesos, nem havia registos de
doenças cardíacas, tem estado a aumentar assustadoramente o número de
crianças obesas, principalmente na Malásia.
Está visto que, para os Estados Unidos, toda a alimentação que conduz cada
vez mais a aumentar o número de obesos, e a aumentar o número de pessoas
que vivem com doenças fácilmente evitáveis, não preocupa os seus serviços
de Medicare; o que é preciso é não afectar o lucro das multinacionais que
"engordam" à custa do sofrimento dos consumidores.... Que ironia e hipocrisia
se vê, em tudo isto. O Estado, deixa o mercado funcionar, mas depois lamenta
que os hospitais estejam cheios de doentes, que as "baixas" por doença levem
à falta de produtividade, que o Estado não tem dinheiro para assistência médica
e medicamentosa. É um circulo infernal, um autêntico "mundo-cão". Mas tambem
é verdade que, para as pessoas, a alimentação que preferem comer é tão into-
cável, como é a fé dos fundamentalistas religiosos. Resta educar, esclarecer...
Neste inverno frio, é bom lembrarmos o calor que há noutros países,
nesta altura do ano. No Rio de Janeiro, as praias encheram de gente,
graças ao feriado de S. Sebastião. Pormenor da praia do Leblon.
Os analistas assinalam as linhas de força do discurso, onde é referida a
queda e a captura de Saddam Hussein, a retoma da economia americana,
as medidas tomadas para cortar nos impostos, e ainda a prescrição de
medicamentos aos beneficiários do Medicare. Mas tambem assinalam que,
George Bush ignorou o desemprego, o enorme défice em crescendo, assim
como esqueceu o Médio-Oriente, o problema de Israel e a Palestina, e por
fim o Patriot Act, através do qual os americanos têm as liberdades limitadas.
Depois deste balanço anual, Bush foi para a estrada, em campanha eleitoral.
Por cá ainda não se ouviram o "cruzado" Luis Delgado e o neo-conservador
José Manuel Fernandes, director do "Público". Possivelmente amanhã, vamos
ter a sua "iluminada" opinião, com muitos elogios a George Bush. Mas quem
marcou pontos, por antecipação, foi o nosso bloquista, Fernando Rosas, que
verberou umas valentes "cachimbadas" naquilo a que ele chama "O impasse
americano". Para Rosas, "um ano depois do altivo e ameaçador discurso sobre
o estado da União de 2003, o presidente George Bush apresentou-se perante
o Congresso carregando a derrota da sua estratégia imperial no Afganistão e
no Iraque, onde nada resultou e onde todos os objectivos pretendidos se
encontram em falência." -- diz Fernando Rosas, na fumarada do seu cachimbo.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), votou ontem, em Genebra, um estudo
recomendando aos governos a Estratégia Global sobre Dietas, Exercício Físico
e Saúde, sem que o documento tivesse sido aceite pelos Estados Unidos, como
é habitual, quando se trata de medidas que podem afectar as suas empresas
multinacionais, como seja a MacDonalds, a Coca-Cola e outras semelhantes,
respondendo que "o documento só terá efeito se os cidadãos quiserem, pois
não caberá ao Estado intervir condenando o tipo de alimentação que a
população faz". O Canadá, a Nova Zelândia e várias nações europeias acham
que a estratégia está bem delineada. Mas já o Paquistão, a Coreia do Sul e
as Filipinas, apoiaram a administração Bush. A Coreia surpreende, os outros
dois países não, porque são superpovoados e parte da população passa fome.
"O texto refere que a obesidade, a diabetes, as doenças cardíacas e certos
tipos de cancro podem ser reduzidos com a dieta certa, ou seja, eliminando os
açucares, gorduras e sal em demasia", le-se no "Público" de hoje. É conhecido
o efeito "fast food", não só na América, onde têm sido movidos processos
contra a MacDonald, por um número cada vez maior de obesos. Na Malásia,
o Estado tem um programa escolar, destinado a esclarecer os riscos que os
alunos correm, ao alimentarem-se nos MacDonald. Isto porque, na Ásia, onde
ainda há poucos anos não se encontravam obesos, nem havia registos de
doenças cardíacas, tem estado a aumentar assustadoramente o número de
crianças obesas, principalmente na Malásia.
Está visto que, para os Estados Unidos, toda a alimentação que conduz cada
vez mais a aumentar o número de obesos, e a aumentar o número de pessoas
que vivem com doenças fácilmente evitáveis, não preocupa os seus serviços
de Medicare; o que é preciso é não afectar o lucro das multinacionais que
"engordam" à custa do sofrimento dos consumidores.... Que ironia e hipocrisia
se vê, em tudo isto. O Estado, deixa o mercado funcionar, mas depois lamenta
que os hospitais estejam cheios de doentes, que as "baixas" por doença levem
à falta de produtividade, que o Estado não tem dinheiro para assistência médica
e medicamentosa. É um circulo infernal, um autêntico "mundo-cão". Mas tambem
é verdade que, para as pessoas, a alimentação que preferem comer é tão into-
cável, como é a fé dos fundamentalistas religiosos. Resta educar, esclarecer...
Neste inverno frio, é bom lembrarmos o calor que há noutros países,
nesta altura do ano. No Rio de Janeiro, as praias encheram de gente,
graças ao feriado de S. Sebastião. Pormenor da praia do Leblon.
2004/01/20
Há dias fui questionado por ter retirado da lista dos blogues, com link directo,
o Abrupto, de José Pacheco Pereira. Sobre o assunto, quero afirmar o seguinte:
o Abrupto e o seu editor, Pacheco Pereira, é por demais conhecido, nos blogues,
na imprensa, na rádio, na televisão... no PSD e no Parlamento Europeu.
Na Blogosfera, há quem indique o nome de blogues da sua simpatia, por mera
sugestão de amigos, pela côr política, pelo Servidor (uns pelo Blogger, outros
pelo Sapo, outros por Weblog.pt, etc.), e há ainda os que, como eu, indicam os
blogues da sua simpatia e os que aderiram por "osmose", restando aqueles que
indicam todos, ainda que não os visitem regularmente, havendo mesmo alguns,
que estão "mortos", não têm movimento editorial, ou simplesmente emigraram.
Quanto ao Abrupto, eu leio o JPP no "Público", no "Expresso" e ainda lhe presto
atenção no programa da SIC, e no novo formato do "Flashback", além de tudo
isto, ainda o encontro por vezes no "DN", na "Visão" e no "Inimigo Público"...
Para quê, visitá-lo ainda no Abrupto? Para lhe dar mais um ponto no "counter",
que já deve ir nos 380.000? Não, chega de badalar o Pacheco Pereira, ele não
ouve ninguem, só espera ser ouvido... e nem tem a delicadeza de indicar meia
dúzia de blogues no endereço dos links. Ora, como eu tenho e quero exprimir
a minha opinião, sem ter em conta o que os outros pensam, -- pois só assim
temos diversidade de pontos de vista -- achei que não devia "carregar" com o
endereço de quem está mais virado para si, do que para os companheiros da
Blogosfera. Nós devemos emancipar-nos, assumir as responsabilidades e fazer
deste meio, uma vantagem para exprimirmos as nossas opiniões -- coisa que,
não acontece com o Abrupto, que tem todos os meios à disposição, e ainda lhe
pagam para tal... Visitá-lo, é perder o nosso tempo, mas ele ganham com isso.
Para quem se preocupa com os "véus", recomendo a leitura de Teresa de Sousa
sobre o assunto, no "Público" de hoje. Eu prefiro comentar a "dança do ventre".
"O problema está em que é muitas vezes impossivel fazer a distinção entre o
véu como uma prática religiosa livremente consentida ou como um instrumento
político utilizado pelo fundamentalismo islâmico que se instala progressiva-
mente nas sociedades democráticas europeias, tirando todo o partido das suas
liberdades para as subverter", afirma Teresa de Sousa no seu artigo de hoje.
Afinal, as sondagens, nem sempre correspondem às expectativas reais
do eleitorado, como se verifica no Iowa, onde Dean foi derrotado, saindo
vencedor o Senador John Kerry, casada com a portuguesa Teresa Heinz.
P.S.-É verdade que tenho nos links "Causa Nossa", mas
este blogue está em observação, e poderá desaparecer.
o Abrupto, de José Pacheco Pereira. Sobre o assunto, quero afirmar o seguinte:
o Abrupto e o seu editor, Pacheco Pereira, é por demais conhecido, nos blogues,
na imprensa, na rádio, na televisão... no PSD e no Parlamento Europeu.
Na Blogosfera, há quem indique o nome de blogues da sua simpatia, por mera
sugestão de amigos, pela côr política, pelo Servidor (uns pelo Blogger, outros
pelo Sapo, outros por Weblog.pt, etc.), e há ainda os que, como eu, indicam os
blogues da sua simpatia e os que aderiram por "osmose", restando aqueles que
indicam todos, ainda que não os visitem regularmente, havendo mesmo alguns,
que estão "mortos", não têm movimento editorial, ou simplesmente emigraram.
Quanto ao Abrupto, eu leio o JPP no "Público", no "Expresso" e ainda lhe presto
atenção no programa da SIC, e no novo formato do "Flashback", além de tudo
isto, ainda o encontro por vezes no "DN", na "Visão" e no "Inimigo Público"...
Para quê, visitá-lo ainda no Abrupto? Para lhe dar mais um ponto no "counter",
que já deve ir nos 380.000? Não, chega de badalar o Pacheco Pereira, ele não
ouve ninguem, só espera ser ouvido... e nem tem a delicadeza de indicar meia
dúzia de blogues no endereço dos links. Ora, como eu tenho e quero exprimir
a minha opinião, sem ter em conta o que os outros pensam, -- pois só assim
temos diversidade de pontos de vista -- achei que não devia "carregar" com o
endereço de quem está mais virado para si, do que para os companheiros da
Blogosfera. Nós devemos emancipar-nos, assumir as responsabilidades e fazer
deste meio, uma vantagem para exprimirmos as nossas opiniões -- coisa que,
não acontece com o Abrupto, que tem todos os meios à disposição, e ainda lhe
pagam para tal... Visitá-lo, é perder o nosso tempo, mas ele ganham com isso.
Para quem se preocupa com os "véus", recomendo a leitura de Teresa de Sousa
sobre o assunto, no "Público" de hoje. Eu prefiro comentar a "dança do ventre".
"O problema está em que é muitas vezes impossivel fazer a distinção entre o
véu como uma prática religiosa livremente consentida ou como um instrumento
político utilizado pelo fundamentalismo islâmico que se instala progressiva-
mente nas sociedades democráticas europeias, tirando todo o partido das suas
liberdades para as subverter", afirma Teresa de Sousa no seu artigo de hoje.
Afinal, as sondagens, nem sempre correspondem às expectativas reais
do eleitorado, como se verifica no Iowa, onde Dean foi derrotado, saindo
vencedor o Senador John Kerry, casada com a portuguesa Teresa Heinz.
P.S.-É verdade que tenho nos links "Causa Nossa", mas
este blogue está em observação, e poderá desaparecer.
2004/01/19
Com o alarido da pedofilia, o Governo e o país deixou passar o ano de 2003
sem que nada de relevante tivesse sido feito contra a corrupção e a fraude
fiscal. Não admira que venha agora, o primeiro-ministro, Durão Barroso, dizer
que está "preocupado com o falhanço à fraude fiscal". Porque a administração
fiscal foi incapaz de agir, não apresentou trabalho feito, nem parece ter meios
para actuar no terreno. Perante este quadro de impunidade, não admira que
a cultura da corrupção e da evasão fiscal neste país, continue a desfalcar as
finanças públicas e a contribuir para o défice das contas. Perante esta inacção
do Estado, somos levados a crer que o crime, para alguns compensa, e muito.
O contrapeso ao Governo, por parte da Oposição, tem sido quase invisível,
sobretudo da parte do PS, contribuindo, assim, para o desnorte da coligação
PSD/PPcds, que navega á vista, sem problemas de encalhar na Oposição. Esta,
pela voz de Lino de Carvalho, do PCP, vem dizer agora, que é "baixíssima a
taxa de tributação efectiva das empresas". A procuradora-adjunta, Maria José
Morgado, volta a afirmar que "as acusações e condenações em matéria de
corrupção fiscal, são insignificantes", pelo que se corre "o risco de se tornar
incontrolável" o combate à fraude e evasão fiscal. Dasdas as circunstâncias,
é caso para perguntar: onde está o Estado? Será que os funcionários ligados
ao fisco, não trabalham, não fazem o que deles se espera, fazendo cumprir a
lei aos prevaricadores? Ou este saneamento e resgate dos impostos não
pagos pelos faltosos está a incomodar gente, fora e dentro do Governo?
À margem desta situação, acabamos por saber que "tres investigadores da
Polícia Judiciária, foram arrolados como testemunhas abonatórias (!) de José
Gomes Pires Coelho -- o "Anão"-- considerado o maior traficante de heroína
na Península Ibérica, candidato a cumprir 32 anos de cadeia em Espanha,
mas que está ausente em parte incerta", depois de ter sido extraditado para
Portugal para ser ouvido em mais um crime de tráfico de droga em Faro. As
autoridades depois de o ouvirem, como não havia pedido de "devolução" a
Espanha, soltaram-no, e este escapuliu-se, não se lhe conhece o paradeiro.
Nesta triste cena, não sei que mais lamentar, se o facto irónico de serem citados
tres agentes da PJ para abonar o "Anão", se a ingenuidade e falta de bom
senso das nossas autoridades, quando deram rédea solta ao traficante...
No Brasil, onde está preso um tal Fernandinho Beira-Mar, "casca grossa" do
tráfico no Rio de Janeiro, a polícia federal não trata com tanta benevolência
os traficantes. Numa operação stop em Santa Catarina, prenderam Paulo
Roberto Cozzuol, advogado do Beira-Mar, quando viajava com a mulher a
caminho do Paraguai, onde ia compra armas e droga... Foi-lhe apreendido
cerca de 1 milhão de Reais (400 mil euros), mais uma agenda dos negócios
feitos, tendo confessado à polícia que o traficante Beira-Mar pagava-lhe
1 por cento sobre as vendas. O advogado, procurador do maior traficante
no Rio, ficou preso mais a mulher, sem caução. Ali, crime não compensa.
Hoje é o dia da Epifânia para os ortodoxos russos. Para assinalar a
data um habitante da cidade de Moscovo, banha-se num buraco feito no
gelo que cobre o rio Moskwa, onde a temperatura não convida a nadar.
sem que nada de relevante tivesse sido feito contra a corrupção e a fraude
fiscal. Não admira que venha agora, o primeiro-ministro, Durão Barroso, dizer
que está "preocupado com o falhanço à fraude fiscal". Porque a administração
fiscal foi incapaz de agir, não apresentou trabalho feito, nem parece ter meios
para actuar no terreno. Perante este quadro de impunidade, não admira que
a cultura da corrupção e da evasão fiscal neste país, continue a desfalcar as
finanças públicas e a contribuir para o défice das contas. Perante esta inacção
do Estado, somos levados a crer que o crime, para alguns compensa, e muito.
O contrapeso ao Governo, por parte da Oposição, tem sido quase invisível,
sobretudo da parte do PS, contribuindo, assim, para o desnorte da coligação
PSD/PPcds, que navega á vista, sem problemas de encalhar na Oposição. Esta,
pela voz de Lino de Carvalho, do PCP, vem dizer agora, que é "baixíssima a
taxa de tributação efectiva das empresas". A procuradora-adjunta, Maria José
Morgado, volta a afirmar que "as acusações e condenações em matéria de
corrupção fiscal, são insignificantes", pelo que se corre "o risco de se tornar
incontrolável" o combate à fraude e evasão fiscal. Dasdas as circunstâncias,
é caso para perguntar: onde está o Estado? Será que os funcionários ligados
ao fisco, não trabalham, não fazem o que deles se espera, fazendo cumprir a
lei aos prevaricadores? Ou este saneamento e resgate dos impostos não
pagos pelos faltosos está a incomodar gente, fora e dentro do Governo?
À margem desta situação, acabamos por saber que "tres investigadores da
Polícia Judiciária, foram arrolados como testemunhas abonatórias (!) de José
Gomes Pires Coelho -- o "Anão"-- considerado o maior traficante de heroína
na Península Ibérica, candidato a cumprir 32 anos de cadeia em Espanha,
mas que está ausente em parte incerta", depois de ter sido extraditado para
Portugal para ser ouvido em mais um crime de tráfico de droga em Faro. As
autoridades depois de o ouvirem, como não havia pedido de "devolução" a
Espanha, soltaram-no, e este escapuliu-se, não se lhe conhece o paradeiro.
Nesta triste cena, não sei que mais lamentar, se o facto irónico de serem citados
tres agentes da PJ para abonar o "Anão", se a ingenuidade e falta de bom
senso das nossas autoridades, quando deram rédea solta ao traficante...
No Brasil, onde está preso um tal Fernandinho Beira-Mar, "casca grossa" do
tráfico no Rio de Janeiro, a polícia federal não trata com tanta benevolência
os traficantes. Numa operação stop em Santa Catarina, prenderam Paulo
Roberto Cozzuol, advogado do Beira-Mar, quando viajava com a mulher a
caminho do Paraguai, onde ia compra armas e droga... Foi-lhe apreendido
cerca de 1 milhão de Reais (400 mil euros), mais uma agenda dos negócios
feitos, tendo confessado à polícia que o traficante Beira-Mar pagava-lhe
1 por cento sobre as vendas. O advogado, procurador do maior traficante
no Rio, ficou preso mais a mulher, sem caução. Ali, crime não compensa.
Hoje é o dia da Epifânia para os ortodoxos russos. Para assinalar a
data um habitante da cidade de Moscovo, banha-se num buraco feito no
gelo que cobre o rio Moskwa, onde a temperatura não convida a nadar.
2004/01/18
A voz e os clamores dos activistas anti-globalização, chegam-nos da Índia,
sopradas pelas ondas hertzianas, ainda que o "establishment" não queira
ouvir o outro lado das questões. Mas a mensagem propaga-se e cada vez
há mais pessoas a dar conta das contradições sociais e políticas neste mundo.
O Forum Social Mundial a decorrer em Bombaím, levado por vontade do Brasil,
demonstra como é possivel gerir a "coisa pública" com a ajuda de todos, com
base em reuniões multilaterais e multidisciplinares, sugerindo e reivindicando
aos poderes instituidos, maior participação da sociedade cívil, com vista a
alcançarmos um mundo mais justo, mais solidário, sem guerras nem armas.
Com a IBSA-Índia, Brasil e África do Sul a poderem desempenhar o lugar que
lhes compete no Conselho de Segurança da ONU, e talvez, a curto prazo, em
parceria com a União Europeia, podemos esperar para as instituições interna-
cionais um peso maior nas decisões e no cumprimento do Direito Internacional.
No próximo dia 26, Lula da Silva, é convidado de honra da República da India
para assistir às comemorações do dia daquela nação-continente. O Brasil, na
pessoa do seu Presidente, é a primeira nação sul-americana a receber esta
distinção. Isto demonstra o peso crescente do Brasil na política internacional.
Segundo li agora na Net, 61 por cento dos americanos discordam do programa
marciano de George Bush. O povo... tem sempre o sentido prático das coisas;
se o Governo não tem dinheiro para construir um vai-e-vém para ir à ISS-Intern
Space Station -- depois da queda do Colúmbia -- nem para a manutenção do
telescópio Hubble, aonde vai arranjar os biliões para uma viagem a Marte?
Quanto à Estação Internacional em órbita, vai-nos valendo as naves russas,
porque se assim não fôsse, arriscavam-se a morrer os astrounautas que lá
trabalham -- por falta de alimentos, de água e oxigénio.... A guerra iraquiana
deixou a Administração americana de tanga...
George Bush encontra-se entre a espada e a parede; quer ganhar a reeleição
fazendo promessas que não pode cumprir, e não quer nem pode abandonar
os seus soldados que morrem diáriamente no Iraque. Hoje assistiu-se a mais
um acto suicida, no qual morreram 25 pessoas e 130 ficaram feridos. Neste
momento ainda não há confirmação se os mortos são apenas militares ou não.
A batalha de Bagdade -- há muito planeada -- está a tornar-se num atoleiro,
onde todos os dias morrem pessoas, cívis e militares. O comando americano
parece estar num beco sem saída, como está George Bush, agora sem apoio
dos "falcões" que iniciaram a guerra. Rumsfeld e Chiney, cairam em desgraça.
E a questão iraquiana, nesta situação perigosa, vai restar para as Nações
Unidas tentarem encontrar uma solução. Todos vamos pagar o custo desta
guerra, seja pela alta do petróleo, seja pelo atraso da recuperação económica.
Nós por cá, vamos indo. Veja-se isto: "Sem imprensa livre não há democracia.
Mas a imprensa livre -- ou melhor, a Internet em roda livre, seguida pelos
tablóides, potenciada pelas televisões e caucionada pelos jornais de referência
-- está a constittuir-se numa ameaça à democracia". Citado no "Expresso".
Que quererá dizer com isto, o semanário do arquitecto Saraiva? Quer ele dizer
que a Blogosfera, constitui uma ameaça à liberdade? Estará a dizer que apenas
o seu jornal, o "Expresso", é o guardião das liberdades democráticas? Isto,
mais parece uma conspiração contra os blogues, do que um juizo de valor sobre
a "tablóidização" da nossa imprensa, incluindo o semanário "Expresso"!!!
sopradas pelas ondas hertzianas, ainda que o "establishment" não queira
ouvir o outro lado das questões. Mas a mensagem propaga-se e cada vez
há mais pessoas a dar conta das contradições sociais e políticas neste mundo.
O Forum Social Mundial a decorrer em Bombaím, levado por vontade do Brasil,
demonstra como é possivel gerir a "coisa pública" com a ajuda de todos, com
base em reuniões multilaterais e multidisciplinares, sugerindo e reivindicando
aos poderes instituidos, maior participação da sociedade cívil, com vista a
alcançarmos um mundo mais justo, mais solidário, sem guerras nem armas.
Com a IBSA-Índia, Brasil e África do Sul a poderem desempenhar o lugar que
lhes compete no Conselho de Segurança da ONU, e talvez, a curto prazo, em
parceria com a União Europeia, podemos esperar para as instituições interna-
cionais um peso maior nas decisões e no cumprimento do Direito Internacional.
No próximo dia 26, Lula da Silva, é convidado de honra da República da India
para assistir às comemorações do dia daquela nação-continente. O Brasil, na
pessoa do seu Presidente, é a primeira nação sul-americana a receber esta
distinção. Isto demonstra o peso crescente do Brasil na política internacional.
Segundo li agora na Net, 61 por cento dos americanos discordam do programa
marciano de George Bush. O povo... tem sempre o sentido prático das coisas;
se o Governo não tem dinheiro para construir um vai-e-vém para ir à ISS-Intern
Space Station -- depois da queda do Colúmbia -- nem para a manutenção do
telescópio Hubble, aonde vai arranjar os biliões para uma viagem a Marte?
Quanto à Estação Internacional em órbita, vai-nos valendo as naves russas,
porque se assim não fôsse, arriscavam-se a morrer os astrounautas que lá
trabalham -- por falta de alimentos, de água e oxigénio.... A guerra iraquiana
deixou a Administração americana de tanga...
George Bush encontra-se entre a espada e a parede; quer ganhar a reeleição
fazendo promessas que não pode cumprir, e não quer nem pode abandonar
os seus soldados que morrem diáriamente no Iraque. Hoje assistiu-se a mais
um acto suicida, no qual morreram 25 pessoas e 130 ficaram feridos. Neste
momento ainda não há confirmação se os mortos são apenas militares ou não.
A batalha de Bagdade -- há muito planeada -- está a tornar-se num atoleiro,
onde todos os dias morrem pessoas, cívis e militares. O comando americano
parece estar num beco sem saída, como está George Bush, agora sem apoio
dos "falcões" que iniciaram a guerra. Rumsfeld e Chiney, cairam em desgraça.
E a questão iraquiana, nesta situação perigosa, vai restar para as Nações
Unidas tentarem encontrar uma solução. Todos vamos pagar o custo desta
guerra, seja pela alta do petróleo, seja pelo atraso da recuperação económica.
Nós por cá, vamos indo. Veja-se isto: "Sem imprensa livre não há democracia.
Mas a imprensa livre -- ou melhor, a Internet em roda livre, seguida pelos
tablóides, potenciada pelas televisões e caucionada pelos jornais de referência
-- está a constittuir-se numa ameaça à democracia". Citado no "Expresso".
Que quererá dizer com isto, o semanário do arquitecto Saraiva? Quer ele dizer
que a Blogosfera, constitui uma ameaça à liberdade? Estará a dizer que apenas
o seu jornal, o "Expresso", é o guardião das liberdades democráticas? Isto,
mais parece uma conspiração contra os blogues, do que um juizo de valor sobre
a "tablóidização" da nossa imprensa, incluindo o semanário "Expresso"!!!
2004/01/17
DESEMPREGO ATINGE GRAVEMENTE OS PORTUGUESES
Li há dias, no "Público", um artigo do embaixador José Cutileiro, onde
este acusava os portugueses de viverem num "torpor lamuriento", apesar
do Governo actual "ter feito o que pode para nos tirar do buraco"...
Claro que José Cutileiro, no exercício das suas funções -- embaixador e
investigador universitário -- vive mais tempo no estrangeiro do que no
seu país, este rectangulo geográfico onde vivem os demais portugueses.
Por isso, é natural que José Cutileiro não sinta os reais problemas dos
seus concidadãos, mas estes, conhecem bem as dificuldades que aqui
se colocam à grande maioria do povo, que é o crescente desemprego.
Ainda agora, estão em risco de perder o seu emprego, 500 trabalhadores
na ex-Sorefame-- que faz parte do grupo canadiano Bombardier-- se até
Maio não for encontrada uma solução para a falta de encomendas, ou seja
carruagens inox para comboios. Esta unidade fabril é, a nível mundial,
um "centro de excelência no fabrico de caixas em aço inox". Mas a actual
crise económica, parece ter apanhado a administração da multinacional
completamente desprevenida, não cuidando de obter outras alternativas.
A par desta má notícia, outra veio chamar a atenção para o flagelo do
desemprego em Portugal. Em Vila Nova de Gaia, a Brax, empresa de origem
alemã, ligada à indústria de confecções, implantada naquele concelho há
mais de 30 anos, vai fechar as portas, deixando no desemprego mais de
450 funcionárias. Só nestes dois casos, são cerca de 1.000 trabalhadores
que ficam sem actividade, a maioria dos quais com idade entre os 40 e os
50 anos. Este facto, torna quase impossível aos trabalhadores despedidos,
conseguirem arranjar outro emprego. Mas tambem não podem requerer
a reforma, por falta de requesitos legais. É um problema social inquietante.
Nestas circunstâncias, e dado que o Governo prevê este ano subida do
desemprego, como podem os portugueses não andar "lamurientos"? Esta
pergunta devia ser dirigida a José Cutileiro, que a ela devia dar resposta, e,
se possivel, uma resposta positiva, com solução útil para todos quantos
perderam e vão perder a sua fonte de rendimento familiar: o seu trabalho.
Percebendo-se fácilmente, todas as graves consequências que esta chaga
acarreta para as famílias portuguesas, como não compreender e lamentar
as preocupações de todos aqueles que são despedidos, e acusam este
Governo como causa próxima do que está acontecer? Como não entender
o "torpor lamuriento" dos portugueses, que tanto parece incomodar Cutileiro?
A Administração Bush depois de ter gasto o "superavit" deixado
por Bill Clinton e ter conseguido o astronómico "défice" que já
chegou aos 400 mil milhões de dolares, pretende fazer esquecer
os problemas orçamentais, acenando com a ida à Lua.... Só um
lunático apostado em não perder as eleições, pode pensar em
tal proeza. A América tem uma dívida, que vai durar uns 10 anos.
Começa a faltar dinheiro. O telescópio Hubble, que custou uma
pipa de massa, vai ficar abandonando, até se desintegrar...
Li há dias, no "Público", um artigo do embaixador José Cutileiro, onde
este acusava os portugueses de viverem num "torpor lamuriento", apesar
do Governo actual "ter feito o que pode para nos tirar do buraco"...
Claro que José Cutileiro, no exercício das suas funções -- embaixador e
investigador universitário -- vive mais tempo no estrangeiro do que no
seu país, este rectangulo geográfico onde vivem os demais portugueses.
Por isso, é natural que José Cutileiro não sinta os reais problemas dos
seus concidadãos, mas estes, conhecem bem as dificuldades que aqui
se colocam à grande maioria do povo, que é o crescente desemprego.
Ainda agora, estão em risco de perder o seu emprego, 500 trabalhadores
na ex-Sorefame-- que faz parte do grupo canadiano Bombardier-- se até
Maio não for encontrada uma solução para a falta de encomendas, ou seja
carruagens inox para comboios. Esta unidade fabril é, a nível mundial,
um "centro de excelência no fabrico de caixas em aço inox". Mas a actual
crise económica, parece ter apanhado a administração da multinacional
completamente desprevenida, não cuidando de obter outras alternativas.
A par desta má notícia, outra veio chamar a atenção para o flagelo do
desemprego em Portugal. Em Vila Nova de Gaia, a Brax, empresa de origem
alemã, ligada à indústria de confecções, implantada naquele concelho há
mais de 30 anos, vai fechar as portas, deixando no desemprego mais de
450 funcionárias. Só nestes dois casos, são cerca de 1.000 trabalhadores
que ficam sem actividade, a maioria dos quais com idade entre os 40 e os
50 anos. Este facto, torna quase impossível aos trabalhadores despedidos,
conseguirem arranjar outro emprego. Mas tambem não podem requerer
a reforma, por falta de requesitos legais. É um problema social inquietante.
Nestas circunstâncias, e dado que o Governo prevê este ano subida do
desemprego, como podem os portugueses não andar "lamurientos"? Esta
pergunta devia ser dirigida a José Cutileiro, que a ela devia dar resposta, e,
se possivel, uma resposta positiva, com solução útil para todos quantos
perderam e vão perder a sua fonte de rendimento familiar: o seu trabalho.
Percebendo-se fácilmente, todas as graves consequências que esta chaga
acarreta para as famílias portuguesas, como não compreender e lamentar
as preocupações de todos aqueles que são despedidos, e acusam este
Governo como causa próxima do que está acontecer? Como não entender
o "torpor lamuriento" dos portugueses, que tanto parece incomodar Cutileiro?
A Administração Bush depois de ter gasto o "superavit" deixado
por Bill Clinton e ter conseguido o astronómico "défice" que já
chegou aos 400 mil milhões de dolares, pretende fazer esquecer
os problemas orçamentais, acenando com a ida à Lua.... Só um
lunático apostado em não perder as eleições, pode pensar em
tal proeza. A América tem uma dívida, que vai durar uns 10 anos.
Começa a faltar dinheiro. O telescópio Hubble, que custou uma
pipa de massa, vai ficar abandonando, até se desintegrar...
2004/01/16
Está a decorrer o Forum Social Mundial, em Mombai, antiga Bombaim, India.
Esta organização não governamental, ganhou relevo a partir das reuniões
internacionais, realizadas em Porto Alegre, no Brasil. Da sua agenda consta
uma variada série de temas, nem sempre tratados a nível governamental.
Para maior impacto do evento, as reuniões foram sempre convocadas para
as datas em que se reune o Forum de Davos, na Suiça que, inicialmente era
um clube de países ricos, mas que veio a tornar-se menos elitista, por força
da opinião pública, sobretudo das ONGs e em particular do Fundo Social
Mundial. Para informação mais detalhada e acompanhamento dos trabalhos,
aconselho a visita ao Blogo Social Português, que mora aqui ao lado.
Causa comum.... Dois eunucos indianos (ao centro e à direita) juntam-se a
viúvas com baixo rendimento no estado de Rajasthan, Índia, numa marcha
de protesto organizada pelo Forum Social Mundial a decorrer em Bombaím.
Estão registados mais de 78.000 pessoas para tomarem parte em paineis
temáticos e protestos do FSM para debate de problemas da sociedade civil.
"Nenhuma solução baseada na força bruta, no "apartheid" ou nas retaliações
indiscriminadas garantirá algum dia a paz em Israel. Ora o drama de Israel
é que Ariel Sharon nunca aprenderá tal lição elementar" -- refere José Manuel
Fernandes a fechar o seu editorial de hoje no "Público". Ora até que enfim,
que se fez luz no espírito de JMF. Benza-o Deus, para que continue a escrever
assim -- direito, ainda que por linhas tortas!
Sharon continua com a ideia que, construindo o "Muro do Apartheid",
vai acabar com a luta dos palestinianos. Isso não é aceitável, nem
leva ao fim do conflito. Apenas serve para Sharon esconder o óbvio.
Miguel de Sousa Tavares -- talvez com o peso da idade -- está cada vez mais
desiludido. Hoje vem dizer no "Público" que vamos ter Bush, mais cinco anos.
Coragem, homem!... Daqui até ao final do ano, ainda vai acontecer muita coisa.
Neste momento nada é certo; amanhã a situação será totalmente diferente.
Vamos, continue a lutar. Continue a fazer luz na consciência das pessoas.
João Bénard da Costa, vem hoje escrever sobre "A Guerra às avessas", um
filme realizado por Ivan Pyriev em 1944... Admiro a inteligência, o bom gosto,
a cultura e a memória de JBC, mas às vezes ao ler os seus registos, perco-me
no "passado", não cuidando do "futuro". Será que JBC não é capaz de falar
do passado, projectando-o no futuro? Acho que, ao analisar o passado, não
devemos ficar por "lá", mas sim, trazer alguma coisa de importante, que sirva
para projectar o nosso futuro. Esse trabalho, deve ser feito com a linguagem
do tempo corrente, para cativar todos. Deve ser condensado, claro, objectivo.
Homem com guarda-chuva (guarda-neve, neste caso),
caminha por uma plantação de macieiras, na Austria, talvez
a desejar que, o próximo ano, traga muitas e boas maças.
Esta organização não governamental, ganhou relevo a partir das reuniões
internacionais, realizadas em Porto Alegre, no Brasil. Da sua agenda consta
uma variada série de temas, nem sempre tratados a nível governamental.
Para maior impacto do evento, as reuniões foram sempre convocadas para
as datas em que se reune o Forum de Davos, na Suiça que, inicialmente era
um clube de países ricos, mas que veio a tornar-se menos elitista, por força
da opinião pública, sobretudo das ONGs e em particular do Fundo Social
Mundial. Para informação mais detalhada e acompanhamento dos trabalhos,
aconselho a visita ao Blogo Social Português, que mora aqui ao lado.
Causa comum.... Dois eunucos indianos (ao centro e à direita) juntam-se a
viúvas com baixo rendimento no estado de Rajasthan, Índia, numa marcha
de protesto organizada pelo Forum Social Mundial a decorrer em Bombaím.
Estão registados mais de 78.000 pessoas para tomarem parte em paineis
temáticos e protestos do FSM para debate de problemas da sociedade civil.
"Nenhuma solução baseada na força bruta, no "apartheid" ou nas retaliações
indiscriminadas garantirá algum dia a paz em Israel. Ora o drama de Israel
é que Ariel Sharon nunca aprenderá tal lição elementar" -- refere José Manuel
Fernandes a fechar o seu editorial de hoje no "Público". Ora até que enfim,
que se fez luz no espírito de JMF. Benza-o Deus, para que continue a escrever
assim -- direito, ainda que por linhas tortas!
Sharon continua com a ideia que, construindo o "Muro do Apartheid",
vai acabar com a luta dos palestinianos. Isso não é aceitável, nem
leva ao fim do conflito. Apenas serve para Sharon esconder o óbvio.
Miguel de Sousa Tavares -- talvez com o peso da idade -- está cada vez mais
desiludido. Hoje vem dizer no "Público" que vamos ter Bush, mais cinco anos.
Coragem, homem!... Daqui até ao final do ano, ainda vai acontecer muita coisa.
Neste momento nada é certo; amanhã a situação será totalmente diferente.
Vamos, continue a lutar. Continue a fazer luz na consciência das pessoas.
João Bénard da Costa, vem hoje escrever sobre "A Guerra às avessas", um
filme realizado por Ivan Pyriev em 1944... Admiro a inteligência, o bom gosto,
a cultura e a memória de JBC, mas às vezes ao ler os seus registos, perco-me
no "passado", não cuidando do "futuro". Será que JBC não é capaz de falar
do passado, projectando-o no futuro? Acho que, ao analisar o passado, não
devemos ficar por "lá", mas sim, trazer alguma coisa de importante, que sirva
para projectar o nosso futuro. Esse trabalho, deve ser feito com a linguagem
do tempo corrente, para cativar todos. Deve ser condensado, claro, objectivo.
Homem com guarda-chuva (guarda-neve, neste caso),
caminha por uma plantação de macieiras, na Austria, talvez
a desejar que, o próximo ano, traga muitas e boas maças.
2004/01/15
O deputado do PSD, José Pacheco Pereira, o Abrupto da Blogosfera, está de
saída do Parlamento Europeu onde trabalhou ao longo de cinco anos do seu
mandato, conseguindo conciliar o lugar de deputado com o de comentarista
na TSF, no "Público", na SIC-Notícias, na SIC-Nacional e, além de tudo isso,
ainda arranja tempo para os seus blogues, "Estudos sobre o comunismo" e
o "Abrupto". Como consegue ele o tempo para tanta coisa, não sei. Agora,
os "palradores" parecem não ter sono, não dormem, ficam com o verbo solto.
Na hora da despedida, JPP vem hoje no "Público" falar sobre "O Parlamento
Europeu e o interesse nacional", mas ficamos sem saber se o registo trata de
um balanço ou de um recado para o PSD. JPP começa por afirmar que "o PE
é uma instituição política única, um orgão político bizarro, sem correspondência
nem paralelo com os parlamentos nacionais". Considero esta, uma afirmação
de La Palisse. E JPP prossegue, querendo demonstrar, através de duas frases,
como funciona o PE: "[o PE] é ao mesmo tempo, peça de um projecto político
pré-estabelecido, logo "instituição fechada" e um parlamento, propriamente
dito, "instituição aberta", cujas maiorias eleitorais variáveis definem a política
global". Estas são as duas definições do PE, feitas por JPP. Depois prossegue
na análise da "instituição fechada" mas, a partir daqui, esqueceu-se de falar
na "instituição aberta". Que raio de discurso este! Eu sei, nós sabemos, como
é dificil esquematizar as ideias, quando se escreve na Blogosfera, pois não
temos "janelas" de 15" para companhar o texto, e este, depois, ainda assume
uma outra configuração. Mas escrever para um jornal, requere mais cuidado.
Afirma Pacheco Pereira que, a maioria dos deputados, na hora de votarem, se
"comportam em função do seu interesse nacional específico". Mas seria de
esperar outra atitude, da parte dos eleitos nacionais? "Esta marca vergonhosa
é genética e está inscrita, direi mais, tatuada na condição original... devida
ao interesse nacional da França, que colocou nos tratados a sede obrigatória
do parlamento em Estrasburgo" -- prossegue JPP. Então, seria melhor de
outra maneira? Será que a ONU não deveria ter sede nos States, que a OIT
não deveria estar na Suiça, que a Nato não deveria estar em Bruxelas? Claro
que o argumento de JPP, destina-se apenas a exarcebar os ânimos contra a
França, fundadora da actual União Europeia... Mais diz Pacheco, citando os
"decretos Benés" para concluir: "Digo isto, resta acrescentar que acho natural
que assim seja..." Então, em que ficamos? Qual é, afinal, a melhor solução?
JPP crítica, mas acha natural que as coisas no PE continuem como estão...
Para JPP, tudo o que Portugal conseguiu no PE, deve-se, não ao número de
25 deputados portugueses, mas sim porque estes são influentes e astutos.
E, esse, é o recado dirigido ao PSD: "Os deputados portugueses, para serem
ouvidos e terem influência, precisam de poder comunicar facilmente com os
seus colegas, o que implica, o domínio de várias línguas estrangeiras". Quer
dizer, deputado que não seja poliglota, não deve ir para o PE. Será que no
PE, não existe tradução simultânea? Além disso, não é o inglês o principal
idioma de comunicaçã e edição de relatórios? JPP esquece que, hoje em dia,
quem souber ingles, não é estrangeiro em parte nenhuma do Mundo. Depois,
não sabendo inglês, ainda resta o francês, que ainda é um idioma dominante
na Europa. Enfim. "É esta ecologia que deve presidir à elaboração das listas,
para não se perder o que já se conseguiu" -- assim remata JPP, o seu artigo.
Eu acho que, os nossos comentadores e analistas políticos -- que são sempre
os mesmos -- sofrem de uma inflação de meios, nos quais "botam" discurso.
Mais parecem papagaios do que "opinion-makers". São deputados, presidentes
de câmara, jornalistas... e, alem disso, comentadores nas televisões, jornais,
rádios e Blogosfera. Não podemos continuar a ouvir, quem fala demais. E nem
sempre com clareza, isenção e rigôr na análise que fazem ao comentar.
O Deus da Abundância.... Um activista da Greenpeace, vestido de "Deus da
Abundância", distribui folhetos advertindo para os perigos dos produtos
genéticamente modificados (PGM), em Hong-Kong. A greenpeace publica
regularmente, desde 2001, o "Guia das lojas para evitar os produtos GM".
saída do Parlamento Europeu onde trabalhou ao longo de cinco anos do seu
mandato, conseguindo conciliar o lugar de deputado com o de comentarista
na TSF, no "Público", na SIC-Notícias, na SIC-Nacional e, além de tudo isso,
ainda arranja tempo para os seus blogues, "Estudos sobre o comunismo" e
o "Abrupto". Como consegue ele o tempo para tanta coisa, não sei. Agora,
os "palradores" parecem não ter sono, não dormem, ficam com o verbo solto.
Na hora da despedida, JPP vem hoje no "Público" falar sobre "O Parlamento
Europeu e o interesse nacional", mas ficamos sem saber se o registo trata de
um balanço ou de um recado para o PSD. JPP começa por afirmar que "o PE
é uma instituição política única, um orgão político bizarro, sem correspondência
nem paralelo com os parlamentos nacionais". Considero esta, uma afirmação
de La Palisse. E JPP prossegue, querendo demonstrar, através de duas frases,
como funciona o PE: "[o PE] é ao mesmo tempo, peça de um projecto político
pré-estabelecido, logo "instituição fechada" e um parlamento, propriamente
dito, "instituição aberta", cujas maiorias eleitorais variáveis definem a política
global". Estas são as duas definições do PE, feitas por JPP. Depois prossegue
na análise da "instituição fechada" mas, a partir daqui, esqueceu-se de falar
na "instituição aberta". Que raio de discurso este! Eu sei, nós sabemos, como
é dificil esquematizar as ideias, quando se escreve na Blogosfera, pois não
temos "janelas" de 15" para companhar o texto, e este, depois, ainda assume
uma outra configuração. Mas escrever para um jornal, requere mais cuidado.
Afirma Pacheco Pereira que, a maioria dos deputados, na hora de votarem, se
"comportam em função do seu interesse nacional específico". Mas seria de
esperar outra atitude, da parte dos eleitos nacionais? "Esta marca vergonhosa
é genética e está inscrita, direi mais, tatuada na condição original... devida
ao interesse nacional da França, que colocou nos tratados a sede obrigatória
do parlamento em Estrasburgo" -- prossegue JPP. Então, seria melhor de
outra maneira? Será que a ONU não deveria ter sede nos States, que a OIT
não deveria estar na Suiça, que a Nato não deveria estar em Bruxelas? Claro
que o argumento de JPP, destina-se apenas a exarcebar os ânimos contra a
França, fundadora da actual União Europeia... Mais diz Pacheco, citando os
"decretos Benés" para concluir: "Digo isto, resta acrescentar que acho natural
que assim seja..." Então, em que ficamos? Qual é, afinal, a melhor solução?
JPP crítica, mas acha natural que as coisas no PE continuem como estão...
Para JPP, tudo o que Portugal conseguiu no PE, deve-se, não ao número de
25 deputados portugueses, mas sim porque estes são influentes e astutos.
E, esse, é o recado dirigido ao PSD: "Os deputados portugueses, para serem
ouvidos e terem influência, precisam de poder comunicar facilmente com os
seus colegas, o que implica, o domínio de várias línguas estrangeiras". Quer
dizer, deputado que não seja poliglota, não deve ir para o PE. Será que no
PE, não existe tradução simultânea? Além disso, não é o inglês o principal
idioma de comunicaçã e edição de relatórios? JPP esquece que, hoje em dia,
quem souber ingles, não é estrangeiro em parte nenhuma do Mundo. Depois,
não sabendo inglês, ainda resta o francês, que ainda é um idioma dominante
na Europa. Enfim. "É esta ecologia que deve presidir à elaboração das listas,
para não se perder o que já se conseguiu" -- assim remata JPP, o seu artigo.
Eu acho que, os nossos comentadores e analistas políticos -- que são sempre
os mesmos -- sofrem de uma inflação de meios, nos quais "botam" discurso.
Mais parecem papagaios do que "opinion-makers". São deputados, presidentes
de câmara, jornalistas... e, alem disso, comentadores nas televisões, jornais,
rádios e Blogosfera. Não podemos continuar a ouvir, quem fala demais. E nem
sempre com clareza, isenção e rigôr na análise que fazem ao comentar.
O Deus da Abundância.... Um activista da Greenpeace, vestido de "Deus da
Abundância", distribui folhetos advertindo para os perigos dos produtos
genéticamente modificados (PGM), em Hong-Kong. A greenpeace publica
regularmente, desde 2001, o "Guia das lojas para evitar os produtos GM".
2004/01/14
Pedro Santana Lopes (PSL), é o espelho de uma classe de políticos
que se julgam predestinados a desempenharem um papel de relevo nas
instituições da República, mas não passam do patamar que dá acesso à
glória. Santana Lopes, é um daqueles políticos que, por ter convivido com
Sá Carneiro, se julga um "menino de ouro" -- registado em livro por uma
escritora afamada -- e, só por isso, pensa que é o herdeiro dos ideais e da
obra deixada por Francisco Sá Carneiro. Convém que isto se esclareça de
vez: PSL não representa o "sá-carneirismo", nem tão pouco o "cavaquismo".
Ele não tem ideias, não tem substância nem estôfo para se arrogar em
herdeiro daquilo que não lhe pertence. PSL é, tão sómente, um oportunista.
O seu ego, o seu pensamento, a sua vida pública, fazem dele um político de
baixo perfil. Engana-se, todo aquele que pensa ver em PSL, um carismático
sucessor de Cavaco Silva. Este, é comedido, reservado, mas inteligente; PSL
é narcisista, pavoneia-se no paço do poder, rodeia-se de incondicionais.
Vem isto a propósito do programa editorial de PSL para 2004, e da reunião
que teve no Grémio Literário para o lançamento do primeiro de quatro livros,
a publicar ao longo do ano. Repare-se na substância do seu discurso:
"Não gosto de ser ingénuo, mas quero reafirmar que se trata de uma simples
apresentação de um livro. Por ser apenas isso, quero agradecer ao primeiro-
-ministro e ao ministro da Defesa o significado da sua presença, obviamente
a título pessoal". Quer dizer, PSL "não gosta de ser, mas é ingénuo" e, como
tal, leva os outros a acreditar que é apenas o lançamento de um livrinho, nada
mais que isso. Então porquê, no Grémio, com Durão e Portas, e apadrinhado
por Bessa-Luis? Quem é ingénuo, somos todos nós?! E diz, candidamente, PSL:
só por isso, "quero agradecer o significado da presença do primeiro-ministro e
ministro da Defesa".... Só por isso, agradece o tempo dispendido pelos dois
governantes, que se dignaram ir, a titulo pessoal, ao Grémio Literário, ouvir
o iluminado presidente da Câmara Municipal de Lisboa, candidato a Presidente
da República Portuguesa. Não estaremos a assistir a uma campanha política
de candidatura às presidenciais, utilizando o tempo e outros meios que deviam
estar ao serviço do bem público? Esta cena, vai-se repetir "ad nauseum", até
ao final deste ano. Enquanto houver portugueses dispostos a ouvir o discurso
arrastado, sem alma nem ideias inovadoras de Pedro Santana Lopes, candidato
a presidente da R.P.. A "estrela" principal deste jogo, o real herdeiro do
"sá-carneirismo" -- Anibal Cavaco Silva -- não compareceu. Fez como o azeite.
ESTA É DEDICADA AO PAULO PERREIRA DO BlogoSocialPortugues:
Redemoinho de água.... Rajan Fulari, artista e activista anti-globalização,
constroi uma das suas originalidades intitulada "Turbilhão para o Forum
Social Mundial 2004 de Bombaim". O FSM decorre entre 16 e 21 de Janeiro
na India, e nele são esperados mais de 76 mil activistas anti-globalização.
que se julgam predestinados a desempenharem um papel de relevo nas
instituições da República, mas não passam do patamar que dá acesso à
glória. Santana Lopes, é um daqueles políticos que, por ter convivido com
Sá Carneiro, se julga um "menino de ouro" -- registado em livro por uma
escritora afamada -- e, só por isso, pensa que é o herdeiro dos ideais e da
obra deixada por Francisco Sá Carneiro. Convém que isto se esclareça de
vez: PSL não representa o "sá-carneirismo", nem tão pouco o "cavaquismo".
Ele não tem ideias, não tem substância nem estôfo para se arrogar em
herdeiro daquilo que não lhe pertence. PSL é, tão sómente, um oportunista.
O seu ego, o seu pensamento, a sua vida pública, fazem dele um político de
baixo perfil. Engana-se, todo aquele que pensa ver em PSL, um carismático
sucessor de Cavaco Silva. Este, é comedido, reservado, mas inteligente; PSL
é narcisista, pavoneia-se no paço do poder, rodeia-se de incondicionais.
Vem isto a propósito do programa editorial de PSL para 2004, e da reunião
que teve no Grémio Literário para o lançamento do primeiro de quatro livros,
a publicar ao longo do ano. Repare-se na substância do seu discurso:
"Não gosto de ser ingénuo, mas quero reafirmar que se trata de uma simples
apresentação de um livro. Por ser apenas isso, quero agradecer ao primeiro-
-ministro e ao ministro da Defesa o significado da sua presença, obviamente
a título pessoal". Quer dizer, PSL "não gosta de ser, mas é ingénuo" e, como
tal, leva os outros a acreditar que é apenas o lançamento de um livrinho, nada
mais que isso. Então porquê, no Grémio, com Durão e Portas, e apadrinhado
por Bessa-Luis? Quem é ingénuo, somos todos nós?! E diz, candidamente, PSL:
só por isso, "quero agradecer o significado da presença do primeiro-ministro e
ministro da Defesa".... Só por isso, agradece o tempo dispendido pelos dois
governantes, que se dignaram ir, a titulo pessoal, ao Grémio Literário, ouvir
o iluminado presidente da Câmara Municipal de Lisboa, candidato a Presidente
da República Portuguesa. Não estaremos a assistir a uma campanha política
de candidatura às presidenciais, utilizando o tempo e outros meios que deviam
estar ao serviço do bem público? Esta cena, vai-se repetir "ad nauseum", até
ao final deste ano. Enquanto houver portugueses dispostos a ouvir o discurso
arrastado, sem alma nem ideias inovadoras de Pedro Santana Lopes, candidato
a presidente da R.P.. A "estrela" principal deste jogo, o real herdeiro do
"sá-carneirismo" -- Anibal Cavaco Silva -- não compareceu. Fez como o azeite.
ESTA É DEDICADA AO PAULO PERREIRA DO BlogoSocialPortugues:
Redemoinho de água.... Rajan Fulari, artista e activista anti-globalização,
constroi uma das suas originalidades intitulada "Turbilhão para o Forum
Social Mundial 2004 de Bombaim". O FSM decorre entre 16 e 21 de Janeiro
na India, e nele são esperados mais de 76 mil activistas anti-globalização.
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