2004/01/22

 
Voltando à Estratégia Global de Dietas da OMS, referida ontem,
aqui, permito-me transcrever o seguinte registo do "Público" de hoje:
"As despesas médicas atribuidas à obesidade nos EUA atingiram, em 2003,
os 75 mil milhões de dolares, segundo um estudo oficial ontem publicado.
Metade deste valor foi pago pelos contribuintes. [Os efeitos a longo prazo
da obesidade na saúde do nosso país e na nossa economia não devem ser
subestimados] declarou Julie Gerberding, directora do Centro de Controlo e
Prevenção de Doenças, de Atlanta, uma das organizações que participou na
elaboração do estudo. Estima-se que, nos Estados Unidos, 31 por cento dos
adultos sejam obesos e 33 por cento tenham peso a mais".



José Pacheco Pereira (JPP) vem hoje, no "Público", falar sobre os "ismos"
póstumos, um artigo que não vale mais que uma "posta" de qualquer blogue.
Mas os nossos "opinion makers" têm tantos locais para discorrer sobre factos
e ideias que, às tantas, parece nada terem, para preencher as colunas dos
jornais, onde recebem por avença. Com este artigo, JPP faz-me lembrar aquele
profeta, o Fukuyama, ao proclamar o "Fim da História", aquando da queda do
muro de Berlim. Com efeito, JPP ao proclamar o fim dos "ismos", esquece que
os tempos são outros, mas a linguagem tambem o é. Embora os "ismos" de
JPP tenham passado, continua a discussão entre CapitalISMO, LiberalISMO,
ConservadorISMO e SocialISMO. Além disso, com a mudança dos tempos, os
"ismos" de JPP, hoje denominam-se produtivIDADE, racionalIDADE, equiDADE,
iberaliZAÇÃO, globalIZAÇÃO, etc. A sociedade continua enredada numa vasta
série de questões, para as quais nem sempre tem resposta. Hoje, é igual...

Parece-me estranho, que um político comprometido, utilize o espaço nobre de
um jornal diário, para vir falar de coisa nenhuma. Para se falar de coisas sérias,
como seja a cultura em geral, é preciso ser-se objectivo, escolhendo o tema a
abordar. A propósito de um "ismo", vir falar de Estruturalismo, sem tão pouco
citar de forma clara o nome do seu expoente máximo, que foi Claude Lévy-
Strauss, não passa de entretenimento barato. Misturar Garaudy com Althusser
e Saussure, requere uma descrição exaustiva. Para falar de Estruturalismo,
convinha falar de Herbert Marcuse e Theodore Adorno, mas tambem seria
conveniente enquadrá-los na época do Personalismo cristão, de Emmanuel
Mounier. Para falar de Garaudy, não podemos esquecer Henry Lefebvre...

Por aqui, podemos avaliar a deriva de JPP sobre os "ismos" que, à falta de
tempo e espaço (presumo eu), acabou a dizer que Eduardo Prado Coelho foi
um dos que em Portugal discutiu o Estruturalismo com Virgílio Ferreira. Acaba
a dizer que EPC "venceu", "porque há mais Prado Coelho no sistema intelectual,
cultural e pedagógico do que Virgílio Ferreira, mesmo tendo em conta que a
"Aparição" é usada para afastar os alunos da literatura portuguesa.... Mas,
em todos os outros aspectos, o sistema de valores morais, políticos, ideológicos
e a sensibilidade contemporânea estão mais do lado de Virgílio Ferreira, [que
era] rabugento, teimoso... e humanista
-- conclui JPP, assim, o seu artigo.
Esperemos que Eduardo Prado Coelho responda, mas de forma clara e breve.


Como era de esperar, José Manuel Fernandes, dedicou o seu editorial
de hoje, no "Público, sob o título "A longa campanha" (lembra a Grande
Marcha, de Mao Tsetung) para bater palmas a George Bush, pelo discurso
sobre o estado da União. Todavia, JMF não me parece nada tranquilo, pois
citou o velho lema de Wall Street: "it's the economy, stupid!". Mas depois
acaba por convencer-se que a retoma da economia americana vai seguir
em frente, pelo que a re-eleição de George Bush, está assegurada. Vamos
ver, só depois de resolvida a questão das eleições no Iraque, poderemos
ter alguma luz ao fundo do tunel. Até lá, nada está seguro -- digo eu.







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