2004/01/23

 
Eduardo Prado Coelho (EPC) vem hoje, na sua coluna do "Público", falar
sobre "a outra mundialização" -- sem nos dizer qual -- a propósito do Forum
Social Mundial, que decorreu em Bombaím e terminou ontem. Como acontece
com a maioria dos nossos analistas, EPC parece não saber do que está a
falar: "Pode-se simpatizar, pode-se odiar... sem necessáriamente estar de
acordo com tudo embora o ódio, esse, seja mais maciço e homogéneo", diz
de entrada, EPC. Isto, mais parece um monólogo de Wittgenstein do que um
comentário sobre um "happening" social. Por via disso, não chego a saber
se EPC escreve sobre o Forum de Davos ou ácerca do Banco Mundial. Mas,
por outro lado, fala da "confusão e vozearia em Bombaím", segundo relatos
que lhe chegaram. No final, remata, falando do aumento das desigualdades,
pelo que, -- recomenda EPC -- "a esquerda deve manter a causa da liberdade,
mas não pode abandonar os princípios de igualdade, que são a sua última e
mais profunda razão de ser". Não há dúvida, na Blogosfera, podemos encontrar
analistas e comentadores mais objectivos e melhor documentados que a maior
parte dos nossos "opinion makers". Sobre o assunto, veja-se, aqui, o que disse
Paulo Pereira, que tambem acaba por desmontar a argumentação de EPC.


Ao contrário do que escrevi a semana passada, sobre João Bénard da Costa,
que vem hoje escrever no "Público" sobre "O rei, a perna de frango, as coxas
da moça e o apalpão", acho que, desta vez, Bénard da Costa, revivendo o
passado, como é seu costume, apresenta um texto mais leve, com menos
citações de datas e autores. Aliás, o assunto não é assim tão antigo, embora
se relacione com o rei D. João VI, aquele com cara de imbecil e barriga de mulher
grávida, que comia "pernas de frango que tirava dos bolsos, enquanto metia
as mãos pelas saias das raparigas". Bénard da Costa transcreve parte de uma
hipotética entrevista, feita ao conselheiro do rei, que nunca responde direito
às perguntas, fugindo sempre ao fundo da questão. É, de facto, o espelho da
maioria das entrevistas concedidas nestes tempos, pela maioria dos nossos
governantes, políticos e advogados. Muito oportuno, este trabalho de JBC.

Sobre as "Greves às sexta-feiras" levadas a cabo pelos trabalhadores da
Função Pública, eu só espero que haja bom senso e que os sindicatos façam
greves pelas razões convenientes aos associados, em tempo útil, quando seja
razoável a reivindicação, mas nunca em tempo de crise, e jamais quando está
à vista apenas a contestação política e não se vê rigorosamente nenhuma
saída para haver aumentos salariais. Espera-se honestidade da parte dos
dirigentes sindicais, para não descambarmos mais na ausência ao trabalho.
De resto, na Blogosfera,terá sido um dos temas mais comentados, neste dia.
Veja aqui, seis questões do Intimista e aqui, as greves à sexta do Matamouros.


Na Faixa de Gaza, um menino de 11 anos, que andava a caçar
passarinhos na companhia de outros amigos, foi morto pelos
israelitas, sem razão aparente para tamanho assassínio.



Kofi Annan mais uma vez falou dos perigos que ensombram
a paz mundial, desta vez no Forum de Davos, na Suiça. Referiu
as desigualdes sociais, condenou os subsídios à agricultura
dos países ricos, que impedem os países pobres de venderem
os seus produtos. Apelou à luta contra a sida e a fome no mundo.






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