2004/01/28

 
Onde se esperava que houvesse rigôr e justiça, é precisamente donde
chegam as piores noticias: no ministério da Justiça, em 2003, foram retidos
670 mil euros, referentes a descontos para a Segurança Social, efectuados
na folha de ordenados de 582 funcionários judiciais contratados. Quere isto
dizer que, a ministra da Justiça não pagou ao Estado -- ao ministério dirigido
por Bagão Félix -- cerca de 135 mil contos, usados certamente pela Tesouraria
do ministério da Justiça, como fundo de maneio. Mau exemplo, o deste Governo.

O Poder congelado... Estátua do presidente James Garfield, coberta
de neve, frente ao Capitólio, em Whasington, nos Estados Unidos.


Temos uma ministra das Finanças que procura equilibrar as contas do Estado,
um primeiro-ministro interessado em combater a fuga aos impostos e à evasão
fiscal, um ministro da Segurança Social a contar os tostões para distribuir pelos
reformados, trabalhadores com baixa, pelos desempregados e às familias sem
recursos económicos; depois somos confrontados com situações onde existe
falta de rigôr, onde não há transparência, e cujos procedimentos incorrem em
pena de prisão de um a cinco anos. Parece que o Governo não funciona....

Neste país do "desenrascanço" , onde a economia subterrânea floresce, onde
a fuga aos impostos é tratada com benevolência, esperava-se, da parte deste
Governo, que fossem tomadas medidas no sentido de criar nos contribuintes
uma nova atitude perante o Estado, que recebe, mas acaba por distribuir.
A luta contra a evasão fiscal e a fuga aos impostos, foi prometida por Durão
Barroso, mas ao fim de dois anos de Governo, nada foi feito, e parece ter-se
desvanecido a vontade de lutar contra este sistema caloteiro e mafioso.



Cerca de 45 por cento das empresas, funcionam sem pagar impostos; a maior
parte das profissões liberais -- advogados, médicos, arquitectos, etc. -- fazem
sempre as contas por forma a pagar o menos possivel; os nossos taxistas --
que andam de Mercedes, subsidiados pelo Estado -- recusam-se a pagar os
impostos, quaisquer que eles sejam; os camionistas, querem pagar o gasóleo
mais barato, mas os seus balanços anuais apresentam sempre prejuizos para
não pagarem impostos; os feirantes e as tasquinhas, quando muito, pagam
o espaço camarário, porque de outro modo não tinham pousio. Decididamente,
este Governo não quer enfrentar nem hostilizar, a sua base de apoio... Nunca
o PP/cds, aceitaria uma espécie de "cobrador de fraque estatal" para andar de
"porta em porta" a cobrar impostos... mas é capaz de jurar e prometer, em
comícios e feiras, mais altas pensões aos reformados... Com que dinheiro?!


Depois de tudo o que este homem disse sobre o Iraque e as
"armas de destruição maciça prontas a disparar em 45 minutos";
depois de tomar posições políticas que levaram à crispação e à
divisão no seio da UE, depois todas as mentiras agora provadas,
ainda haverá alguem que confie em Tony Blair?


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