2004/01/30

 
O discurso político anda tão deprimido, que até os grandes timoneiros
ao serviço do Governo, acabam por encalhar nele. É o caso de Miguel Cadilhe,
administrador da API-Agência Portuguesa para o Investimento, designado por
Durão Barroso, e que ontem considerou a Expo-98, a Porto-2001 e o estádios
do Euro-2004, como um investimento de "novo-riquismo", quando este país
tem carências enormes em sectores de serviço público e falta de investimento
produtivo na indústria nacional. Não era preciso juntar tudo no mesmo saco,
para compreendermos os objectivos de Miguel Cadilhe. É que, com a Expo-98,
o país ganhou visibilidade internacional, mas ganhou tambem a cidade de
Lisboa, com a recuperação da parte oriental da cidade. Além disso, as obras
realizaram-se, em parte, com fundos internacionais ligados à organização que
gere aqueles eventos. Quanto ao resto, podia vir mais tarde, mas já está feito.

Vivemos um tempo de mentiras, uma época onde não se fala de princípos nas
relações entre instituições, um tempo em que na política cada vez mais se sente
a doutrina maquiavelista. Na política, hoje, parece não se olhar aos meios, para
se atingir os fins; os protagonistas, esqueceram os princípios éticos -- "os fins
não justificam os meios". É o que sinto, quando se fala da invasão e ocupação
do Iraque, é o que vejo, depois do relatório Hutton, que acabou por ilibar Tony
Blair e o seu Governo. Maquiavélicamente, foram acusados todos aqueles que,
em princípio, não deveriam arcar com as sanções. Falo da BBC, da imprensa em
geral. Os nossos jornalistas que pensem bem, quanto ao segredo de justiça,
quanto a revelar notícias em primeira mão. Poderão ser acusados, no futuro.


Modas.... Patriots, é o novo modelo de lentes de contacto proposto
por Jayme Quinn, estilista do Maine, Nova Inglaterra, nos EUA.


O patrão dos comerciantes confederados, Vasco da Gama (nada tem a ver
com o homónimo da Vidigueira), ameaça não assinar o acordo de combate à
fraude evasão fiscal. Antes prefere uma "reforma profunda da administração
fiscal e uma fiscalização adequada ao desenvolvimento das empresas". Toda
esta argumentação se destina a adiar, a torpedear, a não aceitar que os seus
confederados paguem os devidos impostos. Mas o Governo, como demonstrou
no caso dos taxistas, é capaz de voltar atrás, e nada fazer. O que é estranho,
dado que este Governo tem a maioria de votos. Se Durão Barroso não conseguir
legislar, pergunta-se: então para quê, governar em "maoria"? Ou será que o
PSD tem um parceiro de coligação incapaz de aceitar a luta contra a fraude e
evasão fiscais? Estará o PSD refém do seu parceiro, o PP/cds?


Refugiados do Sudão, estão a chegar ao vizinho Chade, fugindo
aos bombardeamentos da aviação sudanesa. Como sempre, são as
crianças quem mais sofre com estes conflitos intermináveis.


Não costumo comentar as decisões do actual Papa, porque qause todas elas
têm carácter dogmático e nada têm a ver com a realidade do mundo em que
vivemos. De resto as decisões do Papa, se bem entendo, são tomadas com a
aceitação dos cardeais que o rodeiam, e que tambem, na sua maioria, estão
afastados da vida real. Restam os missionários, de Moçambique, em África,
a Chiapas, no México ou Luzon, nas Filipinas., mas esses, que conhecem a
realidade no terreno, não podem votar nem opinar. No que respeita à sua
última pregação, acusando as multinacionais por não fornecerem medicamentos
para a SIDA, mais baratos, ele tem razão. A Pfizer, a GlaxoSmithKline ou a
Novartis, -- cotadas nas principais Bolsas mundiais -- ganham exageradamente,
por desmesurado lucro, que pode ser da ordem dos 500, 1000 ou mais por
cento. Só após a "morte" da patente é que os preços descem. Não esqueçamos
que a SIDA não é apenas um doença adquirida por via sexual, longe disso.
A África do Sul, lutou contra as multinacionais durante anos, ganhou essa
guerra o ano passado, com os chamados genéricos, ali?ás como fez o Brasil.








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