2004/03/31

 
"Este modelo de descentralização transformou-se num monumento
ao demissionismo do Estado e num perigo para as fragilidades das regiões
desfavorecidas. Enquanto no litoral urbano e desenvolvido se criaram unidades
com um mínimo de coerência e massa crítica, o interior embrulhou-se num
destruidor ambiente de separação e ruptura -- nem as "míticas" regiões de
Trás-os-Montes e Alto Douro e o Alentejo escaparam à divisão. [...] O que está
em curso é tambem por isso um atentado à coesão nacional e um atestado de irresponsabilidade ao poder. Bem vistas as coisas, nem o excesso de voluntarismo
do Governo, nem o vergonhoso silêncio da Oposição ficam bem nesta fotografia".
(Manuel Carvalho, no seu editorial de hoje no PÚBLICO)



"O objectivo de Bin Laden e da Al-Qaeda não é, para já, vencer o Ocidente,
mas ganhar neles os trofeus que lhes permitam apresentar-se diante do seu
povo como os seus heróis e salvadores. É nesta fase, de conquista de louros
para garantir adesões e impedir contestações, que a Al-Qaeda se encontra.
A pior maneira de o Ocidente impedir que Bin Laden e a Al-Qaeda consigam
ultrapassar esta fase é assumir-se como o seu inimigo agora, dizer-lhes: aqui
estamos à vossa disposição para que vocês ganhem os louros que mais tarde
vos servirão para justificarem o domínio sobre os vossos povos! Foi isto que
as intervenções no Afeganistão e no Iraque fizeram, é isto que a nossa
cumplicidade activa com Israel na humilhação e na mortandade dos palestinianos
faz diariamente. É isto que Bin Laden quer e é isto que está a acontecer.
(Carlos Vale Ferraz, escritor, no "Espaço Público" de hoje)

HUMOR BRASILEIRO...

Não fales nesse modo, porque o cachôrro fica muito
estressado sempre que houve falar nesse tal de Bush...


2004/03/30

 
Hoje o jornalista José Manuel Fernandes, na sua pose de quem não
pode com o queixo -- muito gosta esta gente de posar! -- escreve mais um
editorial no PÚBLICO, desta vez sobre "O ocaso de Chirac", mas sempre pelo
olho do seu "cristal" de "neo-conservador", como é habitual. Mostrando mais
uma vez a sua desonestidade intelectual, JMF destila o seu ódio sobre Chirac
(por este ter votado contra a guerra do Iraque, feita por George Bush), dizendo
que, o grande derrotado das eleições de domingo, não é o Governo de Raffarin,
mas sim e apenas Jacques Chirac. Quer dizer, todos os males da França, são
culpa de Chirac. É a anáise enviezada de JMF, a temer os ventos de mudança.

A revolta dos iraquianos chegou ao sector sul, onde estão acantonadas
as tropas britânicas. O país continua sendo um vespeiro de revoltosos.


Lá pelos "States" as coisas continuam adiadas. Nem as sondagens sobem,
nem as Bolsas deixam de soluçar... Ao fim de tres anos de governo bushiano,
a América está indecisa, mais pobre, mais endividada. Só a China e a Índia
continuam a crescer. A Europa, dependente do "amigo americano", sofre por
tabela. Euro sobrevalorizado, exportações mais caras, petróleo a subir...
Tres anos de Bush colocaram o mundo ocidental num beco donde não é fácil
sair. A economia e os fundos de investimento não gostam de sobressaltos e
menos ainda de "guerras globais". Por isso, até Novembro, tudo se vai manter
na grelha de partida, esperando por melhores dias.

Bush herdou um país com os cofres cheios de dinheiro, resolveu o seu
problema edipiano, mas deixa uma dívida colossal para os americanos
pagarem durante os próximos dez anos.


A George Bush, para uma vitória, falta o "Às de trunfo" do baralho que ele
próprio inventou. Precisa de "caça grossa" para ser re-eleito em Novembro.
Para esse jogo, vai recomeçar tudo de novo, i.e., pelo princípio, pelo Afganistão,
cuja segurança foi entregue à NATO e que tem no comando as tropas alemãs.
Ironia... Bush vai subir a parada do "jackpot", tanto mais que tem 25 milhões
do prémio acumulado, por não ter pago pela prisão de Saddam Hussein.
É bom que os delatores saibam que Roma não paga a traidores. Bush vai ajudar
ainda mais o general Musharraf, um golpista que Bush reverteu em democrata
e no "aliado mais importante", fora do quadro da NATO. A novela da Al-Qaeda
vai continuar, após a sua reorganização como "franchising global".

2004/03/29

 
O cidadão António Guterres, que foi primeiro-ministro de Portugal
e continua a ser o presidente da Internacional Socialista, esteve este
fim-de-semana na Casa-Museu João Soares para falar de uma "nova ordem
mundial". Infelizmente, parte dos orgãos de comunicação social, num frenezim
histérico, apenas "ouviram" Guterres falar sobre as razões que o levaram a
abandonar o Governo, após o resultado eleitoral das autárquicas de 2001.
António Guterres concerteza que explicou ao PS, na altura, por que se demitia.
Mas o "aparelho" partidário ainda não lhe perdoou esse gesto democrático.
Queriam continuar no poder. No entanto, agora acham bem que Raffarin em
França, deve demitir-se, após o desastre eleitoral de ontem...

Os que estão ressabiados com Guterres, continuam à espera de chegar ao
poder, apoiando-se em Ferro Rodrigues. O que me parece impossivel, pois FR
não tem carisma nem perfil para estar na política-espectáculo. De resto, o
processo da Casa Pia mostrou a forma tôsca como Ferro Rodrigues faz política.
E o processo da pedofília ainda não acabou.
Os socialistas esperam uma vitória de Pirro nas eleições para o Parlamento
Europeu. Ainda que seja o PS o vencedor, qualquer que seja o resultado, ele
não vai abalar a coligação PSD/PP-cds. Possivelmente o PS ganha com uma
abstenção de 50 por cento, elegendo onze deputados. Mas que vai fazer com
esse resultado? No plano interno, não serve para nada.

O PS precisa libertar-se da "canelada" da pedofília. Precisa de um dirigente
credível, com um discurso correcto, com uma imagem de seriedade. Para mim,
o dirigente que serve ao PS, nesta encruzilhada, é José Socrates. Sem um
dirigente "despoluido" dos ares da pedofília, e com ideias fortes para enfrentar
a direita no poder, o PS vai continuar em estado comatoso.
Quanto a António Guterres, tenha-se em atenção o seu papel na Internacional
Socialista, nos seus contactos internacionais, nas suas ideias inovadoras para
remodelar as instituições mundiais como o FMI, a OMC e a ONU.

O PS não tem melhor candidato à PR. Os socilaistas devem cerrar fileiras em
torno da sua candidatura, e não navegar nas águas do PSD ou navegar à
boleia do discurso aperaltado do PP/cds. Os socialistas precisam ter um discurso
forte, coerente e mobilizador. Para isso falta-lhes um líder capaz de os levar ao
poder. Nesta hora, a maioria dos militantes e simpatizantes do PS ainda estão
indecisos, incrédulos, desnorteados. Não têm uma opinião firme nem uma ideia
do que vem aí. Estão orfãos, falta-lhes um líder político sereno, mas de fortes
convicções.

2004/03/26

 
Nesta aldeia global onde predomina o "pensamento único", até os
intelectuais parecem estar encurralados. Já não são livres pensadores,
já não têm um rasgo de visão intuitiva. Deixaram-se embiocar pelo veu da
corrente dominante. Eles deviam estar nas "margens", para observar e meditar
nos factos. Mas entraram na corrente, e agora não conseguem ser diferentes
dos outros nem conseguem "pensar" na força que os arrasta e conduz ao redil.
Simplesmente, desistiram. Esta, é a situação em que se encontra o intelectual
Eduardo Prado Coelho, que em vez de responder às nossas angústias, é ele
quem se coloca no lugar do angustiado, perguntando: "Como se pode combater
o terrorismo?".

Eduardo Prado Coelho, como os demais pseudo-intelectuais, está acomodado,
preguiçoso, incapaz de discorrer sobre a angústia que atravessa a sociedade
de hoje. Na sua incapacidade de compreender o "diálogo" de que fala Mário
Soares, e para não perder o estatuto de analista político-social, EPC prefere
continuar a pregar no deserto, utilizando a corrente de "pensamento único"
que domina o discurso político actual. Por isso pergunta: "Com quem negociar?
Negociar para quê? Negociar o quê?"
Que pobreza de "inteligenzia" tem este país. Não se dá ao trabalho de pensar.


Zipado de Amor e Ócio, à queima-roupa. Ganda Bart.... dizes o que
outros não querem ouvir! (moron, pessoa de desenvolvimento mental
atrasado. Débil mental). Será que alguem enfia a carapuça?


Afinal o rapazinho que nos foi mostrado na TV pelos israelitas, como sendo
um perigoso suicida, não passou de mais um ensaio grosseiro feito pelos serviços
de propaganda de Sharon. O rapaz, Husam Abdu, de 14 anos, foi usado pelo
Exército num mentira infâme. Muhammad Baraka, deputado palestiniano no
Knesset, diz ter muitas dúvidas sobre o caso. E a Al-Jazeera relata um caso
semelhante, de Muhammad Kuraan, em Nablus, que ao regressar a casa, após
a mesma cena, disse: "Os Judeus disseram-me para fazer aquilo, ou então que
me matavam". É assim, a mentira deu lugar à ética política. Atrás da mentira
sobre as ADM e do "perú de plástico", veio a moda de contratar crianças orates
para os canais de televisão filmarem...

2004/03/25

 
Para banalizar o "terrorismo", Pacheco Pereira, mete na mesma mochila
a Al-Qaeda, Bakunine, Nietzsche, Nechaer, Conrad e mais outros que há
muito jazem debaixo de terra. Não havia necessidade de nos mostrar tanta
erudição, remetendo-nos para leitura tamanho embrulho.
JPP discorre sobre terrorismo em conformidade com o seu pensamento, que
é por demais defeituoso por ser tambem demasiado estruturado pelos ideias
que absorveu durante os seus estudos. Mas JPP não tem intuição, sensibilidade,
percepção da corrente que atravessa as sociedades em determinadas épocas.
Recorre à História (a uma parte), apenas para fazer valer os seus juizos de
valor. Dialecticamente, pode ser brilhante, mas falta-lhe sabedoria e esta, nem
sempre abunda nos espíritos que foram moldados por normas de pensamento
inquinadas de racionalidade excessiva.
A verdade, é única, simples, clara. Não precisa de subterfúgios intelectuais.

A dôr espalha-se pelo mundo, sem que os Deuses possam acudir
a quem sofre. A mulher, é a maior vítima da dôr: sofre com o acto de
parir e depois sofre com a perda dos filhos que protegeu no ventre.


Antes de ontem, esteve na Líbia o secretário de Estado adjunto dos EUA
William Burns, numa visita não anunciada, talvez por questões de segurança.
Hoje é Tony Blair quem viajou para Tripoli, menos de vinte e quatro horas depois
de ter assistido a uma missa em Madrid, pelas vítimas do massacre de 11-M.
Não parece haver respeito pelos mortos... Os negócios mandam mais. Blair
leva alguns recados, da Shell e da BAE Systems. Está na hora de fazer
negócios chorudos com o inimigo de ontém, antes que cheguem os outros...
Kadhafi bem pode aprontar a tenda no deserto, para receber as numerosas
embaixadas de "negociantes" que se aprontam para explorar o filão do gas
e do petróleo líbios. Que grande hipocrisia vai pelo mundo!



2004/03/24

 
O PENSAMENTO DE SANTANA LOPES

"A relevância queiroziana é o situar-se numa zona
que está cheia de referências queirozeanas."
-- Pedro Santana Lopes,
presidente da edilidade lisboeta, candidato a candidato à Presidência
da República, a propósito de um negócio camarário pelo qual teve
que pagar "gato por lebre".

Hoje não... Tô assim... meio sem cabeça para pensar.
(Transferido do irmão brasileiro Dhuvi-Luvio, de Curitiba, capital do Paraná)

Naquela frase está contido o pensamento profundo, estilizado, cheio de
convicções e ideias inovadoras daquele que, em tempos, foi secretário da Cultura
e dirigente do Sporting Futebol Clube. A substância cultural do autor, levou-o a
comprar o edifício do hotel Bragança (onde esteve Ricardo Reis, Saramago) na
Rua do Alecrim, julgando que estava a comprar o edifício do outrora hotel
Braganza situado na Rua Victor Cordon, onde Eça de Queiroz terá antado com
os seus colegas do grupo "Os Vencidos da Vida".

Quando eu era rapaz, ouvia contar esta história divertida sobre o grupo
"Os Vencidos da Vida": Um dia, Antero de Quental -- que tinha uma "pancada"--
resolveu aderir aos princípios estatutários daquele grupo de vencidos que
tinham por finalidade não se cuidarem, renunciarem ao trabalho, à disciplina,
à higiene pessoal e ao bem-estar. Para isso, Antero de Quental enviou uma
carta ao grupo a solicitar a sua adesão. E, para mostrar que era mesmo um
"Vencido da Vida" e não tinha respeito pelos usos e costumes nem pela boa
educação, acrescentou um post scriptum dizendo: "aqui lhes envio a prova,
com esta carta, à qual limpei o rabo, após defecar com angústia". Mas o
Antero não foi admitido. Porquê? Porque, com o seu gesto, deu provas de
que era "asseado", limpando a rabo à carta enviada.
-Um membro de "Os Vencidos da Vida" não pode dar-se ao luxo de limpar
a merda do rabo -- terão decidido, por unanimidade, os fundadores do grupo.
Nunca cheguei a saber se este episódio aconteceu de verdade.



2004/03/23

 
A CONSCIÊNCIA SOBRE O PROBLEMA DA FOME...

"O impressionante retrato da pobreza em Portugal, feito em doze páginas
da edição do PÚBLICO de domingo passado, parece ter acordado um país
em que palavras como 'recessão', e 'retoma', 'défice público' e 'convergência real'
ou outras expressões do mesmo teor pareciam confinados ao mero debate
político e intelectual. Deram um significado real aos números do desemprego.
Razão de ser as políticas, por tão criticadas, como o Rendimento Mínimo
Garantido". -- Teresa de Sousa no artigo de hoje publicado no PÚBLICO.

Num mundo de tanta abundância, há quem não possa usufruir dela.

"Quaisquer que sejam os números exactos sobre os pobres e os sem-abrigo
em Portugal, a impressionante reportagem do PÚBLICo de domingo passado
sobre as pesoas que passam fome e sobre o agravamento dessa situação
deveria suscitar vergonha e revolta. Vergonha pela chaga social que toleramos
e a negação de um dos mais elementares direitos humanos, que é o direito
de não morrer à fome; revolta contra as políticas de 'darwinismo social' que,
embora enchendo a boca de 'solidariedade', 'inserção', 'inclusão' e 'coesão'
social não fazem senão aumentar a desigualdade social, fomentar a miséria
e privar cada vez mais pessoas da mais básica dignidade humana. Perante a
situação revelada, todo o nosso discurso sobre os direitos humanos e sobre
a 'Europa social' soa a falso". -- Prof. Vital Moreira no PÚBLICO de hoje.


Para os que dizem haver apenas um tipo de terrorismo, Ariel Sharon veio
mostrar, mais uma vez, que existe "terrorismo de Estado". Quando um
Estado de Direito entra numa vertigem destas, ou os seus dirigentes
entraram em paranóia ou então deixou de haver instituições soberanas,
que devem estar para além da vontade de qualquer criminoso. Assistimos
a uma escalada de violência sem precedentes. Dantes, viamos isso em filmes,
agora a violência banalizou-se tão rasteiramente, que até a dignidade
humana deixou de ter valor. Vivemos tempos de ira e de cólera.


2004/03/22

 
AINDA A REALIDADE DA FOME...

"As doze páginas que o PÚBLICO ontem dedicou ao tema da pobreza
em Portugal são um murro no estômago. É dificil suportar a sua leitura. Os textos, reportagens e as entrevistas de Andreia Sanches e António Marujo
retiram-nos do sofá e são a prova da perigosa americanização da nossa
sociedade. Pergunto-me se teremos deixado de ser definitivamente europeus?
Se da nossa "função de bem-estar" deixou de fazer parte o bem-estar dos outros?"

Neste mundo de desigualdades, até para ser cão é preciso ter sorte...
Vemos na imagem um cachôrro a deliciar-se na piscina de águas termais
para curar a sua artrite, na Estância para Cães de Bangkok, Tailândia.


"Trinta anos depois, deixámos de dar dinheiro aos pobres aconselhados
a não "alimentar o Sistema" e fechámos os olhos ao facto de o Sistema se ter
mantido incapaz de alimentar os pobres... Cinco milhões para assegurar duas
refeições por dia a tres mil dos mais pobres de nós. O Estado não tem isso?
Então se não tem, é vergonhoso que se dê ao luxo de pagar a um seu gestor
hospitalar todas as despesas de gasolina para os seus passeios de fim-de-semana
ao Algarve... só porque o foi requesitar à EDP onde ele tinha direito a essa
regalia. ...Como é escandaloso que os novos gestores possam dar-se ao luxo de
comprar novos carros como no hospital de Santo António no Porto, pela módica
quantia de 45 mil euros cada um. Um Estado pobre, sem dinheiro para combater
a pobreza não pode ter tiques de rico!" (de Graça Franco no PÚBLICO de hoje).


A caminho da Glória... Um avião "Concorde" é transportado por terra
para ser instalado no Museu da Tecnologia de Sinsheim, na Alemanha.

2004/03/21

 
CHEGOU A PRIMAVERA...
É altura de sair da "toca", ir ao encontro da Natureza e viver plenamente.

O "Público" de hoje, dedicou dez (10) páginas ao problema da fome
em Portugal. Se incluirmos o espaço da primeira página, mais o editorial de
José Manuel Fernandes da página 12, temos onze (11) páginas sobre a fome
no nosso país. É muito espaço... Inicialmente pensei tratar-se de "uma cortina
de fumo" destinada a esconder qualquer "embaraço" no Governo ou qualquer
coisa parecida. Mas não encontrei razões para tanto, e, por isso, debrucei-me
sobre o jornal para avaliar o assunto. Fiquei indignado: como é possivel haver
tanta gente num país da União Europeia a passar fome, quando encontramos
tanto desperdício de bens alimentares? - interroguei-me. Mas a realidade é-nos
apresentada naquelas 11 páginas: 40 por cento das famílias carenciadas,
passam fome. Não é fome específica, é fome total, é não ter nada para comer!
É a crise económica, o desemprego, os baixos salários, as reformas de miséria.
Neste país pequenino, de janotas candidatos a candidatos de qualquer coisa,
esta situação devia preocupar as suas mentes. Quanto aos políticos em funções,
deveriam ter vergonha por não terem evitado este drama social.


2004/03/19

 
José Cutileiro, que foi embaixador na OSCE, parece ter entrado em "loop",
como acontecia ao professor Girassol. No seu artigo de hoje, no "Público",
titulado o "Ombro de Puskas", descreve as táticas -- não as de Maquiavel
ou de Clawzevitz -- mas as de Puskas, para falar de política quase nada.
Cutileiro aprendeu a fazer política com as tácticas do Puskas e do Costa
Pereira, num jogo realizado há décadas, em Madrid. E vem dizer-nos que,
"a Espanha vai de novo e mais que nunca aderir à linha da União Europeia".
E diz mais: a Espanha "continuará a querer construir a Europa à revelia dos
Estados Unidos"... A gente lê, relê, volta a ler e não acredita nesta asneira.
Cutileiro com esta sua afirmação, acredita que, quem manda na UE são os
Estados Unidos! Já sabiamos que havia traidores na construção europeia.
José Cutileiro pode ter sido um deles. Pelo menos Washington parece pagar
bem aos seus lacaios. José Cutileiro é agora professor na Universidade de
Princeton, nos Estados Unidos. Que fique por lá, com o amigo americano.

Incêndio florestal em Miramar, Florida, com clima tropical durante o ano,


Um pouco mais a norte, Nova Iorque, acordou terça-feira com enorme nevão.

Sempre achei que Donald Rumsfeld, actual patrão do Pentágono, e aguerrido
defensor das guerras preventivas, tinha um ar demoníaco. Veja-se esta foto,
onde ele aparece paramentado de Lucífer. Se quer ler tudo sobre o "hobby"
preferido deste senhor clik aqui. O homem é mesmo desumano e diabólico.



2004/03/18

 
Chamei ontem a atenção para a "propaganda" difundida pelos "cruzados"
da guerra no Iraque. Veja-se mais este exemplo: "Para a Al-Qaeda, esta
é uma corrida contra o tempo, pois a situação no país [Iraque] não tem
cessado de melhorar... Ainda ontem numa grande sondagem realizada pela
Universidade de Oxford, 72 por cento dos iraquianos acreditam que as coisas
estão a correr bem nas suas vidas; 56,5 por cento acham mesmo que as suas
vidas estão agora melhor; 56,3 por cento dos inquiridos considera que a
segurança é melhor; uma maioria pensa que agora há mais emprego do que
há um ano... Ainda ontem Zapatero voltou a proclamar que a 'ocupação foi
um fiasco'. Pois é. Só é pena os 'ocupados' serem de opinião diferente".

Esta obscenidade, é da autoria do "cruzado" José Manuel Fernandes, que a
publicou como editorial no jornal "Público" de que é director...

Este "watchdog" das ideias de George Bush, está a ficar demencial.
Não nos diz onde e quantas pessoas foram entrevistadas nesta sondagem.
Mas, a ser verdade, só poderia ter sido no sul xiita, em Basora, zona controlada
pelas tropas inglesas. Outro "cruzado" com azia no estômago é José Pacheco
Pereira, o Abrupto da Blogosfera, que hoje escreve no "Público" sobre o medo
em Madrid, mas não se refere às mentiras de George Bush, Blair e Aznar.
JPP fala da Al-Qaeda como quem fala de um amigo:"...a Al-Qaeda quer lá saber
se o PSOE chegou ao poder, se o PP perdeu -- isso são minudências", diz JPP
em jeito de Avelino, a pontapear tudo e todos. "A Al-Qaeda quer lá saber disso,
quer lá saber daquilo, quer lá saber do Zapatero -- o que quer saber é se isso
[os atentados] contribuiu para enfraquecer o eixo Europa-EUA", remata JPP.
Coitado, este "cruzado" está a precisar, não de Al-Qaeda, mas de Al-Kaseltzer.

Contra a corrente destes "cruzados" está Hans Blix e Jay Garner, que Bush
substituiu por Paul Bremer. A favor destes "cruzados" está Berlusconi que
ainda não acordou do pesadelo por ter perdido o seu amigo Aznar. Contra os
"cruzados" da confrontação e da guerra está a www.people-press.org que
hoje divulgou a mega-sondagem realizada em nove países e onde sobressai
a suspeição de "egoísmo, desonestidade e unilateralismo" de George Bush.
Contra estes "cruzados" está JFK, candidato à presidência americana e que
acusa George Bush por ter "atolado" os EUA no vespeiro do Iraque.
É preciso desmascarar o discurso falacioso destes "cruzados" ao serviço da
guerra, das armas de destruição maciça, prontas a usar em 45 minutos.

Mulheres da minoria thai, cuidam da monda dos arrozais no vale
de Dien-Bien Phu, onde foi derrotada a França, na luta dos vietnamitas
que haveria de levar à independência em 1975, com a derrota dos EUA.


PS-Ao finalizar este post, acabo de saber de novas explosões no Iraque,
desta feita a sul, em Basora. Se isto representa mais segurança.... chiça!

2004/03/17

 
Costuma dizer-se que a memória das pessoas é curta... É um facto, nós
depressa esquecemos o que aconteceu ontem. Passa-se isso comigo, com
todos nós, e em muito maior amplitude nas pessoas que queiram abarcar
toda a informação que lhe chega. É preferivel tratarmos de conteúdos menos
abrangentes do que entrarmos numa vertigem de consumo indiscriminado
da informação que nos chega.
O amigo Nuno, da Janela para o Rio, interroga-se hoje, no seu post nº.588,
porque razão a Al-Qaeda ameaça tambem a França, quando este país foi
contra a guerra e impediu que o Conselho de Segurança da ONU, votasse
a favor da invasão do Iraque. Será pela recente lei contra o uso do véu
islâmico nas escolas francesas? -- pergunta o Nuno.

É pela duas coisas. A França faz parte da Nato, está na Bósnia e no Kosovo;
está no Afeganistão, -- como está a Alemanha, que tem o Comando das
tropas -- e, ainda ontem, a imprensa noticiava que, forças francesas estiveram
muito perto de prender Bin Laden... Seria uma grande ironia, se conseguisse
prender o inimigo número dos EUA. A Nato ou as NU, depois de 30 de Junho,
vão estar no Iraque, incluindo tropas francesas. A França esteve com os EUA,
desde a primeira hora, com forças de intervenção no Haithi... A França, porque
tem interesses históricos, os Estados Unidos porque temiam o cáos num país
às portas do seu quintal, onde seria fácil entrarem membros da Al-Qaeda.

Como se vê, com a interdependência dos tratados, poucas nações ficam de
fora. - Então e porquê, a Turquia, a Indonésia, etc. A Turquia faz parte da Nato,
está às portas da UE, e tem bases americanas que garantem parte da logística
de guerra. De resto, os atentados em Istambul foram contra os ingleses: contra
o Consulado e contra o HSBC-Hong Kong, Shangai Bank Corp, e dias antes
contra duas sinagogas judaicas. Na Indonésia -- o mais populoso país islâmico
do mundo -- foram dois atentados contra interesses dos EUA e da Austrália.
A Indonésia, como o Paquistão e a Arábia saudita, produzem muitos "mudjahins".

Os EUA estão longe, e cuidam da sua segurança; a Inglaterra, é uma ilha e tem
menos hipóteses de deixar entrar "estranhos"; a Itália, tem uma forte guarda
costeira; a Austrália, é um continente e está isolada, mas não segura; a Europa
continental, é a mais vulnerável, porque todo o flanco sul está próximo do
islamismo magrebino. Os outros, que fizeram a guerra, estão longe do perigo.
A Europa, que tinha um papel apaziguador e tolerante no mundo árabe, dividiu-se
e deixou de ter o peso político que tinha. Veja-se o caso de Israel-Palestina, --
fonte de todo o ódio, raiva e vingança -- que foi esquecido, e onde o Diabo anda
à solta, matando todos os dias, humilhando, espezinhando, sem que haja
alguem capaz de resolver o conflito. Sem a resolução do conflito palestiniano,
a hidra do terrorismo continuará com as carnificinas, tornará a vida num inferno.

Estas são alguns dos tópicos que explicam a actual insurgência do terrorismo
islâmico. Outros mais haverá para ter em conta. Não podemos aceitar o discurso
dos "cruzados", e perder o norte das causas que levam a estes efeitos.






2004/03/16

 
Na Blogosfera a leitura dos resultados eleitorais em Espanha
é vista de diversos angulos. Para a direita, trata-se de uma cedência ao
terrorismo internacional. Para a esquerda, trata-se do fim da era Aznar, uma
era de arrogância e prepotência, e ainda da recusa por parte do eleitorado
espanhol em alinhar em guerras unilaterais, como é o caso da guerra do Iraque.
À esquerda encontramos ainda, aqueles que submergem na "propaganda"
mediática propalada pelos senhores da guerra e ampliada pelos respectivos
"cruzados": Luis Delgado, J. Pacheco Pereira, J. Manuel Fernandes e mais
alguns rogeiros académicos.

A esquerda, o campo da paz, não pode soçobrar, render-se ao cântico das
sereias que vem do lado direito. O campo da paz não pode nem deve ir atrás
dos sofismas, das falácias e mentiras dos falcões da guerra. Porque isso faz com
que se perca o norte, e se esqueça a questão fundamental que é a seguinte:
o que é que deu origem à cultura do terrorismo islâmico? E como poderemos
nós, encontrar forma de lhe pôr fim?
Com a "propaganda mediática" feita pelos "cruzados", muitos de nós, já não temos presente que, a "jihad" tem origem
na carnificina provocada pelo conflito israelo-palestiniano. O terror, os assaltos,
a destruição de pessoas e bens é, naquela região, o menu de todos os dias. As
imagens de terror já não incomodam, banalizaram-se, tomaram-se até como
modelo para filmes de violência nas "fábricas de sonhos" do cinema americano.

Longe vai o tempo quando se referia que, a América, para Bin Laden, era
o "Grande Satã" que tinha invadido os lugares sagrados do islão. Depois veio
George Bush retribuir o epíteto rotulando alguns países islâmicos de serem
parte do "Eixo do Mal". Bin Laden sempre apontou para a barbaridade dos
recontros mortíferos na Palestina, para a humilhação feita em 1991 com a
Guerra ao Iraque. Mas o Ocidente, a América, nunca teve a coragem de fazer
justiça e acabar com a origem destes ódios, que era acabar com a barbárie
entre Israel e Palestina. E enquanto a carnificina entre estes dois povos --
nem se pode falar em dois países -- não tiver fim, é impossivel combater a
"jihad", o terrorismo islâmico -- que é aquele que se tornou global...

Operários executam trabalhos de soldadura para montagem de uma
estátua gigante destinada a perpetuar a acção dos soldados vietnamitas
durante a batalha de Dien-Bien Phu, que marcou o início da libertação do
Vietname, com a derrota dos francesas, seguida dos americanos em 1975.



2004/03/15

 
1)-O resultado das eleições em Espanha, expressa a consciência dos
eleitores espanhois. Ninguém tem o direito de fazer análises enviezadas,
acusações, juizos de valor. O povo espanhol é esclarecido, sabe escolher, sabe
premiar a honestidade política dos seus dirigentes, mas tambem é capaz de os
punir quando eles vacilam ou mentem (caso "Prestige" e atentado da Al-Qaeda).

2)-As eleições presidênciais na Rússia, foram ganhas por Vladimir Putin numa
contenda onde havia mais cinco concorrentes. Venceu Putin, perdeu a abstenção,
ganhou a Rússia. Para alguns "profetas ocidentais", seria melhor que tivesse
ganho um oligarca corrupto, alguem da "Família Ieltsin" (o tal das ressacas de
Vodka). Mas o povo russo preferiu a segurança, a honestidade, a imagem de
grandeza da Rússia dos Czares. Ganhou a Rússia, a Europa e parte da Ásia.

Mulheres de etnias minoritárias do Vietnam, dançam numa cerimónia para
assinalar os 50 Anos da batalha de Dien-Bien Phu, que haveria de levar à
independência do país e marcou os movimentos de libertação de todo o mundo.


3)-Os "watchdogs" da direita nacional e dos States, estão acabrunhados
com o "cambio" do eleitorado espanhol. E procuram "pistas", fazem simulações,
inventam teorias. Não admitem a derrota daqueles que se "colaram" à guerra
do amigo americano. Falam até da "pista islâmica". Insinuam que os eleitores
espanhois cederam à Al-Qaeda... "Não se pode ceder aos terroristas" -- dizem
eles. Mas quando a Rússia ataca os legionários "mudjahins", oriundos da
Arábia Saudita, do Irão, do Iémen, do Paquistão ou Marrocos, que se acoitam
na Tchetchénia e onde cometem os piores atentados terroristas, os tais
"watchdogs" da direita não se insurgem contra o "terrorismo islâmico". Antes
pelo contrário, acusam a Rússia de os perseguir...

4)-Dizem os apologistas da confrontação e da guerra, que não se pode ceder
nem mostrar fraqueza perante o terrorismo. Mas são incapazes de nos apontar
o caminho que conduza ao fim do terror bombista. Esquecem este princípio:
"as mesmas causas produzem sempre os mesmos efeitos, postas nas mesmas
circunstâncias". Não é pela confrontação, que se alcança a paz. Todos os dias
temos a prova disso, quando assistimos à carnificina israelo-palestiniana...
A luta contra algo (seja o terrorismo), leva sempre ao confronto.
"Não devem ceder nunca", dizem os belicistas. Mas quando acontece algum
atentado, os primeiros a escapulir-se e fugir que nem umas doninhas, são
exactamente os mais poderosos, aqueles que deviam mostrar coragem e
manter-se firmes: os Mercados Financeiros -- metem o rabo entre as pernas
e fogem, covardemente, causando ainda maiores estragos...
"Conversa, é o que eles têm"-- diz o povo. Trela, é o que os "watchdogs"
precisam -- digo eu.



2004/03/14

 
OS ELEITORES ESPANHOIS JÁ VOTARAM E...

A verdade, nua e crua sobre os acontecimentos, começa a desvendar-se.



2004/03/13

 
Estou deprimido. De Cascais até Oeiras, às quatro da tarde,
em sentido contrário, havia uma fila interminável de carros percorrendo
a Marginal, cumprindo o circuito da "voltinha saloia". É sinal de que as
coisas não estão a correr bem. Deixem-me rir, com estas imagens:


Talvez tenha sido pelas emoções negativas, causadas pela dôr que vai aqui
ao lado, na vizinha Espanha. Falta-me a veia e o alinhamento para a escrita.


Já Wagner se queixava, afirmando ter momentos de nula inspiração musical.

Alô Carlão, logo agora, carrinho não tem mais pilha...


Imagens "fanadas" ao amigo brasileiro Dhuvi-Luvio, de Curitiba.


2004/03/12

 
TERROR EM MADRID - Continua a incógnita

Há quem veja na carnificina de Madrid, semelhanças com o 11 de Setembro.
É o caso do "cruzado" Luis Delgado e do "neo-cons" José Manuel Fernandes,
director do "Público", em cujo editorial de hoje, a par de outras considerações,
vem falar de "guerra mundial" contra o terrorismo, confundido todos e de modo
a levar os leitores para o lado das políticas de George Bush. JMF insinua mesmo,
pela primeira vez, que se trata de uma Nova Cruzada, já que o inimigo persegue
"os cruzados sejam eles americanos, espanhois, britânicos, italianos, franceses
ou alemães. Ou portugueses". Para JMF "não há terrorismos, mas terrorismo, que
se combate em Nova Iorque, Madrid e Bagdade".
Como "só há um terrorismo," JMF cita só tres cidades, tres capitais, tres países.

Outros, e contradizendo JMF, vêm falar de "terrorismo nacionalista".
Com efeito, muito antes do 11/Setembro, houve na Europa diversos atentados
terroristas, perpetrados por grupos de cariz nacionalista. Na Irlanda, era o IRA;
na Itália, eram as Brigadas Vermelhas, na Alemanha, havia o Bader Meinhof, em
França, eram os Corsos; em Espanha, ainda há a ETA. Até certo ponto, estes
grupos terroristas, actuavam apenas nos seus países. Não tinham redes
internacionais, não lutavam contra nenhum "ocupante" nem contra alguem que
lhes quizesse impôr um modelo de democracia, e muito menos quem lhes tivesse
declarado guerra.
Felizmente a Europa soube irradicar o mal, com firmeza, mas sem confrontos de
guerra, destruição de cidades, ocupação de países. Muito sangue foi derramado.
Houve muita dôr, mas ninguem apelou a uma coligação de guerra. Nada tem a
ver com o 11 de Setembro dos "cruzados". E, no entanto, eram acções de terror.

Depois de tudo isto, ainda há quem diga que "nunca viu nada assim"...
Esquecem que o terrorismo fez parte da criação das nações. A história de todos
os países está ensanguentada por actos de terror. Não falo dos bárbaros, falo
apenas da Idade Média para cá, até aos nossos dias. As guerras de conquista,
de invasão territorial e de usurpação de poder, deixaram atrás de si o cáos e a
desordem -- ambiente propício aos saques, violações e assassínios em massa.
Felizmente que a Europa estabilizou e hoje conhece a paz e o bem-estar. Tem
leis e tratados de defesa, uma arquitectura democrática, um nível de vida muito
confortável. Hoje, para os europeus, não é concebivel a desordem, o cáos, o
crime e os assaltos. Hoje não aceitamos um mundo sem leis, sem segurança e
liberdade. É isto que nos leva a rejeitar a violência, o terror, a carnificina.
Quando acontece um acto bárbaro, semelhante ao de Madrid, ficamos todos
paralizados, incrédulos, horrorizados.
Depois reagimos, com dôr e amargura, mas tambem com serenidade. Porque
só assim poderemos pensar nas causas que produziram tais efeitos. Não vale
a pena fazermos julgamentos precipitados.

Para nós é importante saber quem são os culpados da carnificina de Madrid.
Caso seja a Al-Qaeda, Portugal deve estar preparado com meios, para evitar
uma situação como aquela, e procurar reduzir os estragos humanos.
Depois das eleições, já a partir de segunda-feira, iremos conhecer pormenores
que as autoridades não querem revelar antes de tal evento.

2004/03/11

 
A Europa passa a ter, como os Estados Unidos, o seu dia D referente
ao terrorismo. Por decisão do Parlamento Europeu, o dia 11 de Março
passa a ser o Dia das Vítimas do terrorismo na Europa. Por ironia do destino,
calhou-nos o dia 11, vinte e nove anos após o 11 de Março, que tambem
é uma data aziaga para muitos portugueses; até o Chile, que teve um golpe
fascista a 11 de Setembro de 1973, tambem chora os seus mortos no dia 11.
Coincidências, apenas. O passar dos dias, dos meses, dos anos, faz com
que, as datas dos diversos acontecimentos, coincidam umas com as outras.

Porque este ano se comemoram 225 anos sobre a data em que a Rússia
e Portugal estabeleceram relações diplomáticas, deixo esta imagem da
catedral da Ressureição pelo Sangue reflectida nas águas geladas do
canal Griboedor, em S. Petersburgo. Esta igreja foi construida no local
em que Alexandre II foi assassinado, morto por uma bomba lançada
por um estudante em Março de 1881. Há 225 anos, já havia terroristas.

 
O TERROR AQUI AO LADO


É hora de chorar os mortos em Espanha.
Não há nada que justifique uma carnificina desta dimensão.
Toda a Blogosfera, se tem pronunciado sobre tamanho horror, havendo
blogues com "fundo" negro em sinal de luto, e outros exibindo simbolos
como o quadro de Guernica. Há um sentimento de pesar, de profunda
consternação pelo que aconteceu aqui ao lado, aos irmãos espanhois.


Todos os blogues são unânimes em condenar os atentados. Alguns há
que tentam fazer extrapolações. Outros que dizem: não importa donde
vem o terror; importa é não pactuar com assassinos, com cobardes, com
todos os que desprezam a vida humana, de inocentes que apenas vão
à sua vida, pela manhã... e são mortos e mutilados pelo inimigo invisível.


Nesta hora de tristeza, quando ninguem está seguro nem tem certezas
de nada, resta-nos apenas estar solidários com os irmãos espanhois,
e lembrar que, este mundo continua cada vez mais perigoso. É preciso
estarmos alerta, e exigir do Estado, maior vigilância, mais segurança.

2004/03/10

 
O desporto de alta competição, que em nada beneficia o comum dos mortais,
serve contudo para meia dúzia de senhores, e ainda para os políticos que dele
se aproveitam para "anestesiar" as massas populares e promover os sentimentos
nacionalistas que, apesar da globalização, continua a servir de tubo de escape
para os momentos de depressão económica.
É uma questão à qual não é fácil fugir, nem tão pouco ignorar, dado que ela tem
implicações tão vastas e tão complexas que se torna quase impossivel passarmos
ao lado sem que sejamos arrastados pela onda de frenezim que se apodera de
grande parte dos cidadãos, sempre que se realizam encontros desportivos onde
se joga não apenas para a vitória mas tambem para o bom nome do nosso país.
Foi isso que ontem aconteceu com o jogo de futebol Manchester United-Futebol
Clube do Porto. Todos os portugueses alinharam com a "sua" equipa: o FCP!

Veja-se como o desporto serve os nacionalismos. A equipa indiana de
criquete, vai disputar, durante 40 dias, um torneio com a equipa do Paquistão.
É a primeira vez, após 14 anos de ausência, que a India vai a Lahore, segunda
cidade do Pak, devido às ameças de guerra durante aquele período. Nestes
dias de acalmia e relações amigáveis, o jornal "Hindustan Times" promoveu
uma "passadeira" com uma milha de extensão, em Nova Delhi, cheia inscrições
a incitar a sua equipa à vitória sobre a equipa do Paquistão. A equipa, antes de
partir, foi recebida pelo primeiro ministro, que pediu tambem uma vitória.


Escrevi aqui, no dia 6, sobre o "País dos cromos", a propósito do artigo
que Augusto Santos Silva (ASS) tinha publicado no "Público". Eu não mencionei o
nome de Orlando Gaspar, vereador do PS na Câmara do Porto. Mas ASS citou o
nome do mesmo, chamando-lhe, por extensão, "o cromo". Hoje, o vereador OG,
-- que na opinião de ASSS é igual ao Avelino e ao Jardim -- vem responder no
"Público" a ASS, chamando-lhe "o postal". Orlando Gaspar gosta mais de postais,
e sobretudo daqueles que têm um colorido bonito... Não gosta de "cromos"; isso
foi no tempo de miúdo, quando coleccionava cromos dos jogadores de futebol.
Esse tempo passou, diz Orlando Gaspar.
Não é bonito ver os partidários do PS, mimosearem-se assim, com "cromos e
postais", brigando uns com os outros, como se fôssem crianças, só porque não
conseguem completar a colecção dos "cromos" ou dos "postais ilustrados"...
Poupem-nos dessa. Já basta o Jardim, o Santana, o Avelino, o Paulinho Feirante.

O clima está a mudar... Parece o caminho para chegar aos ceus, mas
não é verdade. Trata-se de residentes em Los Angeles, na Califórnia, a
caminho da praia, pois o calor está atingir médias de 93 graus Fahrnheit,
cerca de 40º centígrados, devido à corrente sul da Califórnia.


2004/03/09

 
Neste país, o que há de mais para o futebol, sobra de menos para
a cultura. Veja-se o caso relatado hoje por Eduardo Prado Coelho na sua
coluna do "Público" onde nos informa que, a "coordenadora do ensino de
Português no básico e secundário, Maria Isabel Barreno, regressa a Portugal,
depois de vários anos em França", porque o Governo desistiu de apoiar o
ensino do nosso idioma ao nível do ensino primário. Foi pela negativa que
o "excelentíssimo coordenador mandou dizer de Lisboa que cortasse todos
esses cursos porque não interessavam nada". Se isto é asneira, o pior estava
para chegar, com a substituição de Isabel Barreno, que deveria ser substituida
por alguem à altura profissional e intelectual da pessoa que acabava de se
demitir. Mas assim não aconteceu, pelo relatou que nos é feito por EPC.

Diana Ross durante uma actuação no Olympia de Paris.

Na verdade, a pessoa que foi substituir Isabel Barreno "é professora, sim,
mas de Matemática!" Uma asneira, como é evidente. Mas ainda acontece outra
coisa mais caricata: "A [nova] coordenadora do ensino de Português em França
não sabe francês e vai para as reuniões com um intérprete ao lado. Ela fala, o
intérprete traduz, ela ouve, o intérprete traduz, e assim vai dançando entre
duas linguas". Mas será verdade, tudo isto? Não me custa a crer, dado que os
cortes na educação e os "job for the girls" conduziram a este estado de miséria.
É por estas e por outras, que muitos de nós estamos contra os desvarios nos
gastos descontrolados dos estádios para o Euro 2004. Para criar elefantes
brancos, gastaram-se umas centenas de milhões de euros, para fomentar a
nossa cultura e alargar o ensino de Português em França, reduz-se tudo ao
mínimo -- incluindo as qualificações da respectiva coordenadora!


O clima está muito alterado. Os cariocas, neste verão, quase não
têm ido à praia por causa da chuva e dos dias cinzentos. Mais a norte,
em Tocantins, o rio Araguaia subiu uns 13 metros e inundou a cidade
devido às chuvadas intensas que têm caído na Amazónia.


2004/03/08

 
POR UM PAÍS DE CIDADÃOS SEM DOENÇAS

Só nos faltava esta: mais um partido político, para tratar dos nossos males.
Ainda por cima, trata-se de um espúrio do "Movimento pelo Doente", e que
tem como dirigente um teólogo... Não me parece mal, desde que seja para
consolar as almas, mas para tratar dos assuntos políticos e sociais, já não lhe
vejo capacidade nem condições para se debater num terreno onde se trata
apenas de coisas materiais. De vez em quando, um grupo de iluminados, ou
desiludidos, lembra-se de "parir" um partido. Têm vida efémera, e, ao contrário
daquilo que prometem, nunca resolvem nada. Apenas complicam, servem tão
só para "roubar" votos aos principais partidos. Temos exemplos destes, como
foi o caso do PRD e do PSN. Acabaram por desaparecer, porque lhes faltava a
prática e a teoria ideológica. Sem ideias fortes, sem convicções, sem um bom
programa político, nenhum grupo de pessoas consegue "furar" o sistema.


Estes senhores do movimento "Portugal com saúde", em vez de cuidarem
dos doentes -- para isso estão os médicos e os hospitais -- deviam era cuidar
de manter os sãos. Nesta área é que faz falta um movimento ou um partido,
que venha defender os bons hábitos alimentares, o consumo moderado de
bebidas alcoólicas, a prática de cultura física, do desporto amador, de ambiente
familiar e lúdico sem "fumos", de uma postura perante a vida sem invejas,
sem ódios e sem espírito de guerreiro; a doença, raramente é genética, mas
quase sempre é adquirida. Neste aspecto, era útil que os sociólogos, os
médicos, os nutricionistas e os desportistas fizessem parte da direcção de um
tal partido, que ousasse "correr" pelo "Movimento pela sanidade física e mental
dos portugueses". Acabar-se-iam as "listas de espera", fechar-se-iam hospitais.

A sociedade é assim, um misto de corrente e contra-corrente, uma brisa agora,
um vendaval logo, uma tormenta depois. Faz parte da Natureza. Mas não nos
deixemos iludir com os que aspiram a formar um partido, só porque querem
acabar com as "listas de espera", com as "filas de trânsito", com as obras do IC1,
só porque estas "deram cabo do sistema nervoso de qualquer santo", como
referem os dirigentes do "Doentes". A prática democrática, em Portugal, parece
ainda não ter mostrado a alguns cidadãos portugueses que, para reivindicar e
exigir melhores serviços, não é preciso criar partidos, dividindo mais o espectro
partidário. O que o cidadão eleitor deve fazer, é escolher o partido que melhor
programa político apresente. Mas esta opção, não é feita por todos; uns por
questões ideológicas outros porque não sabem optar. Chega de partidos.


Porque hoje é Dia da Mulher, deixo esta imagem para mostrar que
elas sabem defender causas... ainda que sejam absurdas. Em Santa
Mónica, na Califórnia, este grupo saiu à rua em defesa das raelianas.



2004/03/07

 
MACDONALDS PARA AS CRIANCINHAS

Para alegrar as festas do Euro 2004, a multinacional do "fast food"
MacDonalds, oferece às crianças portuguesas, que queiram participar nos
ajuntamentos futebolísticos, hamburguers "Big Mac" e água suja com a marca
Coca-Cola. Nada melhor para a MacDonals assegurar o futuro, que é habituar
as crianças a comer as batatinhas fritas, os hamburguers e as bebidas "light".
O ministério da Educação e o ministério da Saúde, só tinham uma coisa a fazer,
perante tão descarado meio publicitário: era dizer NÃO. Assim ,salvaguardava
os maus hábitos alimentares, que os americanos estão agora a tentar travar
no seu país, onde dois terços das crianças são obesas.
A pressão dos nutricionistas levou o Congresso a debruçar-se sobre este
assunto. E, claro, num país onde o mercado e o consumidor são livres de
vender e consumir aquilo que lhes apetece, não vai ser tarefa fácil para os
congressistas decidirem. Segundo Judy Holland, correspondente do Sidney
Morning Herald, em Washington, a decisão, não irá além de uma sentença
salomónica: "Vocês são aquilo que comem. A culpa do que comem é vossa;
não podem culpar a indústria do "fast food"."

Nos útimos 20 anos, nos EUA, o número de "teenagers" com peso excessivo,
triplicou. Mais de 15 por cento das crianças e adolescentes americanos, são
obesos. Num estudo feito pelo Hospital Infantil de Boston, é referido que um
terço dos jovens entre os 4 e os 19 anos se alimenta diáriamente de
"fast food", o que contribui para um aumento de 3 quilos de peso, por cada
jovem e por cada ano. Os legisladores têm em mãos aquilo a que chamam
a "cheeseburger bill", que deverá ter em conta as doenças provocadas por
este tipo de alimentação, desde o colesterol até às doenças cardio-vasculares,
que entopem os hospitais e aumentam a factura dos cuidados médicos.
Nalguns países, como a Tailândia, que antes da entrada da MacDonals não
tinha obesos, o governo viu-se obrigado a criar nas escolas cantinas com
alimentação tradicional, para evitar que os jovens consumissem o "fast food".
Em Portugal, o Governo, embandeirou em arco com a MacDonalds, para esta
levar aos jovens o gostinho da sua comida de plástico e bebidas sulfurosas.

Ou será que o Governo está a pensar em transformar este país,
no futuro próximo, num grande alfôbre de lutadores de "sumo"?




2004/03/06

 
Os analistas mais escutados, começam a zurzir nos "cromos" deste país,
que nos últimos dias têm sido alvo da comunicação social. Hoje Augusto
Santos Silva (ASS), no "Público" vem escalpelizar os factos e insurgir-se
contra o "senador" Avelino do Marco, que protagonizou cenas próprias de
cacique, no campo de futebol do Marco. Chama-lhe "cromo", cacique, autarca
"indigno de ocupar cargos públicos". "O país está saturado de cromos", diz
ASS. "Triunfam os cromos do entretenimento, as Teresas Guilherme que nunca
viveram de outra coisa que não seja a exploração do mais indígno voyeurismo,
ou os Herman José que destruiram o seu imenso talento com sucessivas
cedências ao dinheiro e ao mau gosto".



Mais adiante, diz ASS: "...os cromos são hoje o "jet set" e é a convivência
pública com eles , relatada nas revistas que vivem deles, que promovem os
Santana Lopes da política". Diz ainda ASS: "... um só Avelino conspurca a
imagem de dezenas de milhares de autarcas. [...] "Um só Alberto João Jardim
destroi a reputação de centenas de governantes, a maioria dos quais são
estadistas qualificados". De facto, o país tem uma enorme quantidade de
cromos que precisam ser apeados do poder, seja dos orgãos do Estado,
das autarquias ou das colectividades desportivas. Os primeiros, não são
bons arquétipos, os segundos, não o sendo tambem, ainda se consideram
"um exemplo" -- de desobediência civil, agindo com "chutos e pontapés".



2004/03/05

 
Na sua crónica semanal, publicada no "Público" de hoje, Miguel de Sousa
Tavares (MST), é acompanhado por uma imagem do autarca do Marco, Avelino
Ferreira Torres, que faz lembrar, na sua pose, um "artista de circo". Mas MST
não diz muito sobre este artista de "chutos e pontapés". Ao fim e ao cabo, vem
explicar as razões porque prefere ter "uma intervenção política, livre e sem
obedecer a nenhum partido", em lugar de se sujeitar a votos. Embora tenha
sido desafiado a "passar das palavras à acção", inscrevendo-se num partido,
MST prefere ser apenas comentador. "Não será mais livre e mais digna uma
intervenção política que se cumpre solitariamente, sem servir nem obedecer a
um partido...?". Com esta postura, MST está a dar razão aos que o criticam:
é fácil criticar os outros pelo que fazem, mas quando somos chamados a fazer
alguma coisa, não somos capazes de "passar das palavras à acção".


Palco do Poder... Participante no 10º Congresso Nacional do Povo Chinês,
passeia-se na Grande Praça, aguardando a hora do início dos trabalhos
que decorrem em Pequim, onde já se vive a Primavera.


Esther Mucznik, vem discorrer sobre "Ligações perigosas", para resvalar
para o tema que actualmente incomoda os judeus: o anti-semitismo que se
verifica em todo o mundo. "A face hedionda do anti-semitismo não é nova",
diz Esther. "O que é novo é ela revelar-se em nome dos direitos do povo
palestiniano, dando-lhe assim uma caução moral". Note-se que a senhora
Esther não é "fundamentalista", como são a maioria dos judeus. Até admite,
que o "que é novo é a globalização do conflito israelo-palestiniano, fazendo
recair sobre os judeus colectivamente a 'culpa' da política israelita: a crítica
de Israel transforma-se demasiado facilmente em crítica dos judeus".
Mas esse, é o problema criado por Ariel Sharon. Com a sua política de "olho
por olho", roubando terra e construindo o "Muro do Apartheid", Israel está
a fazer com que todo o mundo critique essa política, na figura dos judeus.


 
Paul Bremer III, cumpriu a sua tarefa: conseguiu a unidade provisória
dos sunitas, curdos e xiitas materializada num documento que serve de
transição até às eleições gerais a realizar no Iraque. George Bush consegue,
assim, mostar que o fim da guerra se aproxima, podendo as tropas americanas
sair, em grande número, do Iraque, a partir de 30 de Junho, como se esperava,
a fim de poder empenhar-se no combate eleitoral. Mas tudo ainda se move na
incerteza. Hoje, o general John Abizai, deixou cair as suas apreensões: teme
que o Iraque, após a retirada do grosso das tropas, mergulhe na guerra civil.
Outro tanto pensa, Steve Chapman, jornalista do "The Baltimore Sun", ao dizer
que, as forças comprometidas na assinatura da nova "Constituição Provisória"
são prudentes nas declarações, quanto ao futuro do país. A autonomia parcial
reconhecida aos curdos, não agrada a estes; a lei islâmica que é apontada como
"uma das fontes" na constituição, deveria ser, para os xiitas, a "única fonte" de
direito. Estas divergências, podem vir a ser clarificadas, após as eleições gerais.





2004/03/04

 
Há dias, tivemos em cena o Avelino, o autarca do Marco, a dar pontapés
na grande área do relvado, mostrando os seus dotes de arruaceiro. Agora,
temos em palco Filipe Menezes, o autarca de Gaia, a propor candidatos ao
PE, em listas do PSD, apontando o nome de Belmiro de Azevedo -- patrão
da SONAE -- e António Mexia, executivo da Petrogal.
Francamente, já vai faltando paciência para ouvir estes políticos de 3ª. Divisão,
que vivem mal com o lugar que ocupam na tabela da classificação. Ou será que
o autarca de Gaia quer pedir algum favor ao empresário mais rico de Portugal?.


O que se está a passar no Iraque é tão relevante para o Ocidente, quanto foi
a trapalhada das ADM que levaram à guerra e à ocupação do Iraque pelos EUA
e pela Inglaterra. Na altura, o disparate era evidente para milhões de pessoas
que contra a guerra se manifestaram, não apenas nas principais cidades
europeias, mas tambem na Ásia, África e Américas.
O resultado está à vista... O poder em Bagdade caiu sem resistência, porque
não havia ADM, não havia Exército nem Força Aérea. Mas o poder destruidor
do invasor, para além de arrasar as cidades, destruiu a vida e os meios de
subsistência de muita gente e fez muitas vítimas, que ainda falta quantificar.

Agora o Iraque está ingovernável. O mundo está mais perigoso, menos seguro.
No Iraque renasceram as divisões tribais, os ódios religiosos. E fala-se da lei
islâmica como fonte de direito... Adivinham-se tempos dificeis, de sofrimento e
desespero para muitos iraquianos. A roda da sorte está a favor dos xiitas, que
contam com a simpatia dos "ayatholahs" do Irão. Tambem, neste caso, assistimos
ao recuo dos reformadores e ao endurecimento dos "mullahs" -- por causa da
ingerência verbal de George Bush. A Palestina, continua a ser sacrificada. Em
nada foi beneficiada pela guerra do Iraque; só e apenas Israel, que tem tido
mãos livres para redesenhar novas fronteiras com o "Muro do Apartheid".

A cruzada bélica de George Bush está sem norte. E vai continuar a esboroar-se.
Entretanto, a instabilidade política vai agravando-se, e, a factura da guerra,
está a chegar a todos nós. Já estamos a pagar o "crude" a mais de 32 dolares
o barril; a economia, aos solavancos; os défices orçamentais, a subir, a subir.
Resta-nos a esperança, até que venha a mudança.
A menos que os "neo-cons" se lembrem de interferir em qualquer lugar, para
provocarem os ódios, e apresentarem razões para mais "Patrotic Acts".

2004/03/02

 
O Médio-Oriente está em polvorosa.
O Iraque está em estado de sítio. Duas grandes explosões. 137 mortos.
No Paquistão, 32 mortos a tiro, durante uma procissão. Que está acontecendo?
Guerras religiosas? Quem abriu a Caixa de Pândora? Onde está o mundo mais
seguro, que nos prometeram? E na Palestina, quantos morreram? Nem vale a
pena falar disso, pois o sangue jorra mais intensamente nas terras de Hamurabi.
Que têm a dizer-nos aqueles que fizeram a guerra, prometendo-nos um mundo
melhor? Para onde vamos, com esta espiral de violência?

Imagem da explosão mortífera em Kerbala, Iraque.

 
"Fui um exemplo", disse o autarca de Marco de Canavezes,
Avelino Ferreira Torres, a propósito da sua desbragada invasão de campo,
no jogo do Futebol Clube do Marco-Santa Clara, acrescentando ainda que
"voltava a fazer o mesmo e só com uma diferença: em vez de pontapear
aquelas chapas, eu gostava de pontapear era quem, a partir da final da
primeira volta, tem feito a nomeação das arbitragens que vêm para o Marco".

Aqui temos o "exemplo" a seguir pelas claques que vão apoiar o Euro 2004.
Esta é, pelo menos a opinião do arruaceiro edil de Marco de Canavezes, que
há mais de 20 anos faz de "coronel e jagunço" lá pelas terras do Norte. Não
há quém lhe faça frente, desde os tempos do Verão Quente de 75. Teve aliados
no ELP e continua a ter amigos na Igreja local, nos coroneis de reserva, no
PP/cds, nas forças de segurança. Só assim, é que Ferreira Torres pode fazer o
que quer, rasgar as intimações, fugir quando a GNR executa um mandado do
Tribunal, ter a impunidade que é evidente e a tolerância do partido que agora
faz parte da coligação, e tem como ministro das tropas e da Defesa Nacional
o presidente do PP/cds, Paulo Portas. Ferreira Torres está para o PP/cds, como
Alberto João Jardim, da Madeira, está para o PSD.

A investida de Ferreira Torres, mostra bem como as coisas estão neste país:
um autarca invade um campo de futebol, ameaça o árbito, desafia e desobedece
à GNR, apela à violência nos estádios. E ninguém vai chamar o arruaceiro para
que seja julgado, admoestado ou punido. A lei e a justiça, continuam a ser
aplicadas apenas a alguns. Continuamos a encolher os ombros, inclusivé a GNR,
que devia ter algemado o arruaceiro, e levá-lo para o chelindró. Esperamos que
que as gentes de Amarante, saibam rejeitar este candidato a edil nas eleições.

2004/03/01

 
OS TÓPICOS DE SOTTOMAYOR CARDIA SOBRE IVG

"O zigoto, embrião e o feto são coisas vivas humanas; não são pessoas.
O embrião é desprovido de sensibilidade álgica. O feto desenvolve-se em
processo de progressiva sensibilidade e actividade. Em ambas as fases
são pessoas possiveis. Enquanto pessoas possíveis corpóreas, o embrião
e o feto têm os direitos inerentes à qualidade de nascituros. Têm direitos
se vierem a originar uma entidade biológica que nasça. É pelo nascimento
que se torna pessoa. As pessoas começam quando nascem".

"Na fase embrionária, o recurso da grávida à interrupção deve ser
considerado um direito. Não é razoável legislar contra a persistente e
consistente sensibilidade e mentalidade de um povo. [...] O abortamento
ilegal de um feto deve ser punido mediante, por exemplo, injuntiva prestação
de serviços à comunidade, mas nunca através de prisão".

O professor de Teoria Política, Sottomayor Cardia, abandonou a política
activa para se dedicar ao ensino. Raramente se tem visto em intervenções
cívicas, como agora acontece, ao revelar no "Público" de hoje, a sua opinião
sobre a IVG, para a qual se prepara a entrega de uma petição na AR para
que seja novamente referendada. A clareza e síntese das sua opinião,
expressa em 17 tópicos, merece ser analisada por toda a gente.


MODA LEVE EM TEMPO DE FRIO E CHUVA......

Showing off... A estilista italiana, Paola Frani, fez a apresentação
das suas colecções para o próximo Outono/Inverno, em Milão,
durante a semana passada, onde se destacou este modelo!



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