2004/03/29

 
O cidadão António Guterres, que foi primeiro-ministro de Portugal
e continua a ser o presidente da Internacional Socialista, esteve este
fim-de-semana na Casa-Museu João Soares para falar de uma "nova ordem
mundial". Infelizmente, parte dos orgãos de comunicação social, num frenezim
histérico, apenas "ouviram" Guterres falar sobre as razões que o levaram a
abandonar o Governo, após o resultado eleitoral das autárquicas de 2001.
António Guterres concerteza que explicou ao PS, na altura, por que se demitia.
Mas o "aparelho" partidário ainda não lhe perdoou esse gesto democrático.
Queriam continuar no poder. No entanto, agora acham bem que Raffarin em
França, deve demitir-se, após o desastre eleitoral de ontem...

Os que estão ressabiados com Guterres, continuam à espera de chegar ao
poder, apoiando-se em Ferro Rodrigues. O que me parece impossivel, pois FR
não tem carisma nem perfil para estar na política-espectáculo. De resto, o
processo da Casa Pia mostrou a forma tôsca como Ferro Rodrigues faz política.
E o processo da pedofília ainda não acabou.
Os socialistas esperam uma vitória de Pirro nas eleições para o Parlamento
Europeu. Ainda que seja o PS o vencedor, qualquer que seja o resultado, ele
não vai abalar a coligação PSD/PP-cds. Possivelmente o PS ganha com uma
abstenção de 50 por cento, elegendo onze deputados. Mas que vai fazer com
esse resultado? No plano interno, não serve para nada.

O PS precisa libertar-se da "canelada" da pedofília. Precisa de um dirigente
credível, com um discurso correcto, com uma imagem de seriedade. Para mim,
o dirigente que serve ao PS, nesta encruzilhada, é José Socrates. Sem um
dirigente "despoluido" dos ares da pedofília, e com ideias fortes para enfrentar
a direita no poder, o PS vai continuar em estado comatoso.
Quanto a António Guterres, tenha-se em atenção o seu papel na Internacional
Socialista, nos seus contactos internacionais, nas suas ideias inovadoras para
remodelar as instituições mundiais como o FMI, a OMC e a ONU.

O PS não tem melhor candidato à PR. Os socilaistas devem cerrar fileiras em
torno da sua candidatura, e não navegar nas águas do PSD ou navegar à
boleia do discurso aperaltado do PP/cds. Os socialistas precisam ter um discurso
forte, coerente e mobilizador. Para isso falta-lhes um líder capaz de os levar ao
poder. Nesta hora, a maioria dos militantes e simpatizantes do PS ainda estão
indecisos, incrédulos, desnorteados. Não têm uma opinião firme nem uma ideia
do que vem aí. Estão orfãos, falta-lhes um líder político sereno, mas de fortes
convicções.





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