2003/07/31

 
Após uns dias de sossego gozado em pleno Alentejo, regresso hoje á Blogosfera
com a convicção de que a vida é mais interessante, desde que seja saboreada sem
sem exercícios mentais, nem o intelecto a puxar pelo nosso ego, a ira e a vaidade.

Voz amiga, aconselhou-me a ser menos agressivo nos comentários e mais optimista
nas minhas conclusões. Esta observação veio ao encontro das minhas inquietações,
já que, tudo o que escrevi até agora, neste blogue, parecia ser contraditório com o
meu crescimento espiritual. Por isso me interroguei, algumas vezes, se não estaria
a correr o risco de criar uma dupla personalidade.
Lembrei-me dos heterónimos de Fernando Pessoa, nas funções que todos assumimos
na nossa vida profissional, seja-se médico, advogado juiz, arquitecto, psiquiatra,
padre, político, etc.
Meditei sobre o assunto e cheguei à conclusão de que, todos nós corremos o risco
de viver com dupla personalidade; descobri que temos duas mentes. Na verdade, o
nosso cérebro, está dividido em dois hemisférios: o do lado direito é intuitivo,
ilógico, poético, místico, religioso, irracional; o do lado esquerdo é lógico, racional,
científico, calculista, matemático, euclidiano.
Sendo assim, fácilmente se compreende que a contradição nos seres humanos, é uma
característica inata. O conflito está dentro de nós. Apesar disso, conseguimos viver
em aparente equilíbrio; ele existe, é frágil, mas vai-se mantendo, a menos que haja
um acidente. O segredo está na ponderação entre o intelecto e a intuição. Se acaso
houver ruptura, a pessoa desdobra-se, torna-se dual com a divisão da personalidade;
acontece o fenómeno da esquizofrenia.
Tambem aprendi que, a mão direita, está ligada ao hemisfério esquerdo (racionalidade)
e se cruza com a mão esquerda, sendo esta, dirigida ao hemisfério direito (intuição).
Isso leva-nos a compreender, no plano político, as diferenças entre um governo de
direita e um governo de esquerda. Curiosamente, embora se trate de duas correntes
de pensamento político diferentes, o equilíbrio entre elas acontece, e, nalgumas
situações com resultados positivos, embora pouco duradouros.

Resumindo: cada pessoa tem o conflito dentro de si; esse conflito é inato, não podemos
separa-lo da nossa personalidade, e, é pelo confronto dos diversos conflitos individuais
que progredimos, que podemos melhorar as relações interpessoais, propor ideias e
aceitar sugestões. O importante é esquecer o ego, a fim de aceitarmos a diversidade,
pois só assim obteremos os consensos.

Nestas circunstâncias, conclui que posso aceitar o conflito entre os meus hemisférios
cerebrais como um exercício de consciência, pelo que vou continuar a escrever neste
meu blogue. Não arrisco mais do que qualquer outra pessoa que vive dedicada ao
seu trabalho; é possivel viver em harmonia com o mundo, e, ao mesmo tempo,
expressar a nossa indignação contra aquilo que vai mal no nosso planeta. É profilático
(para o indignado) e salutar (para a entidade visada).
Mas, a partir de agora, vou usar a moderação, o optimismo, o bom humor.

Obrigado OM.

2003/07/25

 
Isto, já me está a enervar!
Agora aparecem os "legalistas" a disparar em todas as direcções, por causa dos
abusos da Justiça; estão indignados pelas escutas telefónicas, por não obterem
o "habeas corpus" dos amigos e clientes, por acharem que há juizes sem tarimba
para avaliar os processos da pedofilia, por isto e por aquilo. Agora, sim. Parece que
estamos perante uma conspiração, que tende levantar poeira para confundir tudo
e todos... Só falta uma amnistia, para acabar com o processo da Casa Pia. Pôrra,
parece uma gaiola de araras e papagaios!

Isto, já me cheira mal!
A Quercus, que continua a zelar pelo meio ambiente, e, por isso, merece todo o meu
apreço, está pior do que eu. Está irritada, segundo me consta, com o ministro Sevinate,
porque aquele, parece impotente para resolver o despejo dos detritos produzidos
pela suinocultura nacional. Vai daí, toca de enviar ao ministro dois baús cheios de
merda (faço ideia, o cheiro daquilo!), para assim lhe mostrarem que os ribeiros e os
riachos deste país, cheiram mal, porque os porcos, criados em cativeiro, não têm
as devidas condições de higiene. Os suinos não têm culpa, coitados; os donos das
pocilgas é que são uns grandes porcos, ao impestarem o nosso meio ambiente.

Isto, está insuportável!
Vou mas é para o Alentejo, por uns dias, para ver se esqueço as manobras dos
conspiradores contra a Justiça, as lixeiras a céu aberto, e, as porcarias que os
suinocultores fazem neste "jardim á beira-mar plantado".

Porcos. Dediquem-se antes á jardinagem!


2003/07/24

 
O País foi a banhos. Os jornais, para além da pedofilia e da magistratura, não têm
muito mais para informar. Resta o futebol, o cheiro a urânio, as armas de destruição
maciça, e os marines americanos mortos diàriamente em terras da Babilónia.

Até o Governo se prepara para ir de "shorts" á Praia dos Tomates, depois de ter
concluido a Carta Magna da Competitividade. É tão elequente, o título desta carta,
que a AIP até estabeleceu um pararelo com o período do Padre António Vieira e com
o do Marquês de Pombal... Vá-se lá saber porquê? Isto é mesmo um tempo de
gente tonta, caramba.

Repare-se no jornal de José Manuel Fernandes: hoje, a "Última Página", que todos
os profissionais consideram uma página nobre, é dedicada a um "fait divers", uma
tonteria americana, veiculada pela Reuters. Relata o caso de dois jovens que passam
os dias com um cartaz implorando "Speak with me", em Nova Iorque, na Times
Square, Broadway e Wall Street, em Manhattan. Claro que os jovens o que procuram
é notoriedade, falando-se já em contactos com uma editora, um canal de TV, etc.
Se quizessem ajudar pessoas, iam para clínicas psiquiatricas, hospitais, lares de
idosos, ou atender os apêlos que chegam ás Linhas SOS, ECAP-Exceptional Cancer
Patients, NACOA-National Association of Children of Alcoholics, AIDS Hotline, Cocaine
Anonymous, Debtors Anonymous, Gamblers Anonymous, and so on...

Há sempre quem se aproveite da bondade dos outros. E, não olham a meios para
atingirem o páteo da Fama.

O melhor da última página deste Público, é o roda-pé, com o ABCedário do Chá. Por
ali ficamos a saber que são os irlandeses os maiores consumidores de chá em todo
o mundo -- 3,17 quilos por pessoa/ano! E esta! Será mesmo verdade? Não haverá
confusão com o Whisky ou com o "Irish cream" Baileys?

De qualquer modo, Cheers!






2003/07/23

 
Helena Ferro de Gouveia, correspondente do jornal Público em Frankfurt, capital
financeira da Alemanha, vem hoje informar-nos de um fenómeno bizarro que se
passa naquele país e que tem a ver com as canções dedicadas a Schroeder.
Parece que se trata de "canções de escárnio e maldizer", baseadas nas acções
políticas do chanceler, as quais alcançam sempre os "tops" de vendas, pelo que,
os politólogos germânicos estão sempre de ouvido alerta, para reflectirem sobre
os temas de cada uma, a fim de auscultarem o pulsar do país.

Ora aqui está uma dica interessante, para os nossos políticos e para todos aqueles
que se dedicam á edição de música pimba ou á contrafacção de CDs. Pode ser um
negócio rentável para artistas no desemprego, parodiantes, imitadores, letristas e
bandas rock. O "merchandising" tambem pode rentabilizar bonecos, brinquedos,
marcas e patentes, criar novas marcas de cigarros, de cervejas, de preservativos
e pó de talco para bebés.

Este preâmbulo, serve para dizer uma coisa: os povos, os cidadãos da União
Europeia, dentro da unidade, ainda têm um deficiente conhecimento uns dos
outros. Não falo de conhecimentos históricos, linguísticos, geofráficos, estatísticos
ou de trocas comerciais; falo da cultura, dos usos e costumes de cada nação, do
dia-a-dia de cada povo, dos seus anseios, do seu sentido de humor, do seu viver.

Portugal está na UE, e, contudo, a informação que nos chega de países tão
importantes como a Alemanha, é quase nula, comparada com o que nos chega do
outro lado do atlântico. Por exemplo: na rádio quase não se ouve cantar em alemão,
pouco italiano, menos francês. No cinema e na TV, poucos são os filmes vindos de
Itália, alguns de França, quase nenhuns da Alemanha. Podem dizer-me que existe
a barreira do idioma, mas uma canção, um filme, quando têm qualidade, tornam-se
acessíveis a todos. A este respeito, lembro um filme indiano, que no final da década
de 50, bateu todos os recordes de bilheteira, e a sua canção de fundo atingiu
níveis de audiência nunca igualados. Refiro-me a "Prestígio Real", que a Censura
de Salazar mandou queimar, pouco depois da invasão de Gôa em 1961.

Portanto, isto tem a ver com as mentalidades, com as modas, com os "mercados"
de distribuição, com o quase monopólio das agências que "vendem" as notícias.
Por isso, é bom que o projecto francês de uma CNN europeia vá para a frente, já
que o projecto Euronews, pertença dos principais canais públicos de TV de cada
país, é manifestamente insuficiente para nos dar um quadro satisfatório de tudo
quanto se passa em cada um dos países da UE.








2003/07/22

 
Estamos a assistir neste momento na Libéria, a um drama terrivel, para o qual
não se vislumbra solução por via do diálogo, e onde a América de George Bush
bem como o seu amigo Blair poderiam enviar tropas para o terreno, para acabar
com o genocídio das populações e fazer valer os direitos humanos.

Apesar das deslocações em massa, dos apelos feitos á América, dos montes de
cadáveres colocadas á porta da embaixada americana, ninguém acorre ao apelo
daquele povo martirizado.

Era altura de Bush e Blair salvarem a face, avançando com tropas para o terreno,
impondo a ordem e acabando com a matança desenfreada de civis inocentes. Mas
não o fazem, porque não está em causa o petróleo, nem a defesa de Israel. Tão
sòmente um país de gente descendente de escravos, emigrados dos EUA para
África, para ali construirem a sua "Libéria", em liberdade e igualdade... Mas os
poderosos só utilizam o poder das armas para defender aquilo que é seu ou para
atacar todos aqueles que bulirem nos seus interesses.

A mentira, a hipocrisia e o cinismo dos poderosos, são piores que as chamadas
"armas de destruição maciça" que nos impingiram para invadirem o Iraque. Para
esta invasão, tripudiaram sobre o Direito Internacional e até invocaram o princípio
da "defesa preventiva", -- argumento hipócrita, usado apenas em seu proveito.



















2003/07/21

 
Neste mundo de neuróticos do futebol, é curioso verificar os critérios jornalísticos
dos nossos jornais de referência, para o que tomo como exemplo o Público.

Está a decorrer, neste momento e até ao final desta semana, em diversos locais
de Lisboa, a XXII GYMNAESTRADA, um acontecimento desportivo relevante não só
para a capital como para o país, pois nele estão envolvidos 25.000 participantes
de 52 nações.

Trata-se de uma modalidade desportiva muito útil para ocupar os tempos livres dos
jovens e para a saúde e desenvolvimento físico do seu corpo; estamos a falar da
ginástica e das suas diversas modalidades, que irão decorrer em diversos locais
de Lisboa, como seja a FIL e o Parque Expo.

É uma modalidade desportiva na qual o espírito de participação se evidência mais
que o da competição. Só a Suiça participa com mais de 3.700 atletas.

Ora bem, voltemos aos ""critérios jornalísticos. Neste dia, o Público que é um jornal
de referência, -- não falo de A Bola, o Record, o Jogo -- dedicou tres (3) páginas ao
futebol, e á Gymnaestrada, apenas um texto de meia coluna, incluido uma foto que
terá sido captada quando o reporter deixou cair a máquina no chão!

Como é que os "NoName-Boys", os "Red-Devils" ou os "Blue-Dragons" não hão-de
estar bravos, neuróticos, alheios ao país real --- e ainda o árbitro não apitou!


2003/07/19

 
Em tempo de férias é preciso lembrar que, a FOME, é o maior flagelo da humanidade,
como refere o director da Programa Alimentar Mundial, James Morris, em entrevista ao
jornal Publico de hoje.

Refere tambem que o Brasil é "um dos principais produtores agrícolas do mundo, um
país com enorme capacidade".

Tambem diz que admira o Presidente Lula pois "ele percebe que para se sair da pobreza,
não se pode ter fome, porque alguém com fome não vai á escola, nem trabalhar".

Para quê mais palavras? (Apenas dizer que, barriga vazia não é boa conselheira.)

É tudo. Em tempo de FOME, não devemos desperdiçar energia.

2003/07/18

 
As férias já se fazem sentir, e, portanto, hoje vou deixar os "fait divers" para me
ocupar de coisas mais lúdicas, que nos reconfortam o espírito e nos dão, por isso
mesmo, uma dimensão mais humana da vida.

O Público está a editar a colecção "Xis ideias para pensar", distribuindo amanhã
o terceiro volume com o título "A Profecia Celestina" de James Redfield, sociólogo
americano que se iniciou na publicação de livros, justamente com esta obra, numa
edição de autor, como fazem todos aqueles que têm uma obra literária para publicar
e não encontram editor.

Esta edição do Público, que tem em curso a Colecção "Mil Folhas", já com grandes
nomes e autores editados, terá sido sugestão de Laurinda Alves, directora da
revista XIS e que aos sabados acompanha aquele jornal, e na qual têm colaborado
sociólogos e psiquiatras. Os temas abordados são humildemente sintéticos,
ligeiros, despretensiosos mas valem pela abordagem e divulgação de temas que
a todos afectam e nos quais raramente pensamos.

A colecção XIS iniciou-se em 5 de Julho com "O Caminho Menos Percorrido" do
psiquiatra americano M. Scott Peck. Para corresponder ás dúvidas de quém anda
por aí a perguntar "-Onde Estou?" e procura pistas espirituais, eu creio que
"A Profecia Celestina" deveria ter sido o primeiro volume desta colecção. Enquanto
"O Caminho Menos Percorrido" é uma obra interessante, onde se relatam muitas
das situações com que se depara um psiquiatra no exercício das suas funções,
em "A Profecia Celestina" somos confrontados com um "triller"quase de conspiração
cujo modelo nos lembra o Santo Graal, e em cuja trama podemos encontrar sinais
e temas de reflexão, que nos levam a compreender melhor a evolução humana e
as condicionantes do nossso comportamento perante a existência.

Trata-se de duas obras muito diferentes, embora ambos os autores tenham
exercido funções profissionais quase idênticas, o primeiro em psiquiatria, o segundo
em sociologia, portando ajudando pessoas psicológicamente fragilizadas.

Enquanto "O Caminho Menos Percorrido" é uma "seca" com as sessões de trabalho do
Dr. Scott Peck, para nos mostrar os caminhos que o conduziam, em cada passo, á cura
dos seus pacientes, em "A Profecia Celestina" de James Redfield, somos envolvidos
por um véu de mistério que vamos desvendando a pouco e pouco; no final da obra,
podemos sintetizar uma série de novas ideias, classificando-as em nove temas, para
estudar como um manual. São ideias preciosas, que ajudam a expandir a nossa
consciência.

Quém esteja interessado em crescer espiritualmente, não pode ignorar "A Profecia
Celestina". Não é por acaso que, começando por ser uma edição de autor, ela está
hoje traduzida em quase todos os idiomas do mundo. Redfield foi genial, pela forma
como apresentou as suas ideias neste livro. Foi inovador, virado para o futuro, pois
é a única direcção em que devemos caminhar, -- vivendo no presente.




2003/07/17

 
No Público de hoje, J Pacheco Pereira, o Abrupto da Globosfera, defende a ideia de
que o Estado deveria promover o "Depósito Obrigatório" para a Net portuguesa,
como faz para as demais edições em papel. Afirma tambem que, já em 2001, foram
"efectuadas algumas tentativas, incluindo um estudo com a colaboração do ISCTE
sobre o arquivamento da Internet", mas que, até agora, nada mais se fez.
E Pacheco Pereira pergunta: - Quem vai guardar os CD-ROM, discos alternativos,
os fanzines, os panfletos políticos, os arquivos digitais, os blogues, quem guarda
a Internet portuguesa?
Ninguém, disse o romeiro. (Quém será este romeiro? Não será o Abrupto?).

Eu já aqui escrevi, sobre a Blogosfera, defendendo que ela deve continuar a ser
um meio gratuito e acessível a todos quantos queiram expressar as suas opiniões,
já que os outros meios de comunicação estão reservados essencialmente aos
"opinion makers" da nossa praça -- sempre os mesmos! -- com vínculo contratual
avençado.
É notório o espaço que J Pacheco Pereira tem nos "media" nacionais, quer se trate
da Imprensa, Rádio e TV. E, como se isto lhe bastasse, tem ainda o PE, onde por
certo, terá que estudar os dossiers, opinar, assistir aos debates, propôr ideias,
fazer os trabalhos de casa, etc. Além disso, tem ainda o Abrupto para blogar...
Temos de admitir que J Pacheco Pereira é um super-homem, a menos que no PE
se limite apenas a assinar o ponto.

É verdade que, para nós, os Blogueiros, este meio de comunicação é muito útil,
por ser acessível, por não ser poluidor, por dispensar o papel como suporte de
edição, evitando o abate exagerado de árvores e protegendo, assim, as florestas.
A Blogosfera, está em desenvolvimento, imparável, e não sabemos até onde ela
nos poderá levar. Eu creio que estamos a criar condições para que os Blogues, no
futuro, se tornem o meio mais democrático para as pessoas comunicarem. Esta
será uma das mais importantes variáveis da Internet.

Quanto ao "Depósito Obrigatório", cada um faça o seu. No entanto, espero que o
deputado Pacheco Pereira, com a legitimidade que tem, abandone a posição de
"romeiro" e convença o Estado a cuidar dos arquivos da Net referentes á parte
institucional.

2003/07/16

 
Terminaram os trabalhos parlamentares, e, por isso, no que toca a legislação, só
em Outubro voltará a haver produçãp de leis. Por agora, só alguns deputados,
muito poucos, continuarão a ir ao Parlamento para tarefas rotineiras.
Se o trabalho destes eleitos, foi produtivo e merecedor de confiança dos eleitores,
só o saberemos após o balanço do Parlamento. Esperemos bem que haja mais
factos relevantes, do aqueles que ficaram conhecidos por "trabalho político", e que
tanto irritaram o povinho trabalhador.

Mas descansem todos os eleitores que isto não vai ficar assim, no esquecimento.
É que, mesmo para quém não goste -- como é o caso do Abrangente -- vamos ter
aí, em força, o acontecimento mediático que deu origem ao "trabalho político" dos
nossos deputados e pelo qual ficaram em falta na marcação do ponto na AR. Vem
aí, novamente o futebol, -- não disse desporto, atenção! -- para contaminar todo
o ambiente social, quer por actos e palavras, quer pela lixeira de jornais emitidos
para relatar aquilo que já "foi", já "aconteceu", já é passado.

Não entendo porque é que, a maior parte das doenças de hoje, sendo tratados
pelos psiquiatras, não existe um ensaio, um estudo sobre este fenómeno de
massas, como é o futebol. Seria muito valioso e interessante esse estudo, desde
que apontasse as motivações dos adeptos de futebol, e as causas da violência
e da insanidade mental que gira em torno dessa modalidade desportiva.

Refere-se, em certos meios, que a inconciência e o descontrolo provocados pela
"clubite" nos adeptos, e, sobretudo nas claques, servem para a "catarse" destes,
para o alívio dos seus problemas, das suas emoções reprimidas, do sentimento
de insegurança provocado pela falta de emprego e de objectivos para a vida.
Tambem se diz que, a ser verdade o que se refere, o futebol passou a ser um
alvo importante dos políticos, que veêm nele o antídoto para acalmar o povo, e
e levar este a esquecer o que é essencial.

Esta ideia, faz-me lembrar outros tempos, quando havia os "grandes educadores"
do povo; eram os MLs, os LCs, os maoistas, etc. No entanto, é curioso verificar,
que os políticos, todos eles, não conseguem afrontar os "senhores do futebol",
ainda que os clubes não paguem os impostos devidos, tenham dividas ao fisco
ou desafiem o poder na praça pública.

A algazarra vem aí, mais os penalties, as faltas não marcadas, o filho da puta do
árbitro, o fiscal de linha que é ladrão, os nacionalistas do norte, os mouros do
sul, ou raio que os parta! Fora o árbitro! Pôrra!


2003/07/15

 
Numa ronda pela Blogosfera, acabo de verificar que a minha localização no
Blogo, dentro da categoria "Actualidades", se encontra situada entre a AACS
(Alta Autoridade para a Comunicação Social) e a Administração Pública. Bem
acompanhado, não haja dúvida.
Espero não entrar em rota de colisão com o pessoal da coisa pública, mas
tambem não gostaria de ficar "entaipado" por eles. Deixem-me ao menos uma
janelinha !

 
"Não há verdade que sempre dure, nem mentira que sempre perdure", é nestes
termos, mais ou menos exactos, que o povo se exprime, quando descobre que,
afinal, os factos relatados ou as razões aduzidas, eram falsos.

Hoje o prof. Vital Moreira vem desafiar, no Público, os "campeões da guerra" -- eu
diria os "novos cruzados" -- a explicarem-nos o seu silêncio, perante a falta de
provas da existência de armas de destruição maciça, de compra de urânio, de
bases da Al-Qaeda e outras mais acusações que serviram de base para a invasão
e ocupação do Iraque pela coligação anglo-americana.
Podemos inferir que, alguns dos "campeões" a que Vital Moreira se refere, são o
Luis Delgado do DN, o José Manuel Fernandes do Público e o Pacheco Pereira dos
Blogues (e do PE, das TVs e dos Jornais).

Vital Moreira não se refere a Bush nem a Blair (nem a Durão), porque estes já
estão a ser desafiados e julgados nos respectivos países.

Para apagar as "chamas" da guerra, Bush ainda vai acabar por pedir a Schroeder,
o envio de um contingente militar de 10 a 15.000 alemães para o Iraque. Isto é
o que passa agora, no Afganistão.

Bush faz a guerra, invade um país, destroi a vida familiar e profissional dos seus
cidadãos, coloca o país num caos, á mercê de gangsters e traficantes de arte,
onde a ordem pública, a segurança e a economia deixaram de existir, e, depois,
chama os seus amigos, conforme as conveniências, para que estes arrumem a
casa e acabem com o caos...

Estes loucos, que deliram com espectáculos apocalípticos, deveriam ter tratamento
psiquiátrico, para se livrarem dos seus traumas de infância e poderem, assim,
viver as suas emoções de forma mais justa e equilibrada.



2003/07/14

 
Ontém, referi-me ao desencontro das estações do ano, ás voltas que o "tempo"
dá, certamente por causa das agressões provocadas ao Ambiente pela queima
de combustíveis fósseis. É um problema que se agrava de dia para dia e todos
nós podemos constactar isso perante a irregularidade nos padrões climatéricos
que caracterizavam as quatro estações do ano.

O Protocolo de Quioto está a ser implementado pela UE e mais alguns países
desenvolvidos, no entanto o grande poluidor -- os EUA com 25% -- recusaram
subscrever o tratado.

O Protocolo, no caso da UE, acarreta um custo médio de .04% do PIB, agravando
os custos da produção industrial, designadamente no sector da energia. Todavia,
com o mercado das emissões de dióxido de carbono, cuja tonelada poderá
cotar-se entre 15 e 30 euros, as empresas poderão optar por comprar estes
direitos ou então implementar medidas por forma a reduzir a emissão de dióxido
de carbono.

O grande objectivo é começar a alterar o estado a que isto chegou, com o elevado
consumo de combustíveis fósseis. Haverá que procurar novas fontes de energia
alternativas, sejam elas térmicas, eólicas, solares ou outras.
A Inglaterra é produtor de petróleo, e, no entanto, já tem planos para executar
a 10 e a 20 anos, um grande projecto de fabricação e montagem de turbinas
eólicas em terra e mar, a fim de conseguir produzir, armazenar e distribuir cerca
de 20% da energia consumida.

O nosso país, a par de outros objectivos, como seja o desenvolvimento das
novas tecnologias e o uso de Internet pelos cidadãos, precisa de desenvolver
um projecto energético para que possamos cumprir Quioto, e tornar-nos menos
dependentes da importação de crude, não só porque se trata de um combustível
fóssil altamente poluente, como ainda porque se torna cada vez mais escasso e
mais dispendioso.



2003/07/13

 
Hoje é domingo e está um dia cinzento; nem chove nem faz sol. Não basta a
depressão económica, temos ainda que suportar esta mundança rápida das
condições meteorológicas. Elas não são imprevisíveis, graça á informação que
nos é dada pelos satélites, que andam lá em cima... Confundem é o nosso
espírito, e este, por sua vez, enfraquece o nosso corpo, resultando num mal
estar, numa incompreensão geral, assim como quém perde o norte das coisas.
Um dia de Julho, cinzento e sem sol, afecta o nosso humor e leva-nos a
interrogar: "o que se passa com o clima?". Ele está a mudar, as estações do
ano já não são o que eram. O efeito de estufa, agrava-se de ano para ano.

O clima tem muito a ver com o nosso comportamento, com as nossas emoções.
Já Richard Wagner (1813-1883), compositor que , á época, inovou toda a
concepção do drama musical, escrevia aos amigos dizendo "se eu vivesse em
Zurique, onde o clima é melhor que o da Baviera, poderia escrever mais e
melhores obras musicais".

Venha o rei Sol, que é grátis, é revigorante, e anima toda a gente!



2003/07/12

 
A propósito da visita que Luis Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, fez ao nosso
país durante tres dias, antes de ir para Londres, falar da Terceira Via, duas coisas me
parecem de lamentar: a primeira é o enxovalho que lhe foi dirigido pelo presidente da
Assembleia da República, Dr. Mota Amaral, ao referir que discordava das "premissas
ideológicas e das propostas programáticas" de Lula, o qual terá agora de "provar a
viabilidade prática das soluções alternativas que sempre preconizou".
Para além de outras referências deselegantes, Mota Amaral mostrou, mais uma vez,
não ter perfil político para o cargo que desempenha.

O seu discurso faz lembrar, quase sempre, o "Botas", o Salazar, aquele homem que
nunca deixou de ser provinciano, tinha medo de viajar, vivia monásticamente, sem ter
mulheres nem filhos, sem conhecer a alegria e a dôr de ser pai; isto impediu-o de
alcançar uma dimensão humana mais profunda, traduzida no amor, na tolerância e na
compaixão pelos semelhantes.
O Dr. Mota Amaral, com a sua figura e comportamentos monásticos, transgride muitas
vezes as regras de cortesia e de bom-senso, que são necessárias para o desempenho
das funções sociais do dia-a-dia.
Ainda nos lembramos de uma célebre votação na AR, quando se verificou uma diferença
de votos e houve que recontar de novo, aparecendo um total de 69 votos; "número
curioso", foi o comentário de Mota Amaral, seguido de gargalhadas no hemicíclo...
Pensamos que seria a última pessoa, de quém se podia esperar tal gracejo. Mas não,
foi dele o primeiro, e único. As pessoas vivem de forma monástica, austera, mas têm
a mente cheia de perversões.
O episódio de agora, não atingiu Lula da Silva, porque este, é um homem que conhece
as fraquezas humanas, a sua inconsciência nas acções, os seus desvarios -- ele é um
homem de paz e de amor.

A propósito da visita de Lula da Silva, devo dizer que estou surpreendido pela ausência
das opiniões de José Manuel Fernandes, director do Público. Acho que é uma lacuna,
que fica registada na nossa Imprensa, e que, tratando-se do presidente do maior país
com a maior economia da América Latina, JMF poderia ter contribuido para esclarecer
todos os seus leitores, sobre a importância e o significado do Brasil em relação com
Portugal e a UE.

Esquivou-se a este exercício, foi para os EUA, a acompanhar Mota Amaral e por lá ficou,
não sei até quando, pois ele é louco por tudo o que cheire a dolares e a "cow-bois".
Até eu, tambem adorei os States dos bandidos que via nos "westerns", do Tio Patilhas,
do Bucha e Estica, do King-Kong, do Niagara, de Yellow Stone, do Grande Cannyon. E...
não digo mais. Os culpados por esta minha ligação aos States, foram a 20th Century
Fox, a RKO, a Paramount Pictures, a Metro Goldwin Mayer, a Warner Brothers, etc. --
Eu fui colonizado por estes ícones californianos. Quase todos eles impludiram ou foram
absorvidos pela globalização.

Nada é eterno.





2003/07/11

 
Afinal Manuela Ferreira Leite recuou, cedeu, falhou no objectivo do PEC com os
taxistas, que andam de Mercedes á nossa custa. Apesar de o Governo ter condições
políticas para o fazer (até a opinião pública), o Governo não consegue impôr leis nem
regras para cobrar os impostos áqueles que fogem ao fisco. É um regabofe.

Hoje quero comentar um assunto mais elevado, mais gratificante. Tem a ver com João
Bénard da Costa, dinossauro da nossa praça no campo das "artes e letras", e refiro-me
á sua crónica semanal no Público, "A Casa Encantada".

JBC escreve com facilidade, sobre as mais diversas coisas do dia-a-dia, mas sempre com
muito bom gosto, com objectividade, humor e erudição q.b.; isto dá um sabor especial ás
suas crónicas, e eu só lamento que, no meio de tanta informação, tanta imagem, tanto
palavreado, não seja possivel haver mais tempo para ler coisas tão interessantes e com
substância, como são os escritos de José Bénard da Costa.

Desta vez, entrou no combio em Sintra para viajar até Lisboa. São 40 minutos, durante
os quais conseguiu ler o La Stampa, La Reppublica e o Der Spiegel. Ficou a saber o que
dissera "il condottiere" Berlusconi no PE e toda a polémica que veio depois. Enquanto
imaginava viajar pela Toscânia e pela Emilia Romana, cujas paisagens lhe enchem a alma
de beleza, JBC ia inferindo como é dificil ser europeu num contexto onde as memórias de
cada um ainda vivem com as imagens do passado: de um lado a "suástica" e de outro a
"camorra e o padrinho" -- este foi o resultado da intervenção de Berlusconi no PE.

Em viagem, JBC surpreende-se com a paisagem de "vinhas e ciprestes, sob a mais doce
luz do mundo" da sua Toscânia. E logo volta ás páginas do La Stampa, ficando surpreso
pelo governo de Madrid autorizar Beckham -- o "spice boy" -- a aterrar, não em Barajas
mas sim em Torrejon de Ardoz, um aeroporto militar. Por segurança, pois o caso não era
para menos, considerando que o "spice boy" é tratado "come una rock star".

JBC viajava na linha de Sintra, mas estava ausente, pensando na arte de Caravaggio ou
sabe se lá, na "Divina Comédia" de Dante Alighieri, possivelmente no capítulo sobre o
Inferno, pois logo fica sabendo por La Reppublica que, no outro lado do Atlântico, um
"cyborg" que já foi "Mr. Universo" e "Terminater 2" se prepara agora para conquistar
a presidência do estado da Califórnia, em tempos gerido por Reagan, tambem ele
actor mas no estilo "cow-boyadas".

Pouco depois, a viagem chega ao fim, e JBC -- que se esqueceu de Eça e Ramalho em
"O Mistério da Estrada de Sintra" -- ainda consegue encaixar no texto Saramago e
Augustina, concluindo assim que, embora o jornal e o comboio fossem outros, a Europa
começa aqui, vai até á Toscânia, passa por Frankfurt e vai mais além, até onde a vontade
de todos nós o permitir.





















2003/07/10

 
O desperdício de dinheiros públicos continua, sem que pareça haver algo ou alguém
capaz de estancar esta sangria. Agora temos um imbróglio com os dinheiros da saúde
pública, em que o Estado terá desperdiçado cerca de 80 milhões de euros. Isto é um
crime com contornos obscuros, que ainda agora -- antes das férias judiciais -- está em
fase de desenvolvimento, e poderá vir a colocar em causa a gestão hospitalar por
entidades privadas.

Este caso está relacionado com o Hospital Amadora-Sintra cuja gestão foi confiada ao
Grupo José de Mello-Saúde em finais de 1995, dois dias antes das eleições legislativas, e
a quém o Estado terá pago, indevidamente, prestações de serviços não referenciados
contratualmente, tais como duplos pagamentos e pagamentos excessivos em Urgência,
em Internamento, Análises de HIV, serviços prestados a utentes não sendo beneficiários
do SNS, etc.

Um regabofe, por parte de quém facturava e por parte de quém aprovava o pagamento
das facturas -- neste caso a ARS. E o mais caricato no meio de tudo isto, é que o Grupo
Mello ainda agora reclama 60 milhões de euros... E o Estado, reconhecendo que estava
a ser enganado (finalmente!), reclama a devolução de 75 milhões. Além disto, parece
que o Estado, querendo agora fazer justiça (ou vingança?), exige dos funcionários
responsáveis da ARS de Lisboa e Vale do Tejo uma indemnização de 79,3 milhões de
euros por neglicência do património que lhes estava confiado. Até Manuela Lima que
em 2001 era um dos membros do Conselho de Administração da ARS-LVT, e terá sido
quém denunciou o "deficiente acompanhamento do contrato" de concessão do Hospital
ao Grupo Mello, até ela vai ser citada a pagar uma indemnização de 2.761.644 euros!

Vamos ver até onde o Estado vai chegar, e quais os resultados deste imbróglio. Mas,
para já, uma coisa é certa: os gestores públicos devem ter uma remuneração ao nível
das responsabilidades inerentes ás funções em que são investidos, e, tambem, perfil
profissional para poderem ser responsabilizados. Tal como acontece nas empresas
privadas, onde existe cultura de competitividade, ética e rigôr.

Finalmente, isto tambem tem a ver com o reparo feito pelos "media" ás remunerações
atribuidas aos gestores de empresas públicas (caso da CGD, AdP, ANA), onde referem
que os gestores destas empresas recebem mais do que o PR e o PM. Ora bem, estamos
na União Europeia, onde os bons gestores são remunerados bem acima dos valores
atribuidos em Portugal. É certo que os políticos (PR, PM) ganham abaixo dos padrões
europeus. Terão que ser eles a mostrar o que valem, e reivindicar mais.

A gestão da coisa pública, como mostra o caso em apreço, necessita de gente honesta,
competente, rigorosa; para isso, é preciso dar-lhe incentivos, o justo valor pelo seu
trabalho, pela sua produtividade. O resultado final irá, certamente, traduzir-se na
prestação de serviços com padrões de qualidade mais avançados.

Então o Estado terá acrescidas razões para responsabilizar cada um, pelo bem que faça
ou pelo mal que acarrete.












2003/07/09

 
Fala-se na criação de novos concelhos, quando se quer implementar uma série de
Áreas Metropolitanas reunindo o maior número de concelhos; fala-se de um projecto
de Constituição Europeia, quando se teme a perda de identidade e soberania dos
povos. Neste caso, alguns portugueses, chegam a afirmar (ainda e sempre) que "de
Espanha nem bom vento nem bom casamento", como se não houvesse evolução na
vida dis povos, nem tão pouco das condições climatéricas...

Criar novos concelhos é dar um tiro no pé, quando se pretende alcançar maior unidade
e eficiência na gestão da coisa pública, ao promover a constituição de associações de
municípios. Por um lado divide-se, por outro soma-se, mas o resultado é o crescimento
da despesa pública e do número de funcionários.
O que se pretende, afinal? Satisfazer clientela eleitoral.

Com o projecto de Constituição Europeia, a União passa a ter personalidade jurídica, e,
no futuro muito mais coisas virão enriquecer e dar força á Europa. A soberania, cultura
e entidade de cada povo não serão anuladas. A coesão seráo maior, tomando os povos
consciência da sua grandeza e importância a nivel mundial.
Não se vê razão para os defensores de Aljubarrota, Olivença e dos centro de decisão
das empresas nacionais, continuarem apegados ao sistema de "crenças" que que lhes
foi ensinado nos compêndios da nossa História no tempo de Salazar.

"O tempo é composto de mudança", e, o que ontem "era", hoje já não é, porque agora
as condições são outras, há outras gentes, outros caminhos.... chegámos á globalização.
Os europeus deram "novos mundos ao mundo", são criativos, tem capacidades para
enfrentar os desafios; unidos, vão trabalhar para fortalecer a Europa e manterem um
bom nível de vida para os seus povos. Este espaço sem fronteiras é a nossa casa, a casa
de todos os europeus.



2003/07/08

 
Já tive a ocasião de mostrar aqui a minha reprovação pela infâme atitude tomada
pelos deputadas da AR que faltaram aos trabalhos do Parlamento para irem ver
futebol a Sevilha, e depois querem justificar a "falta ao trabalho", com o argumento
de que foram em "serviço político". Isto é demais, custa a crer naquilo que vemos e
ouvimos. Parece que estamos num país de corruptos e de ladrões, como acontece
nos países do chamado Terceiro Mundo, e de quém os nossos políticos tantas vezes
fazem graves acusações.

Será que os contribuintes do Estado vão aceitar esta vergonha? Será que os antigos
dirigentes estudantis, que hoje são deputados, já se esqueceram dos príncípios de
honestidade, rigôr e isenção pelos quais fizeram greves e protestos. Que fizeram os
actuais deputados, para agora se comportarem como pessoas sem vergonha, sem
carácter, sem verticalidade?

O poder corrompe, dizem os manuais, e parece ser verdade perante os factos.

Isto está a precisar de uma grande vassourada! Precisamos de gente honesta para
dirigir a coisa pública. Valha-nos a Drª. Manuel Ferreira Leite!

2003/07/07

 
O José Manuel Fernandes (JMF) volta hoje, no jornal de que é Director, com a
propaganda dos States, a propósito de uma viagem que George Bush inicia
amanhã a África.

Caramba, não bastou a JMF a defesa intransigente que fez sobre a política dos
States no tocante a "armas de destruição maciça" para justificarem a invasão e
ocupação do Iraque, e vem agora com grandes parangonas, armado em arauto
e defensor das virtudes resultantes desta viagem de Bush a África.

Escreve JMF que Bush vai levar uma esperança a África para, finalmente acabar
com a fome, a Sida e o sub-desenvolvimento; que esta é a primeira viagem de
um presidente repulicano áquele continente; que Bush já abrius mãos á bolsa
para o tratamento da Sida; que a Europa "ainda nem se moveu"; que finalmente
os africanos vão livrar-se da corrupção, etc., etc.

É uma pena que JMF seja tão apegado ás políticas dos States, porque ele tem
uma inteligência acutilante, e podia ser um "opinion maker" respeitado e ouvido.
Assim, cai no ridículo ao defender o indefensável; perde-se na floresta, acaba por
ficar refém das suas acções.

Ainda me lembro da sua opinião ácerca da Justiça e dois juizes, quando afirmou
que os estes, não deviam aparecer em público com ar desportivo, com ténis, jeans
e t-shirt. (Faz lembrar os ayatolas, com as suas fatwas).

Tudo isto para dizer que, no mesmo dia, o jornal de JMF, publicava um despacho
do seu correspondente em Nova Iorque, onde diz que, o Pentágono, pretende
ter bases militares em África, fazer exercícios militares com tropas de alguns
países, e, por via disso, ter facilidades para perseguir os terroristas que ameaçam
os States... Esta a razão para a viagem de Bush e o Pentágono a África.

Eu não acredito que a Monsanto e a Pfizer queiram "ajudar"os povos africanos.


2003/07/05

 
No DNA de hoje, Miguel Esteves Cardoso (MEC) escreve sobre a "A Razão
e a Amizade", um texto longo e miudinho, através do qual podemos inferir
que MEC é muito dependente dos outros, dos amigos, sobretudo daqueles
que estejam dispostos a ouvi-lo.

Quando algum amigo lhe desagrada, não o desculpa; pensa logo que, para
além do amigo, está um egoísta, um manipulador. "Tem de haver uma razão
para ter dito ou feito tal coisa" -- infere teimosamente MEC. E vai daí, começa
a efabular todas as motivações que possam levar o outro a contradizer as
suas teses.

MEC parece não confiar nos amigos. Quando afirma que "tem de haver uma
razão para..." MEC está a mostrar que as pessoas agem sempre com segundas
intenções, que racionalizam os afectos em vez de entrarem fundo na amizade.

Ora, não é tanto assim, pois as pessoas de que gostamos (os amigos) e todos
os demais agem, falam, escrevem e dizem tudo sem terem -- na maior parte
dos casos -- consciência daquilo que fazem. O orgulho, (a "teimosia" afirmada
por MEC), leva as pessoas a não raciocinar a não pensar nos seus actos. Por
egoísmo (por "cegueira orgulhosa" referida por MEC), as pessoas não ouvem,
não estão interessadas no outro, querem é impôr a sua vontade, satisfazer o
seu ego.

Em resumo: escreve-se muito, com pouca sabedoria. Estamos cansados de
ler sempre os mesmos, de ouvir sempre os ditos.

Por isso nós, os bloggers da net, desejamos que os "escribas" da Imprensa, os
"papagaios" da Rádio e TV não venham mudar-se todos para aqui, pois já têm
colunas a mais e tempos de antena de sobra, e chorudas avenças por assídua
produtividade.

A Blogoesfera é para todos, mas por igual. Não venham agora, depois do Abrupto,
os chamados e conhecidos de sempre "opinion makers" da nossa praça, tomar
conta deste espaço. Com eles virá o "mercado", a rentabilidade, as quotas, os
espaços pagos, a tomada do poder.






















2003/07/03

 
Agora que isto começava a incomodar muita gente,
o Pedro N, da equipa do Blogo, quer abandonar esta nave
espacial.
Compreende-se, está cansado, afadigado, por trabalhar á borla,
como quém presta serviço público. Ele é um sujeito, humano, que
precisa de estímulo, preciso de apoio; até as máquinas "gripam"
quanto mais um ser humano, generoso que, depois de tanto produzir
gratuitamente em prol destes tribunos do Blogo, sente-se agora
sufocar perante a inundação de tantos pedidos, tantas questões
que lhe são colocadas.
O Pedro N precisa de descanso, para não "gripar", mas este grande
projecto que é o Blogo, necessita de gente como ele. Por isso espero
que seja encontrada uma solução justa para que o Pedro N possa
continuar a dedicar-se ao Blogo.
A Blogoesfera tem futuro!
















2003/07/02

 
A minha entrada ficou feia. Por falta de experiência. Não sou webdesigner.

Hoje, a questão orçamental, lembrou-me dois casos recentes, que demonstram
bem porque é que isto continua a "derrapar".

O primeiro, diz respeito aos deputados da Nação que deixaram de trabalhar para
irem em futebois até Sevilha. Agora tentam justificar a falta na AR como tendo sido um
serviço prestado á Pátria... (grande lata!). Onde está a honestidade, a isenção e o
rigôr, senhores deputados? Os eleitores desconfiam cada vez mais dos eleitos.

O outro caso, tem a ver com o PER do IRC que os nossos taxistas não querem pagar.
Como nunca pagaram, querem continuar a "enricar" como se a Nação fôsse um país
do terceiro mundo, onde a economia paralela serve apenas aos feirantes.
Os taxistas querem barricar a capital, com 12.000 táxis! Pásme-se, pela ostentação
de tanta riqueza, tanto Mercedes, pagos pelo contribuinte português. Os taxistas
podiam optar por carros mais económicos, menos volumosos, que serviam muito
bem para transportar os utentes. Mas não, querem Mercedes, bem almofadados,
potentes, caríssimos... Quém paga metade da factura é o erário público, e, agora,
ainda vêm com ameaças, comlicar a vida de todos nós, para fazer a Drª. Ferreira
Leite recuar nos seus projectos de equidade fiscal.
Os nossos taxistas, salvo raras excepções, julgam-se senhores da cidade; só querem
a rua para eles, eles têm todas as prioridades, são incorrectos e mal educados, levam
parte dos nossos impostos, e, ainda por cima vêm agora ameaçar com barricadas.
Tudo isto para continuarem a não pagar IRC.

Que se juntem aos nossos deputados futebolistas: são dignos uns dos outros. Aqueles
querem o ordenado e as custas por inteiro, quando vão ao futebol em vez de estarem
no seu local de trabalho; os taxistas querem bons Mercedes (em parte pagos por nós)
e não querem pagar impostos.

Estes senhores, com as suas acções, contribuem para a falta de produtividade e de
competitividade da nossa economia. Em ambos os casos, precisam de ser chamados
á Justiça.



2003/07/01

 
Finalmente, cheguei á blogo-esfera!

Aqui, todos podemos opinar, comentar, expressar as nossas ideias -- coisa rara e complicada para o fazermos nos actuais media.
A TV, é para os comentadores "avençados" ou para os políticos estilo Abrupto; os Jornais, idem, idem ou então para as inócuas
"Cartas do Leitor", e os restantes meios servem para breves e aligeirados debates, onde o moderador fala mais que os outros.

O cidadão tem falta de democracia, não tem espaço para se fazer ouvir, não consegue expressar-se no meio de tanto ruído,
tanto barulho, tanta algazarra; a poluição sonora é intensa, os "papagaios" (os fazedores de opinião) enchem páginas inteiras
de jornais com ideias sem sentido nem conteúdo inovador.

O nosso dia-a-dia está cheio de ruido e de lixo; ruido, por causa de tanto "papagaio" palrador, e de lixo por causa de tantos
"escribas" que andam pelos jornais diários alinhavando umas ideias vagas, cujo destino, ao fim do dia, é a lixeira. Toneladas
de lixo, são produzidas diáriamente, por um grupo de "escribas" avençados, que raramente são isentos e objectivos.

Mas este tipo de lixo, tambem é produzido por outro tipo de poluidores, com largas culpas pela desmatação das florestas!
Parece impossivel, mas a verdade é que, na era da Internet, a indústria e o comércio editorial, continuam a utilizar cada
vez mais "papel" para impressão de obras literárias de duvidosa qualidade, contribuindo em grande parte para o aumento
de lixo neste planeta.
Veja-se o caso recente da edição Harry Potter, um livro com cerca de 600 páginas (é preciso pachorra!), com uma edição de
milhões de exemplares. Imagine-se a lixeira gerada a partir daqui... Quantas árvores terão sido abatidas para editar esta
"obra de sonho e magia", populi dixit.
Mas se é de "sonho e magia" que trata o tal "calhamaço", porque não fazer antes uma fita de cinema? Poupava-se papel,
evitava-se o lixo, tinhamos mais floresta, e, em cinema, seria verdadeiramente um "sonho mágico", ou não é o cinema
"a fábrica dos sonhos"?

A Literatura já não é o que era, a parolice e os sonhos de muitos são, neste caso, a fortuna das grandes editoras mundiais.

Que sigam os nossos passos, encaminhem-se para as edições electrónicas; são eficientes, não poluidoras, têm futuro!....

Parabéns ao mundo da Blogo-Esfera!








 
Finalmente, cheguei ao mundo dos blogs!

A minha alegria por ter chegado á blogo-esfera

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