2003/07/31

 
Após uns dias de sossego gozado em pleno Alentejo, regresso hoje á Blogosfera
com a convicção de que a vida é mais interessante, desde que seja saboreada sem
sem exercícios mentais, nem o intelecto a puxar pelo nosso ego, a ira e a vaidade.

Voz amiga, aconselhou-me a ser menos agressivo nos comentários e mais optimista
nas minhas conclusões. Esta observação veio ao encontro das minhas inquietações,
já que, tudo o que escrevi até agora, neste blogue, parecia ser contraditório com o
meu crescimento espiritual. Por isso me interroguei, algumas vezes, se não estaria
a correr o risco de criar uma dupla personalidade.
Lembrei-me dos heterónimos de Fernando Pessoa, nas funções que todos assumimos
na nossa vida profissional, seja-se médico, advogado juiz, arquitecto, psiquiatra,
padre, político, etc.
Meditei sobre o assunto e cheguei à conclusão de que, todos nós corremos o risco
de viver com dupla personalidade; descobri que temos duas mentes. Na verdade, o
nosso cérebro, está dividido em dois hemisférios: o do lado direito é intuitivo,
ilógico, poético, místico, religioso, irracional; o do lado esquerdo é lógico, racional,
científico, calculista, matemático, euclidiano.
Sendo assim, fácilmente se compreende que a contradição nos seres humanos, é uma
característica inata. O conflito está dentro de nós. Apesar disso, conseguimos viver
em aparente equilíbrio; ele existe, é frágil, mas vai-se mantendo, a menos que haja
um acidente. O segredo está na ponderação entre o intelecto e a intuição. Se acaso
houver ruptura, a pessoa desdobra-se, torna-se dual com a divisão da personalidade;
acontece o fenómeno da esquizofrenia.
Tambem aprendi que, a mão direita, está ligada ao hemisfério esquerdo (racionalidade)
e se cruza com a mão esquerda, sendo esta, dirigida ao hemisfério direito (intuição).
Isso leva-nos a compreender, no plano político, as diferenças entre um governo de
direita e um governo de esquerda. Curiosamente, embora se trate de duas correntes
de pensamento político diferentes, o equilíbrio entre elas acontece, e, nalgumas
situações com resultados positivos, embora pouco duradouros.

Resumindo: cada pessoa tem o conflito dentro de si; esse conflito é inato, não podemos
separa-lo da nossa personalidade, e, é pelo confronto dos diversos conflitos individuais
que progredimos, que podemos melhorar as relações interpessoais, propor ideias e
aceitar sugestões. O importante é esquecer o ego, a fim de aceitarmos a diversidade,
pois só assim obteremos os consensos.

Nestas circunstâncias, conclui que posso aceitar o conflito entre os meus hemisférios
cerebrais como um exercício de consciência, pelo que vou continuar a escrever neste
meu blogue. Não arrisco mais do que qualquer outra pessoa que vive dedicada ao
seu trabalho; é possivel viver em harmonia com o mundo, e, ao mesmo tempo,
expressar a nossa indignação contra aquilo que vai mal no nosso planeta. É profilático
(para o indignado) e salutar (para a entidade visada).
Mas, a partir de agora, vou usar a moderação, o optimismo, o bom humor.

Obrigado OM.





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