2003/07/12

 
A propósito da visita que Luis Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, fez ao nosso
país durante tres dias, antes de ir para Londres, falar da Terceira Via, duas coisas me
parecem de lamentar: a primeira é o enxovalho que lhe foi dirigido pelo presidente da
Assembleia da República, Dr. Mota Amaral, ao referir que discordava das "premissas
ideológicas e das propostas programáticas" de Lula, o qual terá agora de "provar a
viabilidade prática das soluções alternativas que sempre preconizou".
Para além de outras referências deselegantes, Mota Amaral mostrou, mais uma vez,
não ter perfil político para o cargo que desempenha.

O seu discurso faz lembrar, quase sempre, o "Botas", o Salazar, aquele homem que
nunca deixou de ser provinciano, tinha medo de viajar, vivia monásticamente, sem ter
mulheres nem filhos, sem conhecer a alegria e a dôr de ser pai; isto impediu-o de
alcançar uma dimensão humana mais profunda, traduzida no amor, na tolerância e na
compaixão pelos semelhantes.
O Dr. Mota Amaral, com a sua figura e comportamentos monásticos, transgride muitas
vezes as regras de cortesia e de bom-senso, que são necessárias para o desempenho
das funções sociais do dia-a-dia.
Ainda nos lembramos de uma célebre votação na AR, quando se verificou uma diferença
de votos e houve que recontar de novo, aparecendo um total de 69 votos; "número
curioso", foi o comentário de Mota Amaral, seguido de gargalhadas no hemicíclo...
Pensamos que seria a última pessoa, de quém se podia esperar tal gracejo. Mas não,
foi dele o primeiro, e único. As pessoas vivem de forma monástica, austera, mas têm
a mente cheia de perversões.
O episódio de agora, não atingiu Lula da Silva, porque este, é um homem que conhece
as fraquezas humanas, a sua inconsciência nas acções, os seus desvarios -- ele é um
homem de paz e de amor.

A propósito da visita de Lula da Silva, devo dizer que estou surpreendido pela ausência
das opiniões de José Manuel Fernandes, director do Público. Acho que é uma lacuna,
que fica registada na nossa Imprensa, e que, tratando-se do presidente do maior país
com a maior economia da América Latina, JMF poderia ter contribuido para esclarecer
todos os seus leitores, sobre a importância e o significado do Brasil em relação com
Portugal e a UE.

Esquivou-se a este exercício, foi para os EUA, a acompanhar Mota Amaral e por lá ficou,
não sei até quando, pois ele é louco por tudo o que cheire a dolares e a "cow-bois".
Até eu, tambem adorei os States dos bandidos que via nos "westerns", do Tio Patilhas,
do Bucha e Estica, do King-Kong, do Niagara, de Yellow Stone, do Grande Cannyon. E...
não digo mais. Os culpados por esta minha ligação aos States, foram a 20th Century
Fox, a RKO, a Paramount Pictures, a Metro Goldwin Mayer, a Warner Brothers, etc. --
Eu fui colonizado por estes ícones californianos. Quase todos eles impludiram ou foram
absorvidos pela globalização.

Nada é eterno.









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