Abrangente

No meu post anterior, sobre a refundação da direita, referi o facto de haver na
blogosfera cada vez mais blogues de direita. Citei alguns, os que me pareceram ser
mais relevantes, entre eles A Biblioteca de Babel. E não é que o Paulo Salvador saiu
a terreiro, acusando-me de "intolerante"! E tudo isto, por eu ter afirmado que a
direita liberal não tem uma ideologia... Não é razão para me acusar de intolerante.
Mas Paulo Salvador utiliza o meu argumento, para atacar toda esquerda: "Eles
querem ajudar os pobrezinhos e nós os ricos". [...] "Isto não tem resposta, não vale
a pena discutir". [...] "Eles têm que primeiro admitir que ambos [esquerda/direita]
queremos uma sociedade próspera e rica." -- conclui Paulo Salvador a finalizar.
Estou de acordo com a sentença do Paulo, mas quero acrescentar-lhe a minha
ideologia de esquerda: a sociedade deve cuidar dos inválidos, dos deficientes e dos
velhos, proporcionando-lhes meios de sobrevivência e um modo de vida digna do
ser humano. Não sendo assim, para que andamos todos a produzir, a competir, a
enriquecer, a viver em estado de soberba, amealhando riqueza?!.. Para que fim?
Para levarmos para debaixo da terra, quando morrermos? O mundo tem recursos
suficientes para todos vivermos com dignidade. Cumpre aos mais aptos ajudarem
os menos favorecidos; se assim não fôr, para que queremos o Estado?
O Paulo Salvador tem um "blogue liberal, [que] defende o liberalismo económico,
a economia de mercado, a globalização, o modelo americano, os Estados Unidos da
América, Israel, Hayec... Simão Sabrosa e José Mourinho". O Abrangente não tem
que mencionar nenhum desses "estandartes", pela simples razão de que não tem
"inimigos", ainda que sejam ideológicos. Para mim, retirando meia dúzia de casos,
que me irritam pela sua insensibilidade, assumo tudo e todos como "seres humanos",
que nasceram nús e vão morrer sem levar fortuna -- tal como a mim acontecerá.
Mais uma vez chamo a atenção de todos para o crescimento da direita na blogosfera.
É um sinal de mudança. Venham mais, da direita e da esquerda, para estimular o
debate. Só isso. Não se trata de sermos inimigos, mas sim adversários, e tolerantes.


Tropas vietnamitas em parada, no XXX aniversário da tomada de Danang,
base aérea dos EUA, que haveria de levar à libertação de Saigão, e à capitulação
dos Estados Unidos, seguida da unificação do dois Vietnames, do norte e do sul.

Na blogosfera, nos jornais e nos partidos políticos discute-se a refundação
da direita. Depois da derrota eleitoral em 20 de Fevereiro, é natural que os partidos
à direita do PS, estudem novas estratégias para conquistar o poder. Mas não creio
que o PSD, por exemplo, tenha que aderir ao movimento refundador; só precisa de
voltar ao lugar que já ocupou. Para isso basta que assuma a herança do seu passado.
Não devia andar à deriva, arrastado pelo PP-cds. O PP de Paulo Portas sim, esse é
que tem necessidade de se definir; ou é um "partido popular" (e populista) ou então
volta a ser o Centro Democrático Social, criado por Freitas do Amaral. Mas nunca
com a direcção de Paulo Portas. Ao PP-cds, no mapa partidário português, está
reservado o papel (à direita), que o BE e a CDU desempenham à esquerda do PS.

Há cerca de um ano, houve quem procurasse saber o que iria ser a blogosfera
passados 365 dias. E o que se verifica, é que ela não está muito diferente. Existem
mais blogues a trabalhar em regime "cooperativista", alguns em dueto, muitos em
nome individual, e aqueles que passaram a RIP, por cansaço, falta de ideias ou
desinteresse dos seus criadores. A nota mais saliente talvez seja a quantidade de
blogues de direita que entretanto apareceram. É uma direita "liberal", onde falta
a ideologia, o pensamento social, a ética política, e onde se exagera com ideias em
torno do "liberalismo" e do "mercado" -- como se tudo fosse robotizado.
Na blogosfera predominam os liberais blasfemos, a biblioteca de Babel, o insólito
insurgente, o ocidental acidental, e a destreza das dúvidas, etc. A direita liberal,
individualista, sem ideologia nem ética política, está aí, cada vez em maior número,
para mostrar que aspira ao poder, e aguarda por qualquer tribuno refundador...

FREITAS DO AMARAL continua a inquietar a direita.
Com tanta gente a sentir-se "traída" por Freitas do Amaral ter aceite o cargo
de MNE no Governo do PS, estamos perante um caso de patologia angustiante,
engendrado por "infidelidades e amores traídos", para o qual só existe uma forma
de tratamento radical: o "divórcio litigioso". Assim, a direita, liberta-se do ciúme.
Desta vez, Luis Aguiar-Conraria, um iluminado pelo "rei Sol", que se diz "Assistente
no Departamento de Economia da Universidade do Minho e Doutor em Economia na
Cornell University", vem hoje desancar em Freitas do Amaral no "Espaço Público"
do dito cujo. Com as credenciais que apresenta, esperava-se que o académico LA-C
nos ajudasse a compreender os "ciclos económicos", as causas da actual recessão
da nossa economia, as vantagens ou desvantagens na participação de Freitas do
Amaral no Governo PS. Mas não, não diz nada sobre isso... Do desabafo deixado
por LA-C, concluimos que o lente está a sofrer muito, como qualquer amante,
quando é traído. Neste país há muita gente a necessitar de "apoio psicológico"...
Como diz o povo: um amor esquece-se, arranjando outro.
Arranjem outro Freitas do Amaral pró Largo do Caldas!
É incrível que haja académicos sem discernimento político, e venham para os
jornais escrever apenas sobre casos de "infidelidades e amores traídos".

Na sua viagem migratória para sul um grupo de grous passa junto
de um ultra-leve nas terras altas das Bad Lands, USA. Levam 64 dias,
até chegar aos seu destino. Fazem-no sem a ajuda de mapas nem GPS...

DEUS PERDOA, ELES NÃO...
"A Direita não perdoa. O PPE vai expulsar Freitas do Amaral por fazer parte
de um Governo socialista. Paulo Portas devolveu o retrato do fundador do CDS
e mandou-o para o Largo do Rato. Paulo Portas foi ao Parlamento para insultar
Freitas do Amaral no dia da apresentação do Programa do Governo. O presidente
Bush telefonou a Sócrates a perguntar se lhe ia retirar a Base das Lages. Sócrates
sossegou Bush dizendo que Freitas é estruturalmente de Direita e boa pessoa.
Bush respondeu que se não fosse o passaporte diplomático do homem, nunca lhe
daria o visto para ir à América. Apesar de tudo, Freitas será interrogado pelo
FBI quando pisar solo americano. Deus perdoa, eles não".
("Se não aconteceu, podia acontecer" -- citado pel' O Inimigo Público de hoje).

Entardecer ameno... Nova Iorque ao fim do dia, um quadro de beleza.

O EX-MAOÍSTA, José Manuel Fernandes, já esqueceu o "Livro Vermelho"
com os pensamentos de Mao Tze Tung, mas a "cassete" da "Velha Europa",
editada e distribuida pelo seu ídolo, Donald Rumsfeld, essa é que ainda não
esqueceu. JMF continua a pautar o seu pensamento pelas directivas registadas
na "cassete" oferecida pelo responsável dos abusos de Abu Graib e Guantánamo.
JMF continua a usar aquela "cassete" para zurzir a Alemanha e a França, países
que disseram NÃO à invasão do Iraque. Hoje, no seu editorial do "Público", JMF
desanca na "Velha Europa" por esta ter adiado a directiva Bolkstein.
JMF poderia ter feito uma análise serena e justa sobre o assunto. Ao descambar
na chicana política com "velhas imagens", JMF acaba a dar-nos "música pimba".

Clair Williams é notária, divorciada, e está muito feliz por ter sido escolhida
para "registar" o SIM dos noivos Camila Parker e Charles, príncipe de Gales.

OUTRO MAOÍSTA da nossa praça, José Pacheco Pereira, vem hoje no
"Público" apresentar-nos "A Ilíada pela mão de Frederico Lourenço". Uma
edição da Cotovia, refere JPP. "A Ilíada, tanto como a Odisseia, é o nosso
terreno fundador, o de um mundo que a guerra moldou... É verdade que, como
dizia Shakespeare no Troilus e Cressida, que se tratava, em última razão, ou
irrazão, de uma «uma boa zanga em que facções rivais se sangravam até à morte»
por «um cornudo e por uma puta»..."As coisas são o que são e, mesmo sem a
ironia de Shakespeare, se calhar foi mesmo assim" -- conclui JPP, sem pestanejar.
Deixemos o JPP andar ocupado com as antiguidades antropológicas... Pelos menos,
assim, não nos vem falar dos "sinais" nem da influência que o Abrupto teve na
queda do santanismo... De "convencidos e iluminados", todos estamos fartos.


Duas questões, relacionados com os "school serial killers", estão a abalar
as familias americanas: o ambiente em que crescem as crianças, e a venda
livre de armas. A NRA (National Relief Association), que sempre defendeu
a ideia de todos os americanos terem uma arma, está sob fogo cerrado...

A POLÍTICA É FEITA DE AVANÇOS E RECUOS, não admira por isso que
a Comissão Europeia, liderada por José Manuel Barroso, tenha retirado da mesa
de negociações a directiva Bolkestein sobre a prestação de serviços. O momento
não é favorável à negociação, dado que estão calendarizados referendos sobre a
Constituição Europeia em diversos países. A recuperação económica, na UE e nos
países desenvolvidos, está a ser travada pela alta do petróleo, e pela desvalorização
do dolar por causa dos défices gémeos dos EUA. Em tempo de "vacas magras" não
é fácil negociar consensos. Neste momento, o que está em causa, é o referendo que
a França prepara para Maio, no qual, com a presente conjuntura económica, poucos
franceses estão de acordo em votar SIM. Falta confiança aos europeus dos países
fundadores da actual UE. Sem a directiva Bolkestein, o SIM acabará por vencer.

A côr dos tecidos fabricados na China... As regras para a liberalização do
comércio internacional complicam a vida dos países em recessão económica.

NUM QUADRO DE RESTRIÇÕES ao investimento público, o Governo de
Santana Lopes, tres dias depois das eleições legislativas, assinou um contrato de
adjudicação de um "sistema de comunicações" no montante de 538,2 milhões de
euros (qualquer coisa como 107,65 milhões de contos). Somando esta verba aos
500 milhões em submarinos e cerca de 340 milhões em carros de combate que
o ministro das tropas, Paulo Portas, se gabou de ter gasto, temos um total de
l.300 mil milhões de euros... Num país com tantas carências, como é Portugal,
não faria sentido adiar estas despesas? Mais um ano, dois anos, até sairmos do
tunel! Mas a gente medíocre que nos governou, até chegou a proclamar o fim
da crise económica, para poder gastar à tripa fôrra.
O "sistema de comunicações", era para funcionar no "Euro 2004" mas, não
existindo, tudo acabou por se fazer em paz e segurança sem o tal "sistema",
provando-se assim que não havia necessidade de "gastar" tanto dinheiro em
tempo de contenção de despesas e controle do défice orçamental. Pelo que nos
é dado saber, o "negócio", a confirmar-se, está inquinado de favorecer "lobies"
ligados a Dias Loureiro, a única cara do "sistema" visivel na campanha eleitoral
do PSD. No tempo do cavaquismo a Sociedade Lusa de Negócios criou dimensão
de SGPS, e foi a Marrocos numa embaixada comercial e lá fez alguns negócios.

Algeciras, Espanha. A Semana Santa cumpre-se, seguindo a tradição.

DEPOIS DA CHUVA e da posse do novo Governo, o país está mais confiante.
"Nota positiva: Temos Governo. Aquilo [na AR] deixou de ser uma montra de
vaidades e de trapalhadas", desabafa o João Tunes.
"Foram-se as honrarias e as pratas... com o bater de Portas", canta o Luis Tito.
Já a Lolita, diz que Sócrates lembrou, a Paulo Portas, "o passado nas Lages,
emoldurado pelo célebre cafézinho". E o Besugo, refere que "Portas é um imbecil
de dedos sujos". O Miguel, anota que, "as vozes contra a nomeação de Freitas do
Amaral para MNE não se indignam agora com a nomeação de John Bolton para
embaixador dos EUA na ONU" -- o mesmo que, entre outros dislates, afirmou
que "as Nações Unidas não existem".
A blogosfera está atenta, e o Jumento já terá ganho uma aposta: o Governo vai
estudar o processo que levou a beneficiar o Millenium em 42 milhões de euros.

Todos as vontades, todas as energias se concentram para ganhar uma
aposta arriscada... Mas é preciso correr riscos, como fazem estes milhares
de entusiastas com a prática de esqui nas montanhas de S. Moritz, Suiça.

MAS O MAIS INCRÍVEL, acabou por acontecer. Através do post 399 do
Paulo Gorjão com o título "O dia correu bem...", fui parar ao DN-Sapo, onde li,
com espanto e incredulidade, a crónica do incrível Luis Delgado. Acho que este
iluminado profeta e pregador, pretende remir-se de todos os seus pecados.
Ora veja-se: "Sócrates, no debate da AR, surpreendeu pela positiva, foi claro
e objectivo, preciso e conciso [...] Foi uma grande surpresa, reconheça-se...
Este primeiro-ministro, com o estilo que tem, e as medidas que quer pôr em
prática, canibaliza o espaço natural do PSD e PP" [...] "O centro-direita que
se cuide!" -- remata Luis Delgado, posicionando-se em lista de espera.
(Só falta "converter" o José Pacheco Pereira e o Vasco Graça Moura.)


Todos os fundamentalismos conduzem à mais profunda hipocrisia...
Deixem Terri Schiavo abandonar o seu corpo material, para que a sua
memória seja preservada com amor e compaixão entre os amigos e
familiares, já que tem direito a não "viver" como qualquer vegetal...

DEPOIS DO NYT, DO WP, DO NEW YORKER, do FT, do Times, do Guardian
e tantos outros jornais ligados ao "atlantismo" se mostrarem cépticos quanto à
nomeação do "falcão" Paul Wolfowitz para a liderança do Banco Mundial, eis que
José Manuel Fernandes, no seu editorial de hoje, no "Público", faz um discurso
apologético do senhor Wolfowitz como nenhum americano era capaz de fazer...
JMF defende a administração Bush como qualquer "neo-conservador" da Casa
Branca; sugere até a mudança de políticas nos objectivos do BM para que este
possa "promover a democracia e a liberdade". O BM -- diz JMF -- não deve
combater "a pobreza fazendo distribuição de dinheiros destinado a barragens
inúteis, e estradas que não levam a lado nenhum, mas sim boas políticas" --
acrescenta JMF. Fazendo "boas políticas" e "estando em sintonia com o principal
accionista, os EUA, [o BM] vai estimular a iniciativa privada e o consumo da classe
média, um caminho que Paul Wolfowitz tem todas as condições para corrigir",
diz JMF a fechar o seu editorial. Grande pregador, este "maverick!...

PEDRO SANTANA LOPES continua a fazer papel de vítima... (Haja alguem
que lhe dê outro papel para desempenhar, caramba!). Passou Carmona Rodrigues
a moço de recados e assumiu a "cadeira do poder" que ainda lhe resta: a CML.
Mas como ainda é presidente do PSD, aproveita as reuniões partidárias para se
queixar, e dizer aquilo que diz não dizer: "o PSD não fará aos outros o que fizeram
ao seu governo" -- disse ontem no Congresso da JSD. Santana teria feito bem,
em vez ir ocupar na CML o lugar de Carmona, se tivesse ido cumprir o mandato
de deputado na AR, onde poderia atacar todos aqueles que lhe deram "facadas",
e honraria o voto que os eleitores lhe deram. Mas Santana não tem estôfo para
ser um bom parlamentar. Não gosta de dossiês, de estudos económicos, prefere
assistir à passerelle da Moda Lisboa. Aí, sim, sente-se bem. Resta-lhe queixar-se
das facadas, dos ponta-pés e das traições de que diz ter sido vítima. Ainda temos
que ouvir os lamentos de Santana por muitas semanas, já que os episódios da
"novela" do seu Governo, -- contados e encenados por ele mesmo -- estarão em
cena até meados de Outubro, altura em que acaba o "contrato de artista".

Ele anda por aí, travestido, folgazão, e com muitos e fieis adoradores.

SOU DOS QUE ACHAM QUE, A P.S.P., existe para proteger os cidadãos.
Por isso, para mim, os agentes da PSP não são inimigos. São amigos que cuidam
da minha segurança. Que zelam pela ordem e promovem o civismo. Ainda que
a PSP, na sua acção, ocasionalmente cometa excessos, eu estou sempre do lado
da PSP. Porque a sua acção, os seus actos, podem ser escrutinados, criticados e
punidos. Um agente da PSP não anda armado para matar... anda (mal) armado
para cumprir a sua missão de prevenção e combate ao crime. Um polícia pode
ser punido por excesso de zelo; um criminoso nunca o pode ser, porque foge
ao julgamento. Ainda que seja um assassino, nem sempre é capturado e punido.
Por isso, eu defendo a PSP e reprovo a acção dos criminosos.
A morte bárbara de dois jovens agentes, ocorrida num "gueto" da Amadora,
deve mostrar a todos nós que, são os agentes da PSP que devemos defender
e não os criminosos e os delinquentes de rua. É preciso dignificar a PSP e dar-lhe
meios suficientes e eficazes para combater o crime e defender a nossa segurança.
Que a terra seja leve, para aqueles jovens que morreram sem armas na mão.

LUTA DE MORTE PELO "OURO NEGRO"...

Numa altura em que o "crude" atingiu 56,46 dolares por barril no NYMEX
de Nova Iorque; quando as economias ocidentais -- dependentes desta fonte
de energia -- não conseguem crescer por causa dos custos energéticos em subida;
quando as empresas apenas obtêm lucros com o "emagrecimento" dos quadros
de pessoal e cortes nas despesas sociais, é porque alguma coisa vai mal na vida
económica actual. O mercado é livre e funciona, dizem os liberais. Mas funciona
sempre pelo lado e para proveito dos especuladores. E se é verdade que, neste
momento, os especuladores estão a actuar, como aceitar o facto de as petrolíferas
ganharem cada vez mais, sempre que há períodos de especulação no mercado?
As margens de transporte e refinação tornam-se mais baratas, ou parte do lucro
vem da subida do petróleo nos mercados? A ser assim, todos são especuladores.

Está em marcha a corrida ao "ouro negro" nos locais de vida selvagem.

A invasão do Iraque foi decidida para controlar as importantes reservas
de petróleo naquela área. Até agora, não são visíveis os benefícios esperados,
quer na exploração quer no volume de barris a mais no mercado. Nem podemos
estar seguros de que, o petróleo do Iraque, seja colocado no mercado conforme
desejo dos EUA. O governo xiita ou outro que venha, pode não concordar em
abrir as torneiras. Por isso o governo dos EUA, voltou a dar a mão à dinastia
saudita porque, apesar do "Nine-eleven", ainda é o produtor mais seguro.
Os EUA, no seu solo, têm cerca de 3 por cento das reservas mundiais, mas
consomem 25 por cento da produção global. Daí que, não querendo enveredar
pela racionalidade do consumo nem pela pesquisa de energias alternativas,
os norte-americanos vivam inquietos com a hipótese de faltar petróleo para
queimar... As auto-estradas, os SUVs, os grandes carros, sem muito gulosos.

No gélido Alaska do Círculo Polar Ártico, dentro de dois anos, esta
imagem será comum e demonstrará que a avidez do homem por petróleo
não tem limites. Chega para destruir o seu mundo e o de outros seres...

É neste quadro de "addict oil", de consumismo e subida infernal de preços
que a Administração Bush deu luz verde às petrolíferas para marcharem sobre
o Alaska, para a Reserva Nacional da Vida Selvagem, criada por Eisenhower
e interdita aos "drillings" desde 1960. Os ambientalistas estão alarmados. E
o país está dividido. A lei passou por 51-49 votos. John Kerry considerou esta
medida como catastrófica. Trata-se de uma zona onde vivem mais de 45 espécies
de animais mamíferos, como o urso polar branco, a raposa polar, o caribu, etc.
O Geological Survey dos EUA estima que as reservas sejam entre 5,6 e 16
mil milhões de barris, o equivalente ao consumo do país durante 6 meses...
Só estará em exploração em 2007, e em pleno rendimento dentro de 10 anos.
Valerá a pena, destruir aquele santuário de vida selvagem, por petróleo que
apenas poderá servir o consumo do país num período de 6 meses?
Enquanto não encontrarmos alternativas ao petróleo, vamos sofrendo todos
nós -- toda a existência planetária -- com a busca e o consumo do "ouro negro".

AS ESTRELAS DÃO "SINAIS" AO ABRUPTO...

José Pacheco Pereira, no "Público" de hoje, demarca-se de todos nós, e
acusa os tarefeiros em isolamento térmico e acústico de estarem a proteger o PS.
Ele está convencido, cheio de "vaidades e ilusões", por ter atingido a iluminação,
a claravidência. Como se fosse um profeta... nunca menos que um Zandinga.
"Há uns dias escrevi sobre o poder socialista, -- dita JPP-- sobre matéria, a
respeito dos mesmos "sinais" que o governo Santana Lopes deu".
"Mal ou bem, o meu blogue foi uma fonte de citações contra Santana Lopes.
O Abrupto foi por isso um "sucesso"nas críticas a Santana Lopes"-- prossegue
JPP, cheio de "vaidade e ilusão". "Eu, claravidente para ver os "sinais" do PSD,
certamente vejo os do PS por zelo e obrigação partidária". -- Está alucinado!
Mas afinal, quais são os "sinais" premonitórios "visionados" por JPP? São a
escolha de Artur Santos Silva, "partidário do intervencionalismo estatal do
sector" -- de quê? Das calafetagens, dos isolamentos térmicos e acústicos?

Treino de marine. O militarismo destrói o individuo, para cria o guerreiro...

Pacheco Pereira vive meio alucinado, e os "sinais" que lhe foram revelados
pelas estrelas, pouco têm a ver com a nomeação de ASS. Isto é uma minudência.
Nada vale. Por isso, penso que JPP foi "atingido na sua "vaidade e ilusão" porque,
segundo conta, alguem terá concluido, no final de um debate televisivo onde
foi abordado o estudo de Rita Figueiras "Os Comentadores e os Media -- os
autores das colunas de opinião" que era salutar a "renovação" do actual quadro
de "opinion-makers", concluindo-se que os "Rostos do comentário não mudam
há 20 anos" ou seja, o António Barreto, o Sousa Tavares, o Pacheco Pereira (ele
próprio), e Marcelo Rebelo de Sousa. Daí que JPP, no final, diga "o que preocupa
os novos detentores do poder nos "velhos" comentadores, é a influência, a
popularidade e o interesse que lhe são reconhecidos pelo público". Sendo assim,
onde cabem os "sinais" claravidentes imputados aos "novos detentores do poder"?
"Os colocadores de feltro estão já a trabalhar. [...] Comigo não contam", - sacode.

Desiludam-se todos aqueles que, à esquerda, deram colo e fama ao Abrupto.
Ele está desempregado, e espera que Marques Mendes ganhe, para ser chamado
ao partido, donde anda arredado, desde que foi para o PE. Como deputado do
PE, JPP sempre se mostrou activo na blogosfera, nos jornais, nas televisões, nas
rádios, nas viagens aéreas, na pesquisa bibliográfica, etc. Parece que ainda dorme
menos horas que o Marcelo. É um sujeito sisudo e de pouca graça... A vida é para
ser vivida com alegria, com vivacidade. Desconfiem dos sisudos... Eles julgam-se
iluminados, claravidentes, predestinados a receberem os "sinais" estrelícios...

OS ESQUERDISTAS DO BLOCO, continuam apostados em querer marcar
a agenda política, mas agora a praxis política é outra, já que é protagonizada por
um Governo estável e competente, imune aos fait-divers dos que se colocam em
bicos de pé, ansiosos por marcar pontos. O historiador Fernando Rosas, que está
para o BE como o Poppey está para a sopa de espinafres (as suas cachimbadas
lembram-me aquele personagem da banda desenhada!), vem hoje, no "Público",
dizer que o referendo ao Tratado Constitucional Europeu, a ser feito na consulta
das eleições autárquicas, não passa de uma manipulação... Dezanove anos depois
da adesão de Portugal à CE, o bloquista Fernando Rosas está cheio de dúvidas e
lamenta que nunca se tenha procedido ao esclarecimento dos portugueses sobre
problemas que se colocaram e colocam com a adesão de Portugal: submissão da
ordem constitucional, governo europeu dominado pela troika, parlamento com
poderes decorativos, pequenos países sem tribunas ou mecanismos de protecção,
a consagração de políticas neoliberais, etc. O historiador Rosas parece ter acordado
tarde, mas acaba por concluir que, "o que o PS pretende é fugir a um verdadeiro
debate eleitoral"... Resumindo: o bloquista Rosas, com toda esta enumeração de
temas, o que pretende é que se faça um referendum sobre a IVG, mas separado
de qualquer acto eleitoral. Só que, mais que nunca, manda a economia de gastos.

Split, Croácia... Gaivotas aproveitam a confusão causada à tona de água,
pelos barcos de vela em competição, para encherem o papo de peixes.

NALGUNS "MENTIDEROS", continua a perguntar-se que razões terão levado
Santana Lopes a tardar a sua decisão de voltar à presidência da CML. Eu penso
que não há nenhuma razão subjacente. Ele é assim, "só está bem onde não está",
demora a decidir-se, e, mesmo assim, acaba por recuar, no último minuto.
Possivelmente, esperou que viesse um convite dos States (como fez o seu amigo
Paulo Portas), um convite para a Unesco, ou para a CPLP... Como ninguem se
lembrou dele, refugiou-se em Monsanto, no solar do presidente da CML, chamou
o "amigo bom e paciente" Carmona Rodrigues, que o ouviu e jurou não lhe dar
"facadas", "sopapos" e "tamponas", mas recebe-lo como foragido e jobless.
Carmona Rodrigues é um santo. Alem disso, o "casamento" de Santana com Paulo
Portas gorou-se, e todos nós sabemos por que razão. Porquê então estranhar
a vida a dois de Santana Lopes e Carmona Rodrigues na liderança da CML?


SHOAH... Que este monumento sirva tambem para lembrar outros lugares
onde se praticaram genocídios em massa, como no Camboja, na Sibéria,
nos Balcâs, na região dos Grandes Lagos em África, sem esquecer os povos
ameríndios... Devemos continuar a crer no futuro, menos cruel, mais humano.

SANTANA LOPES DEU MÚSICA à comunicação social. Ontem vingou-se dos
papparazi, dos tablóides, dos rádios e televisões que sempre correram atrás dele
mendigando uma palavra, colhendo uma foto, respigando uma frase ôca. Vingou-se
daqueles a quem acusou de serem os culpados da sua derrota eleitoral em 20 de
Fevereiro. A atitude de Santana Lopes, embora não seja surpresa, foi bom que
tivesse acontecido no terreno lamacento da comunicação social, porque foi aí que
se desenvolveu o "mito" do Santana Lopes político-invencível, do grande orador,
do jogador nato, do político da nova geração. Santana Lopes, como político, está
reduzido à sua real dimensão: é um "menino-guerreiro", um político medíocre,
um correlativo do "sistema", embora ele, na carta que dirigiu, em nome pessoal,
aos eleitores, em vésperas das eleições, afirmasse que tambem era contra o dito.
Nesta vida, até os caçadores que vão à caça, podem acabar por ser caçados...

Bela imagem da Baviera, onde as temperaturas se mantêm nos 10 graus
negativos. Do céu, nem chegam sinais das estrelas nem da luz solar.

SANTANA LOPES, depois de tudo o que aconteceu, até é digno de compaixão,
como diria Paulo Portas, o ex-ministro das tropas. Santana Lopes fica para a
história como indeciso, empolado e inapto para o cargo de primeiro-ministro.
Foi designado chefe do Governo, ao tempo em que a imprensa "côr-de-rosa"
dava de Santana Lopes uma imagem de sedutor, sempre rodeado de mulheres
disponíveis para lhe dar colo. Depois conseguiu formar Governo, aos solavancos,
e começou a mostrar a sua inaptidão para o cargo que desempenhava. Foi então
que apareceu a comunicação social, aquela que se ocupa das coisas do Estado,
da economia, das finanças e da vida do nosso dia-a-dia... Uma imprensa que
não podia dizer de Santana Lopes o que dantes dizia a imprensa "côr-de-rosa"
sobre o mesmo. Foi o início das "trapalhadas", da tentativa de domesticação
da comunicação social, dos comentários de Marcelo, de José Rodrigues Santos.
Assim acabou o "mito" Santana Lopes. Voltámos à realidade.


Há cerca de um ano, correu na blogosfera, um grito de socôrro para
ajudar o Darfur. Um ano depois, as coisas estão como estavam, a blogosfera
emudeceu... Mas os refugiados continuam a apelar... por satélite!

A HERANÇA DO CORONEL SILVA...

O sector de media da PT, adquirido ao coronel Silva, da Lusomundo,
e do qual fazem parte o "24 Horas" e o "Diário de Notícias", encontra-se numa
fase de instabilidade, motivada não só pela venda à Olivedesportos mas tambem
devido ao estilo de alguns dos seus administradores. O "24 horas", é um diário
tablóide, dirigido por Pedro Tadeu, que tudo faz para sobreviver na selva das
"manchetes". E ele não tolera reparos, mesmo quando vêm de críticos como é o
Eduardo Cintra Torres. Para negar o reparo do crítico, Tadeu respondeu-lhe em
termos trauliteiros: "[ECT] ou é parvo... ou estuda pouco". ECT apontava o que
Santana Lopes tinha delineado, para domar os orgãos de comunicação social,
levando à substituição de Henrique Granadeiro por Luis Delgado na administração
da Lusomundo Media (PT), ao afastamento de Marcelo Rebelo de Sousa da TVI
e de José Rodrigues do Santos da RTP. Tadeu não aceita reparos e, vai daí, ECT
saiu ofendido e magoado com a traulitada que tadeu-la-deu... Hoje todos sabemos
como Santana Lopes manobrou, apoiado pelo amigo Rui Luis Gomes. Já passou.

O tablóide "24 Horas" continua a lutar pela sobrevivência, e assim Tadeu.
Já o "Diário de Notícias"-- que foi um jornal de referência (e do/s regime/s) antes
e depois do 25 de Abril -- descaracterizou-se, tendo hoje uma tiragem magra e
um padrão editorial onde os falcões Luis Delgado e António Ribeiro Ferreira dão
aso ao seu verbo extremista de direita, e se fazem acompanhar de colaboradores
obtusos como Vasco Graça Moura e outros da mesma estirpe.
Pois o velho DN está em vias de perder o seu actual director, Miguel Coutinho,
porque os meios que lhe deram não são aqueles que ele esperava. Claro que o
zeloso administrador, Luis Delgado, acha que não, pois "tudo o que a Direcção do
DN tem pedido tem sido dado" pela administração. Alguma coisa está escondida,
neste caso, já que a Direcção está isolada entre a Redacção e a administração.
Mas a imagem do DN não parece agradar aos leitores de jornais, assim o diz a
circulação média paga por edição: 40.567 exemplares! Longe do que era o DN.
Saudades do tempo em que o DN competia com "O Século" de João Pereira Rosa.

Schroeder entre as ovelhas... Manifestação em Frankfurt contra a
atribuição de uma medalha ao escocês Ian Wilmut, clonador da Dolly.

Onde se assiste tambem a um reviralho de linha editorial, é no Abrupto.
Como refere o post 457 do Tugir, até parece que o vate se pirou, abruptamente.
O inopinado e desabrido Abrupto, "já vê sinais"!... (Será que aprendeu com
Santana Lopes a ler nas estrelas?). Já se delicia com a ideia de ver uma "central
de informações" no PS. O inopinado sonha, perscruta as estrelas e diz que a
"ofensiva contra os comentários hóstis já está em curso"; é uma "ofensiva mais
sofisticada, baseada em critérios "jornalísticos" ou "institucionais".... Sem dúvida!
O desabrido passou-se, trocou de cadeira, mudou de coordenada, do norte para
sul (sempre a mirar-se ao espelho que o acompanha), e agora não consegue
ler a realidade... Apenas "vê sinais", o taralhouco. Entrou em "loop"...
Sinal dos tempos. Será o Abrupto convidado por Delgado a gerir o matutino DN?

O SISTEMA CORPORATIVO DE SALAZAR, ainda tem raízes no país de Abril.
Habituados à lei do "condicionamento industrial" uns, às "corporações de classe"
outros, à protecção do Estado uma maioria; trinta anos depois, quando tudo parece
apostado no "liberalismo económico", os "interesses corporativos" semeados no
tecido social português pelo Estado Novo, continuam a fazer carreira nos sectores
da indústria e comércio, nas profissões liberais, nos Sindicatos e Ordens elitistas.
Repara-se no burburinho que vai por aí, logo que José Sócrates anunciou a ideia
de colocar os "medicamentos não sujeitos a receita médica" à venda nos centros
comerciais!... Veio a terreiro a ANF, a Ordem dos Farmacêuticos, a Ordem dos
Médicos... Curiosamente, só a OM e a DECO se mostraram a favor. A ANF, que
goza de um regime especial para não haver concorrência entre as farmácias,
não aceita a ideia; continua a defender o monopólio da venda de aspirinas, cremes
e pomadas. Até um tal Beja Santos, que noutros tempos se notabilizou na TV por
defender os Direitos do Consumidor, se manifestou contra esta medida. E fê-lo
de forma rasteira, acintosa, ao estilo VGM: "Agora percebemos que os hiper-
mercados foram os grandes financiadores da campanha do PS e que já estão a
exigir a factura" -- conclusões torpes e obscenas, que nem o Luis Delgado se
atreveria a pronunciar. É tempo de agir, para acabar com os corporativismos,
com os interesses instalados; o mercado que se regule, o consumidor beneficia.


O Aviz deu conta do "flagra" que toda a imprensa brasileira anda
a comentar. Mas não mostrou imagem. Aqui fica o flagra(nte) da cena
na praia do Leblon, onde o Chico aparece com a mão na mão da gatinha
casada... Linda, não é? A Celina Andrade Lima Sjostedt, é designer, mas
tambem gosta muito de canções. Continua casada, mas seu marido diz
que cada um faz sua vida... Que mal tem o Chico gostar da gatinha?
Eu até acho que ele tem bom gosto... apesar de sua idade madura.
(Cortesia de Deixa com o Beque, o blog mais topado em Curitiba)

HELENA MATOS, uma cronista de direita, geralmente escreve sobre temas
pertinentes, com acutilância e sageza. Mas nem sempre consegue ser imparcial.
O verbo corre-lhe para o torto, apesar de ser de direita... Esta semana, no Público,
vem discorrer sobre "propaganda". Mais para atacar Zapatero do que explanar
sobre o tema escolhido. Para HM, propaganda é Zapatero "apelar aos meios de
comunicação social para não repetirem as imagens demasiado cruas do atentado"
[do 11 de Março, em Madrid]. Segundo HM, com esta sugestão, Zapatero pretende
"fazer sobressair outras [imagens], as das ruas cheias de gente com cartazes onde
se associava Aznar a Bin Laden, Bush a Hitler e onde se fazia equivaler a paz à
retirada do Iraque". Neste ponto, HM vai aos arames! Barafusta, fala em langue
de bois, e depois acaba por cair nos métodos utilizados pelo "grupo do Caldas",
ao comparar as declarações dos prisioneiros resgatados no Iraque, com posssiveis
casos ocorridos durante os tempos da Gestapo... Isto é um discurso capcioso,
mefistofélico, sem consistência nem equivalência nos factos subjacentes.


A FORMAÇÃO DO GOVERNO está concluida. E parece ter gente capaz.
No entanto, dentro do PS nota-se uma grande desilusão, um enorme desalento.
Falta ao Governo, o Ministério da Igualdade, queixam-se as mulheres. Noutros
casos ouve-se dizer que Sócrates se esqueceu da "paridade", do valor feminino.
E têm razão, todas aquelas socialistas que, desde o início, apelaram à inclusão
de maior percentagem de mulheres no Governo. Não acredito que no PS não
se encontrem mulheres com competência para esta fase do Governo Sócrates.
Mas agora, até os homens do PS, os militantes que andaram a fazer campanha
para que o partido ganhasse as eleições, começam a dizer que foram esquecidos.
Porque nem todos foram chamados para o Governo. Porque no executivo está
gente que não trabalhou no PS, nem fez campanha para o PS chegar à vitória.
Haverá gente competente e dedicada que poderia desempenhar cargos de
alta responsabilidade, é certo. Mas o Governo, em minha opinião, é abrangente,
satisfazendo assim, grande parte do eleitorado que, votando agora no PS, não
quer dizer que seja socialista. Além disso, o Projecto Tecnológico, extensivo ao
Fórum Novas Fronteiras, tem gente muito competente, embora não esteja
filiada no PS, mas que era justo e necessário incluir na equipa deste Governo.

The show must go on... Quando o espectáculo está a decorrer, não pode
haver deslizes, percalços, confusão... ainda que um dos actores perca o sapato.

A SUBSTITUIÇÃO, NO PROGRAMA "A quadratura do Círculo", de José
Magalhães (que vai para o Governo) por Jorge Coelho, fez com que Vital Moreira
chamasse a nossa atenção para aquilo que já havia referido há uns meses: porque
é que a direita tem, naquele programa, dois elementos e a esquerda apenas um?
Resposta blasfema: "porque as televisões privadas gozam de liberdade editorial".
Pergunto eu: mas o bom-senso, a justiça e a equidade não se aplicam às empresas
privadas? As suas opções, são inquestionáveis? Ou a distorção da "realidade" é
prerrogativa e cartilha de práticas aberrantes das televisões privadas?...

Os relâmpagos ajudam a limpar a radiação terreste -- é o que diz a Nasa.

O FADISTA-MONÁRQUICO, Nuno da Câmara Pereira, que em Setembro
de 2004 organizou um protesto no Castelo de S. Jorge, algemando-se às portas
da bilhética santanista, para contestar a taxa de entrada na fortaleza, conseguiu
ser eleito deputado pelo PPM (dádiva graciosa de Santana Lopes, sabe-se lá
com que intenções). Pois o fadista-monárquico, engenheiro agrícola e ex-dirigente
sindical, que ainda há meio ano andava a dizer que não tinha "trabalho" por ter
sido despedido do restaurante do Castelo e à falta de biscates em casas de fado
devido a estarem às môscas, apresentou-se ontem no Parlamento (nas Côrtes,
diria a meia-voz). "Estou aqui por mérito próprio. Sonhei e consegui. Um sonho
que vem desde miúdo". A que preço chegou ali! Esqueceu a contestação à taxa,
olvidou-se de agradecer a Santana Lopes. Este deputado monárquico, ainda
vai provocar uma cisão no partido da Monarquia portugesa. A Causa Monárquica
já informou que não reconhece o fadista, como representante da nossa realeza.

LUIS DELGADO, O COMISSÁRIO da Lusomundo, e grande advinhador do
porvir, dedica-se cada vez mais a perscrutar o que "está escrito nas estrelas".
Na sua coluna do DN de hoje, faz uma "minuciosa e possivel" demonstração dos
acontecimentos políticos que vão acontecer, até ao fim do corrente ano (apesar
de tudo, a sua perspicácia não vai mais além). Em questões de adivinhação,
está a passar a perna à Maya. Não se descarta a hipótese de Luis Delgado poder
vir a ser o Hórus ou o Zandinga do século XXI, abandonando de vez a sua coluna
de opinião no DN, para se dedicar exclusivamente à leitura dos sinais que estão
"escritos nas estrelas". A dedicação de Luis Delgado à ciência do porvir, pode
credibilizar muito a actividade dos quiromantes, astrólogos e adivinhos.
NESTA DATA...

PAZ... Contra a guerra, contra o terrorismo. Praça Colon, Madrid.

DA ENTREVISTA DE MANUEL CASTELLS ao "Público" de hoje, retenho o
seguinte, quanto a oportunidades que devem existir para projectos de inovação:
a)- "Há duas coisas muito importantes: uma é a criação de um sistema de
verdadeiro capital de risco -- que é diferente de subsídios -- que permita a quem
tem um projecto de inovação tecnológica ou económica transformá-lo numa
empresa sem ter de arriscar a sua vida toda nisso". [...] "Na Finlândia o governo
criou uma empresa pública que depende do Parlamento e que actua como um
capitalista de risco. E que tambem investe em todo o mundo, incluindo em Silicon
Valley, para aprender como se fazem as coisas". [...] "Outro exemplo finlandês
muito importante é o TEKES, um organismo transversal, que identifica os
projectos de inovação de empresas e universidades, que organiza as ligações entre
as empresas e as universidades e que financia projectos em função das prioridades
estratégicas do país. Mas nenhum destes mecanismos serve de nada se não
houver uma mudança da máquina administrativa".

A China milenar, segue o seu caminho em direcção ao futuro, evitando
fazer os erros da nossa era industrial. Tendo falta de petróleo, procura outras
altenativas energéticas, como a eólica, criando uma paisagem de progresso
nas zonas rurais, como esta, onde se nota a pastorícia e as modernas turbinas.

COM A IMPLEMENTAÇÃO DO Governo Electrónico (e-Governo), afirma
Castells, b)- "há ganhos de produtividade do Estado". [...] "Mas há mais. É muito
dificil para uma administração dinamizar a inovação no tecido produtivo se ela
própria não sofrer uma transformação tecnológica, organizativa e cultural". [...]
"Na maioria dos países europeus, sobretudo nos países do Sul, os cidadãos não
confiam na administração -- com ou sem razão, todas as sondagens o confirmam.
Isso é um obstáculo a tudo: ao pagamento de impostos, por exemplo.
A transparência administrativa é fundamental tanto para a gestão como para a
política. A tecnologia não garante a transparência. Mas se há um registo electrónico
de todos os actos, a corrupção ou a má gestão tornam-se mais dificeis".

Manuel Castells é um guru espanhol que foi conselheiro da "Agenda de
Lisboa". Convém estar atento à publicação das suas obras sobre a inovação e
competitividade. Alem disso, a sua visão de modernidade da Europa, dá-lhe
crédito para ser escutado e consultado por Bruxelas e nos meios empresariais.

ANA SÁ LOPES, NO "PÚBLICO" DE HOJE, faz uma resenha do essencial
do discurso que Freitas do Amaral fez durante os últimos tres anos contra a
política imperial de George Bush. Só os hipócritas, os vassalos e os bajuladores
são incapazes de reconhecer a justeza das críticas do novo MNE. Deixo aqui apenas
um caso: "Em 12 de Setembro de 2002, na revista Visão, o futuro MNE escreve:
Quando Bush mantém em Guantánamo, há mais de seis meses, prisioneiros de
guerra taliban, recusando-se a cumprir as Convenções de Genebra, ninguem lhe
grita: "Mas isso era o que faziam os nazis!" Quando Bush cria por decreto
presidencial (e não por lei do Congresso) tribunais de excepção para julgar
suspeitos de terrorismo sem as garantias mínimas devidas à defesa em processo
penal, ninguem se lembra que foi isso que fizeram todos os fascismos!"


AINDA SOBRE O NOVO MNE, na mesma página do "PÚBLICO", Teresa de
Sousa faz uma abordagem diferente, mais conforme os trâmites da diplomacia.
"Pode alguem que comparou públicamente o presidente dos EUA a Hitler,
desempenhar o cargo sem prejuizo para a acção externa do Estado português?"
-- pergunta Teresa de Sousa. Os tempos são outros, a situação é agora diferente.
Nem Freitas do Amaral vai dizer mais o que disse, nem George Bush vai agora
cometer os êrros anteriores. Ele veio à Europa mostrar que não prescinde do
apoio de todos. Teresa de Sousa diz que "o Iraque dividiu profundamente a
União", mas a verdade é que foi Bush, e não o Iraque, quem dividiu os europeus.
Lembra Teresa de Sousa que, "a crise iraquiana mostrou à evidência uma
Europa dividida", esquecendo-se de referir que, ao agir à margem das Nações
Unidas, George Bush não dividiu só a Europa, mas a opinião pública de todo
o mundo. Os actos pertencem a quem os comete, não ao lugar onde acontecem.

No Teatro Folies Bergère, em Paris, está em cena um bom espectáculo.

ÀS VEZES ACABO POR DAR razão ao Professor Cavaco Silva, quando ele
respondeu a um jornalista, dizendo que não lia jornais, não tinha tempo para
isso. Na verdade, um primeiro-ministro verdadeiramente interessado em fazer
obra, não deve perder tempo a ler os "disparates" que se publicam nos jornais.
O governante que tal coisa fizer, acaba desorientado e sem tempo para governar.
Para os "recortes", basta um assessor, que fará o acompanhamento das "correntes
de opinião", e depois remeterá ao primeiro-ministro uma síntese dos "mentideros".
Repare-se na diversidade de "conselhos", "alvitres" e "sugestões" dirigidos nestes
dias a José Sócrates, enquanto ele, com os seus ministros, trabalha o Programa de
Governo até altas horas da madrugada... Não há analista, comentador, dirigente
partidário, sindical ou patronal que não procure mandar recados ao primeiro-
ministro. Até nas colunas de "cartas ao director" aparecem sugestões e anseios,
subscritos por leitores de Espinho, da Maia, de Tondela, de Cascais, de Peniche...

OS MAUS EXEMPLOS VINDOS do Largo do Caldas, parece estarem a fazer
escola. O PP de Paulo Portas produziu um espectáculo kitsh, que nos lembra a
"Noite de Cristal" encenada junto ao Bundstag no século passado. Ao enviar por
correio, para o Largo do Rato, a foto de Freitas do Amaral, o PP-cds está a sanear
de vez o fundador do partido Cristão Democrata Social. Este procedimento infâme
já está a ser seguido por outros, que tambem acham que os "progroms" da era
estalinista podem ser praticados em Portugal. É o caso do blasfemo CAA, que em
Dezembro abandonou o colectivo para se dedicar ao PND de Manuel Monteiro.
Agora regressou ao blogue, contou a desilusão sofrida com os novos-democratas,
em especial com o seu presidente, num testemunho intitulado: "Não tenho jeito
para ser «homem de partido»". A retaliação de parte do PND, veio de imediato:
a foto de CAA existente na séde do PND, foi enviada para a séde do Blasfémias!
Se isto pega, vamos reviver os tempos da "Revolução Cultural", consubstanciada
na "lavagem" da história dos partidos fundadores da democracia portuguesa.

NESTE DIA DA MULHER...

Tulipas... Imagine-se, provenientes da Sibéria. Dentro de uma estufa, em
Krasnoyarsk, Tatiana Smirnova, escolhe as tulipas mais belas para seguirem
para Moscovo, onde é tradição, neste dia, as pessoas oferecerem uma tulipa
entre os familiares e amigos. No Dia Internacional da Mulher...

NO LARGO DO CALDAS, a gente irresponsável que governou este país nos
últimos tres anos, apresenta-se agora tal como ela é, sem respeito por ninguem,
sem "pose de Estado", simplesmente medíocre. Em vez de um partido político,
aquilo parece uma lapa onde se escondem lacraus, cobras e lagartos. A "fatwa"
decretada pelo PP/cds contra Freitas do Amaral, só podia acontecer no país dos
ayhatolas ou num grupo de fanáticos rancorosos, como é o partido do Caldas.
Nem o circunspecto "gauleiter" desaconselhou tamanha manifestação de raiva
manifestada pelos vassalos. Partiu-se o verniz, expôe-se o caracter das pessoas.

We wanna work... Estes jovens nipónicos, protestam por não conseguirem
arranjar emprego, no Japão, a segunda economia do mundo... Nem os 37 mil
milhões de yenes disponibilizados pelo governo, a fim de motivar as empresas
na admissão de jovens em regime de formação, melhorou o nível de emprego.

A TIRANIA DAS CRÍTICAS TEMPORÃS...

Logo que foram conhecidos os nomes dos ministros do Governo Sócrates,
uma caterva de analistas e comentadores rancorosos verteram no papel, nas
rádios, televisões e na blogosfera o seu juizo de valor sendo que, os perdedores
do dia 20 de Fevereiro, são os mais desonestos, mesquinhos, pérfidos e velhacos
nas opiniões expendidas. Compreende-se a razão do seu desdém, o seu estado de
alma, os seus sofismas. Podiam ao menos discutir a estrutura do Governo, mas
isso é uma questão técnica e requere análise independente e criteriosa. Portanto
não servia os interesses egoistas dos analistas manhosos. Daí que tenham preferido
enredar-se no ataque pessoal, na avaliação subjectiva e matreira da personalidade
de cada ministro. É a forma mais directa e desonesta de entrar a matar, semeando
a confusão na esperança das pessoas. Mas a mesquinhez dos homens passa, e o
tempo se encarregará de mostrar, com claridade, o despeito e sobranceria dos
que agora lançam vitupérios sobre um Governo que vai governar e vingar.

Para gáudio dos "media", a passerele das novidades está na rua...

É sina dos "pequenos" viver em constante intriga e difamação. Por isso, quem
quizer seguir em frente, não pode parar para "ouvir" as carpideiras e os "Velhos
do Restelo". A hora é de mudança. O primeiro-ministro José Sócrates precisa
de uma equipa coesa, que se atire aos projectos e resolva os problemas do país.
A opinião de grande parte dos nossos comentadores e o futuro trágico advinhado
por algumas pitonizas da nossa praça vão ficar a carpir, enquanto da parte do
Governo Sócrates se espera acção. De resto, a análise de alguns comentadores
não é coerente e, nalguns casos, serve apenas para satisfação do ego de cada um.

Um dos ministros que mais engulhos causou à direita, é Freitas do Amaral.
Acusam-no de incoerência, de ser contra a Nato e os EUA, etc. Tudo demagogia.
Freitas do Amaral foi o primeiro a governar com o PS; por que não haveria de
continuar agora? Se ele foi enjeitado, corrido e esquecido como fundador do CDS
no último Congresso deste partido, qual a razão por que não haveria de constar
no Governo abrangente de Sócrates? Tem prestígio internacional?... Mas o CDS
só agora é que reparou nessa vantagem? Freitas do Amaral é um democrata --
o PP/cds mudou para Partido Popular e não se sente bem com os verdadeiros
democratas-cristãos -- e uma figura de prestígio internacional. Descansem os
sofredores de George Bush; Putin, Schoereder e Chirac tambem se bateram
contra a guerra do Iraque, e, no entanto, Bush veio agora à Europa, mostrar que
o caso das "armas de destruição maciça" era para esquecer. E a China, e a Índia?
Ou os amigos não se podem criticar e aconselhar mútuamente?

Na blogosfera, o bastião blasfemo, continua a atacar em todas as direcções,
e os seus "liberais" não acreditam em ninguém; liberais, só mesmo os blasfemos.
Repare-se no post de PMF: "Já está... o elenco governativo socrático": "há umas
caras desconhecidas da politiquisse... (atenção ao português! Assim, nem deviam
criticar a ministra da Cultura, e muito menos a ministra da Educação).
No Nonioblog, o Nuno, surge a desdenhar do Governo de Sócrates, apodando o
mesmo de "Novo Queijo Limiano". Para jornalista, chega de subjectividade e
falta de imparcialidade... Os jornalistas parecem incapazes de ser objectivos.
Já os comentadores, com a estirpe de Luis Delgado e Vasco Graça Moura, não
admira que opinem, para "anestesiar" o seu ego... ou favorecer o seu partido.

O FIM DO MITO Pedro Santana Lopes ainda não foi registado pela história.
Será dentro de alguns dias, quando tiver que sair do Palácio de S. Bento, onde
nos acostumámos a situar o primeiro-ministro de Portugal. Quando chegar a
hora de saída, Santana Lopes não se vai sentar no Parlamento, junto com os seus
pares. Mas esse gesto marcará o fim do "mito Santana Lopes", que alguns diziam
ser um ganhador, com fluente oratória e muita sedução junto das santanetes...
O "menino-guerreiro" é uma espécie de "pequeno lord", incapaz de se misturar
com o povo e pouco dado a comícios de feira e beijinhos de peixeiras. Isso não faz
o seu estilo, como não faz a maçada que é comparecer no Parlamento, assistir aos
debates, participar na discussão das leis, mostrar que sabe alguma coisa sobre
ideias políticas. Santana recusa cumprir o mandato que lhe foi conferido pelos
seus eleitores... Até nisso Santana mostra falta de ética e de bom-senso.

Fundamentalismos... Contra os malefícios do tabaco. Isto só na Tailândia.

AO OPTAR PELA PRESIDÊNCIA da Câmara Municipal de Lisboa de onde
saiu para primeiro-ministro, Santana Lopes vai criar mais "trapalhadas", como
é seu fado (está escrito nas estrelas). Neste momento, grande parte do pessoal
da CML, estava feliz por se ter visto livre de Santana, não esperavam que ele
regressasse. Mas Santana é assim, prefere a presidência da Câmara, pois assim
será o "senhor presidente" e continuará a viver num palácio e ter mordomias
superiores às de qualquer deputado do Parlamento. Mas não vai ter uma vida de
"lord" por muito tempo, esperamos. Em Outubro deverá ser "despejado", não
porque tenha as rendas em atraso, mas porque o povo de Lisboa está cansado
de demagogos e populistas baratos. E as suas obras ficam sempre a meio termo.
A partir de Outubro o "mito Santana Lopes" vai-se esfumar, definitivamente.

Esta é para o Jumento, que anda sempre a dizer: "isto está flat meu!".
Pois a partir de amanhã, já tem condições para surfar em tubos, como este...
Na praia californiana de Half Moon Bay. Bons ventos e tubos para surfar!

O TERCEIRO HOMEM de que tanto se tem falado na corrida à liderança
do PSD, pode não ser mais um candidato, mas antes uma competente candidata.
Na verdade as movimentações em redor do nome de Manuela Ferreira Leite,
parece convergirem no sentido de convencer a ex-ministra das Finanças do
Governo de Durão Barroso a apresentar a sua candidatura. Seria uma forma de
o PSD se regenerar e de conseguir reunir os cavaquistas e barrosistas em torno
da competente ex-ministra das Finanças. Os últimos sinais foram dados pelos
militantes que tencionavam organizar um jantar para tratar da candidatura, e
hoje, o militante Alexandre Patrício Gouveia, no PÚBLICO, vem dizer que é
"a hora da verdade do PSD" se preparar para, na oposição, desempenhar com
eficácia quatro funções relevantes para o país, e para as quais só encontra uma
pessoa capaz de conseguir esses objectivos: Manuela Ferreira Leite.
Seria bom para o PSD e para o país, pois o próximo Governo precisa de gente
competente e responsável a fazer oposição, e a democracia asssim o exige.

Fundamentalismo religioso... Um grupo de pessoas ligadas ao movimento
pela afixação dos "Dez Mandamentos" em locais públicos, protesta em frente
do Supremo Tribunal de Justiça em Washington, nos Estados Unidos.


Sem fundamentalismos... A maravilhosa cidade do Rio de Janeiro está
a comemorar os 440 anos da sua fundação. Um dos seus ex-libris turísticos,
o Cristo Redentor, colocado no cimo de um môrro de 700 metros de altura,
o Corcuvado, está iluminado em azul, a côr do céu e do mar.

ARREPENDEI-VOS, PECADORES!...

O padre Nuno Serras Pereira, ministro da Eucarístia e sacerdote católico,
anunciou que, em virtude do artigo 915 do Código de Direito Canónico, está
impedido de dar a sagrada comunhão eucarística a todos aqueles católicos que
têm perseverado em advogar, contribuir para, ou promover a morte dos seres
humanos inocentes, quer através de pílulas e outras substâncias que, para alem
do efeito contraceptivo possam ter um efeito letal no recém concebido.
O respeito pelo culto e pela reverência devida a Deus e a seu Filho, ajudarão a
compreender a razão de ser deste grave dever, em cumprir o artigo 915...
Da parte do Snr Jesus Cristo convida todos ao arrependimento e retractação
pública, para que possam receber digna e frutuosamente o Corpo do Senhor.

AQUI ESTÁ UM MINISTRO dos santos ofícios a lançar o anátema aos fiéis.
É absurdo e inaceitável que, em pleno século XXI, quando todas as igrejas e
credos procuram apresentar-se em diálogo perante os crentes, venha um cura
de aldeia botar discurso pago como aquele que acima se reproduz. Cada vez mais
os crentes se afastam da Igreja católica por causa dos ministros deste jaez. Neste
mundo, dois terços da população mundial vivem na Ásia, onde poucos professam
os rituais católicos... mas onde nos seus templos não se prega a exclusão nem
lançam execráveis anátemas aos seus crentes. Os ministros do Cânone 915,
não devem esquecer que, neste planeta, são minoritários. Não devem excluir
ninguém, nem julgar os outros, para não pecarem. De resto, uma igreja que
cria santos por decreto, que se opõe ao casamento de seres com orientação
sexual diferente, que não aceita o uso do preservativo para evitar a Sida, que
se limita a exercer um poder imperial como qualquer outro estado laico não
é divina, nem tem a verdade toda, porque ela foi implementada pelos homens,
não pelos deuses. O que está por detrás do anúncio do padre Serras Pereira, é
o prenúncio da campanha contra a despenalização do aborto. Vamos ter festa.

Até um monge budista, usa "post-its" para não esquecer as suas tarefas.
Aqui está um "ministro" de sabedoria, e recusa o labeu de "igreja religiosa".

UMA MISSÃO ESPIRITUAL, cheia de compaixão e generosidade, quero
recomendar aos ministros do cânone 915, e que é o seguinte: foi hoje divulgado
que os portugueses, nos últimos cinco anos, aumentaram o consumo de anti-
depressivos em 45 por cento. Muitos portugueses exageram no consumo de
quimico-farmaceuticos, mais do que eu em fruta e hortaliças (pouca carne, i.e.
poucos cadáveres). Os portugueses que recorrem aos antidepressivos, precisam
de alguem que os oiça, que lhes fale, que os anime, que lhes abra janelas para
compreender a vida e o mundo. É uma tarefa que os padres poderiam fazer,
porque vivem da palavra, mas as suas prelecções são recriminatórias, não têm
a capacidade de perscrutar, com humildade e compreensão os mais profundos
anseios do ser humano. Pregam um Deus punitivo, rancoroso, triste e doente.
Não acredito que, na imensidão do espaço sideral, esteja um Deus a olhar para
mim, a ver o que faço ou digo, ou a anotar as minhas faltas e erros humanos.

Em síntese: a existência é portadora de um código genético, que torna todos
os seres vivos diferentes, mas harmoniosamente perfeitos. O Deus de cada um
está dentro de cada qual. Se nos abstrairmos do que nos rodeia, se meditarmos
um pouco, encontraremos dentro de nós algo, um sinal, uma luz que é a nossa
consciência. Que pode ser "deus", que nos diz o que é o bem e o que é o mal.
E até um criminoso, se antes de agir pensar, perguntar à sua consciência se está
"certo ou errado", ele acaba por não cometer o crime, na maior parte dos casos.
Todos os animais vivem felizes, não se constipam, não têm problemas
depressivos. Todos nascem livres e aprendem a viver de acordo com o seu
código genético. As árvores e as plantas são seres vivos, que vivem felizes e
só entram em stress quando chega o homem com a serra ou o machado na mão.
Mistérios... que os ministros do cânone 915 se recusam a observar e estudar,
porque a Natureza vive em harmonia, e a vida (o nosso corpo e o nosso espírito)
descontrolam-se quando passamos a viver sem "os outros" (pessoas, animais,
plantas, a floresta). É a sensação do vazio, da falta de utilidade... a depressão.

O PRESIDENTE DA EDILIDADE viseense, Fernando Ruas, que tambem
preside à Associação Nacional de Municípios, está irritado com as declarações
do fiscalista Saldanha Sanches por este ter referido que muitos dos nossos
autarcas não dispensam os negócios com os empreiteiros. Vai daí, o presidente
da Câmara de Viseu e da ANM, pediu ao Ministério Público para instaurar um
processo a Saldanha Sanches por difamação. É uma estratégia futebolística, que
consiste no ataque para ganhar, mas a bola pode acabar por fazer tabela e entrar
na baliza errada. É estranha e confusa a atitude de Fernando Ruas. Ou pretende
intimidar o fiscalista? Saldanha Sanches nunca se atemorizou, nem nos tempos
de estudante, e não me parece que esteja a falar de algo que desconhece...

NÃO É NOVIDADE para ninguem que, parte dos nossos autarcas, são mais
íntimos dos empreiteiros do que dos eleitores que os elegeram. São conhecidos
casos de corrupção, fuga aos impostos e utilização dos bens do Estado em alguns
dos projectos camarários. São diversos os inquéritos e processos judiciais em
curso. Já ninguem confia muito em grande número de autarcas. E eles seguem
agarrados ao poder... local. Anos e anos seguidos. Repare-se no caso Isaltino:
abandonou a Câmara de Oeiras há cerca de tres anos. Decorre um inquérito que
ainda não está concluido, mas o ex-autarca tem feito campanha contra Teresa
Zambujo, actual presidente da edilidade oeirense e filiada no mesmo partido
de Isaltino Morais, o PSD. Pois Isaltino Morais, que anda por aí a dizer que não
sabe onde está a "boa moeda" referida por Cavaco Silva, tinha conta bancária
na Suiça (rica moeda!) com mais de 100 mil contos, e a resposta que deu sobre
este estranho amoedamento, foi a de que se tratava da conta de um sobrinho...
O processo ainda não está concluido, mas os empreiteiros sabem que, não tendo
Isaltino na Câmara de Oeiras, não conseguem fazer "bons negócios". Que pode
dizer Fernando Ruas sobre este caso e outros semelhantes?


Fotos de Bin Landen a 1,45 dolares cada, em Jakarta, Indonésia,
onde parece ter muitos admiradores. Não admira, trata-se do maior
país muçulmano do mundo. Bin Laden tornou-se um heroi, um ícon.