2005/03/18

 
LUTA DE MORTE PELO "OURO NEGRO"...

Numa altura em que o "crude" atingiu 56,46 dolares por barril no NYMEX
de Nova Iorque; quando as economias ocidentais -- dependentes desta fonte
de energia -- não conseguem crescer por causa dos custos energéticos em subida;
quando as empresas apenas obtêm lucros com o "emagrecimento" dos quadros
de pessoal e cortes nas despesas sociais, é porque alguma coisa vai mal na vida
económica actual. O mercado é livre e funciona, dizem os liberais. Mas funciona
sempre pelo lado e para proveito dos especuladores. E se é verdade que, neste
momento, os especuladores estão a actuar, como aceitar o facto de as petrolíferas
ganharem cada vez mais, sempre que há períodos de especulação no mercado?
As margens de transporte e refinação tornam-se mais baratas, ou parte do lucro
vem da subida do petróleo nos mercados? A ser assim, todos são especuladores.

Está em marcha a corrida ao "ouro negro" nos locais de vida selvagem.

A invasão do Iraque foi decidida para controlar as importantes reservas
de petróleo naquela área. Até agora, não são visíveis os benefícios esperados,
quer na exploração quer no volume de barris a mais no mercado. Nem podemos
estar seguros de que, o petróleo do Iraque, seja colocado no mercado conforme
desejo dos EUA. O governo xiita ou outro que venha, pode não concordar em
abrir as torneiras. Por isso o governo dos EUA, voltou a dar a mão à dinastia
saudita porque, apesar do "Nine-eleven", ainda é o produtor mais seguro.
Os EUA, no seu solo, têm cerca de 3 por cento das reservas mundiais, mas
consomem 25 por cento da produção global. Daí que, não querendo enveredar
pela racionalidade do consumo nem pela pesquisa de energias alternativas,
os norte-americanos vivam inquietos com a hipótese de faltar petróleo para
queimar... As auto-estradas, os SUVs, os grandes carros, sem muito gulosos.

No gélido Alaska do Círculo Polar Ártico, dentro de dois anos, esta
imagem será comum e demonstrará que a avidez do homem por petróleo
não tem limites. Chega para destruir o seu mundo e o de outros seres...


É neste quadro de "addict oil", de consumismo e subida infernal de preços
que a Administração Bush deu luz verde às petrolíferas para marcharem sobre
o Alaska, para a Reserva Nacional da Vida Selvagem, criada por Eisenhower
e interdita aos "drillings" desde 1960. Os ambientalistas estão alarmados. E
o país está dividido. A lei passou por 51-49 votos. John Kerry considerou esta
medida como catastrófica. Trata-se de uma zona onde vivem mais de 45 espécies
de animais mamíferos, como o urso polar branco, a raposa polar, o caribu, etc.
O Geological Survey dos EUA estima que as reservas sejam entre 5,6 e 16
mil milhões de barris, o equivalente ao consumo do país durante 6 meses...
Só estará em exploração em 2007, e em pleno rendimento dentro de 10 anos.
Valerá a pena, destruir aquele santuário de vida selvagem, por petróleo que
apenas poderá servir o consumo do país num período de 6 meses?
Enquanto não encontrarmos alternativas ao petróleo, vamos sofrendo todos
nós -- toda a existência planetária -- com a busca e o consumo do "ouro negro".





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