2007/10/25
O TRATADO...
Finalmente o Tratado de Lisboa está a agitar os partidos anti-poder, os analistas,
os politicos puros e duros, os comentadores de janela aberta (que muito falam de
futebóis), os abruptos, mais "os que andam por aí", e até os reformados de S. Bento.
Parece que já não há futebol, assunto geralmente escolhido para comentários longos,
feitos por todo o bicho-careta. Ainda bem que o Tratado de Lisboa "entrou no gôto"
de toda esta arraia, que agora acordou para a Europa. É vê-los, de Tratado na mão,
a estudar os capítulos, os artigos, as alíneas e as omissões do Tratado Renovador...
Não me admira, por isso, que esta sede de conhecimento jurídico pelas linhas com
que vai coser-se o futuro da UE a 27, esteja a chegar às cidades, vilas e aldeias do
interior remoto deste país. Até tenho receio de que os agricultores, os operários da
construção, os funcionários públicos e os professores passem a dedicar mais tempo
a estudar o Tratado de Lisboa, baixando a produtividade no respectivo trabalho...

Referendo (perdão, concurso) de abóboras em Half Moon Bay, Califórnia
Claro que os partidos anti-poder, bem como os comentadores ressabiados,
o que pretendem é chinfrineira. Eles querem obrigar Sócrates a "cumprir o que
prometeu", ou seja, um referendo ao Tratado. Mas o Tratado (que era uma espécie
de Constituição), já não existe, foi rejeitado pela França e pela Holanda. Portanto,
o primeiro-ministro já não tem que referendar aquilo que foi posto de parte. Adiante.
Esta gente começa a gostar de referendos. Gostam de assinalar um Xis, como fazem
no euromilhões... Mas referendar um documento que precisaria de uma infinidade
de perguntas, não é coisa simples, não é como inscrever um Xis no euromilhões.
Para "referendar" o Tratado de Lisboa, estão os deputados na Nação. Agora, o que
podiamos referendar, era perguntar aos portugueses se acham que Portugal deve
continuar na UE. Deveria ser assim quando aderimos ao Euro, e aqui sim, podia
ser simples: bastava um Xis no "Não" ou no "Sim". Por tudo isto, a chinfrineira
dos adeptos do referendo, apenas tem em vista gastar dinheiro, usar os tempos de
antena, correr nas auto-estradas do país, reunir em almoços e jantaradas, apagar o
sucesso conseguido pelo PM José Sócrates e pela brilhante equipa que o assessorou.
Que venha o referendo sim, mas a perguntar se queremos continuar na UE.

A caminho do referendo (perdão, do trabalho)... Em Tongi, Daca, Bangladesh.
Finalmente o Tratado de Lisboa está a agitar os partidos anti-poder, os analistas,
os politicos puros e duros, os comentadores de janela aberta (que muito falam de
futebóis), os abruptos, mais "os que andam por aí", e até os reformados de S. Bento.
Parece que já não há futebol, assunto geralmente escolhido para comentários longos,
feitos por todo o bicho-careta. Ainda bem que o Tratado de Lisboa "entrou no gôto"
de toda esta arraia, que agora acordou para a Europa. É vê-los, de Tratado na mão,
a estudar os capítulos, os artigos, as alíneas e as omissões do Tratado Renovador...
Não me admira, por isso, que esta sede de conhecimento jurídico pelas linhas com
que vai coser-se o futuro da UE a 27, esteja a chegar às cidades, vilas e aldeias do
interior remoto deste país. Até tenho receio de que os agricultores, os operários da
construção, os funcionários públicos e os professores passem a dedicar mais tempo
a estudar o Tratado de Lisboa, baixando a produtividade no respectivo trabalho...
Referendo (perdão, concurso) de abóboras em Half Moon Bay, Califórnia
Claro que os partidos anti-poder, bem como os comentadores ressabiados,
o que pretendem é chinfrineira. Eles querem obrigar Sócrates a "cumprir o que
prometeu", ou seja, um referendo ao Tratado. Mas o Tratado (que era uma espécie
de Constituição), já não existe, foi rejeitado pela França e pela Holanda. Portanto,
o primeiro-ministro já não tem que referendar aquilo que foi posto de parte. Adiante.
Esta gente começa a gostar de referendos. Gostam de assinalar um Xis, como fazem
no euromilhões... Mas referendar um documento que precisaria de uma infinidade
de perguntas, não é coisa simples, não é como inscrever um Xis no euromilhões.
Para "referendar" o Tratado de Lisboa, estão os deputados na Nação. Agora, o que
podiamos referendar, era perguntar aos portugueses se acham que Portugal deve
continuar na UE. Deveria ser assim quando aderimos ao Euro, e aqui sim, podia
ser simples: bastava um Xis no "Não" ou no "Sim". Por tudo isto, a chinfrineira
dos adeptos do referendo, apenas tem em vista gastar dinheiro, usar os tempos de
antena, correr nas auto-estradas do país, reunir em almoços e jantaradas, apagar o
sucesso conseguido pelo PM José Sócrates e pela brilhante equipa que o assessorou.
Que venha o referendo sim, mas a perguntar se queremos continuar na UE.
A caminho do referendo (perdão, do trabalho)... Em Tongi, Daca, Bangladesh.
2007/10/22
OS FILHOS DE MAO...
Terminaram hoje os trabalhos do XV Congresso do PCC que reuniu em Pequim
durante uma semana. Este evento leva-me a reflectir sobre a China dos tempos do
maoismo e a China de hoje, que é conhecida como a Fábrica do Mundo, e onde já
ninguém lê o Livro Vermelho com os pensamentos de Mao e tão pouco se defende
a Revolução Cultural --que destruiu parte do património histórico da Humanidade.

Os "filhos de Mao" nos tempos da Revolução Cultural... Vestiam roupas
sem etiqueta, uniformemente, e usavam boné como se fossem guerrilheiros.
A imagem mostra a humilhação a que os professores eram sujeitos...

"We are ready"... Estes são os "netos de Mao", que vestem jeans,
usam t-shirt e representam o futuro da China. Quantos destes jovens
não tiveram pais ou familiares que foram vítimas da paranóia maoista?

Dança de séniores no Festival de Chongyang, província de Nanjing.
A China em 2050 contará com cerca de 30% de população idosa, segundo
previsão do departamento da ONU especializado nesta área de estudos.

Para satisfazer a procura e travar a alta dos preços da habitação
projectam-se novas urbanizações e novas cidades. Esta imagem mostra
um pormenor da Exposição em Lianyungang, província de Jiangzou...
Terminaram hoje os trabalhos do XV Congresso do PCC que reuniu em Pequim
durante uma semana. Este evento leva-me a reflectir sobre a China dos tempos do
maoismo e a China de hoje, que é conhecida como a Fábrica do Mundo, e onde já
ninguém lê o Livro Vermelho com os pensamentos de Mao e tão pouco se defende
a Revolução Cultural --que destruiu parte do património histórico da Humanidade.
Os "filhos de Mao" nos tempos da Revolução Cultural... Vestiam roupas
sem etiqueta, uniformemente, e usavam boné como se fossem guerrilheiros.
A imagem mostra a humilhação a que os professores eram sujeitos...
"We are ready"... Estes são os "netos de Mao", que vestem jeans,
usam t-shirt e representam o futuro da China. Quantos destes jovens
não tiveram pais ou familiares que foram vítimas da paranóia maoista?
Dança de séniores no Festival de Chongyang, província de Nanjing.
A China em 2050 contará com cerca de 30% de população idosa, segundo
previsão do departamento da ONU especializado nesta área de estudos.
Para satisfazer a procura e travar a alta dos preços da habitação
projectam-se novas urbanizações e novas cidades. Esta imagem mostra
um pormenor da Exposição em Lianyungang, província de Jiangzou...
2007/10/20
HABEMUS TRATADO...
Ninguem pediu referendo para a adesão de Portugal à CEE; ninguem pediu
referendo sobre o Tratado de Mastricht; ninguem consultou o povo sobre o
Tratado de Nice; ninguem consultou o povo sobre a adesão de Portugal ao Euro.
O Parlamento, expressão do voto livre e da democracia, resolveu essas questões.
...Não me venham agora cantar a ladaínha do referendo ao Tratado de Lisboa.
Parabéns a todos os que contribuiram para o exito desta batalha diplomática. Com
exito total. Amanhã veremos se os irmãos gémeos polacos deixam a Polónia mais
livre, e solidária com o ideal da Europa Unida.
Por agora quedo-me por aqui, estimulado pelas belezas do espaço europeu.

Belissima... Monica Bellucci, actriz italiana, pisa a carpete vermelha
para se dirigir aos palcos do Festival Internacional do Filme de Roma.
Ninguem pediu referendo para a adesão de Portugal à CEE; ninguem pediu
referendo sobre o Tratado de Mastricht; ninguem consultou o povo sobre o
Tratado de Nice; ninguem consultou o povo sobre a adesão de Portugal ao Euro.
O Parlamento, expressão do voto livre e da democracia, resolveu essas questões.
...Não me venham agora cantar a ladaínha do referendo ao Tratado de Lisboa.
Parabéns a todos os que contribuiram para o exito desta batalha diplomática. Com
exito total. Amanhã veremos se os irmãos gémeos polacos deixam a Polónia mais
livre, e solidária com o ideal da Europa Unida.
Por agora quedo-me por aqui, estimulado pelas belezas do espaço europeu.
Belissima... Monica Bellucci, actriz italiana, pisa a carpete vermelha
para se dirigir aos palcos do Festival Internacional do Filme de Roma.
2007/10/18
LIDERANÇA BICÉFALA...
Felizmente Luis Marques Mendes já lá vai; foi derrotado nas directas, e
hoje renunciou ao lugar de deputado na AR. O país está mais alegre. É bom não
esquecer que Luis Marques Mendes foi o líder da oposição que mais contribuiu
para o sentimento de péssimismo que assolou o país. O défice público está quase
nos 3 por cento, a economia cresce desde 2005, as reformas do Estado vão sendo
feitas, o país tem melhorado nos rankings internacionais. Com a questão do défice
público resolvida, Portugal começa a ter folga para investir em obras públicas, como
o NAER e o TGV, mobilizando recursos para animar a economia nacional.
Neste contexto, o discurso de Marques Mendes era deslocado, pois não só negava
a "realidade" como baralhava o entendimento que os portugueses têm sobre a
governação de José Sócrates. Daí que o péssimismo e a incerteza tenha pairado
no espírito de muita gente, contribuindo para um clima de angústia e incerteza.
Felizmente o discurso niilista, sofredor e masoquista já acabou.

E agora? Agora chegou Luis Filipe Menezes, um homem do norte, que tinha
uma ideia para o PSD/PPD e parecia capaz de fazer uma oposição construtiva,
sem rodeios, mas séria. E Menezes parecia trazer de volta o Partido Popular
Democrático, bem como os sonhos e a visão de Sá Carneiro. Mas eis que, após
a maratona das directas, da qual saiu vencedor destacado, deixou intimidar-se
pela "banda santanista" que está no Parlamento, e, vai daí, aceitou partilhar os
louros da sua vitória com Pedro Santana Lopes, entregando-lhe a direcção dos
deputados em S. Bento, que haviam sido escolhidos no consulado santanista...
Esta "trapalhada" traz-me à memória o líder do CDS/PP, Ribeiro e Castro,
que era líder apenas aos fins-de-semana já que, durante a semana estava no
Parlamento Europeu onde era deputado. Em Lisboa, o CDS/PP era "dirigido"
pela "banda" afecta ao condestável Paulo Portas. E foi o que se viu...
Com o "menino guerreiro" a dirigir o PSD em S. Bento, Luis Filipe Menezes
não vai conseguir brilhar, nem tão pouco evitar as "trapalhadas" de PSL.
Uma direcção bicéfala, com uma cabeça em Gaia e outra em S. Bento, não vai
poder levar o PSD a bom porto. Infelizmente, desgraçadamente.

Actividade imobiliária em Dalian, província de Liaoning, na China.
Nas grandes cidades chinesas o boom imobiliário está para durar...
Felizmente Luis Marques Mendes já lá vai; foi derrotado nas directas, e
hoje renunciou ao lugar de deputado na AR. O país está mais alegre. É bom não
esquecer que Luis Marques Mendes foi o líder da oposição que mais contribuiu
para o sentimento de péssimismo que assolou o país. O défice público está quase
nos 3 por cento, a economia cresce desde 2005, as reformas do Estado vão sendo
feitas, o país tem melhorado nos rankings internacionais. Com a questão do défice
público resolvida, Portugal começa a ter folga para investir em obras públicas, como
o NAER e o TGV, mobilizando recursos para animar a economia nacional.
Neste contexto, o discurso de Marques Mendes era deslocado, pois não só negava
a "realidade" como baralhava o entendimento que os portugueses têm sobre a
governação de José Sócrates. Daí que o péssimismo e a incerteza tenha pairado
no espírito de muita gente, contribuindo para um clima de angústia e incerteza.
Felizmente o discurso niilista, sofredor e masoquista já acabou.
E agora? Agora chegou Luis Filipe Menezes, um homem do norte, que tinha
uma ideia para o PSD/PPD e parecia capaz de fazer uma oposição construtiva,
sem rodeios, mas séria. E Menezes parecia trazer de volta o Partido Popular
Democrático, bem como os sonhos e a visão de Sá Carneiro. Mas eis que, após
a maratona das directas, da qual saiu vencedor destacado, deixou intimidar-se
pela "banda santanista" que está no Parlamento, e, vai daí, aceitou partilhar os
louros da sua vitória com Pedro Santana Lopes, entregando-lhe a direcção dos
deputados em S. Bento, que haviam sido escolhidos no consulado santanista...
Esta "trapalhada" traz-me à memória o líder do CDS/PP, Ribeiro e Castro,
que era líder apenas aos fins-de-semana já que, durante a semana estava no
Parlamento Europeu onde era deputado. Em Lisboa, o CDS/PP era "dirigido"
pela "banda" afecta ao condestável Paulo Portas. E foi o que se viu...
Com o "menino guerreiro" a dirigir o PSD em S. Bento, Luis Filipe Menezes
não vai conseguir brilhar, nem tão pouco evitar as "trapalhadas" de PSL.
Uma direcção bicéfala, com uma cabeça em Gaia e outra em S. Bento, não vai
poder levar o PSD a bom porto. Infelizmente, desgraçadamente.
Actividade imobiliária em Dalian, província de Liaoning, na China.
Nas grandes cidades chinesas o boom imobiliário está para durar...
2007/10/14
AB ABRUPTO...

(Praia de Tonga Bay, no Able Tasman National Park, Nova Zelândia...
Nesta época do ano o sol aquece cada vez mais a sul, onde está a chegar o verão)
Esta nota nada tem a ver com o "anacoreta" Abrupto. Trata-se simplesmente
de alinhavar meia dúzia de frases, passado que está o Ramadão (mais a ostentação
das festas na Cova da Iria), e sem que a "montanha" tenha chegado até este blogue.
Na verdade o problema que me impede de dissertar aqui, é sentido e evidenciado
por alguns dos blogues meus amigos. O Paulo Gorjão desistiu, ao segundo round.
O Miguel Silva está hesitante, e, depois da ausência não anunciada, já fez saber que
não conseguiu "justificar" o abandono da blogosfera, mas talvez regresse em breve.
O AA Barroso não dá à tramela desde meados de Agosto. É natural, pois o anticilone
dos Açores deslocou-se para norte -- dizem os meteorologistas... O José Raposo, pelo
que me foi dito, tambem desertou, não se sabe se por algum dolo eventual. Assim,
com estas desistências, ainda se torna mais dificil para mim continuar a escrever.
Ai, quem me dera ter a inspiração do "anacoreta" abrupto, que até consegue dar
à estampa a obra sobre o Ornithorhynchus, esse "mamífero ovíparo, com bico de
pato e um só orifício urogenital, uma transição entre réptil e mamífero"....

Apreensão de 35.065 garrafas de bebidas alcoólicas, proibidas durante o mes
do Ramadão, destinadas a serem destruidas pela polícia de Jakarta, Indonésia.
(Praia de Tonga Bay, no Able Tasman National Park, Nova Zelândia...
Nesta época do ano o sol aquece cada vez mais a sul, onde está a chegar o verão)
Esta nota nada tem a ver com o "anacoreta" Abrupto. Trata-se simplesmente
de alinhavar meia dúzia de frases, passado que está o Ramadão (mais a ostentação
das festas na Cova da Iria), e sem que a "montanha" tenha chegado até este blogue.
Na verdade o problema que me impede de dissertar aqui, é sentido e evidenciado
por alguns dos blogues meus amigos. O Paulo Gorjão desistiu, ao segundo round.
O Miguel Silva está hesitante, e, depois da ausência não anunciada, já fez saber que
não conseguiu "justificar" o abandono da blogosfera, mas talvez regresse em breve.
O AA Barroso não dá à tramela desde meados de Agosto. É natural, pois o anticilone
dos Açores deslocou-se para norte -- dizem os meteorologistas... O José Raposo, pelo
que me foi dito, tambem desertou, não se sabe se por algum dolo eventual. Assim,
com estas desistências, ainda se torna mais dificil para mim continuar a escrever.
Ai, quem me dera ter a inspiração do "anacoreta" abrupto, que até consegue dar
à estampa a obra sobre o Ornithorhynchus, esse "mamífero ovíparo, com bico de
pato e um só orifício urogenital, uma transição entre réptil e mamífero"....
Apreensão de 35.065 garrafas de bebidas alcoólicas, proibidas durante o mes
do Ramadão, destinadas a serem destruidas pela polícia de Jakarta, Indonésia.
2007/10/07
A MONTANHA...

Falta-me o estro para escrever sobre qualquer coisa. E não me lembro de
passar por este estado de alma durante tanto tempo. Não entendo a causa deste
meu desânimo. Não sendo muçulmano, aguardo com fé pelo fim do Ramadão na
esperança de recuperar a escrita. Até pensei em fazer o que fez Maomé: uma vez
que a Montanha (a inspiração) não vem até mim, deveria ser eu a ir ter com ela,
a fim de dissipar as nuvens que me impedem de ver o horizonte. Porém, com a
chuvada dos últimos dias, esse percurso torna-se temerário e perigoso. Os jornais
dão conta de tempestades, tornados, cheias, alagamento de cidades, árvores caídas,
carros despistados. Ora isto, para um peregrino, é assustador e deprimente. Não
arrisco a ir para a Montanha. Prefiro olhar para ela, a esta distância. Entretanto
o fim do Ramadão está a chegar e pode trazer novas bençãos... Vou aguardar, e
olhar para a Montanha na esperança de que aconteça um "milagre".
(Na imagem: Monte Cook e lago Pukaki, Parque Nacional da Nova Zelândia.)
PARALELO 38...

Cores garridas no adeus a Roh Moo-hyun, presidente da Coreia do Sul,
que visitou Piongyang, capital da Coreia do Norte, durante dois dias. Depois
da queda do Muro de Berlim esperava-se que a reunificação das duas Coreias
fosse um facto, mas os "credores" do esforço de guerra têm uma palavra a
dizer, e sem o aval deles não haverá reunificação...
Falta-me o estro para escrever sobre qualquer coisa. E não me lembro de
passar por este estado de alma durante tanto tempo. Não entendo a causa deste
meu desânimo. Não sendo muçulmano, aguardo com fé pelo fim do Ramadão na
esperança de recuperar a escrita. Até pensei em fazer o que fez Maomé: uma vez
que a Montanha (a inspiração) não vem até mim, deveria ser eu a ir ter com ela,
a fim de dissipar as nuvens que me impedem de ver o horizonte. Porém, com a
chuvada dos últimos dias, esse percurso torna-se temerário e perigoso. Os jornais
dão conta de tempestades, tornados, cheias, alagamento de cidades, árvores caídas,
carros despistados. Ora isto, para um peregrino, é assustador e deprimente. Não
arrisco a ir para a Montanha. Prefiro olhar para ela, a esta distância. Entretanto
o fim do Ramadão está a chegar e pode trazer novas bençãos... Vou aguardar, e
olhar para a Montanha na esperança de que aconteça um "milagre".
(Na imagem: Monte Cook e lago Pukaki, Parque Nacional da Nova Zelândia.)
PARALELO 38...
Cores garridas no adeus a Roh Moo-hyun, presidente da Coreia do Sul,
que visitou Piongyang, capital da Coreia do Norte, durante dois dias. Depois
da queda do Muro de Berlim esperava-se que a reunificação das duas Coreias
fosse um facto, mas os "credores" do esforço de guerra têm uma palavra a
dizer, e sem o aval deles não haverá reunificação...
2007/10/04
A DITADURA MILITAR DE MYANMAR...
Corre por aí um abaixo assinado protestando contra a Junta Militar instalada
no poder em Rangum, capital da Birmânia, e pedindo a democracia para aquele
país. Este acto de solidariedade segue-se à repressão exercida sobre os monges
que sairam dos seus mosteiros para protestar nas ruas contra o aumento de 500
por cento nos combustíveis, já que a sociedade civil parecia impotente para o fazer.
Este desafio dos monges foi brutalmente repelido pela Junta Militar, que obrigou
os monges a regressar aos seus mosteiros e logo decretou o recolher obrigatório.
A ditadura militar tomou o poder em 1988, e daí até agora a Birmânia tem vivido
a ferro e fogo, sem que o mundo se tenha revoltado contra a ditadura. Este silêncio
foi quebrado em 1991, quando a estudante Aung San Suu Kyi, filha de Aung San,
militar da liberdade e fundador do exército birmanês, recebeu o Prémio Nobel da
Paz. Já passaram 16 anos, Suu Kyi está em prisão domiciliária, e o país continua
a ser governado pela Junta. O mundo tem esquecido o povo da Birmânia.

A União de Myanmar -- foi este o nome escolhido pela Junta -- é um país
com mais de 7 etnias, composto por 7 estados, tem 7 vezes a área de Portugal.
A Junta Militar foi inicialmente aceite por lutar contra uma Birmânia comunista.
Tem fronteiras com a Tailândia, o Laos, a China, Bangladesh e Índia. Myanmar é
membro da ASEAN, e tem assistido às reuniões dos países asiáticos. A Tailândia é o
principal parceiro comercial, com cerca de 45 por cento. Segue-se a China, a Índia,
a Indonésia, o Japão. Os Estados Unidos cancelaram todas as trocas. As carências
são imensas, 40 por cento da população vive de trabalho agrícola e 35 nos serviços.
A corrupção e a droga grassam a economia do país. Myanmar é o segundo produtor
mundial de ópio, logo atrás do Afganistão. Junto à fronteira com a Tailândia existe
um "estado" com exército próprio, que se limita a ataques esporádicos. A Junta
faz lembrar os tempos do general Noriega no Panamá, um general treinado nos
Estados Unidos, amigo da CIA, e que acabou por ser preso por narcotráfico, no
tempo de Ronald Reagan, que mandou os marines invadir o Panamá...

As vestais acusam a China por nada fazer contra a Junta, mas a política externa
da China não é, nunca foi, a da canhoeira. A China não invade países. Os culpados
são, em grande medida, os países da ASEAN, que recebem a Junta nos fóruns
anuais, e não fazem o que faz o governo de Sua Magestade com Robert Mugabe
do Zimbabwe... Inicialmente houve quem aplaudisse a Junta, quando tomou o
poder para combater o comunismo... Agora não têm coragem de afrontar os
generais, preferem esperar pela reacção dos "estados étnicos" da Birmânia...
Mas não foram justos quando encorajaram os monges a sair dos conventos para
protestarem nas ruas de Rangum. Os monges são pessoas inocentes, não fazem
a guerra, não têm armas, não têm coletes à prova de bala -- andam descalços,
famintos, e apenas cobertos com um manto. Não são carne para canhão.
É preciso fazer alguma coisa pela Birmânia, ela que já deu ao mundo um seu
filho que dirigiu a ONU e ajudou a resolver, em paz, muitos conflitos regionais.
Refiro-me a U Tant, ex-Secretário Geral das Nações Unidas.

O petróleo iraquiano continua a arder... Em Baji, 180 kms de Bagdade.
Corre por aí um abaixo assinado protestando contra a Junta Militar instalada
no poder em Rangum, capital da Birmânia, e pedindo a democracia para aquele
país. Este acto de solidariedade segue-se à repressão exercida sobre os monges
que sairam dos seus mosteiros para protestar nas ruas contra o aumento de 500
por cento nos combustíveis, já que a sociedade civil parecia impotente para o fazer.
Este desafio dos monges foi brutalmente repelido pela Junta Militar, que obrigou
os monges a regressar aos seus mosteiros e logo decretou o recolher obrigatório.
A ditadura militar tomou o poder em 1988, e daí até agora a Birmânia tem vivido
a ferro e fogo, sem que o mundo se tenha revoltado contra a ditadura. Este silêncio
foi quebrado em 1991, quando a estudante Aung San Suu Kyi, filha de Aung San,
militar da liberdade e fundador do exército birmanês, recebeu o Prémio Nobel da
Paz. Já passaram 16 anos, Suu Kyi está em prisão domiciliária, e o país continua
a ser governado pela Junta. O mundo tem esquecido o povo da Birmânia.
A União de Myanmar -- foi este o nome escolhido pela Junta -- é um país
com mais de 7 etnias, composto por 7 estados, tem 7 vezes a área de Portugal.
A Junta Militar foi inicialmente aceite por lutar contra uma Birmânia comunista.
Tem fronteiras com a Tailândia, o Laos, a China, Bangladesh e Índia. Myanmar é
membro da ASEAN, e tem assistido às reuniões dos países asiáticos. A Tailândia é o
principal parceiro comercial, com cerca de 45 por cento. Segue-se a China, a Índia,
a Indonésia, o Japão. Os Estados Unidos cancelaram todas as trocas. As carências
são imensas, 40 por cento da população vive de trabalho agrícola e 35 nos serviços.
A corrupção e a droga grassam a economia do país. Myanmar é o segundo produtor
mundial de ópio, logo atrás do Afganistão. Junto à fronteira com a Tailândia existe
um "estado" com exército próprio, que se limita a ataques esporádicos. A Junta
faz lembrar os tempos do general Noriega no Panamá, um general treinado nos
Estados Unidos, amigo da CIA, e que acabou por ser preso por narcotráfico, no
tempo de Ronald Reagan, que mandou os marines invadir o Panamá...
As vestais acusam a China por nada fazer contra a Junta, mas a política externa
da China não é, nunca foi, a da canhoeira. A China não invade países. Os culpados
são, em grande medida, os países da ASEAN, que recebem a Junta nos fóruns
anuais, e não fazem o que faz o governo de Sua Magestade com Robert Mugabe
do Zimbabwe... Inicialmente houve quem aplaudisse a Junta, quando tomou o
poder para combater o comunismo... Agora não têm coragem de afrontar os
generais, preferem esperar pela reacção dos "estados étnicos" da Birmânia...
Mas não foram justos quando encorajaram os monges a sair dos conventos para
protestarem nas ruas de Rangum. Os monges são pessoas inocentes, não fazem
a guerra, não têm armas, não têm coletes à prova de bala -- andam descalços,
famintos, e apenas cobertos com um manto. Não são carne para canhão.
É preciso fazer alguma coisa pela Birmânia, ela que já deu ao mundo um seu
filho que dirigiu a ONU e ajudou a resolver, em paz, muitos conflitos regionais.
Refiro-me a U Tant, ex-Secretário Geral das Nações Unidas.
O petróleo iraquiano continua a arder... Em Baji, 180 kms de Bagdade.
2007/10/02
A QUEDA DO PROFETA...

(Manchete do semanário SOL de 29-09-2007).
A eleição de Luis Filipe Menezes nas directas do PSD, e a consequente derrota
de Luis Marques Mendes -- a "lebre" dos candidatos a candidatos em 2009 --
veio "descredibilizar" o pregador-mor deste país, que há anos procura "marcar"
terreno como futuro candidato à presidência da República. O professor Marcelo
pecou por excesso e errou nas "previsões" do resultado. Como qualquer "bruxo"
encartado, Marcelo botou faladura de Bandarra e deixou registado o triunfo do
candidato do establishment elitista e baronista do PSD, ou seja Marques Mendes.
Maria Flôr Pedroso, que serve de assistinte à missa dominical, tentou confrontar
Marcelo com o erro das suas "previsões", mas não conseguiu fazer-se ouvir...
O professor Marcelo gesticulou, falou estouvadamente, elevou a voz para cortar
"a vez" de Fôr Pedroso, não dando aso a interferências ao seu "raciocínio mental".
Foi deplorável ver a mesquinhez, a intolerância, o maquiavelismo e a astúcia do
professor Marcelo. Perdeu o respeito e a "credibilidade". Agora só lhe resta
sair e cancelar as suas prédicas dominicais, dadas no canal de televisão pública.

O professor Marcelo não admitiu o erro prospectivo, e, fazendo de todos
nós alunos caloiros, retorceu-se na sua cadeira, trocou as mãos pelos pés, esticou
o pescoço, levou a mão direita ao nó da gravata, tossiu e disse, alto e bom som,
que a incógnita que havia levado Luis Filipe Menzes a derrotar Mendes, fora
Manuela Ferreira Leite, ao retirar-lhe o tapete, não dizendo que votava LMM.
Quando um comentador chega a fazer uma afirmação destas, passando a culpar
os outros pelo erro das suas "previsões", o professor Marcelo não pode nem deve
continuar a catequizar nas televisões. Por falta de "credibilidade". Assim, como
podemos nós acreditar no professor Martelo quando dá nota 17, 9 ou 14 a este
ou àquele ministro?... Se erra nas "previsões" (e não o admite), como podemos
nós confiar nas "aulas" do professor Marcelo? Será que nos está a enganar,
fazendo jogo maquiavélico a seu favor, ou em favor dos seus, em vez de prestar
um parecer isento, sensato e imparcial? Tenho para mim que o professor
Marcelo não anda cá apenas para se pavonear frente às câmaras de televisão.
Ele tem outros fins, e parece ser leitor assíduo de Maquiavel. Chegou a hora
das pitonizas abandonarem os seus poleiros. Comentadores isentos há poucos,
mas "analistas políticos" objectivos há muitos... na blogosfera.

O novíssimo Grande Teatro Nacional de Pequim ao anoitecer...
(Manchete do semanário SOL de 29-09-2007).
A eleição de Luis Filipe Menezes nas directas do PSD, e a consequente derrota
de Luis Marques Mendes -- a "lebre" dos candidatos a candidatos em 2009 --
veio "descredibilizar" o pregador-mor deste país, que há anos procura "marcar"
terreno como futuro candidato à presidência da República. O professor Marcelo
pecou por excesso e errou nas "previsões" do resultado. Como qualquer "bruxo"
encartado, Marcelo botou faladura de Bandarra e deixou registado o triunfo do
candidato do establishment elitista e baronista do PSD, ou seja Marques Mendes.
Maria Flôr Pedroso, que serve de assistinte à missa dominical, tentou confrontar
Marcelo com o erro das suas "previsões", mas não conseguiu fazer-se ouvir...
O professor Marcelo gesticulou, falou estouvadamente, elevou a voz para cortar
"a vez" de Fôr Pedroso, não dando aso a interferências ao seu "raciocínio mental".
Foi deplorável ver a mesquinhez, a intolerância, o maquiavelismo e a astúcia do
professor Marcelo. Perdeu o respeito e a "credibilidade". Agora só lhe resta
sair e cancelar as suas prédicas dominicais, dadas no canal de televisão pública.
O professor Marcelo não admitiu o erro prospectivo, e, fazendo de todos
nós alunos caloiros, retorceu-se na sua cadeira, trocou as mãos pelos pés, esticou
o pescoço, levou a mão direita ao nó da gravata, tossiu e disse, alto e bom som,
que a incógnita que havia levado Luis Filipe Menzes a derrotar Mendes, fora
Manuela Ferreira Leite, ao retirar-lhe o tapete, não dizendo que votava LMM.
Quando um comentador chega a fazer uma afirmação destas, passando a culpar
os outros pelo erro das suas "previsões", o professor Marcelo não pode nem deve
continuar a catequizar nas televisões. Por falta de "credibilidade". Assim, como
podemos nós acreditar no professor Martelo quando dá nota 17, 9 ou 14 a este
ou àquele ministro?... Se erra nas "previsões" (e não o admite), como podemos
nós confiar nas "aulas" do professor Marcelo? Será que nos está a enganar,
fazendo jogo maquiavélico a seu favor, ou em favor dos seus, em vez de prestar
um parecer isento, sensato e imparcial? Tenho para mim que o professor
Marcelo não anda cá apenas para se pavonear frente às câmaras de televisão.
Ele tem outros fins, e parece ser leitor assíduo de Maquiavel. Chegou a hora
das pitonizas abandonarem os seus poleiros. Comentadores isentos há poucos,
mas "analistas políticos" objectivos há muitos... na blogosfera.
O novíssimo Grande Teatro Nacional de Pequim ao anoitecer...
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