2007/10/25

 
O TRATADO...

Finalmente o Tratado de Lisboa está a agitar os partidos anti-poder, os analistas,
os politicos puros e duros, os comentadores de janela aberta (que muito falam de
futebóis), os abruptos, mais "os que andam por aí", e até os reformados de S. Bento.
Parece que já não há futebol, assunto geralmente escolhido para comentários longos,
feitos por todo o bicho-careta. Ainda bem que o Tratado de Lisboa "entrou no gôto"
de toda esta arraia, que agora acordou para a Europa. É vê-los, de Tratado na mão,
a estudar os capítulos, os artigos, as alíneas e as omissões do Tratado Renovador...
Não me admira, por isso, que esta sede de conhecimento jurídico pelas linhas com
que vai coser-se o futuro da UE a 27, esteja a chegar às cidades, vilas e aldeias do
interior remoto deste país. Até tenho receio de que os agricultores, os operários da
construção, os funcionários públicos e os professores passem a dedicar mais tempo
a estudar o Tratado de Lisboa, baixando a produtividade no respectivo trabalho...

Referendo (perdão, concurso) de abóboras em Half Moon Bay, Califórnia

Claro que os partidos anti-poder, bem como os comentadores ressabiados,
o que pretendem é chinfrineira. Eles querem obrigar Sócrates a "cumprir o que
prometeu", ou seja, um referendo ao Tratado. Mas o Tratado (que era uma espécie
de Constituição), já não existe, foi rejeitado pela França e pela Holanda. Portanto,
o primeiro-ministro já não tem que referendar aquilo que foi posto de parte. Adiante.
Esta gente começa a gostar de referendos. Gostam de assinalar um Xis, como fazem
no euromilhões... Mas referendar um documento que precisaria de uma infinidade
de perguntas, não é coisa simples, não é como inscrever um Xis no euromilhões.
Para "referendar" o Tratado de Lisboa, estão os deputados na Nação. Agora, o que
podiamos referendar, era perguntar aos portugueses se acham que Portugal deve
continuar na UE. Deveria ser assim quando aderimos ao Euro, e aqui sim, podia
ser simples: bastava um Xis no "Não" ou no "Sim". Por tudo isto, a chinfrineira
dos adeptos do referendo, apenas tem em vista gastar dinheiro, usar os tempos de
antena, correr nas auto-estradas do país, reunir em almoços e jantaradas, apagar o
sucesso conseguido pelo PM José Sócrates e pela brilhante equipa que o assessorou.
Que venha o referendo sim, mas a perguntar se queremos continuar na UE.

A caminho do referendo (perdão, do trabalho)... Em Tongi, Daca, Bangladesh.





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