2007/09/30

 
... E COM ELE VEIO A CHUVA

Com a surpreendente eleição de Luis Filipe MENEZES nas "directas" do PSD,
vencendo Luis Marques MENDES por larga margem, o governo liderado por José
Sócrates vai, finalmente, ser incomodado. Mas este incómodo não vai desacelarar,
nem inquinar, a governação do actual primeiro-ministro. Apenas vai obrigar este a
ter maior cuidado com as críticas vindas do maior partido da oposição. Mesmo assim,
devemos esperar para ver quém é que vai dirigir o grupo parlamentar do PSD. Se
acaso for escolhido Pedro Santana LOPES, creio bem que este não vai apresentar
nada de substancial. E, no que toca a oratória, PSL não tem qualidades de tribuno.
Tem um falar arrastado, morno, incapaz de galvanizar os parlamentares. Portanto
Luis Filipe MENEZES, se aceitar PSL para dirigir o GP, vai ter um mau começo.
Todos nós temos em memória, ainda, as "trapalhadas" do "menino-guerreiro".

Quanto ao perfil de Luis Filipe Menezes, penso que, não sendo um homem do
"aparelho", mas tendo muita esperiência, e obra feita, na autarquia de V.N. Gaia,
é capaz de "regenerar" e "reposicionar" o PSD na sua matriz popular, voltando a
ser o PPD, um partido interclassista, popular e democrático. Hoje, em política, a
função social-democrata encontra-se nos partidos socialistas. O PSD/PPD sempre
foi um partido popular, de quadros, e ligado à ruralidade do país. Por isso, penso
que o futuro do PSD/PPD, está na sua matriz inicial e não na deriva que tem
mantido, colando-se aos valores defendidos pelo PS. Se é Luis Filipe MENEZES,
o líder destinado a "reposicionar" políticamente o PSD/PPD, isso só o tempo o
dirá. No entanto creio que o "populismo" de que tem sido acusado não tem razão
para ser rejeitado à priori. A democracia precisa de partidos fortes, credíveis e
com programas claros quanto à sua natureza política.

Para já, acabou-se a ladaínha de Mendes: "Serei primeiro-ministro em 2009",
"Já todos acham que Sócrates não é invencível", "Eu fiz esquecer a Ota", "Temos
de apoiar as PME", "Baixar os impostos", "Dar uma cama a cada doente", "Ter
uma Maternidade em cada vila", "Dar às famílias a oprotunidade de escolher as
escolas para os seus filhos", "O país precisa de crescer 3%", "O país está muito
pior agora", "Sócrates finge que faz, mas nada faz"...
Para abafar a derrota eleitoral em Lisboa, Mendes avançou com as "directas"
para calar os opositores. Foi ao Chão da Lagoa festejar com o régulo da Madeira,
andou a reboque de Carmona Rodrigues, falou muito de "credibilidade" e tambem
dos "barões" que o apoiavam. Mas contrariava Ferreira Leite, Catroga e outros,
proclamando a "necessidade de baixar os impostos" -- e esquecendo o défice das
contas públicas... Fez uma oposição sem substância, sem calor nem convicção,
e muito menos de esperança. Os seus discursos apenas transmitiam desespero,
insegurança e causaram muita depressão aos portugueses. Felizmente, já chove.

Camponeses na colheita do arroz em Guiyang, sudoeste da China.





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