2007/06/17

 
A VOZ E O ECO...

Vivemos num mundo de ruído, causado pelos "pregadores" do costume, e
como se isso não bastasse, ainda temos de ouvir o "eco" das suas vozes replicado
pelos tarefeiros que andam na apanha da espiga. Por exemplo, o DN, de domingo
"dispensa" duas páginas ao sociólogo Alberto Gonçalves, para replicar o "eco" das
vozes que ao longo da semana botaram discurso ou foram notícia. Este senhor, que
se entretém a "contar os dias" (da semana), tem direito a fotografia e tudo. A sua
imagem, traz-me à lembrança a figura de Joseph Mengele, mas creio que seria um
disparate fazer qualquer comparação com o "anjo negro" dos campos de extermínio
dos judeus no consulado de Hítler. Em vez de replicar os factos da semana finda, o
que eu gostaria de ver era o sociólogo Alberto Gonçalves a "pensar", a mostrar por
a + b, a explicar as causas da fractura social que percorre a sociedade portuguesa.
Seria um trabalho digno para um sociólogo competente... Mas é, tambem, uma
tarefa que exige muita competência, muito trabalho e muita dedicação. Hoje não
encontramos sociólogos dispostos a "pensar", a analizar os fenómenos sociais, o
comportamento das pessoas, a reacção destas perante o que acontece. Preferem
ser o "eco" das outras vozes, repercutir o ruído daquilo que já foi dito e já passou.

Já nem as aves se ouvem... Os papagaios humanos palreiam demais.

ROAD MAP...

O que está a acontecer na Faixa de Gaza deve-se ao presidente George Bush.
Na altura adequada, o presidente, para se remir da mentira do Iraque, elaborou
um calendário (Road Map) para agradar aos palestinianos e ao mundo árabe.
Mas o presidente americano é assim, esquece-se do que promete, deixa andar,
perde as oportunidades (perdeu o relógio de pulso na Albânia)... Primeiro, Bush
disse que não negociava com "terroristas" -- referia-se a Arafat, que era um
laico e não alinhava com os fundamentalistas do Hamas. Arafat morreu (ou foi
assassinado), e demorou tempo a ser substituido por Abas, um homem próximo
das teses de Washington. Mas este, como não controlava a situação, resolveu
convocar eleições, e foi a Washington saber se tinha o aval de Israel. Mal sabia
ele e o amigo americano, o que lhes reservava o escrutínio eleitoral. O vencedor
foi o Hamas, fortalecido pela Síria e pelo Irão... O Ocidente (George Bush) não
aceitou os resultados eleitorais, pois ele não acredita em "democracia" que não
seja "exportada" pelos EUA. Assim, foi decretado o embargo (mais um) à Faixa
de Gaza, ao governo do Hamas... Houve quem tivesse saudades de Arafat, ao
reparar que o fundamentalismo islâmico tinha vencido em Gaza -- por culpa
dos "negociadores", os EUA, a Rússia, e a UE a mando dos States. Perderam
etapas, nada resolveram, esqueceram o Road Map... Agora todos choram.

Pela primeira vez tenho que aplaudir o Tsahal, o exército de Israel, que
hoje mandou avançar os seus tanques para Gaza... O comportamento do
Hamas, nos últimos dias, foi intolerável -- apesar de terem ganho o poder
em eleições justas e democráticas. Impondo-se pela guerra, o Hamas dá
razão a Israel: A Faixa de Gaza é ingovernável, com um governo islâmico.





<< Página inicial

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Subscrever Mensagens [Atom]