2007/06/19

 
OS COMISSÁRIOS...

Vai por aí uma grande discussão acerca dos "valores do socialismo" que, no
caso português, estariam a ser esquecidos pelo partido do governo. "É preciso que
o PS assuma a sua matriz social, que olhe pelos idosos, pelos desempregados, pelos
reformados e pensionistas" -- reclamam os puristas, como se o governo do PS não
estivesse a cumprir o seu programa e a cumprir a Constituição da República.
Esta postura traz-me à memória os "duros do PCP": eles continuam a defender os
seus ideais, o seu programa, o marxismo, a luta de classes, as nacionalizações, etc.
No entanto, à sua direita, toda a gente acusa o PCP de estar "cristalizado", por não
evoluir, e não ser capaz de se adaptar às mudanças... Afinal, os socialistas acusam
o PCP de imobilismo, mas defendem que o PS não deve mudar, nem adaptar-se
aos novos tempos, à realidade dos nossos dias...

Corrida de balões entre Guandong e o estreito de Qiongzhou, China.

É muito fácil "reclamar" por trabalho, pão, saúde, educação, habitação.
Mais difícil é arranjar empregos, prestar cuidados de saúde, manter o ensino
público gratuito, pagar reformas e pensões -- sempre, e quando o país não tem
crescimento económico, e está com a corda na garganta por causa das contas
públicas. É como uma família: quando não tem dinheiro, não pode dar-se ao luxo
de gastar o que não tem. "Casa onde não há pão, todos ralham e ninguem tem
razão", diz a sabedoria popular. Mas os "comissários" não querem saber disso,
eles acham que é possivel viver como se a economia do país estivesse a crescer
uns 5 a 8 por cento -- com os Estado a cobrar mais impostos de ano para ano.
Esta é a questão que devia ser debatida pelos "comissários". Se o fizessem,
compreenderiam que, em política, às vezes é preciso recuar 5 passos para
mais tarde avançar 8 passos. O governo está no bom caminho, trabalha, e
ajuda a promover a economia além fronteiras. Este governo "vende", esforça-se
para obter mais mercados, enquanto os "comissários" se entretêm a pensar
em "distribuir" aquilo que não têm, nem sabe obter... Falta-lhes "cultura" de
produtividade, de racionalidade, de trabalho, de gestão e de espírito criativo
e empresarial... Com tamanha pobreza, apenas poderão prometer o impossivel.

Camboja... Vendedor de bananas procura clientes nas ruas de Phnom Penh.





<< Página inicial

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Subscrever Mensagens [Atom]