2007/06/12

 
O PAÍS ADIADO...

Mais um adiamento, mais um estudo, mais retórica, e mais seis meses
de atraso no início do projectado NAER. Isto, ao fim de 30 anos de estudos e de
discussões sem fim. Nestas condições, nunca teria havido em Portugal um Duarte
Pacheco, um Fontes Pereira de Melo ou um Marquês de Pombal. Mas todos eles,
a seu tempo, fizeram "obra" que ainda perdura: a Marginal de Cascais, o Viaduto
e a expansão da cidade de Lisboa; as pontes e os Caminhos de Ferro; a reconstrução
de Lisboa e a geometria de Vila Real de Santo António, respectivamente.

Enquanto Marques Mendes defendia o Poceirão, os autarcas do PSD na região
Oeste, defendiam a Ota, tal como o governo, por ser a opção de consenso entre
o PS e o PSD em tempos idos. Pelo meio, havia os que defendiam a expansão da
Portela, ou a fórmula Portela + 1. A oposição, preferia rejeitar a Ota pelo simples
facto de que, assim, tinha uma causa para fazer "oposição ao governo". À margem
dos partidos, tambem existia contestação, mas limitava-se à rejeição da Ota, não
sendo capaz de apresentar qualquer outra alternativa. O país assistia a toda esta
contestação, com alguma ansiedade, sem esquecer que se tratava de "negócios de
betão", nos quais haveria interessados em puxar "a brasa à sua sardinha". Houve
quem perguntasse quais eram os proprietários dos terrenos da Ota, mas tambem
insinuaram que havia o lóbi dos terrenos no Poceirão. Nada de concreto, só boatos.

Ninguem apontava para Alcochete, menos ainda para Benavente...

Mas eis que, no meio de toda esta discussão, surge o senhor Vanzeller,
da CIP (o patrão dos patrões), lesto e bem documentado, a propôr uma nova
localização para o NAER em Alcochete, um local nunca falado nem sugerido tanto
pela oposição como pelo governo. Aterrou em Belém, suavemente, e entregou o
projecto a Cavaco Silva, deixando, assim, aparvalhados todos os contestatários
da Ota. Este coelho, saído da cartola de Vanzeller, pode servir para a cura dos
portugueses ressabiados, que andam insatisfeitos com a vida. Falta é saber se
tem condições para sobreviver, e se vai conseguir que a Ota seja esquecida. Pará
já, o Oeste vai questionar Mário Lino, e dizer-lhe que, nestes coisas, não se pode
voltar atrás. Por outro lado, o "divino Espírito Santo" , nesta altura, já andará
a esfregar as mãos de contente, porque a Portucale vai ter um aeroporto.

Muito se falou de Rio Frio, apesar de rejeitado por questões ambientais.





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