2007/04/29

 
ELES FALAM, FALAM...

O Diário de Notícias, que já foi um jornal de referência, é hoje o jornal da
Controlinveste, e, sob a batuta de João Marcelino -- que fez escola no Correio
da Manhã -- está agora a meio caminho entre o jornal noticioso e o tablóide...
Marcelino dispensou alguns "fazedores de opinião", entre eles José Medeiros
Ferreira, Joana Amaral Dias e Ruben de Carvalho. Mantém alguns "fazedores
de opinião" a recibo verde, mas reduziu-lhes o espaço da escrita a um 1/4 de
página, pouco mais. O reinado de Marcelino ficará assinalado pela tentativa de
clonar o DN a partir do Correio da Manhã -- pertencente ao Grupo Cofina --
no intuito de subir as tiragens. Vamos ver o quanto consegue tirar à Cofina
para dar à Controlinveste, que detém o Jornal de Notícias e a TVSport...

Hoje reparei que o DN traz duas páginas de "opinião". É muito espaço.
E torna-se um exagero, quando é dedicado a um só "comentador". Pior ainda
quando esse espaço se destina a resumir os eventos da semana que finda. E
poderá ser ainda pior quando o "latifundiário desse espaço" é um sociólogo
de nome Alberto Gonçalves (albertog@netcabo.pt) em vez de um jornalista
ou de um político. Ainda por cima o senhor é um liberal assumido, embora
não revele a "escola" ou tendência que representa. Por ora diz apenas que
o obstáculo "ao sucesso do liberalismo em Portugal" se deve em grande parte
à "absoluta excentricidade de alguns dos seus divulgadores locais", e aponta
o dedo a Pedro Arroja, o guru dos liberais blasfemos, que teve entrada de
leão e saída de sendeiro. Disse adeus aos blasfemos no dia 25 de Abril!

Não se conhecem as razões da deserção de Arroja do blogue a Blasfémia.
Mas no DN de hoje, o "latifundiário da opinião" Alberto Gonçalves, chama
a atenção dos leitores para "a luminosidade intelectual do Dr. Arroja", que
"irrompeu na década de 90, altura em que, entre meia dúzia de ideias
sensatas, rabiscavam em jornais uns queixumes contra o excesso de páginas
de Os Maias e difundia que os pretos viviam melhor sob o esclavagismo.
Depois de suscitar o riso das massas por dois minutos, sumiu-se, reaparecendo
recentemente no blogue Blasfémias...".
Vamos esperar para ver se o "latifundiário da opinião" (no DN), Alberto
Gonçalves, vai pelo mesmo caminho, dispondo de tanto espaço para perorar.

"O professor Cavaco [no dia 25 de Abril] entusiasmou-se e pediu aos jovens
que não se conformem nem resignem", escreve Alberto Gonçalves no seu
seu "latifúndio" do DN... "Afinal os jovens que no dia 25 de Abril obedeceram
às instruções do professor Cavaco e, em pleno Chiado, não se conformaram nem
se resignaram, constituiram uma manifestação "anticapitalista", "antiglobalização"
"antifascismo" -- prossegue albertog@netcabo.pt que deixa a insinuação de que,
aqueles jovens tinham aspecto sebento e sórdido. "O que é normal, visto que o
inconformismo não permite vagar para banhos. [...] Assim como são normais
os métodos de resistência ao capitalismo (destruição de lojas nas redondezas),
a globalização (roubo das lojas) e ao fascismo (porrada na PSP) -- escreve o
sociólogo (e latifundiário de opinião, no DN) Alberto Gonçalves...

Não há dúvida, estes liberais julgam ter uma "luminosidade intelectual",
convertida em "absoluta excentricidade"... Aproveitar o discurso do Presidente
da República, para a ele "colar" os distúrbios que os anarquistas provocaram
no Chiado, é uma ideia malvada (sociológicamente falando), tal como insinuar
que "o Vaticano é um modelo de sociedade concorrencial" -- não importa qual
dos liberais em apreço tenha sido o autor desta enormidade... Está visto que,
com este exemplo, o DN não procede bem ao dar rédea larga aos liberais...





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