2007/02/18

 
NESTE CARNAVAL...

No Sambódromo do Rio de Janeiro as escolas de samba apresentam ao mundo
o Carnaval carioca. Apesar dos estragos do Katrina, em New Orleans comemora-se
o Mardi Grass, para esquecer a tragédia. Na imensa China, com a chegada do Novo
Ano Lunar, milhões de chineses viajam das cidades para as vilas e aldeias, onde, em
família, vão festejar chegada do Ano do Porco. Em Florença, cumpre-se a tradição
do Carnaval, com máscaras diversas e onde não faltará a Columbina e o Pierrot...
No paupérrimo Haiti, o povo esquece a miséria e vem para a rua dançar e reviver
os rituais do Voo-Doo, na esperança de melhores dias. Na outra face do mundo, onde
não se festeja o Carnaval, a vida segue por entre orações, guerras, ódio, sofrimento,
embora com alguns sítios de paz, abundância, riqueza ostensiva, dinheiro a rodos...

Festa do Mardi Grass na Bourbon Street, em New Orleans...

O Iraque, apesar de ter encerrado as fronteiras com a Síria e o Irão, continua
a ser o lugar mais perigoso do mundo para viver. Hoje, em Bagdade, rebentaram
mais tres carros armadilhados, matando 56 civis e deixando mais de 120 feridos.
Coisa banal, já que este é o menú de todos os dias, desde há pelo menos 4 anos...
A Green Zone, onde está instalado o estado-maior das tropas americanas num dos
mais luxuosos Palácios construidos por Saddam, recebeu ontem a visita de Rice,
a secretária de Estado de George Bush. Claro que a "Cidade Esmeralda", como é
conhecida a Green Zone, está bem protegida e fortificada. Ali não chega o cheiro
da pólvora e da carne queimada que todos os dias acontece em Bagdade... Aquele
local é um oásis no "Inferno do Iraque". Tão real quanto absurdo, já que o estilo
de vida é o mesmo da Madison Avenue. Foi ali, nos tempos do consul Paul Bremer,
que foram descarregadas 360 toneladas de notas de 100 dolares, directamente
recebidas de Fort Knox... 12 mil milhões de dolares do programa "Petróleo por
Alimentos", dos quais cerca de 4,4 mil milhões desapareceram sem deixar rasto.
É uma história vergonhosa, que só uma guerra imoral pode gerar. É uma guerra
onde os própios soldados vendem armas, como aconteceu com os australianos.
Venderam ao inimigo lançadores de rockets... Parte dos 4,4 mil milhões de dolares
foram distribuidos pelos donos do actual Iraque, por militares, por infiltrados da
guerrilha... Paul Bremer dizia que o dinheiro era do povo, por isso "decretou" que
ele fosse distribuido... Há gente rica, que enriqueceu ainda mais, com esta guerra.

O Eurofighter Typhoon da BAE Systems vai equipar a FA dos países
do Golfo, em especial a da Arábia Saudita. Um negócio de 50 biliões...


Enquanto alguns de nós festejam o Carnaval, lá pelas Arábias, o país de
Sua Magestade faz negócios... Está a decorrer nos Emiratos Árabes Unidos, em
Abu Dhabi, a Internacional Defence Exhibition (IDEX), onde a BAE Systems vai
facturar mais de 50 biliões de dolares na venda de Eurofighters Thyfoon, um
negócio iniciado há cerca de tres anos, e que ainda vai dar muita arrelia a Tony Blair.
Com a guerra no Iraque, e a crescente influência do Irão a nível regional, os ricos
países árabes do Golfo vão abrir o cordão às bolsas e gastar os petrodólares em
armamento. Carros de combate, aviões bombardeiros, mísseis de cruzeiro, etc.
O volume dos negócios deve rondar os 60 biliões de dolares... Viva a guerra!...
Enquanto isso, o baile de máscaras vai continuar, por estes dias...

Nuvens sobre a mesquita de Birmingham, Reino Unido...





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