2007/02/14

 
GUERRA FRIA... (em dia de S. Valentim)

Há comentadores que parecem ter saudades do tempo da confrontação.
De vez em quando desenterram a memória da "guerra fria" para atacar Vladimir
Putin, sempre que este pôe em causa a política "unipolar" seguida pelos Estados
Unidos, com as consequências que estão à vista. Os zelosos guardiães e seguidores
da política "unipolar" norte-americana são "mais papistas do que o Papa", já que
a Administração de Bush tem-se mostrado pragmática com a Rússia e a China.
No entanto os "analistas-comentadores" da nossa praça investem contra Putin.
Porquê? Porque ele conseguiu acabar com a anarquia e o caos deixado por Ieltsin.
Acabou com os negócios mafiosos à volta do património económico da Rússia, fez
valer a lei e a justiça, promoveu o desenvolvimento da economia, beneficou os
pensionistas, reduziu a miséria, perseguiu as máfias, colocou a Rússia ao lado dos
países amantes da paz. Hoje a Rússia tem estabilidade social e a sua economia
está em desenvolvimento. Então por que razão temem os "guardiães" a Rússia?

Simplesmente porque a Federação Russa tem peso nas decisões internacionais.
Mas tambem porque a Rússia não cede a chantagens nem à hipocrisia. Daí que,
quando os EUA tencionam instalar na Hungria ou República Checa um sistema
detector de mísseis -- o velho sonho de Reagan -- a Rússia proteste e reaja contra
o projecto. Para atacar quem, que país? Que diriamos se a Rússia instalasse bases
aéreas, com sistemas de escuta, em Cuba, no Perú ou na Venezuela?...
Os EUA
não consentiriam, mas tencionam faze-lo na Europa, frente à Rússia. E que dizer
da Nato? A Nato foi constituida para se defender da ex-União Soviética. Esta, por
sua vez, criou o Tratado de Varsóvia. Dois blocos militares frente-a-frente...

O Muro de Berlim caiu, e com ele a "guerra fria", desaparecendo o Tratado de
Varsóvia... Mas a Nato manteve-se, expandiu-se, alargou-se até às fronteiras da
Rússia. Para que serve a Nato, em tempo de paz, se os EUA têm o maior exército
do mundo para fazer as suas guerras, a Europa tem a sua defesa e a Rússia, mais
do que agressora, é uma aliado europeu desde sempre?... Nunca a Rússia invadiu
a Europa, mas a Europa invadiu a Rússia por duas vezes: primeiro foram as tropas
de Napoleão, depois as tropas nazis... Porquê razão os "analista-comentadores" da
nossa praça esquecem estes factos? Ou não conhecem a História ou então não
querem a Rússia na Europa... Mas ela está ali, e lá vai continuar, a nosso lado.

Tres imagens contra a guerra... A primeira vem da Bulgária, e mostra que
está a converter-se ao consumismo do dia de S. Valentim; a segunda vem
da China, onde os soldados da província de Zheijiang mostram que preferem
o amor à guerra; e esta última vem de Chonqing e mostra como os chineses
aderiram ao patrono dos namorados, vendendo rosas em doses industriais...


LER OS OUTROS...
"Luis Filipe Menezes, o principal rival assumido de Marques Mendes, veio
declarar que o resultado do referendo foi uma enorme derrota para Sócrates,
explicando tal absurdo com a ideia macaca de juntar a abstenção aos votos do
"não". Uma sugestão para este aprendiz de alquimista seria tentar convencer
os árbitros dos jogos da selecção a considerar como golos as bolas que não
introduzimos na baliza. E, já agora, contar a nosso favor os remates do adversário".
(Rui Tavares, na secção Pingue-Pongue do Público, hoje.)





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