2007/01/24
JORNAIS...
Substitui o Público pelo DN, desde que este jornal, a par da cor, passou a incluir
o suplemento Economia, em papel cor de salmão, e em separado. Mas confesso
que estou a ficar desiludido com o conteúdo do DN e só espero pela saída do novo
Público para ver se a sua "renovação" me convence a voltar à sua leitura diária.
E qual é a razão do meu enfado com o DN? É fundamentalmente pelos conteúdos.
Repare-se na edicção de hoje: inclui 18 notícias sobre "casos de polícia" ou ligados
à investigação criminal: 2 páginas referentes à CML; 2 páginas sobre os vôos da
CIA; 2 páginas sobre o referendo à IVG; 2 páginas sobre futebol; 2 páginas sobre
as areias da Caprica; 2 páginas de frente, inteiras de publicidade; 2 páginas no
miolo do jornal com publicidade às edições do DN; 2 páginas de opinião; 1 página
sobre o Hezbollah e o Líbano; 1 página sobre a indústria de cinema americano;
1 página repartida entre um Mégane e o vice-líder da Al-Qaeda, al-Zawahiri...
... E o meu país, onde cabe, onde fica? Não aconteceu nada no Alto Minho, em
Trás-os-Montes, na Beira-Alta, no Alentejo, ou no Algarve?... Para que serve
um jornal, se não for eco do pulsar do povo e do país em que está inserido?...
Coreia do Sul... Festival de pesca ao salmão num rio gelado...
Mas não é apenas o DN, a fazer gazeta ao pulsar deste pequeno país.
As televisões fazem outro tanto. Ignoram o país real -- à excepção dos casos de
polícia, das richas entre vizinhos, dos atropelamentos, e das desgraças alheias.
Porque isto conta, incomoda as pessoas, cria uma obscena curiosidade, e ajuda
as audiências a subir... A tevê dos morangos, ainda é a que mais perto está do
grande público; dá voz a todos --para aumentar o share-- desde um sem-abrigo,
ao pilantra que anda a fanar carteiras, até à senhora desdentada e regateira...
E, nesta vertigem, dói ver a ReTePê ir pelo caminho das outras, as que vivem
das audiências. Há dias em que, a Sic abre com meia dúzia de peças sobre
crimes de "faca e alguidar"; ligamos para a Tvi, e dá mais do mesmo; a seguir
ligamos para a ReTePê (paga por todos nós), e desesperamos, ao ver que
o canal público "vai com as outras", segue o rasto das tevês privadas. Se acaso
a Tvi abre com futebol, os restantes canais calçam logo as chuteiras; se a Sic
abre com uma entrevista, a partir do Aeroporto, com um futebolista qualquer,
chegado do Perú, do Pará, do Gabão ou da Libéria, a Tvi e a ReTePê alteram
o alinhamento do telejornal, e passam uma entrevista ao Hugo, ao Luisão, ao
senhor Vieira, ao Pinto ou qualquer outro apanhador de bolas... É uma loucura.
BRRR!... Salto para o rio Heihe, na região de Heilongjiang, China...
Os jornais reduziram o número de redactores, as televisões idem, e agora
a moda é fazer jornalismo com os despachos da Lusa... ou da Reuters e da AFP,
para as notícias internacionais. Até as televisões poupam (dizem-nos), fazendo
notíciais com as imagens distribuidas pela Lusa. Mas as televisões não olham a
despesas, sempre que correm para o Aeroporto, a entrevistar um senhorito que,
no país dele, era jogador de bolas, mas não passava disso... Os jornais e as tevês
hoje em dia, não estão ao serviço do público, para informar. Estão enfeudadas
a grupos económico-financeiros, cuja finalidade é a obtenção de lucros, nada mais.
Esta perversão, leva à cultura da vulgaridade, do trivial e da mediocridade...
É a cultura da chiclete; masca e deita fora. E é a alienação dos consumidores.
Mas a "nossa" ReTePê não tinha necessidade de se abastardar, assim!...
Aquecimento central... No Sul da China já se prepara o Festival da
Primavera, mas nas regiões mais a Norte, o frio e a neve presistem...
Substitui o Público pelo DN, desde que este jornal, a par da cor, passou a incluir
o suplemento Economia, em papel cor de salmão, e em separado. Mas confesso
que estou a ficar desiludido com o conteúdo do DN e só espero pela saída do novo
Público para ver se a sua "renovação" me convence a voltar à sua leitura diária.
E qual é a razão do meu enfado com o DN? É fundamentalmente pelos conteúdos.
Repare-se na edicção de hoje: inclui 18 notícias sobre "casos de polícia" ou ligados
à investigação criminal: 2 páginas referentes à CML; 2 páginas sobre os vôos da
CIA; 2 páginas sobre o referendo à IVG; 2 páginas sobre futebol; 2 páginas sobre
as areias da Caprica; 2 páginas de frente, inteiras de publicidade; 2 páginas no
miolo do jornal com publicidade às edições do DN; 2 páginas de opinião; 1 página
sobre o Hezbollah e o Líbano; 1 página sobre a indústria de cinema americano;
1 página repartida entre um Mégane e o vice-líder da Al-Qaeda, al-Zawahiri...
... E o meu país, onde cabe, onde fica? Não aconteceu nada no Alto Minho, em
Trás-os-Montes, na Beira-Alta, no Alentejo, ou no Algarve?... Para que serve
um jornal, se não for eco do pulsar do povo e do país em que está inserido?...
Coreia do Sul... Festival de pesca ao salmão num rio gelado...
Mas não é apenas o DN, a fazer gazeta ao pulsar deste pequeno país.
As televisões fazem outro tanto. Ignoram o país real -- à excepção dos casos de
polícia, das richas entre vizinhos, dos atropelamentos, e das desgraças alheias.
Porque isto conta, incomoda as pessoas, cria uma obscena curiosidade, e ajuda
as audiências a subir... A tevê dos morangos, ainda é a que mais perto está do
grande público; dá voz a todos --para aumentar o share-- desde um sem-abrigo,
ao pilantra que anda a fanar carteiras, até à senhora desdentada e regateira...
E, nesta vertigem, dói ver a ReTePê ir pelo caminho das outras, as que vivem
das audiências. Há dias em que, a Sic abre com meia dúzia de peças sobre
crimes de "faca e alguidar"; ligamos para a Tvi, e dá mais do mesmo; a seguir
ligamos para a ReTePê (paga por todos nós), e desesperamos, ao ver que
o canal público "vai com as outras", segue o rasto das tevês privadas. Se acaso
a Tvi abre com futebol, os restantes canais calçam logo as chuteiras; se a Sic
abre com uma entrevista, a partir do Aeroporto, com um futebolista qualquer,
chegado do Perú, do Pará, do Gabão ou da Libéria, a Tvi e a ReTePê alteram
o alinhamento do telejornal, e passam uma entrevista ao Hugo, ao Luisão, ao
senhor Vieira, ao Pinto ou qualquer outro apanhador de bolas... É uma loucura.
BRRR!... Salto para o rio Heihe, na região de Heilongjiang, China...
Os jornais reduziram o número de redactores, as televisões idem, e agora
a moda é fazer jornalismo com os despachos da Lusa... ou da Reuters e da AFP,
para as notícias internacionais. Até as televisões poupam (dizem-nos), fazendo
notíciais com as imagens distribuidas pela Lusa. Mas as televisões não olham a
despesas, sempre que correm para o Aeroporto, a entrevistar um senhorito que,
no país dele, era jogador de bolas, mas não passava disso... Os jornais e as tevês
hoje em dia, não estão ao serviço do público, para informar. Estão enfeudadas
a grupos económico-financeiros, cuja finalidade é a obtenção de lucros, nada mais.
Esta perversão, leva à cultura da vulgaridade, do trivial e da mediocridade...
É a cultura da chiclete; masca e deita fora. E é a alienação dos consumidores.
Mas a "nossa" ReTePê não tinha necessidade de se abastardar, assim!...
Aquecimento central... No Sul da China já se prepara o Festival da
Primavera, mas nas regiões mais a Norte, o frio e a neve presistem...
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