2007/01/29
AS ELITES PENSANTES (II)...
Não acredito que o líder do principal partido da oposição, Luis Marques Mendes,
não tenha uma pequena ideia para apresentar. Repara-se neste bocado de prosa:
"Ao fim de dois anos de governação, o que nós vemos são anúncios e promessas, o
que falta são os resultados. Os impostos não param de aumentar, o desemprego
agrava-se, não há oportunidade para jovens, a saúde está mais cara, mais dificil e
mais distante e a classe média asfixiada", disse Mendes em Montemor-o-Velho, sem
pestanejar... Isto não é nada, só mostra falta de ideias, é falar barato, é demagogia,
é desonestidade política e intelectual. Quer-me parecer que Mendes está feito com
o incrível Luis Delgado -- outro deserto de ideias -- já que andam os dois a falar do
"governo PowerPoint". Deve ter acertado esta estratégia, para causar espanto...
Diz Mendes que "a saúde está cara", como se a saúde fosse uma coisa que estivesse
à venda, no supermercado. Quem não a poupar, nunca mais volta a encontrá-la...
O incrível Luis Delgado, que em tempos foi um mini-citizen Kane no DN,
quando era chefe da Lusomundo na PTMultimédia, assim como o era o cinzentão
Bettencourt Rezendes, está agora reduzido a pouco mais de uma coluna de opinião
no jornal da Controlinveste. Pouquíssimo espaço para este artista, um encenador
do presente e do futuro. Por isso, não admira que tenha combinado com Marques
Mendes uma estratégia semanal em que o discurso de um condiga com a análise
do outro. Para Delgado, José Sócrates está agora na "fase do confronto entre o
PowerPoint governamental e a realidade dos cidadãos e do país". Delgado acha
que o Governo está cansado, e que as elites políticas e económicas desconfiam do
actual executivo. Claro que o Delgado só cita as sondagens quando elas favorecem
o seu ponto de vista. Não conhece a sondagem recente, na qual o PS tem 43 por
cento de aprovação. Delgado, o ex-think thank do DN, vem dizer que "o Governo
está depressivo ou recessivo". Geralmente o que vemos nos outros, é aquilo que
está dentro de nós. E eu penso que o incrível Delgado está em fase descendente.
Outro "grande pensador", educador de direito administrativo, e palrador
desenfreado, é o professor Marcelo Rebelo de Sousa. Pelo que li no DN (eu deixei
de ser telespectador), a pregação de Marcelo, ontem à noite na RêTêPê, foi rica
em "figuras de retórica" e cheia de verborreia da canelada. A propósito da situação
política na CML, e sobre Carmona Rodrigues em concreto, disse Marcelo:
"O que nós temos é um treinador que é jogador ao mesmo tempo, Carmona
Rodrigues, que está em minoria na sua equipa, que é o executivo camarário. Um
dos craques dele, ex-chefe de gabinete e vereador do Urbanismo, Gabriela Seara,
não pode jogar. O outro craque pode deixar de jogar".
A cabecinha de Marcelo está prenhe de jogadas, fintas, chutos, caneladas, rasteiras,
golos fora de jogo, assobios, vaias ao árbitro, mimos ao juiz de linha, claques que
berram contra o defesa lateral, cargas no ressalto, penalties e cantos não marcados.
Marcelo mistura alhos com bugalhos, banaliza, descredibiliza, mete-se nos curros
e manda os bois para a arena. Qualquer dia, e por este andamento, vai comungar,
dizer as orações, citar os salmos, os evangelhos e falar sobre os santos óleos. Mas
tambem pode, a propósito de política, falar sobre o truca-mandruca, por cima ou
por baixo, com ou sem camisa, deitado ou em pé, com ele dentro ou por fora...
Esta gente, que fala como uma grafonola, não sabe que, para a arte ter beleza, e a
vida sentido, é preciso que não confundamos a linguagem... Só um papagaio fala
e usa as palavras ao acaso... O professor Marcelo, como formador, deve ter recato
na línguagem, nas imagens que a linguagem transmite. Ele queria falar de política,
nas acabou por meter esta nos balneários, e andar à cabeçada nas bolas perdidas.
Não acredito que o líder do principal partido da oposição, Luis Marques Mendes,
não tenha uma pequena ideia para apresentar. Repara-se neste bocado de prosa:
"Ao fim de dois anos de governação, o que nós vemos são anúncios e promessas, o
que falta são os resultados. Os impostos não param de aumentar, o desemprego
agrava-se, não há oportunidade para jovens, a saúde está mais cara, mais dificil e
mais distante e a classe média asfixiada", disse Mendes em Montemor-o-Velho, sem
pestanejar... Isto não é nada, só mostra falta de ideias, é falar barato, é demagogia,
é desonestidade política e intelectual. Quer-me parecer que Mendes está feito com
o incrível Luis Delgado -- outro deserto de ideias -- já que andam os dois a falar do
"governo PowerPoint". Deve ter acertado esta estratégia, para causar espanto...
Diz Mendes que "a saúde está cara", como se a saúde fosse uma coisa que estivesse
à venda, no supermercado. Quem não a poupar, nunca mais volta a encontrá-la...
O incrível Luis Delgado, que em tempos foi um mini-citizen Kane no DN,
quando era chefe da Lusomundo na PTMultimédia, assim como o era o cinzentão
Bettencourt Rezendes, está agora reduzido a pouco mais de uma coluna de opinião
no jornal da Controlinveste. Pouquíssimo espaço para este artista, um encenador
do presente e do futuro. Por isso, não admira que tenha combinado com Marques
Mendes uma estratégia semanal em que o discurso de um condiga com a análise
do outro. Para Delgado, José Sócrates está agora na "fase do confronto entre o
PowerPoint governamental e a realidade dos cidadãos e do país". Delgado acha
que o Governo está cansado, e que as elites políticas e económicas desconfiam do
actual executivo. Claro que o Delgado só cita as sondagens quando elas favorecem
o seu ponto de vista. Não conhece a sondagem recente, na qual o PS tem 43 por
cento de aprovação. Delgado, o ex-think thank do DN, vem dizer que "o Governo
está depressivo ou recessivo". Geralmente o que vemos nos outros, é aquilo que
está dentro de nós. E eu penso que o incrível Delgado está em fase descendente.
Outro "grande pensador", educador de direito administrativo, e palrador
desenfreado, é o professor Marcelo Rebelo de Sousa. Pelo que li no DN (eu deixei
de ser telespectador), a pregação de Marcelo, ontem à noite na RêTêPê, foi rica
em "figuras de retórica" e cheia de verborreia da canelada. A propósito da situação
política na CML, e sobre Carmona Rodrigues em concreto, disse Marcelo:
"O que nós temos é um treinador que é jogador ao mesmo tempo, Carmona
Rodrigues, que está em minoria na sua equipa, que é o executivo camarário. Um
dos craques dele, ex-chefe de gabinete e vereador do Urbanismo, Gabriela Seara,
não pode jogar. O outro craque pode deixar de jogar".
A cabecinha de Marcelo está prenhe de jogadas, fintas, chutos, caneladas, rasteiras,
golos fora de jogo, assobios, vaias ao árbitro, mimos ao juiz de linha, claques que
berram contra o defesa lateral, cargas no ressalto, penalties e cantos não marcados.
Marcelo mistura alhos com bugalhos, banaliza, descredibiliza, mete-se nos curros
e manda os bois para a arena. Qualquer dia, e por este andamento, vai comungar,
dizer as orações, citar os salmos, os evangelhos e falar sobre os santos óleos. Mas
tambem pode, a propósito de política, falar sobre o truca-mandruca, por cima ou
por baixo, com ou sem camisa, deitado ou em pé, com ele dentro ou por fora...
Esta gente, que fala como uma grafonola, não sabe que, para a arte ter beleza, e a
vida sentido, é preciso que não confundamos a linguagem... Só um papagaio fala
e usa as palavras ao acaso... O professor Marcelo, como formador, deve ter recato
na línguagem, nas imagens que a linguagem transmite. Ele queria falar de política,
nas acabou por meter esta nos balneários, e andar à cabeçada nas bolas perdidas.
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