2006/12/06

 
ESTATÍSTICAS...

As estatísticas são o resultado da matemática. São números, frios, concretos,
objectivos. Mostram a realidade, nem sempre evidente aos nossos olhos. Mas um
trabalho estatístico, para ser compreendido, deve ser exposto de forma clara e sem
atropelos. Isto para dizer que, não compreendi os títulos de primeira página do DN
de hoje, onde refere as estatísticas da ONU sobre "desigualdade e distribuição de
riqueza mundial"."Estudo da ONU revela que quem possuir um património de 1700
euros integra a metade mais rica da população mundial" -- titula o DN na primeira
página. Na seguinte, o DN diz coisa diferente:"Ter 1700 euros equivale a estar entre
os mais ricos"... Mais à frente, o DN refere que, quem tiver "património tangível" de
50.000 euros, passa a "integrar o grupo dos 10 por cento de adultos" mais ricos do
mundo... Estatísticas, são estatísticas, mas eu não me sinto bem -- estando neste
segmento dos 1.700 ou dos 50.000 euros -- por estar incluido no grupo dos ricos,
como Berlusconi, Abramovich, Christy Walton, o rei Abdullah e o saudita Alwaleed.

Este é o Dubai dos emires multimilionários... que esqueceram a Palestina.

Estas estatísticas têm muito que se lhes diga. É referido que, em 2000, havia no
mundo 499 bilionários e 13 milhões de milionários. Mas um destes, se investir os
milhões em refinarias ou maquinaria mineira, pode vir a ser classificado no grupo
dos "mais ricos", ou seja no grupo dos que têm 1.700 euros... Por amortização e
depreciação da maquinaria investida, dos juros de capital investido, das garantias
e de outros encargos assumidos com projectos em curso... As estatísticas devem
ter um fim útil e didático. A ONU ao divulgar este estudo, com seis anos de atraso,
não parece estar a contribuir para evidenciar o fosso existente entre ricos e pobres,
que é cada vez maior. Pensar no fosso entre o grupo dos que têm 1.700 euros e os
que apenas ganham um euro por dia, já é revoltante, mas se no lugar do grupo
dos 1.700 euros colocarmos os Berlusconis, os Abramovich e os Abdullahs, então
a diferença torna-se ultrajante, obscena, anti-cristã, selvática... Não me falem de
"bens tangíveis" e outros eufemismos, falem-me dos que têm milhões e dos que
recebem um dólar, por 8 ou 10 horas de trabalho diário...Que se lixe a Estatística!

FRASES...

"Hoje começa uma nova era. Mostra que a Venezuela é vermelha", disse Chavez.
Antes vermelha do que preta -- como é a moda dos jovens mullahs da costura.
Antes vermelha, como vermelho é o "glorioso" Benfica, que no tempo do Botas
era tido por "encarnado" -- não fosse haver confusão com o "perigo comunista".

"Hoje começa aqui uma nova etapa. Temos dois anos para preparar o que
vamos dizer aos portugueses na campanha eleitoral", disse o Filipe Menezes de
Gaia, convencido de que é o D. Sebastião do PSD. Como se vê, a linguagem dos
caudilhos parece ser copiada dos manuais da oratória. Nada de novo, portanto.

Este é o povo que, por maioria democrática, elegeu folgadamente o
o bolivariano Hugo Chavez, inimigo do Diabo e do Império do Mal...
O venezuelano que reparte a riqueza do petróleo, pelo povo que
"vive mas alla" de Caracas, na Venezuela profunda...





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