2006/10/21

 
ILUSÕES...

O OE-2007 está a gerar as opiniões mais desencontradas, que nada têm a ver
com a realidade económica e financeira do país. Numa entrevista ao DN de hoje,
Manuel Alegre proferiu esta sentença: "[os bancos] em 2005 obtiveram 30% de
lucro, e muito à custa do sobreendividamento dos portugueses". Isto não é menos
do que tem dito o PCP e o BE, e trata-se de uma falácia destinada a ganhar votos,
já que de verdade não tem nada. Não estou a defender os bancos, apenas quero
dizer que, sem um sistema bancário credível e produtivo, não haverá economia
que se desenvolva. E conta muito o valor do dinheiro, adquirido a baixas taxas de
juro, só possivel com o Euro e fazendo parte integrante deste sistema monetário.
Manuel Alegre não sabe que, em 2005, os principais bancos nacionais engordaram
os seus lucros com a avenda de activos marginais... Venderam companhias de
seguros, bancos de investimento ou de crédito ao consumidor, participações
financeiras não estratégicas, etc. Sem estes negócios, e com taxas de referência
de 2,5%, os bancos não teriam alcançado os lucros referidos por Manuel Alegre.
É bom que o país tenha uma banca saudável, com capacidade de financiamento.

As cores do Outono em Nova Iorque... com a Estátua da Liberdade.

BLOQUEIO...
Na Pérola do Atlântico a paranóia do "cerco" está a alastrar aos apoiantes
de Alberto Jardim. Segundo o Expresso, o deputado madeirense, Guilherme
Silva, não tem dúvidas: "Estão a reunir-se todas as condições para que Jardim se
recandidate Ninguem imagina que o cerco montado pelo líder do PS [José Sócrates]
o leve a desistir. Isto é não conhecer Jardim. E com este cerco ele terá um sucesso
muito mais garantido". Isto, é estratégia para "vitimizar" o "senhor Jardim". Não
é a primeira nem a segunda vez que Jardim ameaça retirar-se, mas depois acaba
sempre por se recandidatar. É próprio daqueles que se agarram ao poder, e não
largam o poleiro, à imagem de qualquer ditador. Mas a tese do "cerco" lembra o
"bloqueio" a Cuba, a Pyongyang, à Síria, à Faixa de Gaza, and so on. Estes sim,
são vítimas. No caso do "senhor Jardim" não vejo os "cubanos do Contenente"
a preparar a Armada, a Força Aérea ou os Fuzileiros navais para fazerem um
"cerco" ao "senhor Jardim". Se for reeleito, não é pela força do "cerco", mas sim
pelo nepotismo, pela demagogia, e pelo populismo de Alberto Jardim.

Medalha de Ouro para a China no 39º. Campeonato Mundial de
Ginástica Artística a decorrer na cidade de Aarhus, Dinamarca.
O "senhor Jardim" não gosta dos chineses, vá-se lá saber porquê?


LÁ FORA...

A aliança de Blair com Bush levou a afastar-me do político Tony Blair...
Mas no recente caso do véu (niqab), penso que Blair está a ser assertivo. Lá diz
o adágio: em Roma, sê romano. Quando um emigrante muçulmano abandona,
foge ou vai viver para um país de cultura diferente do Islão, deve adaptar-se ao
modo de vida e à cultura desse país. Se assim não fizer, nunca poderá integrar-se
no país que o acolhe. Não digo que deve mudar de religião, crença ou fé; apenas
digo que deve "integrar-se" totalmente na cultura, no trabalho e nos direitos de
cidadania do país de acolhimento. Não faz sentido ser cidadão de um país se não
houver integração total. O uso do véu (niqab) é incompatível com a nossa forma
de relacionamento interpessoal. Nós "mostramos a cara", "damos a cara"... Não
sendo assim, ficamos na dúvida de saber com quem estamos a falar... Pode ser
com uma mulher, pode ser com um homem, um criminoso fugido à justiça, ou
um farsante qualquer. Até no Egipto o uso do véu começa a ser contestado.
Na Universidade Helwan, a 30 kms a sul do Cairo, já baniram estudantes das
residências por usarem o véu, e ameaçam expulsar do campus universitário as
estudantes que apareçam com o niqab... No caso das residências havia o receio
de que o uso do véu servisse para encobrir o género, facilitando a entrada de
rapazes nos aposentos das raparigas... Faz sentido, para alem do terrorismo.





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