2006/10/30

 
DISCURSO ENVIESADO...

A bloquista Joana Amaral Dias, para desvalorizar a vitória de José Sócrates na
reeleição como Secretário-Geral do PS, colou nos Bichos Carpinteiros a dúvida do
Bartoon: "Que sinal terão querido dizer os cerca de 55.000 eleitores do PS, entre
os 80.000 que não foram votar?" O Bartoon é lugar de chalaça e risota, não deve,
por isso, ser criticado pelas suas imprecisões. Mas de Joana Amaral Dias ou outro
qualquer bloquista, exige-se compostura, rigôr nos números... É sabido que dos
80.000 militantes do PS, só 32.000 tinham as quotas pagas, e só estes podiam
votar... Mesmo assim, votaram em José Sócrates 25.000, pelo que a questão é
saber porque não votaram 7.000, daqueles 32.000... É muito diferente, Joaninha!

Homenagem a Lula da Silva e ao povo brasileiro. Parabens!...

O evangélico João César das Neves, no DN de hoje, vem culpar o "25 de Abril"
por todos os males que o país atravessa, como se pode verificar por estas frases:
"Começa a nascer na sociedade portuguesa uma contestação forte e perigosa ao
25 de Abril. Ela pode ser descrita mais ou menos da seguinte forma: 'A geração
que fez a revolução governou-se com ela; conquistou direitos, arranjou posições
seguras, empregos bem remunerados, apoios do Estado. Agora quem sofre são
os filhos, na casa dos 20 ou 30 anos, que, mesmo com cursos superiores, não
conseguem carreira estável e andam no desemprego, a recibo verde ou trabalho
temporário'". E César das Neves vai apontando uma série de "erros", números,
percentagens, estatísticas e derivados, concluindo: "Existe de facto uma crise
nos 30 anos do 25 de Abril. Mas ela deve-se sobretudo ao sucesso da revolução".

Napoleão às Portas de Brandenburgo, em Berlim, para comemorar
os 200 anos da campanha que o conduziu à vitória sobre a Prússia...


O professor César das Neves, para explicar um fenómeno, apontanta apenas
estatísticas, percentagens, números. Esquece os factores que contribuiram para
o actual estado do país, que não é assim tão mau, atendendo aos rendimento dos
portugueses, ao número e qualidade dos carros em circulação, e à posse de casa
própria. E alguns dos factores que transformaram o país foram: (i) a integração
política, económica e financeira do país na UE; (ii) a globalização, a deslocalização
de fábricas e a produção de indústrias tradicionais; (iii) a utilização de tecnologias
emergentes bem como a robotização na produção em série; (iv) a profunda crise
da mineração, siderurgia e construção naval, que passou a ser dominada pelos
grandes consórcios internacionais e pelos países emergentes; (v) a redução de
pessoal administrativo devido à utilização de sistema de gestão informática.
que ter em conta a diminuição do operariado, do pessoal administrativo, em
especial na banca, nos seguros e nas grandes empresas, e ainda nos telefones e
nos serviços alfandegários, pois os despachantes práticamente desapareceram.
Quer dizer, o mundo mudou, muito depressa. E o país, ao entrar na CEE, teve
que tratar das auto-estradas, dos itenerários principais, do tratamento de águas,
dos lixos, das escolas (eram provisórias, de cimianto), do ambiente, da habitação.
O 25 de Abril não é culpado de nada, a ele se deve tudo o que somos e temos hoje.

O lixo, hoje em dia, é um bom negócio... Em Huaibei, na China.





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