2006/09/13

 
LUISA DIOGO...

Através do João Tunes e do Raimundo Narciso cheguei ao Marco, e deste, cheguei
a Luisa Diogo. E fiquei envergonhado com a minha ignorância. Se me perguntassem
qual era o nome do primeiro-ministro de Moçambique, eu não saberia responder.
Graças à comunicação social portuguesa, que se entretem a replicar as "notícias"
que chegam do Império, através da AFP e da Reuters. Quando assim não acontece,
os media nacionais entretêm-se a "noticiar" os disparates do major Valentim, os
prognósticos do Vieira da Luz, os prelúdios do Pinto Dragonês, ou então a atiçar os
incêndios, a fechar as maternidades, a relatar casos de "faca e alguidar"... Quando
assim não é, usam a técnica do jornalismo de secretária, que consiste em "noticiar"
o que vai sendo emitido pelas televisões e soando nas rádios... Notícias do que vai
acontecendo mais além, não é trabalho para gente pequena, e, por isso, directores
e jornalistas de jornais (tablóides ou de referência) já há muito que se esqueceram
dos países de língua portuguesa, e em especial os da comunidade da CPLP...


Luisa Diogo, é a primeira-ministra de Moçambique, desde 2004... Mas eu não
sabia, nunca ouvira uma notícia sobre a sua actividade ministerial. Fiz uma consulta
no Google, e, em cerca de 200 mil entradas, não consegui vislumbrar nenhuma
que tivesse origem com o domínio pt/. No entanto, Luisa Diogo tem um vasto
currículo político e profissional. E, pela terceira vez, a revista Forbes, incluiu este
ano Luisa Diogo na lista das "100 Mulheres mais Influentes do Mundo"... Luisa
Diogo é uma personalidade internacional, com relevo na política, na economia, na
luta contra o subdesenvolvimento... Mas os nossos jornalistas, quando consultam
a Forbes, é só para conhecerem o ranking dos "Homens mais Ricos do Mundo",
apontando o nome de Belmiro de Azevedo (o único português) e do "milionário"
Fidel Castro -- que desafiou a Forbes a provar a "riqueza" que lhe é atribuida,
e dizendo que fará doação da mesma à Forbes.

À espera de tratamento no Instituto Oftalmológico de Havana...

Já não é a primeira vez que aqui tenho criticado a má qualidade do jornalismo
que se faz em Portugal. Reparo que, alguns dos blogues que me acompanham,
últimamente, têm veículado críticas a alguns jornais, que me parecem judiciosas.
Hoje, Paulo Gorjão, no seu post 1.282, vem criticar a opção editorial do DN, por
dedicar o espaço de 5 colunas (quase a página inteira) da primeira página a um
assunto de menor actualidade, e deixar no esquecimento notícias recentes e de
grande impacto. A vitória do Sporting sobre o Inter de Milão seria, para Paulo
Gorjão, notícia de relevo no rosto do jornal. Mas a falta de rigôr, de honestidade
e de bom senso na paginação do jornal não é de agora. O DN tem feito manchetes
com notícias de futebol, que não mereciam tal espaço na primeira página. O que
que se passa, é que a tabloidização, tão ao gosto das redacções, leva a esta total
"sopa de letras" que contribui para a falta de exigência e a descaracterização do
bom jornalismo. Poucos jornalistas pensam em ser exigentes. E os seus leitores,
vão confiando cada vez menos nos jornais. Vão preferindo a Internet, o Google,
as notícias online, a qualquer hora, de quarquer parte, e em qualquer lugar...





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