2006/08/03

 
ESTILHAÇOS DA GUERRA...

Após 22 dias de guerra, Israel não conseguiu alcançar os seus objectivos. Longe
vão os tempos, quando Israel efectuava guerras-relâmpago, clonadas do modelo
nazi das blitz-krieg, e ganhava sempre. Desta vez o Tsahal perdeu a auréola de
vencedor absoluto. Em 1967 ganhou a guerra em "Seis dias". Nos final da década
de 1970 fizeram uma incursão aérea no Iraque, arrasaram as instalções nucleares
e logo voltaram a casa sem beliscaduras. Depois do "massacre de Shatila", no início
de década de 1980, no Líbano, começaram a não contar vitórias em terreno alheio.
Apenas em West Bank e Gaza, que são verdadeiros campos de concentração do
povo palestiniano. Nestes dias, no Libano, apenas conseguiram ganhar a guerra da
informação: as agências internacionais deixaram de fornecer imagens como as de
Canã... A informação agora é controlada, para evitar mais estilhaços... Mas este
controle chegou tarde. As sementes da ira já estão a grelar e dar mais jihadistas.

Pakistão... Solidariedade com as crianças do Libano. A Azad Foundation,
uma instituição de apoio aos meninos de rua, promoveu o espírito jihadista.


A imprensa australiana dá conta do recrutamento de jihadistas através do
Asia Muslim Youth Movement (AMYM), liderado por Suaib Bidu, que afirmou ter
3.000 jihadistas em Pontianak, cidade da ilha Kalimatan, na Indonésia, prontos a
combater no Libano e a cometer atentados contra interesses dos EUA, Inglaterra
e Austrália. Abu Bakar Bashir, líder da Jemaal Islamiah, disse apoiar os jihadistas.
Ontem, na reunião da OIC, organização de 57 países islâmicos, o primeiro-ministro
da Malásia, Abdullah Badawi, disse existir uma "nova onda" de voluntários para
prosseguir com atentados suicidas em diversos países.
No Cairo, capital do Egipto, o líder da Irmandade Muçulmana, Mohammed Akef,
afirmou ter prontos 10 mil combatentes jihadistas para lutar a favor do Libano.
Esta reacção dos extremistas muçulmanos era previsível, perante a chacina e a
destruição causados no Libano pelo exército de Israel. Tal como aconteceu no
Iraque, os estrategas militares não se preocuparam com os efeitos colaterais que
uma guerra citadina causa na opinião pública internacional. O resultado no Iraque
está à vista, e, no Líbano, estamos para ver como vai acabar... Quando será?...

Teerão... Manifestão a favor do Líbano, junto aos escritórios da ONU...

Tenho visto e lido os comentários mais absurdos sobre o papel da Europa no
Médio Oriente, sobretudo quando os "falcões" da guerra vêm propor soluções.
Esquecem que a "Europa" não é (ainda) uma entidade jurídica, mas um conjunto
de países interessados em manter um "mercado livre" para trocas comerciais,
livre circulação de pessoas, turismo e para facilitar as transações financeiras...
O poder político (com representação na ONU), pertence a cada um dos países
membros (e aos que estão por fora), alguns deles com poder militar. E são estes,
especialmente a França, Alemanha, Inglaterra e Espanha que têm poder político
para tomar decisões a nivel internacional, influenciando depois a UE. Neste hora
a EU tem bastante poder, mas é a nivel financeiro, por via do Euro, que, como se
sabe, é formada apenas por um grupo de 12 países, num total de 25 membros.

Vista panorâmica das montanhas Untersberg, nos arredores de
Marktschellenberg, sul da Alemanha, junto à fronteira austríaca...





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